A noite já estava se arrastando, Rose Weasley havia acabado de chegar do trabalho trouxa. Sim, ela era uma bruxa, mas preferira o mundo trouxa, tinha herdado tal fascinação de seu avô, ela gostava do que fazia, médica, sempre foi o que sonhou.

            Jogou a sua bolsa e o jaleco sobre a poltrona enquanto trancava a porta e pensava no último caso que aconteceu. Aquelas crianças estavam mortas, mas sem nenhum ferimento, a não ser o garoto, a mão dele havia sido corroída por algo, mas a menina, ela não tinha nada, aquilo sim despertou a curiosidade de Rose, que foi tirada de seus pensamentos pelo som da campainha tocando.

            - Estou indo! – gritou enquanto levantava-se para atender a porta. – Lily? – indagou surpresa.

            - Não era bem essa a recepção que eu esperava, mas...

            Rose revirou os olhos enquanto sorria, aquela era sua prima e melhor amiga, que agora, estava prestes a completar seus dezenove anos.

            - Entre – Rose disse dando espaço para a ruiva mais nova passar.

            Essa era uma característica de todos os Weasley, serem todos ruivos, exceção a alguns. Rose tinha os cabelos ruivos e cacheados, já Lily tinha os cabelos ruivos e lisos.

            - Posso saber a que devo a honra de sua visita? – Rose perguntou com um sorriso, sabia que a prima estava aprontando algo.

            - Eu sei, eu sei, poucos têm toda essa honra, mas quer saber, eu vim aqui para lhe avisar que estamos indo a uma festa, como os trouxas chamam aquilo mesmo... – Lily ficava estalando os dedos – Ah, balada trouxa.

            -Estamos?– Rose indagou.

            - Sim,estamos. Eu, você, Dominique, Roxanne, Victoria, Teddy, Albus, James, Fred, Louis, Lucy e alguns amigos.

            Rose sabia muito bem a que “amigos” Lily referia-se. Luke Zabini, seu namorado, para todos os efeitos.

            - Sinto muito, Lils, mas não posso ir, eu estou...

            - Nem venha com o discurso de “estou muito cansada”! – Lily a interrompeu. – Rose, você precisa vir conosco! Faz um bom tempo que não faço nada com a minha prima querida.

             Rose conhecia Lílian Luna Potter muito bem para saber que ela não iria desistir tão fácil.

             - Só me dê um tempo para trocar as minhas roupas e tomar um banho, afinal, você já está toda arrumada – Rose disse em tom monótono.

            Ela subiu as escadas para ir ao seu quarto e tomar um banho e se arrumar. Lily verificou se a garota já havia virado no corredor de cima e correu pela sala para chegar ao telefone e ligar para o seu irmão.

            -Alô?– a voz de Albus saiu do outro lado da linha.

            - Sou eu – Lily murmurava olhando a cada momento para a escada. – Conseguiu?

            -Sim e você?– Lily podia não ver, mas sabia que o seu irmão estava ali sorrindo.

            - Lily Potter sempre consegue o que quer – ela disse sorrindo.

            -Tenho que concordar. E agora? O que nós vamos fazer? Afinal, se eu conheço muito bem esses dois, nunca que eles irão ficar em um lugar sem brigar.

            - Não se preocupe mano, a “Operação:R.S.” vai começar.

            -Tudo bem, ele está vindo, vou desligar,te vejo lá.

            - Tchau.

            Lily colocou o telefone no lugar e ficou sentada no sofá esperando a garota descer. Passaram-se alguns minutos até que isso aconteceu. Rose estava linda. Usava um vestido cinza que destacava-se em sua pele clara e seus cabelos selados pelo vermelho fogo.

            - Prima, você está muito bonita – Lily disse pondo-se de pé.

            - Obrigada, Lily, e você também está – Rose disse sorrindo.

            - Faço o que eu posso – Lily respondeu.

            - E claro, a sua modéstia.

            - Você vai ficar reclamando da minhamodéstiaou vem logo?

            - Calma impaciente, eu já estou indo – Rose disse. – Para qual clube nós vamos mesmo?

            - Segure-se em mim – Lily disse estendendo a mão para a Rose, que no segundo seguinte sentiu algo como um puxão em seu umbigo a levando para longe dali.

            As garotas já estavam acostumadas com aquela sensação, elas aparataram em uma esquina escura.

            - Achei que iríamos a uma balada trouxa – Rose disse fitando aqueles letreiros que pareciam ser enfeitiçados.

            - E é uma balada trouxa, mas ninguém sabe que os donos são bruxos.

            - Donos?

            - Lorcan e Lysander Scamander – Lily respondeu sorrindo.

            Rose sorriu e juntas seguiram para a fila de entrada, que por sinal, estava enorme.

            - Comigo, eles avisaram que quando chegássemos era para dizer os nossos nomes para o grandão ali – ela indicou o segurança. – Oi, Lily Potter e Rose Weasley, somos amigas da Lys e do Lorcan – Lily falou para o segurança que verificou a lista e depois abriu a passagem.

            - Sejam bem-vindas ao Clube Magia.

            - Obrigada – Rose disse ao passar por ele.

            Ao entrarem no local, Rose vira o quanto de magia fora utilizado e o quanto os trouxas ali presentes não percebiam que praticamente, tudo ali, eramagia.

            Lily segurou a mão da prima e a guiou até o local indicado para elas encontrarem-se com os demais.

[...]

            Scorpius já estava no segundo copo daquela bebida trouxa que não recordava o nome. Ele não gostava nenhum um pouco daquele lugar,cheio de trouxas, pensou.

            - Albus! – falou relativamente alto para que o amigo escutasse algo. – Já vou!

            - O quê?! Não! Você tem que ficar mais um pouco! – Albus respondeu.

            - Eu tenho que ir...

            - Para fazer o quê? Ficar trancando dentro daquela casa? Não, você vai ficar aqui nem que eu tenha que usar um feitiço em você.

            Scorpius o fitou com aqueles olhos cinzas e foi ao bar pegar mais um copo daquilo. Ele nem queria imaginar o que Morbius falaria caso soubesse por onde anda, e ele não duvidava nenhum um pouco que ele soubesse.

            O loiro estava voltando para a mesa quando a figura de uma ruiva o fez parar. Ela não poderia estar ali.

            - Scorpius! – Albus gritou para ele sorrindo.

            O jovem despertou-se do transe e voltou caminhando lentamente pela mesa, ignorando aqueles olhos azuis que o fitavam.

[...]