3 Escolhas escrita por Dama Da Noite


Capítulo 24
Valentine's Day - Linkin Park


Notas iniciais do capítulo

Todo meu interior se transformou lentamente em cinzas
E elas foram sopradas enquanto eu desmaiava, friamente
Um vento negro as levou embora, para longe da vista
E segurou a escuridão pelo dia todo, naquela noite...
E as nuvens acima se movem mais perto
Parecendo tão descontentes
Mas o cruel vento continua soprando, soprando...
Eu costumava ser minha própria proteção, mas agora não...
Porque meus passos perderam a direção, de alguma maneira...
Um vento negro te levou embora, para longe da vista
E segurou a escuridão pelo dia todo, naquela noite...
E as nuvens acima se movem para perto
Parecendo tão descontentes
E a terra abaixo ficou mais fria
Assim como eles te colocam pra baixo
Mas o cruel vento continua soprando, soprando.
Então, agora você se foi
E eu estava errado
Eu nunca soube o que era
Estar sozinho...
Em um dia dos namorados...
(Eu costumava ser minha própria proteção, mas não agora)
Em um dia dos namorados... Em um dia dos namorados...
(Porque meus pensamentos perderam a direção, de alguma maneira)
Em um dia dos namorados... Em um dia dos namorados...
(Eu costumava ser minha própria proteção, mas não agora)
Em um dia dos namorados... Em um dia dos namorados...
(Porque meus passos perderam a direção, de alguma maneira)
Link: http://www.vagalume.com.br/linkin-park/valentines-day-traducao.html#ixzz2E17WQAVW



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As luzes permaneceram completamente desligadas até o refrão da musica, e então pequenas luzes verdes muito parecidas com vaga-lumes vagueavam entre a platéia.

Ele apenas utilizou o violão. Era uma voz suave, mas expressiva talvez o melhor aditivo seja inesquecível. Eu soube naquele minuto que mesmo que séculos se passassem jamais a esqueceria.

Os vaga-lumes continuaram dançando no ar ate o refletor iluminá-lo e me surpreendi ao vê-lo. Sua roupa era incomum, com certeza feita por um estilista com bom gosto. Ele vestia um terno escuro com diversos botões pratas e que sua manga chegava apenas até seus cotovelos e então podia ser vista sua camiseta social branca que se estendia até seus punhos. Por fim, uma echarpe verde cobria seu pescoço. Seus cabelos eram pintados em um degrade entre branco e preto, uma mistura incomum mas que lhe caia como uma luva. Seus olhos eram expressivos de tal forma que refletiam cada sentimento que nenhuma nota, instrumento, gesto, melodia ou palavras podem expressar. Era quente e frio, tudo ao mesmo tempo. E confuso. Como um tornado, uma tempestade que nos envolve levando-nos à outras dimensões, mundos, galáxias e universos tudo ao mesmo tempo.... E confuso.

Ele passou seus olhos por toda a platéia, parando alguns segundos nos rostos que ele conhecia e os agradecendo, pelo olhar.

Olhou em minha direção e permaneceu por alguns segundos. Seus olhos tinham cores diferentes. Um verde e outro azul. Algo que alguns diriam ser místico, mas com certeza belos.

Notei então que ele estava olhando para Shiu, segui seu olhar e a vi sorrir de um modo emocionado. Ele e ela formavam um perfeito casal de manequins de roupas Vitorianas. Seus gestos e expressões são daquela época. Manteram- se intactos, segurando-se firmes em seu próprio estilo.

A musica chegou a seu fim, cedo demais.

– Boa noite! Eu sou o Lysandre e esta é nossa banda! – gritos e mais gritos tomaram conta do club. Ele esperou que todas se acalmassem – Nosso guitarrista esta com os dedos coçando para tocar. – mais gritos, agora um tanto desesperados. – E adivinhem? Ele não viria esta noite, – algumas garotas choramingaram – mas ele prometeu cantar uma musica. Que tal Valentine’s Day?

As luzes se apagaram e alguns gritos surgiram, mas todos se calaram ao primeiro toque do baixo e uma voz diferente tomou conta da atmosfera, do mundo todo. Tudo que existia era aquela única voz. Serpenteando dos nossos ouvidos ao nossos corações. Era como se ela rastejasse e o abraçasse delicadamente e de forma inesperada todos sentimos ela dando o bote. E assim o veneno se espalhou por todo o corpo. Sem cura.

Uma voz suave e calma. Eu já ouvira esta musica milhares de vezes, mas nada se comparava a esta voz e como ela escancarava sentimentos profundos.

As palavras escorregavam por aquela voz como uma gota de chuva no vidro do carro, lenta e deixando um rastro por onde passava.

Os vaga-lumes voltaram, mas agora eram vermelhos e “voavam” entre nós bem devagar, iluminando cada um de nossos rostos mas nenhum deles atingia o dono daquela voz.

A bateria começou a dar um ritmo maior a musica, assim como a voz se tornou mais intensa mas ainda em tom calmo.

Algumas notas delicadas do piano chegaram um pouco antes do fim da musica, ao mesmo tempo que a voz atingiu um volume maior e mais intenso, como o fogo quando recebe um jato de gasolina.

Então Lysandre cantava alto junto da platéia: On the Valentine’s Day: E o vocal cantava entre um tempo e outro e mesmo em meio a tantas vozes a dele era a única que fazia sentido: I used to be my own protection, but not now. Cause my mind has lost direction, somehow.

Os “vaga-lumes” se afugentaram repentinamente no palco, iluminando o guitarrista que cantava as ultimas frases com olhos fechados. Perdi o ar por algum tempo.

Ao fim da ultima nota continuei olhando para o palco, pasma.

Castiel sorriu para a platéia daquele jeito malicioso dele e então todas as garotas gritaram.

O nome Fell Blue apareceu em neon azul, constratando-se com a escuridão que se formou.

“Sentir-se azul?”-pensei confusa.

Outra musica começou e me deixei levar pelas canções até perceber que todas eram sobre tristeza e sentimentos ruins. Quem nunca se sentiu triste?

Numb começou a ser tocada pelas mãos hábeis de Castiel e Lysandre e ele dividiram o vocal. As vozes se constratavam de uma forma gostosa de se ouvir. Ao fechar os olhos tudo o que eu via era um furacão de fogo.

Até mesmo Suiika se animou e cantou metade das musicas. O garçom veio até nós diversas vezes, ele nos ofereceu algumas bebidas. Não me lembro como aconteceu, mas a cada visita dele eu me sentia mais tonta.

O palco era difuso em minha visão e tudo era engraçado todos os sentimentos eram muito intensos. Intensos demais para minha mente lenta controlar.

As meninas levantaram-se para dançar mas tudo que eu fiz foi abaixar minha cabeça tentando não vomitar. Bem, nunca fui de beber, alguns goles já me derrubam.

As vozes já não eram absorvidas pelo meu ouvido. Bebi o ultimo gole do meu copo e logo fui servida de outro.

“ Já que estou na chuva, vou me molhar.” – pensei e tomei mais alguns longos goles.

Vi as meninas dançarem por algum tempo enquanto bebia um pouco mais. Com o tempo, seus movimentos tornaram-se desconexos, rápidos num segundo e lentos em outro. Conforme mexiam seus braços desapareciam e apareciam como mágica.

Então o mundo começou a girar, devagar como toda Montanha Russa antes de chegar ao topo e descer com toda a velocidade. E me senti cair, subir e girar para todos os lados, muitas vezes ao mesmo tempo.

Um garoto passou ao meu lado dando um longo e aparentemente delicioso gole num copo com cerveja. O simples cheiro de bebida fez com que a bile me suba a garganta.

Deveria estar acabando o show porque Lysandre cantava The Day that never comes – Metallica em tom de despedida, acompanhado de todos do Club. Neste momento levantei correndo para o banheiro.

Pessoas passavam feito um borrão por mim, as vezes eu sentia que as transpassava, algumas vezes sentia os empurrões.

O banheiro era longe e quando o achei tinha uma pequena fila, grande demais para meu estomago perto de entrar em erupção. O solo de guitarra da musica tornava tudo mais agitado e mais lento ao mesmo tempo. Olhei por um momento para o palco e vi Castiel cantar: Love... is a four letter word,
And never spoken here.
Love... is a four letter word,
Here in this prison.

A raiva na voz dele era palpável, o que me trouxe uma nova onda de enjôo.

Havia uma portinha que levava a uma espécie de quartinho da limpeza, a porta estava aberta e pude ver esfregões e rodos por toda parte. Vi um balde. Um balde! O que eu mais preciso é de um balde para... Meu estomago retorceu e tive que fazer muito esforço para segurar o vomito.

Alguns passos antes de chegar à porta o mundo deu outro giro e no final do giro de 360° ele me deu um empurrão para frente. Finquei minhas unhas na parede, mas o chão me puxava para ele como um imã.

Firmei uma perna no chão. Mas o salto me traiu e eu senti um estralo, provavelmente do meu osso. Não suportei a dor e me deixei cair no chão de madeira.

Levei a mão na barriga, me contorcendo de dor. Todos os meus sentidos foram se dispersando pouco a pouco... meus olhos se fecharam e por fim a ultima coisa que ouvi foram passos pesados no chão amadeirado.


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Notas finais do capítulo

Nossa Docete bêbada?!
kkkk' O que acharam do Lysandre? *0*
E o Castiel cantando?
Nunca ouviu Valentine's Day? Escute. É daquela forma que imagino a voz dele. *.*
Comentem!
Depois de seus comentários, posto mais. ;)
Façam uma docete feliz!