A menina apontava para ele uma pequena espada, e seu punho tremia. Ela parecia devidamente enfurecida, mas Luke não se importou, simplesmente empurrou a lamina para longe do seu peito e lhe estendeu a mão.

-Olá – Ele falou calmamente, notando que a garota não tentava ataca-lo novamente continuou – Sou Luke Castellan.

Cinco minutos se passaram, e ele nunca se sentira tão nervoso, ela ignorava sua mão estendida em um gesto educado, mas ela não havia cravado a espada em seu peito durante todo aquele tempo, encarou isso como um bom sinal.

Ela o deu as costas, e finalmente abriu a boca.

-Thalia... é, sou Thalia – Ela disse simplesmente, e começou à esfregar freneticamente as lagrimas que desciam aos seus olhos sem serem convidadas.

Ele pos a mão em seu ombro, encarando a nuca da menina, engoliu a seco e tomou folego, efeito estranho aquela garota tinha sobre ele.

-Você é uma... Você sabe...  – Parou abruptamente e respirou – Semideusa?

Ela pareceu tremer, pos novamente as mãos no rosto. Depois de um tempo confirmou com um rápido movimento de cabeça.

-Ah, eu também – Resolveu não comentar sobre quem era o seu pai – Nós podíamos... ficar juntos, se você quiser... – Ela tremeu novamente – Proteger um ao outro.

Thalia tornou seu corpo em sua direção e fitou seu olhos, ela parecia admirada, mas ele não saberia dizer, não ali, nem naquele momento. Os olhos da garota eram impressionantes de mais para pensar em outra coisa, olha-los era como estar outra vez em casa, observando o céu deitado a varanda.

-Proteger... – A palavra parecia ser estranha a ela.

-É proteger, você sabe, cuidar um do outro... Até termos algo permanente...

-...algo permanente – Sua voz foi como um eco em uma caverna, ela baixou os olhos e massageou os nós dos dedos, como se pensasse na proposta. Enfim voltou aqueles olhos azuis para o seu rosto – Você jura? – Perguntou, mas sua voz não mais soava frágil, mas cheia de cobrança, Luke pensou como seria difícil algum dia mentir para a garota.

-Juro – Ele disse simplesmente – E você, jura?

A garota balançou a cabeça em afirmação.

Uma ideia brilhou na cabeça dele, tirou o punhal do bolso e rasgou sua mão, um fio de sangue escorreu até o chão, tingindo a neve com gotículas vermelhas.

-Dê a sua mão – A menina entregou a mão sem pestanejar, ela parecia gostar dele.

A lamina fez um leve tinido quando tocou sua mão, e o sangue fez o mesmo caminho que o de Luke.

Ele pos a mão ensanguentada da menina na sua, e ela sorriu.

-Juro te proteger – Ele disse.

Ela franziu o cenho expressando seriedade.

-Até termos algo permanente – Sua expressão se abrandou – E depois.

Então Thalia sorriu, como se um grande peso tivesse sido tirado de suas costas.

Ela ainda segura minha mão, pensou Luke.

-Filha de Zeus – Disse com um suspiro fatigado.

Zeus? Luke pensou, não, não podia ser. Zeus era o maior e mais poderoso dos deuses, como poderia ela gostar dele depois de saber que ele não passava de um simples filho de Hermes? O entregador de cartas oficial do seu pai? Aquilo o incomodou profundamente, pensar no quanto era inferior à aquela garota.

-Filho... de Hermes – Disse ele, tentando manter sua voz serena.

Ela deu um pequeno sorriso com o canto da boca, parecia satisfeita.

-Então – Começou ele – Por que está aqui?

Ela finalmente soltou sua mão que começava a ficar dormente, e pôs se a andar para fora do beco onde ele a havia encontrado, Luke acompanhou seus passos.

-Ah – Ela suspirou – É uma longa história...

-Acho que temos todo o tempo do mundo...

-Creio que não... Ah menos que você seja Cronos e não tenha me contado – Ela riu, e ele a acompanhou.

Tudo iria ficar bem dali pra frente, pensou Luke.