Madz - escrita por Victor San


Capítulo 3
Capítulo 3 - o entendimento (parte 01)


Notas iniciais do capítulo

voces provavelmente vão encontrar vários erros de português, ja peço desculpas, mas é a pressa pra publicar... nem deu tempo de dar uma revisão...
a sugestão musical.... tinha que sugerir duas musicas, para duas cenas, mas só consigo pensar em uma delas.
inocence - shaman
quem souber uma musica romântica pra cena do takuya e a natsuyo, por favor fala ai !
26/06/2012 - yooooo! aqui é seu autor favorito postando que esse capitulo teve uma atualização hoje! mais alguns detalhes foram adicionados para melhorar a fluidez da leitura, provavelmente nem vão nota-los.
a história em sí não teve grandes modificações então se voce leu a versão anterior, fica tranquilo, não precisa ler essa versão de novo (mas se quiser ler fica a vontade... o autor agradeçe ^^)



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Madz – Cap. 3 - O entendimento.


Toda a fachada daquele colégio estava destruída. Takuya observava o colégio destruído e reparou que a rua também estava deserta, mesmo sem entender entrou no colégio.

O cenário era de caos: corpos espalhados por todos os cantos, membros, vísceras e muito sangue. Ele se assustou, não conseguia achar ninguém vivo ali dentro. Gritava, mas ninguém respondia, aos poucos ouviu ao fundo um barulho, continuou caminhando e notou que parecia ser uma garota chorando. Continuou a caminhar, e no fundo de um corredor viu que era Natsuyo, que chorava sentada em posição fetal. Ele se aproximou, tentava perguntar alguma coisa para entender porque daquele caos no colégio.

– Na... Natsuyo-chan, o que aconteceu aqui?

Natsuyo olhou para Takuya, mas não respondeu. Seus olhos mostravam o pânico que ela sentia. Takuya perguntou agora preocupado com ela.

– Tudo bem com você Natsuyo?

Natsuyo só respondeu:

– SE AFASTA DE MIM SEU MONSTRO!!!

Takuya estava confuso, mas continuou a tentar entender a situação, disse:

– Natsuyo-chan, eu só quero te ajud- -.

Quando esticava o braço para tocá-la notou que sua mão estava coberta de sangue, viu que a mão esquerda também estava ensanguentada. Havia então realmente entendido quem tinha feito aquilo, quem tinha destruído o colégio e quem tinha matado os estudantes.

–NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!

Takuya levantava gritando da cama. Estava apavorado, ofegante, mas havia entendido que tudo não passou de um pesadelo. Ainda ficou alguns minutos sentado na cama respirando, tentando entender que tudo não passou de um sonho.

Com o passar dos minutos ele notou. Agora pouco tive um sonho, mas o que eu fiz ontem a noite não era sonho...


***


          Ele caminhava em direção à escola, meio cauteloso, receoso com alguma coisa. Não tirava da cabeça que alguém pudesse ter visto aquilo. E de fato ele sabia quem tinha visto. Sabia daquela mulher que o acompanhou o dia inteiro ontem. Ele parava em todas as bancas de jornal no caminho, observava as noticias procurando onde estaria a manchete do massacre que cometera ontem.

Incrivelmente não se via noticia nenhuma, aquilo passou em branco, nenhum jornal noticiou aquilo, havia sim algumas noticias de crimes, mas algo comum. Não conseguia entender como aquilo não foi noticiado em jornal nenhum.

Já estava se aproximando do colégio quando ouviu um barulho de moto freando, era Valkyria que chamava por ele, mas ele não ouviu, e se apressou a entrar no colégio. Haviam se passado algumas horas desde que a aula tinha começado quando um funcionário da secretaria apareceu na sala dele e pediu para que comparecesse a secretaria. Takuya não imaginava qual poderia ser o motivo, e era justamente isso que o apavorava.

Enquanto caminhava em direção à secretaria seu coração disparava e suava frio, só conseguia imaginar que descobriram sobre o massacre, não conseguia pensar em nada para falar.

– Você esta se sentindo bem? - Perguntou o funcionário.

– Tô... Tô bem sim... – Respondeu.

Enfim, chegaram à secretaria. Takuya engoliu seco e pensou “E que seja o que tiver que ser”. Ao abrir a porta viu Valkyria chorando compulsivamente no ombro da diretora. Ao ver Takuya ela o abraçou forte enquanto gritava:

– TAKUYA NI- SAAAAAAAN!

Ao apoiar a cabeça no ombro de Takuya, Val sussurrou - Apenas colabore.

Takuya decidiu colaborar, pois imaginou que se negasse o que ela dissesse isso iria gerar mais perguntas e que poderiam descobrir sobre os massacres.

Disse a diretora - Então essa moça é sua meia irmã, mães diferentes né?

– É... É sim, senhora.

– Takuya ni-san, nossa avó está nas ultimas... Ela esta agonizando num leito de hospital. Ela disse que quer ver seu rostinho uma última vez antes de morrer...

Takuya respondeu, com uma total falta de expressão.

– Tadinha da vovó...

A diretora então falou:

–Bom, já que é um caso de família assim tão grave, eu te libero hoje Takuya. Ah, e desejo melhoras a sua avó.

– Obrigada senhora... Não sabe como ficamos gratos com seu ato de bondade - Dizia Val com uma voz chorosa.

– Vamos... ”One-san”.

Já do lado de fora do colégio, Valkyria e Takuya conversavam.

– Caramba Takuya, se eu não fosse psicóloga até que servia pra ser atriz, viu só que atuação impecável? Acho até que emocionei um pouco a diretora, nossa eu merecia um Oscar... Hi hi hi!

– Olha Srta. Mindeshater...

– É Val... Pode me chamar assim.

– Certo... Bom “Val”, eu agradeço por ter me tirado daquela aula, estava mesmo muito chata, agora tchau.

– Aonde você pensa que vai mocinho?

– Para casa e ficar longe de você. Acredite, é melhor assim para nós dois.

–Hey! Volta aqui!

Takuya continuava a caminhar, não queria dar atenção a Valkyria.

– Takuya-kun, me espera!

– Me deixa ir Val...

– Takuya, olha... Precisamos conversar.

– Me deixa ir Val, olha... Bem... Você viu o que eu faço né? Olha, não quero fazer aquilo com você...

– Takuya-kun...

–Desculpa Val, mas não quero que aconteça... Aquilo que aconteceu ontem novamente...

–Takuya, eu posso te ajudar, e –.

Takuya olhou com fúria nos olhos de Val e disse:

– A ÚLTIMA PESSOA QUE ME DISSE ISSO ME TRANSFORMOU NESSE MONSTRO! POR QUE VOU ACREDITAR EM VOCÊ AGORA?

Vários minutos de silêncio se passaram depois dessa frase. Valkyria se aproximou lentamente e abraçou Takuya, gentilmente disse:

– Entendo que não confie em mim, entendo que sinta que não deve confiar em mais ninguém para o resto da vida. Sei que o que fizeram contigo é desumano, te enganaram, estriparam a esperança de você. Sei que está confuso, magoado e triste com tudo isso que está acontecendo, mas, por favor, me deixe te ajudar. Imagino o quanto você já tenha sofrido até aqui, mas entenda que de agora em diante vai ficar muito pior, tem gente que quer lhe fazer mal, e não quero que isso aconteça.

– Como sabe que sofri tanto na vida?

– Seus olhos, eles me dizem como você já sofreu. Eles não têm a vida e o brilho dos olhos de um jovem, eles mostram todas as cicatrizes que sua alma carrega. Por isso quero lhe ajudar, quero recuperar esse maravilhoso brilho que tanto amo.




Horas depois, já no consultório da Val.

– Bom Takuya, poderia me contar o que aconteceu afinal?

– Eu fui enganado por um cara. Ele disse que fazendo aquele ritual eu conseguiria a garota que eu gosto e acabei me transformando... Nisso...

– Eh... Entendo... Mas, podia me dar um pouco mais de detalhes?

– Sobre?

– Sobre como tudo isso aconteceu. Bem... Conte-me o que aconteceu há alguns dias atrás...

– Melhor eu falar um pouco de mim... Talvez assim você consiga entender tudo melhor...

– Isso! Pode falar!

Val acrescentou:

– Falar vai te fazer se sentir melhor...


***

Meu nome é Takuya Shibara, tenho 16 anos, sou estudante.

Meus pais... Nunca cheguei a conhecê-los, fui criado por meus tios. Perdi meus pais e meu irmão gêmeo em um acidente de avião quando eu tinha quatro anos de idade, mal me lembro do rosto deles.

Minha tia sempre foi boa comigo, meu tio também, mas mesmo sendo bons, sentia que era um estranho naquela família, um intruso, alguém que estava lá, mas que não pertencia àquele lugar.

Meu tio faleceu ha uns anos atrás, dois anos, desde lá minha tia e meus primos se mudaram para outra cidade, mas eu decidi ficar. Disse que queria ficar para concluir os estudos, minha tia concordou, embora tivesse relutado demais à ideia de um adolescente morar sozinho, ela concordou visto que sempre fui responsável.

Não tenho muitos amigos... Minto... Não tenho nenhum. Cada dia que vou ao colégio é bem irritante, é frustrante ver como todos conseguem se socializar, e eu não. Não sei se é por causa da minha aparência, sei que um adolescente de cabelo branco e essas olheiras é bem estranho. Não sei se é por causa da timidez, ou se são todos os anos de bullyng que tenho na bagagem.

É muito frustrante amar uma garota quando se é o esquisito do colégio, ainda mais uma garota como a Natsuyo. Ela é bem popular no colégio, uma das garotas mais lindas de lá.

***


– Então você é apaixonado por essa garota?

Takuya, meio corado responde:

– Eh... Parece... Não sei bem porque me apaixonar por alguém que há alguns dias atrás nem sabia que eu existia, é patético eu sei... Mas eu gostei dela no primeiro momento que a vi.

– Não é patético, é uma visão mais inocente do amor, acho isso lindo sabia?

–Há alguns dias atrás...

***

Era um dia chuvoso, já era de dia, mas estava tão escuro que parecia entardecer. Andava em direção ao colégio, parecia de fato mais um dia normal na escola. Sem que pudesse notar, senti que alguém se aproximou de mim correndo e ficou embaixo do meu guarda-chuva.

– Nossa que azar... Que belo dia para eu esquecer o guarda chuva em casa...

Era a Natsuyo, estava molhada da chuva.

– Desculpa ai colega, é que notei que você usa o mesmo uniforme do meu colégio. Não se importa de me dar uma carona no seu guarda chuva né?

–... Tu-tudo bem...

Duas palavras apenas... Deus, como foi difícil pronuncia-las!

Ela continuou falando, eu mal conseguia olhar para o rosto dela, mas ela me tratava bem, era simpática comigo, era realmente uma alma especial, superior.

– Meu nome é Natsuyo Hanekawa, sou do segundo ano do colegial, qual seu nome mesmo?

– Ta-Takuya Shibara.

– Prazer em conhecer Takuya! Seja bem vindo ao nosso colégio! Você veio transferido de qual escola mesmo?

– Eh... Eu já sou estudante de lá... Desde o ginásio.

– Sério? Nossa, desculpa a confusão. Rsrsrs. Como é que nunca havia visto você antes?

– Eh... Não sou muito popular mesmo...

Droga! Estudo lá ha tanto tempo e só nesse momento ela percebeu que eu existo? Eu sou patético mesmo... Mesmo assim, só de estar ao lado da Natsuyo... Não lembro se na minha vida eu estive mais feliz, estava nas nuvens queria que aquele momento durasse pela eternidade, que o colégio não chegasse nunca.

Já havíamos chegado ao colégio, era o intervalo. Costumo passar meus intervalos no terraço do colégio, ninguém vai lá, é um lugar calmo onde eu posso ficar em paz.

Acidentalmente encontrei com a Natsuyo no caminho e ela veio falar comigo.

– Hey, meu herói!

Nossa estava tão sem graça nessa hora.

– Tudo bem ai Takeshi? Nossa muito obrigada. Você salvou meu penteado!

– De nada... E é Takuya.

– Hi hi hi! Desculpa, eu me confundi... Mas como ia dizendo eu...

Ela não teve tempo de terminar, logo outro rapaz a interrompeu.

– Natsuyo-chaaan, você ta linda hoje hein?

– Ah obrigada...

– Aqui, passa lá em casa mais tarde pra gente estudar geografia!

– Pode ser... Mas é que nem sou tão boa assim com geografia...

– Então vamos estudar história, matemática, tanto faz só passa lá em casa.

– Eh... Bem...

Sentia-me ridículo naquele lugar, vendo um cara qualquer que estava claramente dando em cima da garota que eu gosto. Foi quando ele reparou que eu estava lá, ele não disse nada pra mim, nem me fez algo diretamente, apenas deu um sorriso sarcástico e disse a Natsuyo:

– Hey, que tal a gente estudar agora?

– Ah, pode ser uma boa! Podemos ir à biblio- -

Ele agarrou o rosto dela e a beijou. Não me disse nada pela boca, até porque a boca dele estava ocupada, mas me olhou e disse com os olhos: “Como pode achar que tinha alguma chance com a Natsuyo? Andou sonhando demais Shibara... Esqueceu quem você é? Esse lixo humano! Volte a sua insignificância seu verme”.


***

– Foi um olhar bem expressivo, não? Disse Valkyria.

– É... Foi...

***


Estava lá então no terraço.

Nossa, estava arrasado, completamente tonto com tudo aquilo. Meu sonho era apenas uma utopia, afinal, ela nunca seria minha, nunca permitiriam que eu me aproximasse dela. Estava mesmo desesperado, milhões de pensamentos passavam pela minha cabeça.

Então um homem que vestia uma roupa preta, usava uma mascara, tinha uma fala suave apareceu e me disse:

– Sei o que aconteceu meu jovem, e posso te ajudar a realizar seu sonho.






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