No intervalo encontrei as meninas, todas usavam óculos de sol, assim como eu.

Assim que me sentei, todos me olharam ao mesmo tempo.

– O que acontece com você ontem a noite?!- Suiika foi a primeira a falar tirando os óculos e me avaliando

– Calma, calma pessoal. Eu estou bem.

– Como foi embora? – Ann me interrompeu.

Olhei para elas, confusa e com a dor de cabeça tinindo.

Consegui carona. – respondi.

– Hummmmm... Suiika me observou desconfiada. – Ufa, que bom! – ela quase gritou, o fez com que todas nós nos encolhêssemos, por causa da dor de cabeça e todos nas outras mesas nos olhasse. - Tenho que te contar uma coisa!

– Ah não! DE NOVO não! Ann levantou da cadeira e arrastou Shiu para a cantina.

Observamos as duas se distanciarem.

– Ah, não ligue para ela. Não contei tantas vezes assim. – ela fez uma careta.

– E o que aconteceu? – perguntei, curiosa.

Adivinha QUEM eu vi no show ontem?! – ela se remexia na cadeira, de tanta animação. – Você NUNCA vai adivinhar! Ah, não agüento nem lembrar! – ela parecia que ia pular de alegria. – Meu deus grego!

Fiquei confusa.

– Sim! Aquela Benção de Atena! E ele estava lindo!

– Calma Suiika. QUEM você viu?

– Ora, Nathaniel. Quem mais poderia ser? Aquele filho de Atena com benção de Apolo! – Hoje ela estava sem sua típica presilha de sorvete, e sua franja caia sobre seus olhos azuis.

– Ah! – me surpreendi. “ Então ele realmente foi para lá.”

– Eu levei um susto tão grande que quase fui dar um oi pra Zeus. E quando ele veio me cumprimentar quase morri! Sempre tão simpático...e atencioso...e com aquele sorriso...

– Pare de sonhar com seu deusinho e come logo Suiika. – Ann reaparecei na mesa – O intervalo esta acabando.

Suiika fez uma carranca para Ann.

– Vou me lembrar disso na próxima vez que você pedirem para eu dar uma “caroninha” pro club.

Ann e Shiu arregalaram os olhos.

– Não esta mais aqui quem falou.- Ann se defendeu. Suiika continuou emburrada.

– E o que ele disse? – eu perguntei. Ela olhou para mim e logo se reanimou.

– Ah sim, Perguntou se eu estava bem e com que eu estava. – ela apoiou o queixo nas mãos. – Preocupado com meu bem estar! – mais um suspiro. – E ele disse que estava com vocês, daí ele me perguntou onde vocês estavam e eu disse que voe tinha sumido e que as outras estavam no banheiro.

– E ai eu cheguei e ele saiu. – Shiu disse.

– Você afugentou ele. – Suiika aparentou estar brava mas abriu um sorriso grande ao ver a careta de Shiu.

– Não seja boba. – Shiu respondeu.

Suiika mudou de assunto e conversamos o restante do intervalo sobre o desfecho do livro que ela estava lendo e depois sobre como Ann tinha vomitado em cima do All Star dela na noite passada.

No meio do caminho para a aula de Química Nathaniel me mandou uma sms.

“Preciso de um favor seu. Venha falar comigo na sala dos representantes assim qeu puder.”

Às 12:52 p.m

O professor de Química não veio hoje e viria um professor substituto então...

“ Estou chegando”

Às 12:53 p.m

Abri a porta e a vi lendo alguns papeis.

– Obrigada por vir.- ele disse

Sorri.

– Não me agradeça. O que aconteceu?

Ele pigarreou e mexeu em alguns papeis, os leu brevemente e os colocou sob a mesa.

– Preciso que você faço Castiel assinar esta Ficha de Ausência

Bem, eu tinha 3 escolhas: recusar, aceitar ou pedir para alguém fazer isso por mim.

–Porque? Perguntei enquanto me decidia.

– Ele andou faltando muito e precisa assinar esta ficha.

Peguei os papeis.

– Mas, os pais dele que deveriam assinar não é?

Uma brisa fria entrou pela janela, e seus cabelos dourados voaram junto dela. Como numa dança mágica entre o outro e a brisa.

– Deveria, mas ele é emancipado. Os pais dele são muito ocupados. O pai é piloto e a mãe é aeromoça, ambos viajam juntos e não passam muito tempo aqui. Mas tenho certeza que Castiel adoro isso. Assim ele pode assinar as besteiras que ele faz sem ouvir o que merece.

Pensei um pouco no que ouvi.

– E ele assisna facilmente?

Ele apoiou a mão na cadeira e deu um sorriso sarcástico.

– Castiel se responsabilizando pelos seus atos? Você é muito ingênua.- ele parou de rir e me fitou por algum tempo, me avaliando. – Seria muito bom se você fizesse isto por mim. Sempre que eu tenho que fazer ele assinar algo ele me deixa a ponto de me tomar um assassino.

A sinceridade de suas palavras me surpreendeu.

Olhei para o papel, pensativa.

“Ah! Claro!” – minha mente esboçou um plano maravilhoso.

– Não se preocupe, eu faço isso. – guardei a ficha.

– Mesmo? – ele se surpreendeu com minha animação.

– Claro. Você já me ajudou tanto... e sem querer esta me ajudando novamente.

Ele sorriu.

– Sinto cheiro de confusão.

– Bem... digamos que cada um recebe o que merece, certo?

Ele assentiu, ainda sorrindo.

– Apenas tome cuidado, ele fica bem zangado quando é enganado.

Coloquei minha mochila nas costas, pronta para ir.

– Que coincidência! Eu também. – abri a maçaneta – Volto daqui a pouco com a ficha assinada.

– Esta bem. Ele esta no Ginásio! – ouvi por detrás da porta.

Cheguei rapidamente no Ginásio.

Ele estava na aula de Basquete, junto de Weronnikah. Avistei Ambre também, ela junto de suas amiguinhas. Me olharam com caretas.

Weronnikah foi a primeira a me ver e Castiel fez o mesmo.

O chamei por mímica e ele veio com certa rapidez.

– O que você quer? Ele disse enquanto me observava, com aquele tom rude e fechado.

– Preciso que assine esta folha. – estendi o papel para ele.

Ele olhou para o papel e depois para mim, desconfia.

– Assinar?

– Sim. Seu autografo que não é.

Ele fechou a cara.

– Melhor tomar cuidado com o que fala.

Revirei os olhos.

– não que me ouvir falar? Então assine, por favor. – remexi o papel na minha mão. Não estou muito tempo aqui mas sei que ele odeia se sentir mandado.

– O que é isto? – ele avaliou o papel.

Desviei para que ele não lesse que é a ficha de ausência.

– Você não disse que ia assinar minha Ficha de Participação no Club se eu ajudasse? – me calei por um momento, me lembrando da alergia que isso causou no Nathaniel. – Aqui esta.

Ele me olhou diretamente nos olhos e tive medo que ele visse que eu estava mentindo. Então ele sorriu.

– Sim. Ajudou MUITO. – gargalhou.

– Coloquei a caneta em sua mão.

– Esta bem, eu assino.

Ele apoiou o papel na mão e assinou rapidamente.

Peguei o papel e sorri, vitoriosa.

– Obrigada.

– O prazer é todo meu. – ele disse entre um sorriso.

Guardei a caneta e a ficha.

– Acredite, o prazer é todo MEU. – disse enquanto o observava rir.