Across The Universe escrita por DemiBebada


Capítulo 4
Algumas imagens não se apagam.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem deste episódio.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/226937/chapter/4



–Um minuto por favor.

Disse a moça com a voz robotica.

–O número é 555-9125.

–Selena, certo ?

–Selena Marie Gomez, como a senhora pediu.

–Tá bom, obrigada.

Desliguei e comecei a discar, sem saber o que ia dizer. Mil coisas se passaram pela minha cabeça. Até que um brando pensamento me pertubou: Ela não havia me procurado durante esses 4 anos. Não havia se quer dado as caras para me fazer uma visita. Não deu nenhuma explicação.

Antes que pudesse terminar de discar, desliguei. Não podia simplesmente chegar e pedir ajuda. Afinal, ela nunca me procurou nestes anos todos. Pedi uma caneta e um papel para o farmacêutico e anotei o número, caso tomasse coragem de ligar depois. Agradeci, e fui-me embora.

Não tinha nada, nem um real sequer. Apenas o papel com o número de Selena em mãos. Fui andando e andando. Cheguei em um bairro nobre. Eu estava com muita fome. Só restava uma solução... Mas eu não poderia. Mas eu precisava. Era extremamente necessário. Roubar.Entrei em uma lanchonete muito arrumadinha. Sentei-me. Uma moça muito educada se aproximou.

–Olá ! Como posso ajudá-la ?

–Oi... O que você tem ?

–Muitas coisas ! Tome o cardápio.

Ela me entregou e foi para de trás do balcão. Eu olhei bem o cardápio, eram coisas muitos apetitosas, mas com um preço não muito amistoso. Olhei em volta. Vi famílias em um dia, digamos, 'feliz'. E eu, mas uma vez ia estragar o momento bom que as pessoas estavam vivendo. Me levantei e sai correndo. Eu não podia roubar de novo. Não podia!

Olhei para o telefone em minhas mãos. Eu tinha que ligar, mas não me sentia no direito de fazê-lo. Não era orgulho da minha parte, era apenas 'desconfiômetro'. Estava claro que ela não me queria por perto. Nem procurou saber notícia minha. Não ia ficar insistido. Avistei um banco de longe. Me sentei e comecei a obeservar as pessoas alegres que lá estavam.

Até que um homem, muito robusto sentou-se do meu lado e puxou assunto.

–Oi...

–Oi.

–Você parece muito feliz.

–E estou.

–Alguma notícia boa, para você estar tão alegre assim ?

–Não notícias, mas sim, fatos.

–Fatos ?

Pensei em falar, 'Sim, sou ex presidiária e acabei de sair da cadeia. Estou muito feliz. Prazer'. Mas simplesmente sorri e disse:

–Sim. Algumas coisas que aconteceram me deixaram assim.

Ele apenas balançou a cabeça para cima e para baixo e sorriu.

–Mas... e você ? Normalmente as pessoas vem neste tipo de praça, para ficar 'feliz' com a família perfeita.

–Eu tenho uma família. Mas não é completamente perfeita.

–Muitas brigas ?

–Sim. Exato.

–Entre os seus filhos ?

–Não, longe disso. Na verdade não tenho filhos. Minha mulher está grávida de 6 meses.

–Então as brigas são com ela ?

–Sim. E eu acho que não vou suportar mais.

–Você não se acha feliz ?

–Ás vezes.

Um silêncio prevaleceu durante alguns minutos.

–Eu já vou indo, ela pode ficar peocupada.

–Ela ? A sua mulher ?

–Isso.

–Claro.

–Até mais... Como é o seu nome mesmo ?

–Demetria. E o seu ?

–Liam...

–Liam é bonito. Digo, o nome. Mas...

Antes que eu pudesse terminar a frase embaraçosa que havia criado. Ele me interrompeu.

–Demetria também é lindo. Não só o nome...

Eu sorri feito uma palhaça imbecil.

–Então até mais, Demetria.

–Até...

Ele virou as costas e deu apenas uns 8 passos. E se virou para mim novamente e foi andando em meu rumo.

–Você... Não quer comer alguma coisa ?

–Mas você não tem que ir para casa ?

Por que eu disse isso ? É claro que eu queria comer alguma coisa. Qualquer coisa. Eu deveria ter aceitado logo. Mas, ele prosseguiu:

–Justo. Por quê não vem comigo ?

–Mas... e sua mulher ? Não vai achar ruim ?

–Não. Fique tranquila, ela não vai falar nada. Venha !

Eu me levantei e fui. No caminho, a gente conversou sobre assuntos incríveis, que me fizeram refletir por um bom tempo. Tudo passou muito rápido, até que finalmente chegamos. Eu não estava nem ai para a compania dele e da mulher dele. Eu queria apenas comer. Entramos em um prédio muito grande e esbelto. Cheguei a pensar que a mulher dele deveria ser daquelas mas metidas possíveis. Quando entramos no apartamento dele, eu vi que era tudo muito diferente do que eu havia achado. Pensei que era tudo muito bem organizado e arrumado. Mas não. Era um apartamento de cabeça para baixo. Parecia apartamento de solteiro. Até que um moça descabelada entrou na sala.

–Até que enfim você che...

E se alto interrompeu quando se deu conta de minha presença. Eu não podia acreditar que era ela. O motivo pelo qual eu fiquei feliz durante boa parte da minha adolescencia. Era ela. Eu fiquei parada apenas olhando-a. E ela, fez o mesmo.

–Não pode ser!

Ela disse com uma cara muito espantosa.

–Demetria Lovato ?

–Miley Ray ?

Miley Ray Cyrus. Ela era filha de Robby Ray Cyrus. Sim, aquele Robby. Mas, Miley e eu tivemos um relacionamento muito emotivo. Quando Robby me maltratava, Miley sempre cuidava de mim e eu fazia o mesmo quando o ocorrido era com ela. Nossa adolescencia tinha sido muito pertubada. Sempre dando apoio uma para outra. Mas nos afastamos por um motivo que eu não é necessário ser lembrado agora.

–Demi ? Mas... por onde você andou ?

Ela correu e me deu um abraço tão verdadeiro, que eu mal pude respirar. Mas com aquele abraço singelo, o passado veio imediatamente.


Flashback [On]


–Eu vou estar com você sempre.

–Você promete ?

–Eu prometo.

Mas ela não cumpriu sua promessa. Ela me abandonou quando eu mais precisei dela. Eu a entendo, porque também fiquei bem chocada com o ocorrido. Mas não, eu nunca a deixaria por vontade própria. Todos aqueles que se diziam meus amigos, se afastaram de mim. Mas a Miley, ela não tinha sido só uma amiga. A gente havia se envolvido em algo mais que isso.

–Eu te amo Demi !

–Eu te amo Miley !

–Você é o meu porto seguro sabia ?


Flashback [Of]


Nós ainda nos abraçavamos. Eu ainda não acreditava naquilo. Até que algo passageiro veio em minha mente: O Liam, era marido da Miley. A Miley estava casada. Naquele momento o meu mundo havia desabado.

–Demi, por onde você andou ? Você sumiu!

–Como por onde eu andei ? Depois daquela noite eu fui presa. Esqueceu ?

–VOCÊ FOI O QUE ? Mas... o Robby disse que você tinha viajado para Inglaterra.

–Queira eu Miley. Fiquei presa durante 4 anos, sem receber visita de você e dos outros.

–Mas Demi, você não entende. Depois daquele dia, todo mundo se separou.

–Você está casada.

–Eu te jurei amor eterno, e ainda cumpro meu jurame...

Miley foi interrompida, pelo seu suposto marido.

–Eu trouxe uma criminosa para casa.

–Liam, cala a boca ! Some daqui , cara. Vai comprar pão!

–Miley, são 11 horas da noite.

–Liam, da o fora. Vai comprar alguma coisa, qualquer coisa. Só me deixa !

Liam bateu a porta e saiu. Não muito feliz.

–Demi, eu não acredito que você está mesmo aqui. Eu...

–Miley, eu não vim aqui por você. Eu nem sabia que você era a mulher dele. Eu só quero saber se você pode me arrumar um copo de água e talvez algo para comer.

–Claro!

Eu sei que fui rude, mas era preciso. Nosso passado ainda prevalecia em minha mente. E não era um passado muito bom.

Miley caminhou até a cozinha e começou a preparar um jantar.

–Então Demi, me conte... Quando saiu de lá ?

–Há umas 6 horas mais ou menos.

–Nossa, você deve estar exausta.

–Sim, estou. Miley, eu sei que é pedir de mais.... Mas, eu poderia tomar um banho ?

–Claro, o banheiro é a segunda porta a esquerda. Quando terminar me dê um grito que levo alguma roupa.

–Tudo bem. Obrigada!

Entrei no chuveiro e pude sentir aquela água escorrer pelo meu corpo, como se fosse a primeira vez de um longo banho. Eu não tomava um banho como aqueles a muito tempo. Terminei o banho, Miley me trouxes algumas roupas. Me troquei e fomos jantar. Até que ela tocou em um assunto não muito agradável.

–O Zayn se mudou para a Argentina.

–Por quê estamos falando dele ?

–Por que você e ele sempre...

–Eu e ele nada Miley. Sempre foi eu e você. Mas pelo visto agora não é mais assim.

–Demi eu... Eu não te esqueci. Não esqueci do nosso passado.

Levantei-me da mesa rapidamente e fui em direção a porta.

–Mas você deveria esquecer!

Miley veio atrás de mim desesperada. E com um voz meiga disse:

–Você não vai me deixar de novo, vai ? Não vai fazer o que fez antes, não é ?

E as lágrimas escorreram pelo meu rosto.

–Miley, não dá. Eu não posso fazer isso.

–Demi, você não pode me deixar aqui e sair sem nenhuma explicação.

–Tarde de mais.

Abri a porta e sai com muito pressa.

–DEMI ESPERA!

Miley gritou no corredor fazendo os condôminos sairem assustados de seus apartamentos.

Meus olhos estavam inchados de tanto chorar. Comecei a correr sem ver nada. Miley estava gritando e correndo atrás de mim. Corri o mais rápido que pude. Mas isso não foi bom. Porque eu cansei e ela me alcançou.

–Demi, volta pra minha casa. Você nem tem onde dormir.

–Me deixa Miley. Eu tô legal.

Miley colocou a mão em um de seus bolsos e tirou um quantia generosa em dinheiro.

–Tome isso aqui. Acho que dá pra você passar a noite em algum hotel bom. Amanhã eu volto a te procurar para termos uma conversa mais civilizada.

–Eu não quero seu dinheiro!

–Demi, toma! Por favor, estou te pedindo para aceitar do fundo do meu coração.

Eu aceitei. Ela me deu um papel com seu número.

–Toma. Me ligue antes que o sol se ponha.

–Mas... pra que ?

–A gente não vai ficar aqui nessa cidade.

–O que você quer dizer com isso ?

–A gente vai se mandar daqui amiga. Mas, esta noite não dá, porque tenho um assunto para tratar.

Eu não pude recusar o lisongiado convite de Miley. Afinal, se eu ficasse naquela cidade por mais algum tempo, Robby daria um jeito de me achar.

–Pela manhã eu te ligo.

–Promete ?

–Prometo.

E ela se foi. Eu fui caminhando e entrei no primeiro hotel que vi. Me hospedei e fui para um quarto. Eu não sabia como aquilo tudo funcionava. Nunca tinha ficado hospedada em um hotel. Pela primeira vez em anos, liguei a TV e comecei a assistir. Mas não estava prestando atenção em nada. Minha cabeça estava longe dali. Peguei no sono.

Eram 4 horas da manhã. O interfone do quarto tocou.

–Alô ?

–Oi senhorita Demetria. Tem uma moça, não muito boa aparentada, querendo ver a senhorita.

–Uma moça ? Qual o seu nome ?

–Miley. Miley Ray.

–Diga que já estou descendo.

Me arrumei rapidamente e desci. Miley veio correndo em minha direção e me abraçou.

–Pronta ?

–Sempre.

Acertamos o hotel e fomos para o carro da Miley. Um conversível lindo. Entramos no automóvel e ela mais uma vez repetiu.

–Pronta mesmo ?

–Pronta mesmo.

Ela ligou o carro e acelereou. Saímos da ciadade. Um primeiro passo para uma vida nova. Um pedaço do meu passado veio em minha cabeça e eu pude relembrar alguns momentos bons.


Flashback [On]


–SOMOS SÓ NÓS DUAS AGORA!

–YAAAY!

–ACELERA ESSA PORRA DEMI!

–VAMO BORÁA!


Flashback [Of]


Miley acelerou mais ainda.O vento estava ótimo. Coloquei as mãos para cima e pude sentir tudo aquilo de novo.

Miley se aproximou e colocou um óculos escuro em meu rosto.

–Mas perfeita ainda.

A gente começou a jogar conversa fora e a relembrar de poucos momentos que valeram a pena. Rimos muito e conversamos á beça. Até que Miley resolveu parar o carro quando avistou um posto que continha uma pequena loja de conveniências. Entramos. Miley se aproximou do balcão e disse:

–Uma cerveja!

–Miley, tá falando sério, 'UMA CERVEJA' ?

–Atá, desculpa. Moço, são DUAS cervejas!

–Miley. Você tá dirigindo.

–Qual é Lovato. Não gosta de 'aventura' ?

Eu sorri de maneira sádica e gritei:

–DUAS CERVEJAS MOÇO!

Foi uma das maiores burradas que havia feito. Tinha me esquecido que Miley esperava um bebê.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nada a declarar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Across The Universe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.