Return escrita por Policarpo


Capítulo 1
Apenas devolva


Notas iniciais do capítulo

Valeu Jojo_Almeida e Julia Tenorio por me darem espiração. Serio leiam as fics delas. Sem mais recados.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/226578/chapter/1

POV Travis

Estava deitado na minha cama, pensando na próxima brincadeira com o chalé de Afrodite, quando começam a bater na porta.

Connor, abre a porta! – eu falei e ele não foi.

CONNOR! – gritei, ele não respondeu. Olhei pro beliche de baixo, ele estava roncando e com fone de ouvido. Levantei e fui abrir a porta.

Uma Miranda impaciente estava lá.

O que foi? – perguntei.

Devolva – ela disse sem muita paciência.

O quê? – perguntei tentando lembrar de tudo que roubei dela.

Ela respirou fundo e falou:

A Katie – coração pare com essa dancinha – me mandou vir aqui e falar, ou melhor, mandar você devolver o que roubou dela.

Eu nunca roubei nada da Katie - falei sem entender, ela é a única pessoa do acampamento que eu nunca roubei.

Ela também disse que você não saberia o que é – ela me olhou acusadoramente - por que pra você não é importante.

Antes de eu falar qualquer coisa ela me cortou – Você tem até amanha pra devolver. Pense bem no que é.

A filha de Deméter se virou e foi embora. Me deixando muito confuso. Voltei pra minha cama e fiquei um tempo pensando. O que eu roubei da Katie? Um tempinho depois me ocorreu uma coisa, e se foi o Connor que roubou e ela acha que fui eu? É a única explicação no momento.

Levantei, fiquei do lado do beliche. Ele não estava mais lá. Onde meu clone foi parar?

Sai do chalé e fui pra arena, o encontrei lutando com um campista de Hefesto.

Ohhhhh CONNOR! - gritei, ele me olhou e o filho de Hefesto quase arrancou seu braço.

Meu clone fez um sinal de tempo e veio falar comigo.

Qui é? – perguntou.

Você roubou algo da Katie? – direto ao ponto.

Hãn? Como? A Katie? – Oh criatura lenta.

É Katie Gardner, filha de Deméter, chalé 4. Roubou ou não? – podia só responder sim ou não.

Não, por quê? – perguntou com uma cara de confuso.

A Miranda veio falar comigo me mandando devolver o que eu roubei da Katie – contei – Mas eu não roubei nada dela!

Então por que veio me perguntar? – Já disse que ele é lento?

Por que talvez, você tivesse roubado e ela pensa que fui eu. – respondi.

Valeu pela confiança – ele falou sarcasticamente – Mas o quê ela quer?

Eu não sei, tenho até amanhã pra descobrir e devolver. – Falei.

Ata, boa sorte – falou voltando pra luta.

Ei! Não vai me ajudar? – perguntei indignado.

Não. – gritou de longe.

Dei meia volta e fui andando sem rumo. Afinal como eu vou devolver algo que eu não peguei? Ou melhor, algo que eu nem sei o que é?

Resolvi perguntar pra Katie, o que ela acha que eu peguei.

Fui correndo ao chalé de Deméter. Bati na porta e um garoto abriu – acho que se chama Henri – e me olhou feio. Já disse que os filhos de Deméter não gostam de mim e do Connor? É não gostam.

O que você quer? – perguntou.

Falar com a Katie – respondi tentando olhar por cima dele o chalé.

Não está – me olhou desconfiado – O que quer com ela?

Só conversar – falei – Sabe onde ela está?

Acho que no bosque – respondeu – ou nos campos de morangos.

Valeu – respondi me virando.

OK, vou primeiro no bosque, depois nos campos e depois...

Depois é depois (N/A: nãooooo, depois é agora --‘)

Cheguei no bosque e comecei a caminhar olhando tudo.

Depois de uns 25 minutos, escuto um barulhinho.

Parece um soluço? Fico quieto por um estante procurando o barulho, vinha da esquerda.

Ando tentando não fazer barulho, até chegar a frente de uma arvore grande, dou a volta nela.

Senti um aperto no coração. Conheceria aqueles cabelos castanho terra em qualquer lugar. Ali na minha frente encolhida, chorando, estava Katie Gardner.

Meu impulso foi abraça-la, ela tomou um susto, mas me abraçou enterrando o rosto na minha camisa. Sentei ao seu lado a puxando pro meu colo. A abracei mexendo em seu cabelo, tentando fazer com que ela parasse de chorar. Aos poucos ela foi se acalmando.

Katie – chamei hesitante – por quê – ela me cortou.

Travis, por favor, eu não quero falar. – ela quase implorou com a voz ainda chorosa.

OK – falei.

Olhei seus olhos verde planta agora avermelhados pelo choro, nos encaramos por uns instantes antes dela desviar.

Ainda gosta de chocolate ao leite? – perguntei tendo uma ideia.

Gosto, por quê? – perguntou desconfiada. Por que todo mundo desconfia de mim? Sou quase um santo. (N/A: aram, sei, acredito muito.)

Vem, acho que tenho alguns no meu chalé – falei.

Travis, não precisa – ela disse meio hesitante.

Claro que precisa – falei levantando e levando ela junto.

Ok – ela disse se rendendo.

Começamos a andar de volta pro acampamento.

Quando estávamos quase chegando ela pergunta:

O que estava fazendo no bosque? – ela disse olhando pra frente.

Te procurando – respondi a olhando.

Ela me olhou levantando a sobrancelha – por quê?

A Miranda veio falar comigo – ela pareceu entender – Não entendi o que era então resolvi te perguntar.

Ela abaixou o olhar como se o chão de repente ficasse muito interessante.

Vai me falar o que é? – perguntei.

Ela suspirou triste – Travis, você tem que descobrir.

E – tentei pensar em como fazer aquela pergunta – o que acontece se eu não descobrir?

Ela parou e me olhou. – Nada muito importante – “pra você” ela sussurrou baixinho- Mas, não precisa devolver – ela falou pensando bem. – Sabe isso que você pegou todo mundo tem, mas se não quiser entregar o seu, é só me devolver.

Sinceramente? Não entendi nada. Acho que nem um filho de Atena entenderia. Minha cara devia ser hilária, por que ela riu. E como era bom ouvir sua risada.

Lembro de quando nos conhecemos com 10 anos. Ela tinha acabado de chegar e estava no nosso chalé. Quietinha em um canto olhando tudo era obvio que ela não era filha de Hermes, e lembro que Connor chegou nela tentando distrai-la. Pra eu tentar pegar sua mochila. Mas ela sempre foi assim desconfiada, quando ele chegou perto ela puxou a mochila pra perto. Desisti e sentei ao seu lado enquanto Connor ia pra sei lá onde. Ficamos conversando eu a fazendo rir. Era legal.

Depois de 7 anos continuamos. Agora brigando mais. Mas no final eu faço uma palhaçada e ela acaba me perdoando.

Chegamos na frente do chalé 11, pedi pra ela esperar e fui pegar o chocolate. Entrei e comecei a vasculhar as coisas de uma das minhas irmãs, elas sempre tem uma barra. Achei e fui saindo. Ela estava sentada na escadinha na frente do chalé. Passando a mão pela grama a fazendo crescer e diminuir.

Sentei ao seu lado, entregando a barra a ela. Que abriu e comeu um pedaço.

Como sabia que eu ia querer chocolate? – ela perguntou.

Minhas irmãs dizem que é um remédio melhor que néctar- eu disse a fazendo rir.

É verdade – disse – mas pra mim néctar tem gosto de chocolate.

Serio? Pra mim tem gosto de torta de sorvete – contei.

É estranho – falou pensativa- Eu amo chocolate, mas prefiro sorvete de morango.

Eu ri e perguntei – E entre um morango e um chocolate?

Chocolate – disse e nós dois rimos.

Você é muito indecisa sabia? – perguntei pra ela quando paramos de rir.

Nem tento – ela disse – Quando quero, eu consigo e não a quem me faça mudar de ideia.

Se não é indecisa, fale – pensei um pouco- o que mais gosta de fazer?

Ela pensou um pouco – Acho que controlar plantas – pensou mais um pouco – Não, acho que é ler – depois negou com a cabeça e pensou mais um pouco- Comer chocolate está na lista – pensou mais um pouco e disse com toda a certeza do mundo – É conversar com uma pessoa que eu conheço, eu sempre gostei disso.

E quem seria essa pessoa? – perguntei desconfortável, e se fosse um garoto que ela gosta?

Você conhece ela – ela disse – Na hora certa eu te conto.

Não, me conta agora – falei – por favor!

A que ponto a sua curiosidade pode chegar! – ela afirmou – Travis Stoll pedindo, por favor, cadê a câmera?

Háhá sem graça – falei – É serio, me conta!

Sabia que você ta parecendo uma filha de Afrodite? – ela disse rindo.

Sabe que eu vou descobrir, não é? – falei.

Sei. – ela disse sorrindo, me fazendo sorrir.

KATIE! – gritou uma voz feminina, fazendo a gente se virar para lado da arena.

Amanda, uma irmã da Katie, vinha correndo.

O que foi? – Katie perguntou.

Miranda tá chamando, ela falou pra você ir pros campos. Tipo, agora. – ela disse parando na nossa frente.

Por que? – Katie perguntou levantando.

Não sei – disse indo para lado do chalé da deusa da agricultura.

Ok, tchau Travis – disse indo pros campos de morangos

Tchau – disse a olhando ir embora.

Fui pra arena treinar um pouco.

O resto do dia foi normal, depois do jantar fui direto pro chalé, já tinha tomado banho então só me joguei na cama pensando. No que a Katie acha que eu roubei, como iria entregar, se todo mundo tem pra eu iria querer dela, e principalmente o que iria acontecer se eu não descobrisse até amanha. Não percebi quando cai no sono. Mas tive um sonho:

Estava correndo pro bosque, procurando algo, ou alguém, até que achei Katie chorando, como hoje, só que as roupas eram diferentes.

Katie – chamei a abraçando.

Isso tudo acabaria se você me devolvesse. – disse se separando de mim, tentando secar as lagrimas, mas elas não paravam.

Katie, por favor, eu não sei o que é- falei tentando me justificar.

Stoll, por favor, me esqueça, não me olhe, não fale comigo – ela soluçou, abaixou a cabeça cobrindo o rosto com as mãos – Não piore as coisas.

Mas eu não sei o que fazer – falei desesperado – O que eu roubei?

Ela levantou a cabeça e me encarou, mais lágrimas rolando.

Ai, eu acordei.

Eu tinha que descobrir o que ela queria.

Era isso ou essa cena ia se repetir.

Levantei, me arrumei correndo e fui pro chalé de Deméter. Chegando lá eu olhei pela janela. Ela estava deitada, olhando a mancha de lagrimas no travesseiro. Como eu sei que é de lagrimas? Seus olhos estão vermelhos. Ela não me viu ali. Fiquei observando por um tempo até que ela levantou e eu me escondi.

Tinha que descobrir. Tentei imaginar nunca mais olhar, falar ou viver sem ela. Cheguei à conclusão que não conseguiria.

POV Katie

Quando acordei, fiquei olhando pra manchinha que ficou no travesseiro, eu tenho que parar com isso.

Era hoje eu dei um dia ele tinha que me devolver o que pegou. Se ele não conseguisse teria que aprender a viver sem mim. Não que pra ele vá fazer diferença.

Me arrumei e fui tomar café da manhã. Quando chegamos me peguei o procurando. Afrodite, o que fez comigo? Se bem que eu não sei se foi Afrodite ou Eros. Bom não importa já me dei mal mesmo. Agora é esperar. Fui fazer a oferenda e joguei um pouco pra minha mãe e outra parte pra Afrodite, vai que ela me ajuda.

Terminei de comer e fui treinar. Enquanto lutava com Henri – meu irmão – Só pensava nele. Nisso quase que eu perco a perna, se eu não tivesse reflexos de batalhas.

Eu tenho que parar com essa obsessão.

POV Travis

Era quase pôr-do-sol. Eu ainda não tinha descoberto, ela não disse horário, mas pra mim é um sinal claro de seu tempo está acabando.

Depois de ficar o dia inteiro tentando descobrir o que era desisti. Fui procurar a Katie e perguntar o que é. Vou direto pro seu chalé, chegando lá vejo Miranda saindo.

Miranda! Sabe onde a Katie está? – perguntei.

Ela me lançou um olhar ameaçador, como se eu não saber fosse um crime.

Acho que está no bosque – ela olhou pro céu – pelo que eu sei você tem até o pôr-do-sol – sorriu maldosamente – é melhor correr.

Não foi preciso dizer duas vezes sai em disparada pro bosque. Sorte que filhos de Hermes são rápidos. Cheguei e comecei a procurar, minha cabeça entrou em curto-circuito. Só sabia que tinha que achar a Katie.

A encontrei, como no meu sonho. Minha cabeça ficou em branco.

Katie – chamei a abraçando.

Isso tudo acabaria se você me devolvesse. – disse se separando de mim, tentando secar as lagrimas, mas elas não paravam.

Katie, por favor, eu não sei o que é- falei tentando me justificar.

Stoll, por favor, me esqueça, não me olhe, não fale comigo – ela soluçou, abaixou a cabeça cobrindo o rosto com as mãos – Não piore as coisas.

Mas eu não sei o que fazer – falei desesperado – O que eu roubei?

Ela levantou a cabeça e me encarou, mais lágrimas rolando.

Tem certeza que não sabe – ela disse- Travis, seu ladrão idiota! Pense o que você tem que o mantem vivo?

Hãn – ok cabecinha funciona, que mantem vivo, que todo mundo tem, ... o que? Coração...

Espera, não pode ser isso. – eu disse- hm, é coração?

É Travis, você roubou o meu e eu quero de volta – ela suspirou triste – Eu não aquento mais isso. Tenho que ficar assistindo você ficando com meio acampamento. Cada dia uma diferente. Travis eu não sou de ferro. Eu gosto de você!

Ok, loanding... espere um momento reiniciando, ELA GOSTA DE MIM!!!!! Era isso! Cara como eu fui burro. Ela gosta de mim, eu gosto dela e juntos seremos felizes. (N/A: conto de fadas modo on)

Olhei pra ela que me encarava esperando minha reação.

Sério? É isso? Eu não acredito. – eu estava tão feliz – Por quê não me disse?

Não leve como brincadeira – ela disse – É serio.

Katie! Isso é ótimo! Eu gosto de você, acho que dês dos 14 anos. Estamos empatados eu tenho o seu, você tem o meu. – disse.

Pra minha surpresa ela voltou a chorar. A abracei – Kay – só eu a chamo assim, EU – é verdade.

Você não sabe o quanto eu esperei por isso – disse me beijando.

Desculpe, carregando, aguarde um momento... Ela me beijou! Obviamente eu retribui. Ficamos assim não sei quanto tempo.

Quando nos separamos, por culpa da maldita necessidade de ar, ela me olhou sorrindo, sorri de volta. Ficamos no bosque até, o sinal para o jantar. Não fiquei surpreso quando entremaos de maõs dadas e der repente todos aplaudiram, filhos de Afrodite suspirando, outros dizendo o quanto eramos lentos e filhos de Deméter me encarando mortalmente, tudo normal. Uma Katie corada foi pra mesa com seus irmãos. E eu fui aturar as brincadeiras do meu querido chalé.

Tenho impressão que esse vai ser um ótimo verão. E pensar que o que ela queria - pelo menos da minha parte - sempre foi dela. Mas ela devia saber que filhos de Hermes não devolvem o que pegam, sendo assim eu nunca vou devolver. E quero que ela nunca devolva o meu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Visitem meu tumblr: http://soumuitocarente.tumblr.com/ :3 bjs mandem review.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Return" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.