Never Let This Go escrita por lalala


Capítulo 1
Just It.


Notas iniciais do capítulo

É isso... Como já disse, é a primeira one, então deve estar uma BOSTA u___u
Mas ler não custa nada, não é, pessoas??? *--*
Okay, vou parar então.
Espero que gostem, certo? Certo rsrs Boa leitura lo



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Fundo do poço. Talvez fosse a única maneira de explicar como os dois se encontravam. As brigas já eram tantas que mal aguentavam olhar para o rosto um do outro; muitas drogas, festas e bebidas entraram em seus caminhos, tornando tudo mais difícil.

Mesmo assim, se separarem também era impossível. Por mais que dissessem e mostrassem se odiar, à noite o “eu te amo” era sempre pronunciado com sinceridade antes de caírem no sono depois de um longo e desejado beijo.

Ficarem juntos os fez se afastarem de suas famílias que eram totalmente contra o casal. Tal razão que explicava o fato de agora permanecerem em um sobradinho nos subúrbios de Jersey, já conhecido pelo tráfico e grande área de outros tipos de criminosos e dizer que eles também não participavam disso seria mentira. Até porque, foram seus jeitos para sobreviver a uma vida a dois, problemática.

Ou pelo menos até aquela madrugada.

~*****~

O maior acendera mais um cigarro, sentado ao pé da cama no meio da madrugada. Não era seu objetivo, mas logo depois de poucos segundos pôde sentir os toques suaves das mãos de seu pequeno entrelaçando sua cintura.

Se desfazendo dos lençóis que o cobriam até o rosto, sentou-se atrás dele apoiando a cabeça em seu ombro esquerdo, ainda sonolento.

– Acordado há essa hora? – Perguntou bocejando e acariciando o abdômen do outro.

– Volta a dormir, vai... – Tentou se desfazer dos braços do menor em uma das tragadas, sem ligar muito para o pequeno, que se irritou, como de costume.

– Qual é o seu problema, hein?! – Se afastou bruscamente, voltando a se enrolar no lençol claro. Deitou-se rosnando, para o lado em que não via o outro.

Mas como sempre, o que lhe restou a fazer foi jogar o cigarro fora e com a expressão visivelmente afetada, triste – mesmo que brigassem, ver um deles mais alterado os fazia mal, às vezes até por mais bêbados que estivessem -, no momento era ele que tinha ido ao encontro do menor, passando as mãos por sua cintura também e o abraçando. Sua cabeça perfeitamente encaixada no pescoço do Iero levava a respiração quente até as áreas próximas à bochecha, arrancando baixos suspiros deste.

– Desculpe...? – Se atreveu a perguntar, distribuindo rápidos beijos pelo pescoço do outro. Mas não obteve resposta – Só estou... Mal... Não queria passar isso para você.

Mal pelo quê? – Virou-se para o Way, impedindo-o de continuar o beijando. Seu olhar era pacifico e qualquer um se perderia em suas órbitas em vários tons de marrom brilhantes.

Hesitou. Não queria responder, não podia de acordo com ele.

Apenas se aproximou mais, ficando em cima do baixinho roçando seus narizes frios.

– Deixe disso... Vamos, eu te amo. – O beijou. Um beijo mais rápido do que o esperado porque fora interrompido.

Mal pelo quê, Gerard? Você ainda não respondeu. – Aumentou a voz.

– Ora, está tudo bem! – Segurou a nuca do menor, que, raivoso, o empurrou da cama – Ei! Porque fez isso?!

– Pára com isso, certo? Pára! – Ele suplicou de repente puxando mechas do cabelo negro. Gerard desistira de tentar se aproximar, mas fitava-o em tom de dúvida, tentando entender o porquê daquilo tudo – E nem venha com essa sua carinha de cachorro perdido porque eu já sei de tudo!

– Eu... O que? D-de tudo? – Arregalou os olhos momentaneamente – E-eu não fiz nada! Do que você está falando?

Frank não queria, mas via a mentira nos olhos do Way. E ficara impressionado de como hoje em dia as pessoas eram capazes de mentir olhando em seus olhos. Era nojento.

Mas ele tinha visto. Tinha a visto. Viu-a aos beijos e abraços com seu Gerard. E não pode descrever o quanto aquilo doía.

Na primeira vez, achou que o maior poderia dizer algo, falar que fora assediado pela mulher ou algo do tipo. Mas não. Depois da segunda e terceira vez, continuava agindo com o Iero como se tudo estivesse perfeitamente bem, até porque, ele não sabia de tudo que o pequeno tinha visto e ouvido vindo dos dois.

Não se importava mais. Sempre que perguntava discretamente, entre metáforas que eram perfeitamente entendidas pelo outro, se estava saindo com outra pessoa, se algo o incomodava, era sempre respondido negativamente.

Foram essas respostas que o fizeram repensar em tudo seriamente. Gerard não se importaria se o visse longe de sua vida, certo? Já que agora tinha mais um alguém ao seu lado, Frank pensara. E já estava mais do que na hora de colocar tudo para fora, jogar a verdade em sua cara.

– Do... Do que eu estou falando?! Você sabe tanto quanto eu! – Soluçou sofrido. Enquanto chorava afundando a cabeça na cama, Way começou a se vestir, colocando uma calça jeans qualquer, uma blusa azul marinho e jaqueta de couro preta. Frank o fuzilou com os olhos – Ah, já vai? Não aceita a verdade? Vai fugir de novo para sua mulherzinha? – Pronunciou-se com desgosto.

– Que mulherzinha, Frankie? Não estou entendo o que você quer dizer, eu... Frank, espere... você está mal, certo? A gente... A gente bebeu demais ontem à noite, você só está delirando...

– Não estou delirando! – Levantou-se também – Ou a Lindsey é só fruto da minha imaginação? Da minha fértil e infantil imaginação...

Gerard gargalhou alto. Risada falsa, seu desgraçado, veio em mente do baixinho. Mas preferiu deixar o maior continuar a falar.

– A Lindsey? Acorde Fran, ela é só uma conhecida minha!

– Ah é? Pois tem certas coisas que só eu deveria conhecer e ela sabe muito bem... – Cruzou os braços.

– Frankie... – O olhou tristonho e sua voz quase saiu como um sussurro. Aproximou-se do Iero que em meio a tanta dor, por mais que o ódio o invadisse, deixou-se ser abraçado.

Iria acabar rapidamente, mas ele só queria um porto seguro mais uma vez e mesmo que agora Gerard Arthur Way não significasse nada disso, seus braços em volta da cintura eram sempre reconfortantes.

– Talvez se meu coração parasse de bater, não doeria tanto assim... – Falou baixo com a cabeça aconchegada no pescoço de Gerard – E nunca mais eu teria que responder novamente a todos...

Não ia mentir, tentou mesmo ficar ali por mais algum tempo. Queria conseguir desculpá-lo, fingir que nada tinha acontecido.

Era impossível.

Ao fechar os olhos, todas as cenas de Gerard e Lindsey invadiam por completo sua cabeça e toda a vontade de continuar vivendo iam embora.

– Chega. – Desfez-se rápido antes que mais e mais imagens viessem à tona.

Encarou o maior de cima para baixo com desgosto. Ele não ia mesmo contar nada sobre a tal amante? Poderia ver a pessoa que um dia jurou ser seu único amor chorando e implorando aos seus pés numa madrugada e mesmo assim ia deixar a mentira vencer?

Aquele não era mais o Gerard que conhecia.

Mesmo com tantas brigas até aquele dia, sentia no calor da alma que nunca haviam chegado tão perto do desastre total quanto agora.

– Você me dá nojo. – Conseguiu pronunciar-se sem nenhum rastro da tristeza que antes o dominava – Está vendo meu estado, te implorando para dizer a verdade? E mesmo assim não vai fazer nada? …Realmente, o que aconteceu com você?

Frankie...

– Não me chame de Frankie. Nunca mais. – Engoliu em seco, vendo a figura de Gerard se desmoronar no olhar.

– Mesmo se eu te dissesse a verdade, do que adiantaria? Você nunca iria me perdoar...

– Está enganado. Eu fiquei aqui com você todos esses dias, não é? Acha mesmo que eu não vi você saindo com aquela prostituta?

– N-não fale assim dela...

– Mas é o trabalho dela, você não entende?! Vá ali do outro lado da rua todas as noites e verá a mesma Lindsey que fez o que faz com o resto dos clientes, com você. Você é só mais um brinquedinho dela!

– Mas...

– Eu passei todos esses dias aqui, mesmo sabendo o que você fazia com ela quando dizia para mim que ia dar uma volta... – Respirou fundo e olhou para cima. Não queria chorar. Não podia chorar.

Mostre o quanto é forte, Frank, mostre a ele que consegue.” Pensou antes de desabar novamente – Porque eu te amo! Eu te amo mais do que tudo, e tinha esperanças de que ia me contar o que estava acontecendo! – Continuou.

Gerard permanecia sem palavras. Afinal, ele não tinha argumentos, Frank sabia de tudo desde o começo. E agora todo o peso havia sido passado para o Way, que finalmente começara a se sentir o pior dos traídores.

– Olha, por favor, não me leve a mal... Porque eu nunca vou esquecer. – Balançou a cabeça – Mas eu não consigo achar palavras para te dizer.

– Eu... Eu também não, é sério. Eu te amo!

O menor deu um passo para trás junto a uma careta. Um nó na barriga se formava com aquelas palavras.

Ele não o amava. Quem ama não faz isso. Ele não o amava. Não o amava mais. E mesmo querendo mais do que tudo poder ouvir um “eu te amo” sincero, como sempre fora, percebia que durante todo esse tempo, o fingimento já era de longa data.

Como Gerard ainda conseguia pronunciar tal coisa? Pequenas palavras, mas de grande, imenso e incontável valor para quem ama verdadeiramente, e para o Way, pelo que parecia, perderam todo o sentido.

– Não fale isso... Aliás, como ainda consegue? Amar alguém ou nada é o mesmo para você?

– Estou falando a verdade! Des-desculpe pela Lyn... Eu sei que devia ter te falado antes, ou ter terminado tudo de uma vez...

– Que bom que sabe.

– Afinal, tinha sido só por uma noite... Já tinha errado, não é? Eu não... Não devia ter continuado.

– Pois é.

– Mas agora sou eu quem está aqui, pedindo perdão. Por favor, me desculpa. Eu não quero te deixar sozinho. – Segurou sua mão.

Frank não engolia. Aquilo não era suficiente.

Porque não? Porque já fora enganado. Há meses que tudo havia começado e ele engoliu, na esperança do perdão. Agora já era tarde e não conseguia mais confiar nas palavras do maior.

Seu olhar, antes puro e brilhante juntos aos olhos verde-oliva, agora afundavam num desgosto profundo e o nojo em ser tocado por alguém como ele. Afinal, até uma prostituta já tinha sido vítima de suas promessas de amor.

De um amor único que começou sendo jurado apenas para Frank.

Ou quem sabe houvesse ainda mais alguém antes dele, com a mesma promessa? Iero não pretendia pensar naquilo agora, só queria sumir, acabar com sua vida. De preferência, longe de Gerard.

– É mesmo?! – Ia continuar, mas foi parado por uma lágrima gelada descendo pelo rosto – Realmente, eu não quero ficar sozinho.

– Então... – Elevou suas mãos até o rosto do pequeno, enxugando a mesma lágrima.

Ele não ia desistir. Tentava a todo custo recuperar a confiança de Frank.

Não cairia nessa de novo. Se não confiasse mais no Way, iria sim, se afastar mesmo que doesse.

Talvez não fosse nem por ódio, pois não podia afirmar que não o amava mais. Era por medo. Medo de vê-lo mentindo. Medo de pegá-lo novamente com outra pessoa e conseguir apenas respirar fundo e seguir em frente.

Preferia imaginar que seu final teria sido feliz ao lado dele, em um sonho distante, recuperado em alguma outra vida.

– Não quero mesmo ficar sozinho. Mas agora eu sinto como se não o conhecesse. – Tirou as mãos frias de Gerard de seu rosto abruptamente.

– Não! Não! Está tudo bem, ainda sou o mesmo Gerard de sempre! Eu juro!

– Então você jura que sempre foi um vagabundo?!

– Eu...

– Um dia você ainda vai ficar doente de dizer que está tudo bem... E então tenho certeza de que eu estarei fingindo.

Assim como estava naquela noite. Até perder a paciência.

O quarto ficou em silêncio por longos minutos. Apenas os dois se encarando.

Os olhos vermelhos de Frank mostravam o quanto tinha lutado até aquela noite para continuar com quem amava. Por instantes, achou que Gerard ainda o amava também.

Infelizmente, errou.

E por causa deste erro, não queria mais ficar ali.

Por causa do Way, se afastou da família. Por causa do Way, passou por noites em prisões, conflitos com policiais, problemas com drogas. Por causa do Way, viveu uma breve vida que, pensando bem – como fazia agora, parado ao lado da cama, com uma ou duas lágrimas caindo vez ou outra dos olhos que ainda pediam uma história sincera -, fora horrível.

Nunca conseguiu se acertar na vida; seus sonhos foram interrompidos eternamente por um amor que jurou ser assim também. Eterno.

Mas acabaria com tudo aquilo.

Agora.

Num ato instintivo, correu até o criado mudo, passando por Gerard de qualquer jeito.

Ele a guardava aqui... Tem que estar por aqui... Eu sei... Eu sei...” Remexia na gaveta resmungando baixo de olhos arregalados e vidrados.

Queria se deitar e dormir para sempre. Fechar os olhos e finalmente descansar.

– Frank... O que você qu—Não faça isso! Frank! Frank! – Tentou empurrá-lo para longe da gaveta, mas este já tinha pegado a pequena Fichetti Security 500a e preparava-se para carregá-la.

Gerard não era bobo a ponto daquilo. Sabia o quanto Frank era bom de mira e teve medo de que quisesse acabar com sua vida. Até para morrer pensava ser o principal, mas não era o objetivo do Iero matar o outro. Afastou-se e deixou-o levantar, deixando a arma encaixar-se em sua mão.

– Essas coisas que você diz não funcionam mais... Mas você não precisava ter mentido tanto para mim, como está fazendo até agora. – Riu sádico e preparou o gatilho. Apontou-o para sua cabeça – Eu te amei... Te amei mais do que tudo… Amei.

– Frank... N-não faça isso, a gente... A gente pode recomeçar ou... Ou... – O medo tomara conta de sua voz.

Não me leve a mal, porque eu nunca vou esquecer. Mas sinto como se eu não o conhecesse. – Puxou o gatilho.

O som da arma foi abafado por seu crânio fazendo-o cair deitado na cama onde tudo começara. Nos lençóis brancos, a grande mancha vermelha começava a ganhar tamanho, banhando-os.

Mas ali estava ele, do jeito que queria. Seu rosto não parecia afetado. Pelo contrário carregava com sigo, uma expressão calma e até diríamos, angelical. Se não fosse pelo sangue, teríamos a quase certeza de que Frank acordaria a qualquer momento sorrindo doce.

E Gerard fora tão afetado quanto o menor. Não sabia o que fazer. Ficou branco, pasmo. Um frio percorreu sua espinha. O que tivera acabado de fazer? O que causara? Matara seu próprio amor. E via toda a culpa naquilo.

Talvez fosse até o que Frank queria. Mostrar para ele o quanto doía amar alguém, mas sentir que essa pessoa não sente o mesmo, ou simplesmente não quer mais te amar também.

E ele conseguiu.



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Notas finais do capítulo

É, muuuito obrigada se alguém leu '.'
Então, reviews?? Ajuda muito bem vindas, ok? hehe
Beijão