Renesmee POV:

Todos começaram a arrumar suas coisas para a viagem, mas Carlisle acabou com a nossa alegria. Ele disse que somente ele, Rosalie e Emmett iriam. Uns quinze minutos depois, eles saíram. Me sentei no sofá, bufando. Um pouco de alegria iria ser bom, mas não. Tenho que ficar presa nessa casa, olhando as moscas. Quer dizer, não exatamente. Eu podia muito bem sair com o Jake, mas para onde? Nessa cidade não dava para fazer nada!

- Então... Nós vamos ganhar mais uma Cullen? - Perguntei assim que Bella, Edward, Alice, Jasper, Esme e Jacob se juntaram à mim na sala.

- Parece que sim. - Esme sorriu 

- E uma humana? Vocês vão trazer uma humana para cá? - Foi a vez de Jake perguntar. Ele parecia totalmente atordoado com tudo isso.

- É, Jake. Você sabe que nós podemos muito bem conviver com uma humana. - Edward respondeu calmamente. 

Jake balançou a cabeça negativamente e se jogou ao meu lado. Ele passou seu braço ao redor da minha cintura e me puxou para mais perto de seu corpo. Percebi que Edward havia ficado mais tenso com isso. Vocês devem estar estranhando, não? O fato de eu chamar minha mãe de Bella e meu pai de Edward. Eu os chamo desse jeito, por causa da escola. Eu não posso chamar Bella de mãe, porque temos uma falsa história para tudo isso. E eu já me acostumei de chamá-los pelo nome e como eles não se importam...

- Só espero que não acabe que nem a Bella - Jake resmungou baixinho, desviando o olhar. 

- Ela não vai acabar como a Bella, Jacob. 

Melinda POV:

Dor. Era tudo o que eu estava sentindo naquele momento. Uma parte de mim não queria acreditar que meus pais haviam morrido e outra parte de mim, praticamente gritava a realidade na minha cabeça. Me arrependia amargamente por não ter dormido em casa naquela noite. Eu poderia ter ido com eles. Mas não. Sophie teve que me convidar para ir dormir na casa dela.

- Srta. Johnson? - Ouvi a voz da Sra. Steven, a diretora do orfanato. 

A Sra. Steven, ou como ela prefere ser chamada Anne, tinha aproximadamente 45 anos, mas não parecia ter isso. Seus cabelos batiam até um pouco abaixo dos ombros e eram totalmente lisos. Seus olhos eram num tom mel. E ela sempre estava elegante. Anne entrou no meu pequeno e escuro quarto, e sentou-se ao meu lado. 

- Como você está? - Perguntou me analisando.

- Estou bem. - Menti.

- Você tem visitas. 

- Sra. Steven, eu... - Fui interrompida

- Anne. - Ela me corrigiu

- Certo, Anne. Você sabe que eu não quero ser adotada. Prefiro muito bem continuar aqui no orfanato, até completar meus dezoito anos. 

- Eles não estão aqui para te adotar, querida. Querem apenas conversar com você. Se lembra do Dr. Cullen? 

Depois de muita resistência, Anne conseguiu me arrastar para a sala dela. Assim que entramos vi o Dr. Cullen e dois outros Cullens da família dele. Tinha um homem bem alto, forte e com os mesmos olhos dourados. Já a outra Cullen, era uma loira esbelta, de olhos dourados e um corpo perfeito. Ela sorria para mim. 

- Melinda! Como é bom vê-la. - Carlisle disse se levantando e vindo me abraçar - Eu sinto muito pelos seus pais. Eram pessoas maravilhosas. 

- É, eles eram. - Sorri fraco.

- Fiquei sabendo que irá morar aqui no orfanato. Por que isso? 

- Não tem mais ninguém da minha família e eu não tinha para onde ir, já que a casa foi toda queimada... - Respondi, dando de ombros. 

Carlisle ficou em silêncio, apenas assentiu com a cabeça. Ficamos em silêncio por aproximadamente uns dez minutos, até que a loira se apresentou. 

- Ah, que má educação a nossa. Sou Rosalie Hale e esse é o Emmett. 

- Prazer em conhecê-los. - Sorri, tentando ser gentil. 

- Melinda, por que você não passa um tempo conosco? Nossa casa é grande e cabe para mais uma. Seria uma enorme honra para nós. - Rosalie falou rapidamente. 

Olhei para Carlisle depois para Emmett e por último para Rosalie. Eu sabia que queriam me adotar desde o primeiro momento que Anne fora ao meu quarto me chamar. Era sempre assim. Todos queriam me adotar. Simplesmente porque sou a filha daquele casal rico que morreu e herdou toda a herança. Já perdi a conta de quantos casais vieram aqui querer me adotar em apenas UM dia. E eu sempre arranjava uma forma de mostrar à eles que não devem me adotar. Eu sempre fui uma garota obediente. Nunca falei palavrões ( só pensei ), nunca fiquei bêbada, o único namorado que eu tive foi o filho do prefeito e eu terminei com ele meses atrás porque ele queria transar comigo, minhas notas sempre foram excelentes... Mas na frente daqueles que queriam me adotar, eu fingia que era a típica adolescente rebelde. Olhei para Rosalie mais uma vez e percebi que ela me encantava. De verdade. Ela era tão linda, tão linda, que parecia um anjo. 

- Eu adoraria - Respondi sem pensar. 

Pisquei duas vezes, surpresa com a minha própria resposta. Meia hora atrás eu estava decidida à NÃO ser adotada de maneira alguma e agora, eu estava mais derretida do que uma manteiga. Depois que respondi, Rosalie se levantou e me abraçou bem forte. Emmett também me abraçou, então notei que os dois estavam juntos. Rosalie e Emmett ficaram conversando com Anne sobre a papelada e tudo mais. Me sentei ao lado de Carlisle no sofá e ele sorriu para mim.

- Tenho certeza que você não irá se arrepender, Melinda. Seus pais iriam gostar de saber que você está conosco e não com uma outra família qualquer. Eu e seu pai éramos muito amigos, você sabia? - Ele disse bem baixo para somente eu ouvir.

- Ele me falava muito de você, Dr. Cullen. 

- Me chame apenas de Carlisle, querida. E sim, nós éramos mesmo ótimos amigos. Seu pai viveu praticamente a mesma coisa que eu. Tínhamos muito em comum. - Ele disse misteriosamente. Apenas sorri fraco, sem saber o que dizer. 

Mais alguns minutos se passaram e Anne pediu para eu arrumar minhas coisas. Pelo que eu entendi - ou melhor, pelo que eu prestei atenção - a assistência social iria analisar a questão financeira dos Cullens e iriam dar minha guarda provisoriamente à Rosalie e Emmett. Se estiver tudo ok com o dinheiro deles, vão pegar minha guarda definitiva. E irá ter todas aquelas visitas semanais, mensais e algumas surpresas para ver se está tudo certo comigo, essas coisas... Quando fui liberada, entrei no meu quarto e comecei a passar todas as roupas - que eu havia comprado recentemente, já que as minhas antigas foram queimadas - para três malas enormes. Isso mesmo, três malas. E mesmo assim, ainda tive que espremer algumas roupas lá dentro. Terminei de guardar meus sapatos, acessórios e maquiagem. Na mesma hora, Emmett entrou no quarto. 

- E então, Mel, está pronta? - Ele perguntou, colocando as mãos na cintura. Em qualquer outro homem, esse ato iria parecer de gay, mas não para Emmett. 

- Sim, só falta carregar essas malas... 

- Ah, deixa isso comigo, princesa. - Ele sorriu abertamente e pegou as três malas tão facilmente que me deixou de boca aberta. 

Quando Emmett percebeu minha reação, apenas riu e deu de ombros. Continuamos a andar pelo orfanato até a saída. Fomos para o estacionamento. Rosalie, Anne e Carlisle nos esperavam lá. Eles estavam parados na frente de uma linda bmw conversível vermelha! Segunda vez que fiquei de boca aberta. Emmett colocou as malas dentro do carro e se encostou no mesmo, com um sorriso. 

- Podemos ir agora, Sra. Steven? - Carlisle perguntou gentilmente.

- Ah, mas é claro. - Ela sorriu e se virou para mim - Se precisar de qualquer coisa, querida, basta me ligar, ok? - Beijou me testa e se despediu de cada um. 

Rosalie passou os braços ao redor do meu pescoço, me puxando para o carro. Ela entrou no lado do motorista e Emmett abriu a porta do passageiro para mim. Entrei, um pouco hesitante. 

- Então, Mel... Ansiosa para conhecer o resto da família? - Rosalie perguntou

- Bastante, dona Rosalie. - Ela gargalhou

- Dona Rosalie? Ah, querida. Pode me chamar  de Rosalie ou Rose. - Piscou.

Eu havia mentido. Estava MUITO ansiosa. E com medo também!