Se ao menos você visse o que eu posso ver

Você entenderia porque te quero tão desesperadamente

Agora eu estou olhando para você e não posso acreditar

Você não sabe, oh oh

Você não sabe que é linda oh oh

Mas é isso que te torna linda

Então vamos lá

Você entendeu errado

Para provar que estou certo, colocarei numa canção

Eu não sei por quê

Você está sendo tímida

E se vira quando olho em seus olhos

Todo mundo na sala pode perceber

Todo mundo menos você

Baby, você ilumina meu mundo como mais ninguém

O jeito que você vira o cabelo me deixa arrepiado

Mas quando você sorri para o chão, não é difícil notar

Você não sabe, oh oh

Você não sabe que é linda


Se ao menos você visse o que eu posso ver

Você entenderia porque te quero tão desesperadamente

Agora eu estou olhando para você e não posso acreditar

Você não sabe, oh oh

Você não sabe que é linda oh oh

É isso que te torna linda

                One Direction – Whats makes your beautiful

Finn acordou, abriu os olhos lentamente. Se viu abraçado a Rachel, ficou olhando para ela ainda profundamente adormecida. Apertou-a em seus braços, se aconchegando ainda mais em seu corpo, tentando prolongar a sensação de conforto e paz que ele sentia naquele momento.

Pensou no quanto ele havia sido ingênuo ao imaginar que conseguiria viver sua vida longe dela. Mas naquele momento que ele tomou a decisão de não se casar com ela, o fez pensando unicamente nela, na realização de seus sonhos. Mas quem ele queria enganar ao pensar que seria fácil? Ninguém saiu tão machucado de toda essa historia quando ele. Sabia que ela também tinha sofrido bastante, mas Rachel era muito mais forte e muito mais determinada que ele.

Por mais que não quisesse pensar nisso naquele momento, lembrou-se como se fosse ontem, o dia em que tomou a decisão mais difícil de sua vida.

Finn tinha passado a noite toda sem conseguir pregar os olhos, sentia que não tinha mais forças nem para chorar. Naquela semana, ele ficou sabendo que não fora aceito na faculdade. No momento que ele abriu aquela carta, a decepção pela sua rejeição foi enorme, mas manteve-se firme por ela. Ela precisaria muito do apoio dele, afinal ela também tinha ficado abalada por saber que nem ele, nem Kurt a acompanharia até NY. Tudo piorou quando no dia seguinte ela veio com a notícia de que adiaria por um ano sua ida para faculdade por causa do casamento. Ela tentou argumentar de todas as formas que aquele adiamento não seria nada, mas ele conseguia ver a dor nos olhos dela e o quanto estava sendo difícil ela tomar essa decisão.

Ele sabia que os pais dela não estavam de acordo, nem se quer concordavam com o casamento deles, por eles serem tão novos e coisa e tal, ele não queria começar a vida com ela daquela forma.

Ele sabia o que era o certo a se fazer. Não iria adiante com os planos do casamento. Ele a deixaria livre para viver seus sonhos e que nesse momento Rachel não teria espaço em sua vida para ele. E ele tinha consciência que não seria fácil convencê-la. E correu para onde ele sabia que encontraria apoio. Os pais dela.

                Eles se assustaram ao receber a noticia, ainda mais por saber que toda a ideia de casamento tinha partido dele, mas não o pressionaram por maiores explicações, na certa, percebendo o quanto tudo aquilo estava sendo difícil para ele. Eles apenas concordaram em ajuda-lo. Deixando para ele a parte mais complicada e dolorida de todas. Falar com Rachel.

                Balançou a cabeça tentando expulsar de sua mente as lembranças daquele dia. Depositou um beijo em seus cabelos, sentindo o cheiro bom que eles tinham, tentando gravar aquele momento. A abraçou ainda mais forte e percebeu que ela também tinha acordado.

                - Bom dia meu amor. – sussurrou em seu ouvido.

                Ela sorriu, ainda com os olhos fechados.

                - Bom dia! - Ela lhe respondeu abrindo os olhos e oferecendo a ele mais um de seus sorrisos contagiantes. – dormiu bem Finn?

                - Muito bem, eu diria que...melhor impossível.

                - Fico feliz em saber disso – Finn a viu e aproximando para beija-lo com ternura.

                Ao se afastarem Finn ficou olhando para ela, com seus cabelos bagunçados, seus olhos inchados devido ao sono, estava linda naquele momento e desejou que todas as suas manhãs fossem assim e ele não conseguia desviar os olhos. Estava encantando com aquela experiência de acordar junto dela.

                - O que foi? – ela lhe perguntou com um sorisso.

                - Nada...só estou olhando o quanto você é linda...

                - Para com isso Finn- ela falou cobrindo sua cabeça com o lençol - nós sabemos que não podemos confiar em seu julgamento, você é suspeito para falar isso...

                - Hei – disse Finn puxando o lençol que cobria a cabeça de Rachel – se você não se importar, prefiro que não esconda seu rosto. Eu vivi sem ele por mais tempo do que eu podia suportar ....

E Rachel não pode deixar de se sentir extremamente feliz pelas palavras dele, ela se sentia exatamente da mesma forma.

- E... – disse ele continuando - eu já te disse muitas vezes meu amor...você é linda, sexy e só você me faz sentir desse jeito...

- Que jeito? – perguntou ela com um sussurro.

- Amando incondicionalmente, sem me importar com o que vamos fazer amanhã, ou depois de amanhã, ou daqui à 10 anos...

Não terminou sua frase, pois Rachel o interrompeu com um beijo. Se beijaram até o que ar faltou aos dois, ficaram um por um minuto em silencio, suas testas encostadas.

- Eu te amo Finn, mais do que eu posso descrever.

- Eu também te amo.

E muito cedo para o gosto de Finn, ele a viu saindo de seus braços, levantando-se enrolada no lençol. Não queria admitir, mas sabia que ela estava certa, eles tinham que levantar.

- Você me aguarda aqui, enquanto eu tomo um banho? Perguntou ela meio sem jeito.

Finn não entendeu o evidente desconforto que sentiu vindo de Rachel, mas achou melhor nem perguntar o que aquilo significava, pensou em ir embora e deixar para se falarem mais tarde. Mas então ele se lembrou que eles não estavam sozinhos na casa.

- Claro, afinal eu não vou enfrentar seus pais sozinhos...

- Nossa Finn! Eu tinha até me esquecido deles! Me espera aí, eu prometo que dessa fez vai ser rápido...

E então ela saiu, deixando Finn sozinho com seus pensamentos.

Rachel fechou a porta do banheiro, encostando-se nela. Sentia seu coração disparado em seu peito. Olhou no espelho, quase não se reconhecendo.

Aquela Rachel que ela via no reflexo era uma Rachel totalmente diferente daqui ela se acostumou a ver nos últimos meses. Os olhos brilhando, as bochechas rosadas e o semblante de felicidade estavam de volta ao rosto dela.

Se livrou do tecido que cobria seu corpo e entrou embaixo da água quente. Enquanto tomava seu banho não pode deixar de lembrar de cada detalhe da noite anterior. Lembrou-se de cada toque, de cada beijo, cada gesto de carinho e da forma que eles se amaram. Aquilo tudo tinha sido muito mais do que ela podia desejar ou merecer.

Sentiu um aperto no peito ao lembrar que logo eles partiriam de volta a suas rotinas, mas se recusou a pensar nisso naquele momento. Ela agora curtiria seu momento de felicidade e torcia para que nada a fizesse perder tudo o que ela estava sentindo e vivendo naquele dia.

E para tirar de vez os pensamentos ruins de sua cabeça, ela começou a cantar. Queria pode cantar ainda mais alto e demostrar a todos o quanto ela estava feliz.

Finn a ouvia cantar no lado de fora e sorriu a pensar que naquele momento ele também sentia vontade de cantar de tão feliz que estava se sentindo.

Enquanto ela tomava seu banho, ele se levantou, colocando suas roupas. Ele sabia o quanto Rachel demorava a se arrumar. Por mais que ela tivesse prometido que seria rápido, ela com certeza não teria abandonado seus hábitos e todo o seu ritual de preparação.

Andou pelo quarto, parando próximo a janela olhando a rua e o movimento fora daquele mundinho que os dois haviam criado, até que algo em cima da cômoda atraiu sua atenção.

Se aproximou, achando por um momento que poderia ter se confundido, aquele não poderia ser seu caderno de anotações. O pegou girando em suas mãos. Aquele definitivamente era seu caderno, mas que diabos ele estava fazendo alí? Pensou que somente uma pessoa seria capaz de ter o achado e de tê-lo entregue a Rachel. Kurt.

Ele sabia que tudo que tinha escrito ali era direcionado a ela, mas isso o tornava muito particular.

Ficou chateado por ela não ter falado nada ainda para ele. E ele odiava com todas as suas forças quando mentiam e escondiam coisas dele. Ele já fora traído dessa forma mais de uma vez e ele não sabia lidar com situações como esta.

Ele tinha consciência de que Kurt provavelmente tinha tentando ajuda-lo, mas não conseguia deixar de se sentir zangado com tudo aquilo.

E pela segunda vez naquele dia pensou em ir embora, mesmo sem se despedir. Sabia que estava sendo estúpido, mas ele nunca conseguia pensar claramente quando se sentia nervoso. Pegou seu blazer e o vestiu, já estava com a mão na maçaneta da porta do quarto quando ouviu a porta do banheiro se abrir. Se virou para olhar para ela.

- Finn, aonde você.... – Rachel interrompeu sua frase ao ver o que Finn segurava em suas mãos – Finn eu....eu posso explicar....

- Eu espero que sim Rachel, mas agora....agora eu preciso ir.

- Mas Finn...

- Depois Rachel... a gente se fala depois.

Saiu fechando a porta com um pouco mais de força do que o necessário, desceu as escadas o mais rápido que conseguiu. Ao pé da escada se deparou com Hiram, que o olhava assustado. Apenas acenou com a cabeça em cumprimento e se dirigiu para saída, nem dando tempo para ele fizer qualquer pergunta a Finn.

Saiu em direção a sua casa e ele teria que conversar sério com seu irmão. De novo. E pensou que ele não gostava nada do padrão que ele via se formar diante dele.

Rachel correu para a janela a tempo de vê-lo entrar em sua caminhonete. Sentou na cama enrolada a sua toalha e chorou.

Seus medos se tornando realidade bem em frente aos seus olhos. Pensou nas ironias do destino. Que a faziam se encontrar com o amor da sua vida, só para tira-lo de seus braços novamente.

E em como a vida pode mudar em apenas alguns minutos.