Mal tinha começado o filme e já dava para perceber que Andy estava com medo, segurei sua mão, ele por sua vez me olhou e
sorriu, se aproximou mais e se encostou em mim e eu o abracei de lado, em algumas cenas ele escondia a cabeça e me apertava, eu só sorria.

  Senti seu cheiro, era adocicado, muito bom, eu poderia ficar sentindo aquele cheiro pra sempre que nunca ia enjoar.

  Quando
acabou o filme, todos fomos para nossos respectivos quartos onde todos
continham cama de casal.

  Subi, fui no banheiro e fiz minha higiene, em seguida coloquei só uma calça de moletom e sai de lá, Andy estava deitado e quando me viu ficou me encarando meu corpo tatuado, sou magrinho, e ele também. Quando percebeu que eu notei que ele me olhava, corou e eu apenas sorri, deitei, não estava conseguir dormir.

  -Tá dormindo? –me cutucou

  -não

  -me responde uma pergunta?

  -claro

  -qual seu nome? Você não me falou ainda

  -é David

  -Hmm... David?

  -oi

  -eu to’ com medo, me abraça?

  -claro, vem cá

  Ele se aproximou e eu o abracei e dormimos tranquilamente.

                        -x-x-x

  De manhã fomos tomar café e Andy se enturmou mais com todos, conversamos sobre o que faríamos hoje e resolvemos ficar na piscina.

  Depois de já alimentados subimos para nos trocarmos, descemos e eu e Andrew ficamos tomando .sol, Jay já estava na água, mas saiu quando viu Lucas, o pegou no colo e este estava gritando e se debatendo pra poder se soltar, mas sem chance, e Jay o jogou na água, Evan chegou por trás de Jay e o empurrou e ele e Victorio pularam de mãos dadas, todos começamos a rir, depois eles se reuniram em um canto da piscina e em seguida começaram a olhar pra nós, saíram da piscina e vieram em nossa direção, eu e Andy nos olhamos e saímos correndo e eles foram atrás, mas já estávamos cansados e eles nos alcançaram e pegaram a gente no
colo e jogaram-nos na piscina e pularam de novo. O resto da tarde foi muito divertido e repleto de brincadeiras, a tia Vane preparou nosso lanche, Vane era a cozinheira e governanta, muito fofa, era do México e tinha um sotaque bem forte, mas não tinha como não gostar dela.

        -x-x-x-

  Já era de noitinha quando todos foram pro quarto para tomar banho e descansar um pouco, deixei Andy ir primeiro e fiquei escutando música até ele sair, depois fui eu.

  Sai do banheiro e ele dormia, fiquei olhando, ele parecia um anjo, sua beleza é exuberante, impossível de não notar, além do mais é fofo, meigo, doce, gentil, carinhoso e eu tenho que parar de falar.

  Resolvi o cobrir já que a noite estava começando a esfriar e ele se encontrava todo encolhido, então peguei as cobertas que se encontravam no guarda-roupa e o ajeitei melhor.

  Coloquei uma roupa, não muito pesada porque não estava tão frio assim e sai pra conhecer a fazenda que se encontrava toda iluminada, peguei um maço de cigarros e o isqueiro, sai de casa e acendi o cigarro.

  Andei, andei, andei até achar um lago com um banco a sua frente, realmente a noite estava linda, batia o reflexo da lua no lago que o deixava mais bonito ainda.

  Já estava no terceiro cigarro, quando aquela voz doce soa em meus ouvidos.

  -te incomodo?

-não, jamais –sorri                                                                                                              

  -posso me sentar?

  -Oh! Claro, mas vem cá, não era para o senhor estar dormindo?

  -é que eu acordei e não te vi, então resolvi te procurar

  -dá cigarro? –perguntou com aquela carinha fofa e toda encenada, que mesmo assim não dava pra resistir

  -não acha que é muito novo não?

  -quantos anos você tem? –me perguntou

  -17 –sorri fraco

  -Então estamos empatados, ou quase –falou a última frase em tom mais baixo –agora dá

  -eu vou dar, mas vê se não conta pro seu irmão

  -ai tá tá, é lógico que não

  Dei o cigarro a ele e ficamos conversando, soube que ele
morava com o pai e Jay com a mãe, mas ele já está morando há dois anos com a mãe e o irmão por causa da sua sexualidade, devido a não aceitação do pai que o batia sempre que podia e ele aguentou por muito tempo, mas foi o limite quando o pai dele se casou novamente com uma loira horrível que tinha um filho de 18 anos que o batia e quase o estuprou, então a partir daí veio morar com a mãe, que o aceita e lhe dá todo apoio.

  -Nossa que barra –estava sem palavras

  -Pois é, mas por mais que o meu pai tenha feito tudo isso
comigo eu ainda sinto sua falta e continuo o amando, desde aquele dia não falo com ele.

  Lágrimas saíam de seus olhos, coloquei minhas mãos em seu
rosto e o fiz olhar pra mim e enxuguei suas lágrimas, o abracei até ele levantar a cabeça e dizer.

  -Obrigado por me escutar, nunca falei isso com ninguém e
também desculpas por estar aqui chorando e fazendo você escutar sobre a minha vida.

  -tudo bem –sorri –as vezes é preciso desabafar com alguém, e eu sempre estarei aqui quando precisar ok?

  -ok –sorriu

  Comecei a olhar para seus olhos, seu rosto, sua boca, uma
combinação tão perfeita, tão atrativa, fomos se aproximando, encostamos nossas bocas, pedi passagem, ele cedeu, o beijo era calmo, delicado, doce, ele realmente beijava bem, só paramos quando o ar se fez necessário. Sorri, ele corou, ficamos por mais um tempo ali até ele bocejar, ele já devia estar com sono de novo, então fomos de mãos dadas até lá, deitamos e dormimos com sua cabeça em meu peito e eu fiquei fazendo carinho.

De manhã acordei com alguém pulando na gente.