Seu corpo se encontrava debilitado devido à doença que sugava suas forças, estava tão magro que certos ossos do seu corpo e rosto já estavam aparentes. Sua pele estava tão pálida que estava muito alem do patrão de palidez dos Hyuugas. A beleza que um dia fizera parte da sua aparência, agora se fora, pois seu rosto antes tão belo estava com algumas rugas e uma expressão de fraqueza e sofrimento, como se por dentro ele estivesse lutando contra dores muito fortes.

Ao ver seu Pai nesse estado deplorável, Hinata não conteve as lagrimas que chegaram aos seus olhos para depois transbordarem por seu rosto.

Hinata(pensando) – Pai...

Antes de se aproximar mais, Hinata enxugou os olhos e assim deu mais alguns passos ate seu Pai.

Quando o medico do clã Hyuuga percebeu que Hinata estava no cômodo, aproximou seus lábios da orelha de Hiashi para lhe informar que ela estava ao seu lado.
Hinata pode ver seu Pai abrir os olhos ao fim da informação do medico e olha-la com muito carinho em seus olhos.

Hiashi – Hin... Hinata...

Ate mesmo sua voz não era a mesma. Era uma voz fragilizada, de alguém que estava sofrendo muito. Hinata teve vontade de chorar sobre seu Pai e implorar que voltasse a ser como antes, tão belo, tão autoritário como todo líder deveria ser voltar a ter o brilho de seriedade em seu olhar, enfim... Apenas voltar a ser seu Pai.

Hiashi fitou o medico e com um sinal de mão, pediu para que esse se aproximasse.
Hiashi – ponha-me sentado.

Hinata via Hiashi segurar firmemente nos ombros do medico e este lhe ajudar a sentar encostado no travesseiro próximo à parede.

Era angustiante vê-lo tão... Vulnerável. Nunca fora assim, nunca precisara da ajuda ninguém. E agora o ver precisando da ajuda de outros ate para se sentar a deixava extremamente horrorizada por ver o que uma doença fazia com alguém. 

Após ajudá-lo a sentar, o medico Hyuuga se levantou e saiu do quarto deixando os dois mais a vontade, mesmo que nenhum deles se sentisse assim.

Hiashi fez um sinal com a mão para Hinata, mostrando a ela que podia se sentar ao seu lado. Hinata prontamente o fez, indo a seu lado dobrando suas pernas, sentando-se sobre elas e permanecendo de cabeça baixa.

Após isso, houve apenas silencio entre eles, nem falas, nem gestos... Apenas silencio. Ate que este foi quebrado por Hiashi.

Hiashi – eu... Eu estou feliz que tenha voltado.

Hinata ficou surpresa, mas manteve-se com a cabeça baixa.

Hinata – eu também.

E novamente um silêncio se pos entre eles.

Hinata tentava segurar o choro, porem não estava mais conseguindo, então lagrimas silenciosas escorreram por seu rosto, pois ver o próprio Pai nessa situação não estava sendo fácil. Será que se não tivesse fugido, isso teria acontecido? Será que seu Pai não estaria nessas condições? Mas... Se não tivesse fugido, não teria se declarado a Sasuke. Teria conhecido o amor como conheceu sem ele ao seu lado? Nunca iria saber a resposta!
Hiashi tinha coisas a dizer para Hinata, que precisava dizer antes... Antes que fosse tarde demais. Precisava recuperar o tempo que perdera, ou no mínimo, fazer com que a magoa que ela sentia em relação a ele diminuísse.

Hiashi – Hinata... Eu...

Hinata – não precisa Pai.

Hiashi ficou surpreso com a fala de Hinata.

Hinata -... Não precisa dizer nada agora. Eu sempre soube que o senhor me amava, de alguma forma... Da sua forma. Por isso, digo que não precisa dizer isso ag...

Agora era Hinata que era surpreendida por seu Pai tê-la puxado contra seu corpo, dessa forma a abraçando.

Hiashi – Hinata... Eu realmente preciso.

Ao dizer isso, rolavam grossas lagrimas dos olhos perolados de Hiashi.

Hiashi – sua mãe, antes de morrer me fez um simples pedido: que cuidasse de você e de sua irmã e as protegesse de tudo que pudesse fazer mal a ambas.

Hiashi apertou mais o corpo de Hinata contra o seu, enquanto ainda caiam muitas lagrimas de seus olhos.

Hiashi – o interessante é como eu pude distorcer tanto esse pedido. Sempre cumpri com o que prometi, mas em troca poucas vezes estava com vocês e não fornecia todo o carinho de que precisavam.

Hinata constatava que tudo que era dito por ele era verdade, pois se lembrava de sua infância onde seu Pai nunca estivera presente e isso fazia com ela chorasse ainda mais e se encolhesse contra o corpo dele.

Hiashi – eu já pedi desculpas a sua irmã. Mas com você eu tenho mais faltas do que a ela.
Hiashi afastou um pouco Hinata e assim a fitava nos olhos.

Hiashi – desculpa por nunca dizer o quão forte você estava ficando a cada dia, desculpa por sempre que estava próximo de você não dizer uma palavra de carinho, apenas palavras ríspidas... Mas desculpa principalmente por nunca dizer que você sempre tudo aquilo que sonhei numa filha minha e que eu sinto muito orgulho de você Hinata.

Hinata se encontrava paralisada. As palavras que esperou sua vida inteira em ouvir de seu Pai foram ditas em meio a lagrimas de ambos. Não contendo sua emoção, Hinata o abraçou com toda sua força e com toda vontade guardada por anos.

Hinata – obrigada Pai.

Disse ela entre lagrimas.

Hiashi (também chorando) – desculpa dizer isso de uma vez. Mas... Não me perdoaria se eu partis...

Hinata tampou a boca de seu Pai.

Hinata – não diga isso! O senhor vai passar por isso. O senhor vai ver só.

Hiashi sorriu sinceramente a ela. Ate nas horas mais difíceis ela se mostrava mais forte que todos.

Hiashi – Hinat...

Hiashi cortou suas palavras e começou a tossir sem parar colocando a mão em frente à boca com Hinata tentando ajuda-lo, foi então que ambos ficaram espantados com o que viram: um liquido vermelho se encontrava nas mãos de Hiashi, pois seu corpo havia suportado o máximo que podia.

Hiashi olhou que Hinata que estava incrédula. Seu Pai estava morrendo na sua frente. Isso não podia estar acontecendo.

Hiashi abraçou Hinata mais uma vez e sussurrou algo em seu ouvido.

Hiashi – Hinata... Só você pode comandar o clã. Você tem esse direito em seu sangue. Prometa-me que fará isso Hinata, prometa-me que cuidara do clã e da sua irmã por mim.
Hinata correspondendo seu abraço e chorando muito.

Hinata – sim Pai.

Hiashi novamente afastou os corpos. Com um sorriso terno no rosto enquanto de sua boca ainda saía sangue de suas entranhas, acarinhou a rosto de Hinata o tingindo levemente de vermelho.

Hiashi – cuide do clã... E saiba que sempre me orgulhei de te chamar de filha... Minha doce Hinata...

A partir desse momento, Hiashi perdera o brilho existente em seus olhos e caiu sobre as pernas de Hinata que ainda continuavam dobradas.

Hinata(pensando) – isso não pode ser verdade... Isso não... Pode...

Lagrimas rolavam sem cessar dos olhos de Hinata enquanto esta ficava imóvel. Fitava sobre seu colo seu Pai morto após ter declarado a ela que tanto queria ouvir. Tentava entender por que isso acontecera. Por que sempre era feliz por breves instantes?

Hinata – Pai... Pai acorda...

Hinata pegou o corpo do Pai ainda quente e o abraçou o mais forte que podia não se importando se o sangue que ainda saia dele manchasse sua roupa.

Hinata – eu sempre vou te amar.

A partir desse momento, Hinata escondeu o rosto na curva do pescoço de seu Pai e parou de segurar as lagrimas que vinham a seus olhos e deixou-se chorar incessantemente abraçada ao corpo inerte do Pai.