Meu Namorado Imaginário escrita por chansiker


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, desde SKHS e MTIY venho querendo escrever uma long com B1A4. Nesses últimos tempos me apaixonei também por NU'EST, e por isso resolvi coloca-los na fic. Espero que gostem e comentem. Reviews = continuação.
Até as notas finais :)



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Gongchan entrava sozinho em território inimigo.

De acordo com seus cálculos, Ren estava há exatos oito minutos e dezesseis segundos atrasado para encontra-lo. Por alguma razão desconhecida, a companhia de seu melhor amigo era a única garantia que tinha de voltar vivo do intervalo.

Apreensivo, prendeu a respiração, pegou sua bandeja e se postou discretamente no final da fila do refeitório. Após uma rápida olhada em direção à mesa real, viu que Aron e sua trupe de valentões estavam ocupados demais derramando suco de cenoura na cabeça de Jinyoung para notarem sua presença. Era um pensamento egoísta, Gongchan sabia, mas estava aliviado por terem pegado o pobre garoto do segundo ano antes dele.

Quando terminou de se servir, Gongchan escolheu a mesa mais distante possível e se sentou. Tirou seu celular do bolso e digitou furiosamente uma mensagem para Ren:

“Onde vc esta, garoto? To sozinho no refeitorio. Aron, Baro e os outros estao fazendo coisas horriveis com o Jinyoung. Nao sei por quanto tempo ele os mantera distraidos, entao pfvr se apresse!!!”

E assim que clicou em enviar, Gongchan teve uma surpresa desagradável. Os poucos segundos em que se manteve concentrado no visor de seu celular foram o suficiente para Aron e seus amigos se aproximarem sorrateiramente de sua mesa.

Aquela não era sua manhã de sorte.

Os olhos aterrorizados do garoto subiram em câmera lenta da cintura de Aron - adornada por um cinto de rebites - até seu rosto maldoso, onde havia um sorriso cruel estampado.

- Achou que ia passar despercebido, moleque? – disse Aron ajeitando sua jaqueta de couro e cruzando os braços de forma zombeteira. – Eu e os meus camaradas aqui conseguimos sentir cheiro de veado de longe.

Gongchan engoliu em seco. Tentou responder alguma coisa, mas percebeu que havia ficado mudo. Lembrou-se imediatamente da última vez em que tinha sofrido retaliações daqueles garotos e de como terminou o dia trancado dentro de uma lata de lixo.

Perdido naquelas lembranças infelizes demorou a se dar conta de que já tinha criado raízes no banco e não conseguia sequer se mexer mais.

- Que foi? O gato comeu sua língua? – zombou Aron, e seus amigos todos riram.

- Cara, se liga nisso.

Sandeul, um dos brutamontes do grupo, enfiou a mão na bandeja de Gongchan e pegou uma banana que o garoto tinha escolhido como sobremesa.

– O que será que ele vai fazer com esse negócio, hein?

Novas gargalhadas foram ouvidas, e Gongchan sentiu-se ainda mais encurralado, impotente.

- Levante-se, Gong – ordenou Aron.

Como um servo, Gongchan obedeceu.

- Ainda temos um pouco daquele suco de cenoura? – perguntou Aron a Baro, e o loiro entregou a garrafa para o líder com um olhar triunfante.

Para a insatisfação de Gongchan e o delírio de todos os babacas do colégio que assistiam à cena, ainda restava metade do conteúdo. Aron abriu a garrafa, arrancou a touca de Gongchan e despejou o líquido espesso lentamente nos cabelos morenos do mais novo.

Lágrimas começaram a escorrer pelos olhos de Gongchan enquanto as risadas se tornavam ainda mais altas. Ele nunca havia se sentido tão humilhado antes.

- Já chega, Aron.

Uma voz familiar calou o grupo. Ren surgiu na entrada do refeitório, acompanhado por JR. Ao ouvir sua voz, a expressão no rosto de Aron ficou séria, quase assustada. O jovem de cabelos louros abriu caminho entre a multidão que se aglomerava por ali com JR em seu encalço, e encarou Aron.

- Você vai deixa-lo em paz, Aron.

Sua sentença soou um tanto ameaçadora, e Aron pareceu ainda mais desconcertado. Sem dizer uma palavra para Ren, ele chamou seus amigos e deu as costas a Gongchan. Nesse mesmo instante, o sinal ecoou pelo refeitório e os demais alunos também partiram. Sujo como estava, não havia como Gongchan voltar à classe.

- A culpa foi minha – disse Ren ao amigo. JR retirou um lenço de seu bolso e entregou ao louro, que começou a secar o rosto de Gongchan. – JR e eu estávamos na Educação Física e não percebemos quando o sinal tocou.

- Tudo bem – disse Gongchan ainda fungando. – Poderia ter sido muito pior.

Ren respirou profundamente e murmurou um “malditos”.

- Você quer que a gente te leve pra casa? – ofereceu JR.

- Não precisa, eu estou bem – mentiu Gongchan. – Eu vou... ao banheiro me limpar. Por favor, voltem para as suas salas. A gente se fala depois, Ren. Pode ser?

Apesar de Gongchan ser mais velho e mais forte que Ren, o mais novo sentia-se responsável pela segurança do amigo. Ele era tão frágil e indefeso, tanto por dentro quanto por fora. Ficou realmente preocupado, mas resolveu deixa-lo sozinho como queria. Mais tarde teria uma conversa séria com Aron, e certamente o obrigaria a pedir desculpas de joelhos pelo que fez.

Desolado, Gongchan deixou os dois garotos e caminhou a passos lentos até o banheiro masculino, desejando que não houvesse ninguém por lá. O único que gostaria de ter por perto naquele momento, o único que seria capaz de consola-lo, era Shinwoo. Mas teria que esperar até chegar em casa para vê-lo.

Como ele desejava que Shinwoo pudesse sair de lá... que ele fosse capaz de aparecer como mágica sempre que Gongchan precisasse...

Assim que entrou no banheiro, Gongchan ligou uma torneira e mergulhou a cabeça embaixo dela, deixando escorrer a água gelada em seus cabelos. Só então percebeu que o líquido laranja não era apenas suco de cenoura, mas sim uma mistura com tinta guache e alguma outra coisa igualmente pegajosa. Esfregou, esfregou e esfregou, mas quando se olhou no espelho seu cabelo continuava laranja.

- Use isso – disse uma voz em suas costas.

Assustado, Gongchan levantou-se para ver quem era o dono daquela voz. Com a água ainda escorrendo por sua face, respirou aliviado quando viu que se tratava de Jinyoung, o garoto do segundo ano que também havia sido perturbado por Aron e sua turma no intervalo. Ele estendia uma espécie de shampoo vermelho para Gongchan e tinha uma toalha em cima dos ombros. Seus cabelos ruivos ainda estavam úmidos.

- Ajuda a sair mais rápido – disse Jinyoung com um sorriso gentil. – Levo sempre na minha mochila, Aron adora jogar isso nas pessoas.

Receoso, Gongchan se curvou de maneira respeitosa para o outro e aceitou o shampoo. Colocou um pouco na palma de sua mão e devolveu o tubo para o mais velho em silêncio. Esfregou o produto em seus cabelos, fechou os olhos e voltou a posicionar a cabeça embaixo da torneira.

- Vai precisar de muito mais que isso – disse Jinyoung. – Essa coisa é difícil de sair.

Ele colocou mais shampoo em sua própria mão e começou a acariciar os cabelos de Gongchan, formando neles uma grande camada de espuma. Assim que Gongchan sentiu o contato dos dedos do rapaz em sua cabeça, seu coração deu um salto inesperado. Ele apoiou seus braços na pia, abriu rapidamente um olho e viu que o azulejo estava pintado de laranja. A tinta enfim estava deixando seu couro cabeludo.

Quando Jinyoung terminou e desligou a torneira, Gongchan ficou imóvel, sem saber o que fazer. O ruivo então pegou sua toalha, levantou o garoto com cuidado pelos ombros e começou a secar os cabelos dele. Mais uma vez, Gongchan teve uma sensação estranha. Um arrepio percorreu sua espinha.

- Não... precisa – ele disse com dificuldades. – O-obrigado.

Gongchan se curvou novamente para o rapaz, dessa vez de forma bem mais exagerada, e saiu do banheiro correndo.

O que foi isso?, perguntou a si mesmo. Isso não está... certo.

Shinwoo.

Subiu correndo as escadas até sua sala e deixou um trajeto de gotas de água pelo caminho. Pegou sua mochila, foi atingido por uma bolinha de papel lançada por Baro e foi embora rapidamente do colégio. Precisava voltar para casa, para a segurança de Shinwoo, o quanto antes.

Um pressentimento ruim o assombrava.

Não morava tão longe assim da escola, mas correu o mais rápido que suas pernas conseguiam.

Estava completamente sem fôlego e seco quando chegou ao hall de entrada do prédio. Entrou depressa no elevador e desceu em seu andar. Arrancou os sapatos desesperadamente e entrou em casa atirando sua mochila de qualquer jeito no chão. Àquele horário sabia que seus pais ainda estavam no trabalho, e por isso gritou.

- Shinwoo hyung, você está aí?!

O procurou na sala, na cozinha e em seu quarto, mas não viu nenhum sinal do garoto.

– Shinwoo hyung, por favor apareça!

Gongchan continuou procurando em todos os cômodos, mas Shinwoo simplesmente não estava em lugar nenhum. Voltou ao seu quarto atordoado e se atirou na cama. Ele não podia ter ido embora. Não podia.

Calma, respira fundo. Você precisa se concentrar nele, fazer como fez da última vez. Pense... pense... pense!

Nada aconteceu.

Desesperado, Gongchan chorou feito um bebê. Não deveria ter deixado Jinyoung o tocar. Não deveria tê-lo deixado sequer chegar perto dele. Shinwoo fora embora para sempre, e o culpado disso era ele.

Muitos minutos depois, o cansaço levou o garoto a dormir. Quando acordou, já era quase noite. Para o seu alívio, encontrou Shinwoo ali, sentado na beira da cama. Ele acariciava a perna de Gongchan por baixo do edredom que usou para cobri-lo horas antes.

- Shinwoo hyung! – ele disse surpreso.

- Shiu! – fez o outro, colocando o dedo indicador em frente aos lábios e sorrindo, aquele sorriso doce que Gongchan tanto amava. – Sua mãe já chegou. Ela vai achar estranho se abrir a porta do quarto e encontrar o filho falando sozinho.

- Eu pensei que você tivesse ido embora – sussurrou Gongchan, sentando-se para vê-lo melhor. – Que tinha ido embora e me deixado pra sempre.

- Eu nunca vou partir, Channie - Shinwoo o tranquilizou. –  A menos que você queira isso.

- Nunca! Eu nunca vou desejar uma coisa dessas!

A voz de Gongchan saiu um pouco mais alta do que ele pretendia, e passos foram ouvidos na cozinha. Imediatamente a imagem de Shinwoo se dissolveu em uma espécie de poeira brilhante e sumiu logo em seguida.

- Está tudo bem, meu filho? – perguntou a mãe do garoto, abrindo a porta do quarto e entrando.

- Err... tudo sim, mãe – respondeu ele. – Só tive um pesadelo.

Gongchan recebeu um beijo acolhedor em sua testa e a senhora voltou para a cozinha.  

Shinwoo tornou a aparecer momentos depois, dessa vez de pé em frente ao armário.

- Essa foi por pouco, não é? – e sorriu.

Sem nenhum aviso, Gongchan pulou da cama e o abraçou como nunca havia feito antes.

Mas, dessa vez, notou algo diferente.

O corpo de Shinwoo estava quente. Real.


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Notas finais do capítulo

Sim, Sandeul também é um dos vilões, haha!
E o Shinwoo é o namorado imaginário, caso tenha ficado alguma dúvida ^^



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