Bleach - The World escrita por Yoshiro Nakayama, Naomi Cipriani


Capítulo 5
Silver Cross - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu sei que esse capítulo demorou, mas tivemos que revisar antes... E ainda acho que tem alguns errinhos... Mas tudo ok! =D Enjoy



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Já faziam pelo menos dez segundos que ele estava parado em frente à porta. Dez segundos em que ele se preparava para voltar à realidade. Depois do enterro, ele não havia voltado ao colégio. Ele só queria ficar sozinho, e ele já fazia um esforço enorme ficando com Yuzu e Karin. Mas já era tempo dele e de suas irmãs voltarem à vida. Foi com esses pensamentos que ele abrira a porta.

A sala inteira ficara em silêncio. Todos os olhavam. Ele suspirou interiormente e começou a suar frio.

– Oi, pessoal! – Disse ele com um enorme sorriso.

Ele estava se sentindo mal, e isso era bem visível. Mas todos responderam.

– E aí?

– Yo!

– Hey Ichigo!

As conversas continuaram, mas agora eram só murmúrios. Ele foi diretamente onde estavam seus amigos, como sempre. Ele tinha a impressão de estar andando torto, como se sua perna esquerda não estivesse ali. Ele também sentia seu braço tremer. Ele percebeu que não só todos estavam olhando para ele, como também ele era o assunto de todas as discussões. Finalmente ele chegara na mesa onde estavam Chad, Keigo e Mizuiro.

– Como vocês estão? – ele pergunta, com o mesmo sorriso forçado.

Ele recebe três respostas e o silêncio continua na sala. Ninguém perguntou como ele estava, Keigo não fez as idiotices dele e ele via as expressões de seus amigos. Como se ele precisasse disso. Que o lembrem de sua dor o tempo todo. Era por esse motivo que ele preferia ter ficado só...

– Hey, Ichigo!

Ele se vira, um pouco surpreso. Tatsuki entrou quase arrebentando a porta, e Inoue vinha logo atrás. Elas mantinham o sorriso de sempre em seus rostos.

– Aqui, os deveres dos dias que você faltou! E temos um relatório pra entregar na próxima sexta, então é melhor você começar a fazer logo!

Ichigo sorriu. É claro que Tatsuki iria combinar com Inoue que elas deveriam agir o mais naturalmente possível. Elas estavam se saindo bem, e Ichigo tinha que admitir que fazia bem conversar com alguém que não o olhasse com pena. É claro que ele iria aproveitar.

– Valeu, eu só vou copiar e te trago amanhã. E aí, como foi o torneio?

– Fiquei em segundo lugar! Entre 100 participantes, fiquei em segundo lugar!

Enquanto ela falava sobre o torneio, Orihime observava o rosto de Ichigo. Um pequeno sorriso, pra fingir que estava tudo bem. A voz meio rouca. Ele com certeza não estava bem. Mesmo assim Tatsuki tinha razão: falar normalmente com ele o faria se sentir melhor. Isso o faria pensar menos em seu pai. Agora ele só tinha que se preocupar em parecer normal.

Mizuiro sempre se perguntara sobre a intuição feminina de Orihime. Todos sabiam que ela não entendia nada sobre amor. Mas ele não conhecia ninguém melhor que soubesse desvendar a personalidade das pessoas em tão pouco tempo, mesmo a de Ichigo. Ele tinha até um pouco de afeição por ela... Pena que ela não era mais velha, mesmo se conhecendo-a melhor não mudaria nada. Ele se vira para Keigo e Chad, e entram em um consentimento. O que as garotas estavam fazendo era certo. Se Ichigo precisasse de amigos, eles estariam lá para ele.

A porta abrira mais uma vez. Todos se viraram para ver quem chegara.

– Bom dia.

Ichigo olhara diretamente para aquela pessoa. Ela havia chegado. Rukia estava em frente à porta, vestida com um uniforme normal, menos pelas meias, que eram pretas. Ela parecia totalmente normal e se ele não soubesse quem ela realmente era, ele nem teria se interessado. Mas a maior parte de seus colegas queriam que ela fosse muito bem vinda.

– Olá. Então você é a aluna nova?

– Sim. Sou Kuchiki Rukia, é um prazer – a garota fizera uma leve reverência para mostrar respeito

– É um prazer também...

– Nem pensar! O prazer é todo meu! – Keigo recomeçara a gritar.

Ele não era nada sutil e isso os deixava meio constrangidos. Mizuiro achava engraçado, mas quem fazia tudo voltar ao normal era Tatsuki.

– Então, na hora do intervalo, sente-se com a gente! Kuchiki, é isso?

Até parece que ele nunca tinha visto uma garota tão bonita... É verdade que ela era bonitinha, pensou Ichigo, mas não é aquela coisa toda. Nada fora do normal.

– Então você vai se sentar do lado do Ichigo! Mas eu não vou estar longe, então se precisar é só chamar!

A maneira como a garota olha para Ichigo mostrando sua carteira era diferente, talvez ela estivesse um pouco assustada.

– Então...Muito obrigada! E você deve ser o Ichigo, não é?

– É, seja bem vinda.

A cara de Ichigo era muito assustadora, e todos pensaram que a garota ali presente começaria a chorar. Mas eles não sabiam que ela tinha visto coisas piores no Gotei 13. Rukia o olhou por um segundo, e ele retribuiu o olhar. Era como se eles se conhecem há muito tempo. Ela deu um pequeno sorriso, sincero, e seu olhar era reconfortante. Bem, pelo menos ela estava lá... A voz da shinigami o fez voltar à realidade.

– Obrigada, então... espero que sejamos bons amigos.

– Vem comer com a gente hoje à tarde. – propôs Tatsuki. – Você veio de onde?

Inoue não escutou a resposta da morena. Ela simplesmente ficou observando-a. O jeito com que ela olhou o Kurosaki... Seu olhar era protetor, de pena. Talvez ela soubesse sobre o incidente envolvendo o pai dele? Mas Inoue também viu algo nos olhos dele. Algo como gratidão... Alguma coisa poderia estar acontecendo entre eles, pensou a ruiva, mas como não tinha certeza de nada, apenas observou.

Minutos depois a professora entrou e todos sentaram. Mas Inoue continuou observando a aluna nova.

...

Três horas. Já se passaram três horas, e ele não podia fazer nada para suportar essa situação. Ichigo começou a ficar desesperado.

Já se passou três horas desde que ele estava em sala de aula e que não se sentia entediado. A imagem de seu pai cotinuava a assombrá-lo. Ele tentava desfazer essa visão, escutando a professora, mas ela sempre voltava à sua mente. Ichigo sentia várias coisas ao mesmo tempo. A tristeza, que o obrigava a esconder suas lagrimas. A raiva, que o fazia escrever violentamente com o lápis. A culpa, que o fazia tremer constantemente, enquanto sua garganta se apertava. Desse jeito, ele não aguentaria um dia inteiro...

Ele saiu de seus devaneios quando escuta um barulho ensurdecedor. Ele olha rapidamente em torno de si, assustado porque ninguém reagira. Ninguém, fora Rukia, à sua direita. Ela pegou discretamente um celular e um tipo de distribuidor de bonbons com cabeça de coelho de sua bolsa. O barulho para quando ela olha para a tela do celular, então ela engole uma pílula verde. O resultado, meio que previsivel, não deixava de ser surpreendente. Em uma luz azul, uma segunda Rukia, vestida com kimono preto, surgiu do corpo da primeira.

– Eu volto logo.

Depois disso, ela... Desapareceu, e reapareceu na porta, abrindo-a rapidamente, e assustando a todos na sala, já que a porta havia sido aberta “sem motivo algum”.

Ichigo, meio assustado, observou por algum tempo o corredor antes de finalmente entender. Rukia agora era a shinigami responsável pela proteção de Karakura. Seu celular devia ter avisado sobre um hollow. Ele também pegou uma pílula verde e a engoliu. O resultado foi rápido: usando um kimono preto, ele sai de seu corpo, agora ocupado por Kon.

– Não chame atenção de ninguém e fique aqui até eu voltar!

Ele correu em direção da porta que sua professora acabara de fechar, e abriu-a, sem se importar com a reação de todos.

Kon o viu correr em direção a shinigami, mas ele não poderia fazer nada para impedir, senão ‘adeus discrição’. A professora apenas o olhou.

– Até parece que essa porta está assombrada... Bem Ichigo, responda a questão do livro, por favor.

Então... Adeus discrição...


XoX


E agora, o que fazer?

Ichigo já estava na frente do colégio havia um tempo e mesmo assim nem fazia idéia de onde Rukia poderia ter ido. Pensa.

Nas histórias de seu pai, os shinigamis podiam sentir a reiatsu de todos os seres. Ele poderia fazer isso...

Mas como se sentia reiatsu? Ichigo fechou os olhos e se concentrou na imagem de Rukia, se sentindo um pouco ridículo. De todo jeito, não iria funcionar. Ele suspirou.

Ao invés de se concentrar em sua imagem, ele poderia tentar se lembrar de sua... Sua aura? Como ele sabia que todo ser espiritual emitia uma ‘aura’, poderia servir para Rukia. Mas sua aura parecia com o que?

Ele se lembrou do funeral de seu pai. Os ‘líderes’ do Gotei 13 emitiam sua energia ao redor deles, como uma pressão constante. Como eles eram muitos, Ichigo não sentia nada de especial. Mas, na noite passada, como Rukia era a única shinigami do local, era diferente.

A presença da vice-capitã era forte, como a de cada oficial superior. Mas ela não era pesada. Era um pouco discreta. “Reservada” era o nome coreto, como se sua energia estivesse interiorizada. Ela transmitia um pequeno sentimento de melancolia, e de doçura. A aura de Rukia tinha um lado reconfortante.

Agora ele sentia. Rukia estava ali, em algum lugar, ele conseguia sentir sua energia. Ela foi para o oeste, com certeza. Mas muito longe para poder localizá-la corretamente. Era difícil. Ou então...

Tinha histórias sobre laços espirituais também. Como se a energia de todos poderia ser vista através de laços, as dos seres espirituais eram vistas como laços vermelhos. Do jeito que ele estava avançado, não custava nada tentar.

Ichigo fechou novamente os olhos, e ‘procurou’ a energia de Rukia. Então ele achou. A energia de Rukia era distinta das outras, seja pelo seu poder ou por sua natureza shinigami. Ele também viu Karin, Yuzu, Chad, mas tentou se focar em Rukia.

Ele abre os olhos. Finalmente, vários laços brancos flutuavam em volta dele, parecendo surgir de vários lugares. Havia tantas pessoas assim com um reiatsu superior ao do ser humano normal? Assim sendo, a presença de Rukia era dominante, ele rapidamente segurou o laço vermelho. Depois disso, Rukia simplesmente apareceu em sua mente, e agora ele sabia exatamente onde ela estava.

Nas histórias de seu pai, os shinigamis também podiam pular de um teto a outro sem problema. E ele com certeza não iria atrás dela a pé. Então ele simplesmente pulou.

Ou melhor, decolou. O ar batia em seu rosto enquanto ele praticamente voava a vários metros do solo, então ele sorriu. Ele começou a descer tão rápido quanto ele havia subido e aterrou sem muitas dificuldades no telhado mais próximo. Ele olhou um pouco atrás dele e viu a rua onde estava, mas depois se concentrou na energia de Rukia outra vez. Muito legal.

Ele pulou outra vez, indo de um telhado para outro, e se deixou levar pelas novas sensações.

Ichigo finalmente conseguiu vê-la ao longe e sorriu de leve. Nem fora tão difícil achá-la.

– Rukia? – um último salto e Ichigo parou ao lado da vice-capitã, orgulhando-se de si mesmo.

Ele já era bom nessa ‘corrida de teto em teto’, e adorava isso. Ele se sentia um dos personagens de desenho animado que ele assistia quando era pequeno, e a vontade de lutar com sua habilidades sobrehumanas o excitava.

– Ichigo?! – Rukia gritou, e não parecia tão feliz quanto Ichigo. – O que você está fazendo aqui?!

– Bem, você saiu ser dizer nada, então eu te segui...

– Mas como você me achou?

– Com os laços espirituais.

A shinigami não sabia o que dizer. Ele usou os laços de detecção espiritual. Ele era shinigami havia uma semana, e era a primeira vez que ele saía de seu corpo, e ainda conseguiu achá-la e chegar até ela. É claro.

– E por que você me seguiu?

– Você não veio lutar contra um hollow? – Rukia ficou calada, e Ichigo aproveitou para observar os arredores. – Onde ele tá? Você já o matou?

– Eles ainda não chegaram, nos os detectamos antes. Tinha um Plus, mas eu já o mandei para a Soul Society. Porque você veio?

– ‘Eles’? Tem mais de um?

– Sim. Ichigo, você tem consciência de que era perigoso vir até aqui?

– Mas, você tá aqui pra me proteger – Rukia o olhou chocada, e ele se sentiu obrigado a justificar. – Ora... Pense nisso como um treinamento.

– Não! Pirralho, você acha que a caça de hollows é um jogo? Eu decido quando e onde será o treinamento! E por enquanto, sou eu que cuido dos hollows! Faça isso outra vez e eu tranco você em uma barreira por um dia inteiro, está claro?!

Wow... Ele realmente a achou graças a sua aura de doçura e melancolia? Ichigo sentia a temperatura aumentar.

– Você me chamou de ‘pirralho’?

– E eu vou te chamar assim enquanto você continuar fazendo coisas estúpidas! Agora, volte logo para sua aula ou eu vou ter que te levar!

– E como eu vou aprender a lutar contra um hollow se eu nunca vir um?

– Começando por continuar em vida, isso deve aumentar suas chances de aprender!

Então eles simplesmente pararam. Alguma coisa, ele não sabia o que, se fazia sentir perto deles. Rukia se colocou em sua frente, com a zanpakutô nas mãos.

A atmosfera parecia tremer e o ar ficou escuro em um certo lugar. Um rugido se fez ouvir no parque, parecendo um eco, como se ele viesse de quilômetros longe dali. Portanto, a silhueta monstruosa que saiu da escuridão estava a apenas alguns metros deles.

Ichigo arregalou os olhos. Isso era um hollow? Parecia até que tinha saído de um pesadelo. Gigante, marrom, tinha uma mascara branca com detalhes escuros e uma cabeça de peixe assustadora. Seus olhos eram amarelos, e seus dentes eram tão visíveis quanto as garras em suas mãos. Mas acima de tudo, o monstro tinha uma aura esmagadora, horrível e agressiva.

Ichigo só percebeu que estava paralizado quando ouviu o grito de Rukia.

– Ichigo, corre!



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Notas finais do capítulo

E aí pessoal? Gostou? Eu ainda acho que não está bom o suficiente, mas só vou saber quando vocês comentarem. E por favor, quero que todos os leitores comentem, porq só metade... Poxa, isso desanima muito.. Nós até estávamos pensando em desistir, sabia? Não, isso não é ser dramatico, mas acho que se você tem um numero X de leitores, acho que todos eles devem comentar.
Enfim, se quiserem, também podem dar uma passadinha nas fic que eu escrevi *A Egoista* e *Under The Water* se estiverem procurando IchiRuki. Ou nas fics da Miyako... Vocês que sabem =D
Até o próximo capítulo, que sai nesse fim de semana =**