Então tivemos que ir cada uma para a classe, passou a segunda, a terceira, a quarta, a quinta a sexta aula, o almoço e nada de responderem a mensagem que eu havia mandando. Quando eu me encontrava com Melani na troca de aulas, ela sempre me perguntava ansiosa se o tal anônimo tinha respondido e eu sempre balançava a cabeça negativamente

Então eu estava com Melani, quando encontramos Carlos e fomos no refeitório almoçar. Fomos deixar nossas mochilas na mesa e depois fomos pegar nosso almoço e nos direcionamos de novo a mesa e nos sentamos

– Lo, cuidado sua mochila esta aberta, pode cair alguma coisa – Melani disse apontando com o garfo para a minha mochila

– Estranho, sequer eu abri ela hoje, dormi praticamente em todas as aulas – fechando o zíper da minha mochila que estava ao meu lado no banco.

Então continuamos a conversar

– Fiquei sabendo que um menino da minha aula de história da arte babou em você na festa – Carlos falou com a mão na boca – Jackson eu acho.

– Meu coração já esta tomado pelo Jay hahaha

– Não! To falando que pode ser ele o autor das cartas – então o sinal tocou, era hora de voltarmos para o segundo período.

– Vejo vocês no final do segundo período – eu disse indo para a sala de aula. Quando me sentei e eu ia pegar meu material um cara que eu nunca vi na vida, apareceu na porta

– Senhorita Bailey? Lorena Bailey?

– Sim

– Te esperam na diretoria - Então o fixei por uns segundos, peguei a minha mochila e fui.

– Fica por aqui – O cara disse me mostrando o caminho . Isso com certeza não era um bom sinal. Na outra escola quando eu era encaminhada para levar uma bronca, ou para ser expulsa ou como da ultima vez, avisar que eu não tinha consigo nota suficiente para passar de ano.

– Senhor, a senhorita Bailey esta aqui – Disse o cara grandão que me acompanhara durante o trajeto batendo na porta, que pelo o que parecia, do diretor.

– Ah sim sim, mande-a entrar – Então ele fez com um gesto para que eu pudesse entrar, então o agradeci enquanto ele fechava porta.

– Licença

– Sente-se senhorita Bailey

– Pode me chamar de Lorena

– Não obrigada – Foi extremamente grosso, então permaneci quieta e sentei onde ele me mandara sentar. Foi quando eu percebi que não estávamos sozinhos, na extremidade do cômodo tinha uma pessoa que acabara de tossir, então me virei e pude ver claramente

– Tenho recebidos muitas criticas de você

– Por exemplo?

– Anda agredindo os estudantes dessa escola

– E posso saber quem foi que lhe disse isso?

– O senhor Prince mesmo fez a denuncia – Então Fernando se levantou da cadeira que estava e ficou o lado do diretor – E devo lhe dizer que bater no amigo de Fernando não foi uma atitude muito gentil da sua parte, inclusive quando o namorado da minha filha esta no meio. Não admitimos esse tipo de comportamento no Queen – Amigo de Fernando!? Esse filho da puta não teve coragem nem de falar que foi ele mesmo que apanhou, é um covarde mesmo!

– Isso é mentira – tentei manter a pose – Não bati em no amigo dele, bati no Fernando mesmo

– Não interessa quem bateu em quem, você vai cumprir a mesma detenção por um mês. Todas as terças, quartas e quintas às 19 horas você vai aparecer na sala 56

– Quarta?! Mas eu tenho aula de bateria – Eu podia ver os olhos de Fernando brilhando de satisfação.

– Não importa, toda atitude tem uma consequencia... Agora pode se retirar, obrigada – Então peguei a minha mochila e a joguei no meu ombro, abri a porta e a fechei com força. Andava tão pesado que era capaz do chão afundar.

Então o sinal tocou, então me direcionei para a minha aula de biologia. Me joguei na cadeira e prometi a mim mesmo que Fernando ia pagar cada centavo o que ele estava fazendo comigo, consigo ser vingativa quando consigo. O professor falava na frente, mas eu não conseguia ouvir, tudo o que se preenchia na minha cabeça era Fernando e a minha raiva dele.

Xxx

– Detenção!? – Melani gritou quando chegamos no nosso quarto depois do segundo período

– Sim, por um mês! – eu disse jogando a minha mochila na cama. – Bosta, bosta, bosta. Fernando vai se arrepender – eu olhava fixo para parede

– Não faça mais nada que você possa se ferrar mais

– O que vale um pingo, quando você já esta molhado? – eu disse levantando – Vou tomar um banho, ir a biblioteca e ficar até a hora do jantar.

Então fui tomei o meu banho para tentar esfriar a minha cabeça, e quando voltei Melani segurava um papel.

– O que é isso?

– Parece que o seu anônimo já sabia que você ia se ferrar hoje, da uma olhada – então Melani me deu carta.

‘’ Linda, não se esqueça que a filha do diretor é namorada do amigo do Fernando, então ele tem privilégios. Fiquei sabendo mas não consegui te livrar dessa, me desculpe. Você vai ser chamada na diretoria ainda hoje. ps: Recebi sua mensagem Ass:Quem sabe’’

– De onde você pegou isso?

– Fui ver se você estava com o livro de matemática ai na sua mochila, porque esqueci o meu la no armário debaixo, então encontrei essa carta

– Mas como foi que ele a colocou ai?

– No Refeitório! – Melani gritou – Lembra que a sua mochila estava aberta? Provavelmente colocaram quando a gente estava pegando a comida.

– E a gente não viu! Esse anônimo esta me deixando louca. – Eu disse jogando a carta na minha cama e indo em direção ao meu armário.

– Ei Lo... pode ser o Carlos sabia? – então gargalhei ao ouvir sua hipótese

– Claro que não! – Não posso negar que já tinha pensado no Carlos, mas era impossível ele estava apaixonado pelo minha melhor amiga

– Pode sim, ele é o único que pode ter aberto sua bolsa, ele foi o ultimo a sair da mesma quando fomos pegar o nosso almoço, e não deve ter dado tempo para fechar... É isso! – Ela gritou como se tivesse desvendado algo muito importante

– Não viaja Melani

– Raciocina comigo... – antes que ela pudesse contiuar, eu interrompi

– A gente tem o numero do Carlos, eu tenho o numero do Carlos... se fosse ele mesmo, apareceria o nome dele

– Mas pode ser outro celular!

– Vamos ligar para ele então, ok? Se for Carlos acho que reconheceríamos a voz. Me empresta seu celular

– Por que o meu?!

– Porque eu já mandei mensagem do meu, e o anônimo vai saber meu numero já – Então ela concordou, pegou seu celular e digitamos o numero.

– Coloca no viva voz! – Eu falei par aMelani,e ntão ela logo colocou e deixou o telefone em cima da cama. Atenderam.

– Alo? – Eu disse. E o telefone continuou mudo – Alo? – Repeti. – Tem alguém ai? – Então desligaram.

– Que merda! A pessoa não falou n-a-d-a! - Soletrei ‘’nada’’

– Será que ela sabia que era você?!

– Impossível Melani, eu estava com o seu celular. Não se lembra? Não tem como ela saber que sou eu

– Só se ela reconheceu a sua voz... E pra isso a pessoa já tem que ter conversado com você ...

– Não é o Carlos!

– Como você pode ter tanta certeza?

– Não foi só com ele que conversei nessa escola Melani, vários garotos conhecem a minha voz!Enfim, to indo pra biblioteca de la vou pra aula de piano.

– Tudo bem... mas eu ainda acho que é o Carlos e eu vou te provar - Ignorei Melani peguei meu celular, um caderno e caneta caso precisasse na aula e fui em direção a biblioteca, sem bilhetes na caixa de correio. Então quando eu ia em direção da biblioteca, ele me mandou uma mensagem, me surpreendendo

‘’ Me ligando com outro celular? Hahaha Adorei ouvir sua voz . Ass: Quem sabe’’ - Ele sabia que tinha sido eu.

‘’ Como você sabe que fui eu?’’

‘’ Sua voz Ass: Quem sabe

‘’ Você me deixa curiosa... Gostaria de ouvir a sua voz tambem’’

‘’ Voce já ouviu, só precisa tomar mais atenção de agora em diante quem fala com voce Ass: Quem sabe’’

‘’ Como você sabia que ia levar detenção?Como você colocou aquela carta na minha bolsa? Como você sabia que eu estava chorando?’’

‘’ Boa leitura linda ass: Quem sabe’’ – Eu estava em frente à biblioteca, então olhei assustada para minha volta para verificar quem estava com celular, e para o meu azar todos estavam com a merda do celular na mão. Pelo jeito não arrancaria nada do anônimo essa noite, então peguei o meu livro e continuei a ler. Naquela noite terminei o primeiro livro e começaria o segundo se não fosse o horário da aula de piano, não tive tempo para jantar, então guardei o livro e fui para aula.

– Bom, hoje vamos tentar alguma coisa diferente. – Dizia nathan falando com as meninas ali presentes. – Quero que me acompanhe com a voz, dessa vez não serão vocês no piano e sim eu – então começou uma hesitação na aula – Calma, calma. Já pude ouvir um ‘’ Eu não sei cantar’’ ‘’ Não sou afinada’’ e essas coisas, mas hoje o que menos me preocupa é a voz. Porque aula que vem vamos cantar e tocar o piano. Mas eu quero que hoje saibam a hora certa de se entrar na musica e essas coisas – Disse nathan indo em direção ao piano – E vamos nos lembrar que hoje não é a voz que importa, que tal começarmos por você Carly? Vem, vamos. A música é ‘’You and Me’’ Do Lifehouse, conhece? – Então a garota afirmou com a cabeça. Mentira que seria essa música? Eu simplesmente sou apaixonada por ela.

Não pude evitar de dar risada em algumas apresentações, as pessoas cantavam tal mal que faziam a minha mãe ser uma Whitney mas tente esconder o riso ao máximo, porque mesmo eu ganhando o show de talentos aos 10 anos, sabia que o meu ‘’talento’’ não tinha vingado aos meus quase 17 anos.

– Então falta só a Lorena, certo? – Nathan disse enquanto a ultima menina ia se sentar na cadeira – Venha ca – então eu me levantei – Conhece a musica?

– Sim

– Ok, então lição você já ouviu quando a falei para as outras certo? Eu quero que você saiba que hora deve entrar e sair na melodia, ok?

– Ok – Então ele começou a tocar a musica, e eu sabia onde entrar, pois eu ouvia toda hora que eu tinha a oportunidade. Foi estranho cantar com Nathan ao meu lado, pois a musica era romântica; Eu ficava olhando para nathan e para as teclas. Não sabia se eu estava me saindo bem, pois a ultima vez que eu cantara assim, ao vivo, fora a 7 anos atrás. Então pela primeira vez, reparei o quão verde eram seus olhos e o quanto seus traços eram suaves , e Nathan me olhava do mesmo jeito, seus olhos estavam fixos nos meus, desviado as vezes apenas para tocar o piano. De repente Nathan começou a acompanhar a musica comigo quando chegou no refrão, e o refrão dizia assim : ‘’Porque somos eu e você e todas as pessoas, com nada a fazer, nada a perder. E somos eu e você, e todas as pessoas e eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você’’ E cantamos um virado para o outro, como se não tivesse pessoas ali. Quando a musica terminou aplausos me acordaram e pelo jeito acordaram nathan também do transe em que estávamos e quando me virei eram das meninas em classe.

– Uau

– Você tem uma voz maravilhosa - eu ouvia cochichos e elogios, parecia que eu tinha saído bem.

– Vocês estão dispensadas, obrigada pela aula, até semana que vem – Disse Nathan sem comentar nada sobre o dueto que tínhamos acabado de fazer

Então peguei as minhas coisas e sequer olhei nos olhos de nathan quando fui embora. O que tinha sido aquilo? O que tinha sido aquela conexão que eu tivera com nathan segundos atrás?