Madz - escrita por Victor San


Capítulo 1
Capítulo 1 - The Demon Boy


Notas iniciais do capítulo

Gente, baseado em uma idéia que um mangaka amador do rio de janeiro teve, decidi modifica-la e estou fazendo o seguinte
estou querendo introduzir algo chamado "sugestão musical" : simples! estou fazendo sugestões de musicas a ouvir enquanto le a história!
não estou falando qual a fonte vc vai usar para ouvir a musica, se é itunes, youtube, comprar cd, apenas estou fazendo a sugestão.
embora tenha pensado em algumas sugestões para esse capitulo, gostaria de ouvir de voces quais musicas seriam mais indicadas como sugestão musical
as duas sugestões musicas que faço é:
3 Days Grace : animal i have Become
28/07/2012:
gente a tia bu (Luanda Freitas) encarregou de fazer a revisão ortográfica da história. então aqui vai meu Domo arigato pra ela!



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MADZ

Capítulo I. the demon boy


Algumas mechas do cabelo de Valkyria balançavam ao vento. Ela corria em sua moto, nem tanto pela pressa em chegar, mas pelo prazer da sensação de liberdade.

É uma mulher muito bem consigo mesma, um requisito necessário pela função de psicóloga. Solteira, aos 27 anos, não tinha muito interesse em rapazes, simplesmente não queria nada. Não que sua estonteante beleza não atraísse olhares, simplesmente dizia: “Não dá, minha vida é muito corrida, não daria certo”.

Acabara de chegar ao belo consultório em que trabalhava, o havia montado há alguns anos junto com alguns colegas da faculdade.

–Bom dia Himiko-chan!

– Bom dia Val-chan!

– Parece que alguém levou um furo ontem à noite né? Para ter chegado ao consultório tão cedo, hihihi...

– Eh... Mas mesmo assim, não cheguei tão cedo quanto seus pacientes.

– Como assim?

– Quando cheguei tinha um homem de sobretudo preto dentro da sua sala, disse que era importante e urgente.

– Sobretudo preto... Ele carregava um porta violoncelo por acaso?

– Sim, sim! Acho tão chique um homem que toca um instrumento...

– Himiko-chan, vou atendê-lo, se alguém me procurar diga que não estou.

– Certo Val!

Valkyria, enquanto se virava em direção a sala, suavemente mudava um semblante alegre para um rosto serio. Himiko estranhou ao ver que Valkyria trancou a porta da sua sala.

– Tínhamos um acordo Raziel, e você prometeu jamais aparecer no meu escritório!

– Sinceramente eu lamento esse fato tanto quanto você, mas é uma emergência.

– Reconheço que você não viria até aqui se não fosse mesmo importante, diga então seus motivos.

– O ritual do batismo das trevas foi realizado.

– Lamentável, mas vem acontecendo muito ultimamente. Isso não é novidade, muito menos algo que nós, regentes, devêssemos nos preocupar.

– Esse é diferente, mais forte, muito mais poderoso que os que são realizados normalmente.

– Como assim?

– Acredito que os renovadores finalmente refinaram o ritual, esse pode sim alcançar o último estágio.

Os olhos de Val se abriram na hora, tomada pelo espanto da noticia de Raziel.

Ambos saíram do consultório.

Horas depois, já em uma belíssima sala de reunião executiva, Valkyria e Raziel conversavam a respeito dessas notícia.

– O serviço de inteligência dos arcanjos foi bem rápido quanto à identificação do alvo.

– Quanto tempo exatamente?

– Uma semana rastreando as pistas, a primeira evidência foi o registro de um altíssimo nível de energia maligna fluindo na cidade, níveis alarmantes para um ritual comum.

– E depois?

– Foram três dias de latência, sem nenhum sinal de presença maligna, e então... Isso.

Raziel puxou umas fotos de dentro de um envelope, e as mostrou para Valkyria.

– Mas que carnificina é essa?!

– Cerca de sete a oito corpos mutilados foram localizados na cidade, quatro perto do distrito comercial e outros três localizados a dois quilômetros de distância.

– alguém não queria deixa-los fugir...

Valkyria examina as fotos mais de perto.

– Corrija-me se eu estiver errada, mas esses homens mortos parecem renovadores.

– Sim, são todos renovadores. Os legistas também determinaram que havia sinais de pólvora nas mãos deles.

– Estavam armados... E ainda morreram dessa forma...

– Entende agora por que quero que você cuide disso?

– Sim...

– Embora nosso serviço de inteligência tenha identificado um alvo, infelizmente não temos muito dados sobre ele, apenas sabemos que se chama Takuya Shibara e que pode ser localizado no colégio Sakakibara.

– É suficiente para mim.

Valkyria voava em sua moto. Estava cheia de ódio, acreditava que um professor havia realizado o ritual e que inevitavelmente uma tragédia estava para acontecer.Ouele iria usar de sua influência para converter aqueles jovens em renovadores, ou iria descarregar sua fúria demoníaca neles, causando uma carnificina maior do que as daquelas fotos.

Valkyria, apesar da idade, sempre se comportou como uma adolescente. Não era imatura, mas tinha um modo de ver a vida que os jovens têm, sem se deixar corromper pelas preocupações do dia a dia, mas sabia se comportar como adulta quando a situação assim pedia.

Aquele não parecia um colégio diferente dos outros da região.

Adolescentes em uniformes que saiam em grupos conversavam próximos ao portão. Todos pareciam ter entre treze e dezessete anos, com um comportamento normal para jovens daquela idade.

Valkyria se indagava “Como vou me infiltrar...”.

 Bom, ela já não tinha mais como se passar como estudante. Ainda não tinha pensado em uma boa desculpa a dar para suas investigações como também não conhecia nenhum agente arcanjo na região.

“Talvez algum aluno me ajude!”

Ela sabia que os jovens não fariam tantas perguntas, ainda mais se fosse um rapaz. Ela sabia o quanto era encantadora, então talvez esse fosse o plano de infiltragem. Entretanto, antes que pudesse se aproximar de algum daqueles rapazes, sentiu um forte empurrão e caiu.

Notou que um rapaz havia caído também.

Era um rapaz de 16 anos, pele muito pálida, cabelos prateados e olheiras bem escuras. Usava o uniforme daquele colégio também, como havia se levantado antes de Valkyria, se desculpou enquanto a ajudava a se levantar.

– De, desculpa moça! Eh que... Eu... Bem...

– Você tropeçou né, não tem problema. Está tudo bem!

O rapaz olhava para um grupo de estudantes que ia gargalhando pela rua ao longe, e disse:

– Eh... Tropecei...

O rapaz se virou para Val e disse:

– Mais uma vez me perdoe e até mais ver!

Então ele se retirou.

Val não conseguia tirar aquele olhar da cabeça, era algo seco, sem vida, sem brilho. Imaginava que tipo de rapaz poderia ter olhos como aqueles, tão diferentes dos olhares adolescentes que tanto adorava.

Pensou então “Bom... talvez ele possa me ajudar!”.E correu em sua direção.

–Hey, menino! Me espera!

Outro dialogo começou ao se encontrarem:

– Olha moça, desculpa se quebrei alguma coisa como celular, me manda a conta do conserto e...

– Não... Não é nada disso! Hehe! Olha, preciso que você me ajude.

– Desculpa mais uma vez moça, mas estou ocupado agora, e...

– Mas não vai demorar nada! Algumas horas,e...

– É, mas eu...

– Por favoooooooor.

Enquanto isso pensava:“Nossa, que difícil de convencê-lo! Achei que só minha beleza serviria, mas ele não cede! Parece que não é um idiotinha qualquer”.

– Olha, por favor, não sobrou quase ninguém agora, todos já se foram...

O rapaz olhou para ela, olhou pra baixo, e depois olhou pra outra rua, e então concordou em ajuda-la. Enquanto caminhavam, Val notou que de fato já não tinha mais ninguém próximo ao colégio, apenas algumas garotas conversavam. Então ela explicou seu plano:

– Olha, eu preciso fazer uma importante pesquisa de documentos, e como você é aluno dessa escola, queria que me mostrasse onde fica a secretaria, enfermaria, biblioteca, esses lugares.

– Tá bom.

– Também preciso de outros favores, mas depois te conto.

Valkyria precisava daquele rapaz para tarefas simples, mas principalmente para transitar dentro do colégio, alegando a qualquer um que indagasse que ela era a irmã mais velha daquele rapaz.

Não foi difícil localizar a diretoria do colégio, mas mesmo com extensopapo com a diretora, não conseguiu achar o tal professor Shibara. Concluiu que fosse então outro tipo de funcionário, mas cada vez parecia mais complicado achar alguém com esse nome no colégio.

Já passava das cinco da tarde, estava começando a anoitecer, quando então ela pensou em desistir da busca por aquele dia e consultar novamente o serviço de inteligência dos arcanjos, esperando por novas informações mais esclarecedoras.

Quase ela ia esquecendo-se do rapaz que a acompanhou todo aquele tempo e a ajudou em suas pesquisas.

– Nossa! Quase me esqueci de você, desculpa.

– Não... Tudo bem... Sem problemas.

Val ouviu o rapaz balbuciar algo, embora não tivesse ouvido direito, entendeu algo como “Já estou acostumado mesmo”.

– Ha? O quê?

– Ah... Nada...

– Você foi muito legal, te arrastei pra todo canto daquele colégio e você nem reclamou. Você me ajudou muito! Posso pagar um lanche pra você? Como retribuição, sabe.

– Obrigado moça, mas não precisa, já estou indo pra casa.

– Hmmm... Posso te dar uma carona então?

– Tá... Tudo bem então...

– Que bom! Olha, gostei mesmo de você... Nossa... Que grosseria a minha, esse tempo todo te arrastando comigo e nem me apresentei. Muito prazer sou Valkyria Mindeshater, qual seu nome mesmo?

– Takuya... TakuyaShibara...

O rosto de Val mudou na mesma hora, a sorte é que Takuya não a estava encarando, pois iria notar.Os olhos de Val se arregalaram, suas pernas quase não firmavam, o choque era claro.O Takuya em questãonão era um homem de mente corrupta e coraçãopsicótico, mas um adolescente tímido.

– Ta, ta, Takuya né?

– Sim.

– Pode esperar um momento Takuya-kun?

– Tudo bem.

As mãos ainda meio trêmulas de Val tentavam discar um número no celular.

– A... Alô Raziel. Sou eu, a Val, precisamos falar urgente!

– Sim, Val, tenho novas notícias do serviço de inteligen...

– TakuyaShibara e só um garoto! Não é um homem, é um garoto!

– Hum... Pelo visto você já localizou o alvo. Éadmirável sua eficiência Val.

– Eentão, o quevamos fazer?

E houve uma pausa de uns trinta segundos talvez.

– Como assim o que vamos fazer Val?

–Ora! Qual será o plano de ação que vamos tomar agora que sabemos desse fato.

– Não háalteração quanto ao plano. O objetivo continua a ser a eliminação doalvo.

As pupilas de Val se dilataram, seus olhos encheram-se de lágrimas.

– Mas... Ele e só um menino...

– Lamento o fato tanto quanto você Val, mas você viu as fotos, esse menino e um genocídio ambulante! Precisa ser eliminado antes que cause alguma desgraça!

– Raziel-san... Por favor... Não me peça isso...

– Val, estou tão chocado quanto você, não pensei que os renovadores iriam tão baixo, mas agora precisamos fazer o que e certo. Conto com você para isso.

Takuya e Valkyria caminhavam pela rua.Val mantinha seu encantador sorriso, mas sua mente estava tomada pelo conflito. De certo ela achava que ele jamais teria feito o que fez - um ritual com o obscuro.

Havia decidido, mesmo sem muita razão, que nem sempre o certo é uma atitude fácil de tomar, mas que deve ser feito. Sabia que iria chorar várias noites seguidas, mas que sofreria mais se aquele rapaz fizesse vítimas inocentes.

Já próximo ao estacionamento, local onde ela pretendia executá-lo, notou algo.

–Pronto Takuya, chegamos e...

Takuya demorou um pouco a responder. Val notou que ele admirava uma garota do outro lado da rua.Era uma garota da idade dele, um pouco mais alta, curtos cabelos ruivos, um corpo bem desenvolvido para sua idade e uma alegria contagiante. Observou também que Takuya dava um leve sorriso enquanto a admirava em silencio.

Valkyria sabia que na posição em que se encontrava não devia perguntar nada a ele, mas não resistia.

– Hey Takuya-kun, você gosta dela né?

O pálido rosto do Takuya se ruborizou na hora.

– Eh... Bem Val-chan... É que...

– Tudo bem Takuya, pode falar, é normal que rapazes como você se sintam assim com uma garota.

Val sabia que era errado conhecer alguém que estava prestes a assassinar, mas,ainda assim prosseguia.

–Eh, gosto...

– Gosta tipo, sóachou ela bonita ou sente algo mais?

– Gosto a ponto de ter cometido o maior erro da minha vida.

– Como assim?

– Eh... Nada... Deixa pra lá, foi só uma atitude tomada num momento de confusão. Nenhuma decisão tomada assim pode ser certa né?

Sem querer, Takuya havia esfaqueado Val. Havia dito palavras que tocaram profundamente sua alma.Valkyria usava de todas as forças que tinha para não chorar naquele momento, havia então entendido o que estava preste a fazer. Não ia apenas matar um rapaz,iria matar sonhos, paixões, toda uma vida, não a que ele já viveu,mas a que ele tinha pra viver ainda.

Decidira então não ser capaz de fazê-lo, não tinha como permitir que uma vida tão jovem pudesse encontrar fim tão breve.

– Você tá bem Srta. Mindeshater?

–Hum... Eh... Tôbem. Tô bem sim, foi só a poluição. Só isso, sou meio sensível sabe...

Valkyria e Takuya andavam dentro do estacionamento, a mente dela continuava confusa “Bem... Não vou matá-lo... Nem deixar que o matem... Mas o que faço? Como posso ajudar esse garoto? Bom, ainda nem sei bem a extensão da maldição dele, nem sei se foi mesmo amaldiçoado. Precisaria realizar alguns estudos, mas nem sei se os arcanjos concordariam com isso. Droga! Eles são bem intolerantes sob esse assunto, e além do mais sei que não foi desco...”.

A confusão na mente de Valkyria havia prejudicado sua habilidade como guerreira. Não havia notado que soldados renovadores se aproximaram sem que ela notasse, golpearam-na a derrubando na hora.

–SRTA MINDESHATER!

Eram cerca de seis homens. Não estavam portando armas d fogo, mas algumas barras de ferro, pés de cabra e tacos de baseball.Quatro deles espancavam Valkyria, dois acertaram Takuya, mas logo foram imobilizar Val também.

– Nossa, que peixão! A regente arcanjo, ValkyriaMindeshater! Assim que lhe entregar aos meus superiores, vamos ser promovidos a generais com certeza!

–Vamos acabar com ela logo!

– Melhor, nossos superiores vão nos dar um bônus com certeza quando estiverem se divertindo eliminando ela.

– Hey, e aquele moleque ali?

–Sei lá quem é ele, mata...

– TAKUYA! CORRE!

Nem deu tempo dele reagir, havia sido atingido no estômago e curvado de dor. Quando já estava recobrando o equilíbrio, foi atingido com força na cabeça, caindo inconsciente na mesma hora.

– Bom, um já ta dormindo... Agora vamos por a outra pra dormir também.

Enquanto um deles se aproximava de Val, um som ressoava no ambiente, como uma risada. Ao breve, notaram que a risada vinha justamente do Takuya.

– hmhmhmhmhmhmmmm.

Takuya se levantava lentamente, e a risada aumentava na mesma medida.

– hehehehehehhehe

Já estava de pé, mas sua cabeça estava baixa. Seus cabelos encobriam seus olhos, braços e ombros caídos. Ele continuava rindo, mas então ele começou a dizer algumas palavras.

– Aaaaah... Siiiim... Que bom que tem alguém aqui querendo brincar comigo... Que bom...

– Ah! Você quer brincar moleque?

– Isssssso vai ser tão... Divertido!

Enquanto dizia isso, levantava seu rosto e mostrava sua feição. As pupilas de tão contraídas pareciam pontinhos naqueles dois olhos arregalados. Exibia um sorriso viciado, assustador.Então soltou mais uma risada antes de dar a investida contra aqueles homens.

–NNNNNYYYAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!!








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