3 Escolhas escrita por Dama Da Noite


Capítulo 22
Lying From You - Linkin Park


Notas iniciais do capítulo

Uma Joaninha vermelha pousou sobre a pétala da delicada Mimosa. O sol irradiava as duas cores, vermelho e amarelo.
A Joaninha percorria a plantinha com uma tipica lentidão, mas poucos imaginariam que esta pequenina Joaninha preparara um plano...
[...] Quando finjo
Que tudo é como quero que seja
Pareço exatamente com o que você sempre quis ver
Quando finjo
Posso esquecer do criminoso que sou
Roubando segundo atrás de segundo só porque sei que posso
Mas não posso fingir que continuará desse jeito
estou apenas tentando desviar a verdade
Não posso fingir ser quem você quer que eu seja
Então estou
Mentindo para você
Então fingi ser uma pessoa que se encaixa
E agora você pensa que essa pessoa realmente sou eu e estou
[tentando fugir da verdade]
Mas quanto mais eu evito
Mais eu convivo
Pois estou
Mentindo para você[...]
http://www.vagalume.com.br/linkin-park/lying-from-you-traducao.html



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Pensei seriamente que o clube de Basquete era no Ginásio da escola, mas quando dei as duas voltas por ele simplesmente desisti. Eu estudo nesta escola há uma semana e não conheço metade dela. É tudo muito corrido e não dá tempo de fazer um tour por ela. Mas agora que preciso encontrar o clube antes do ônibus partir me arrependo de não ter o feito.

Sentei-me, exausta, no banco do pátio. A diretora havia me dado uma folha em que um dos participantes deveria assinar assim que eu ajudasse o clube, com certeza ela pediria esta folha amanha e levarei uma bronca...

Fiz uma careta.

Ouvi inconfundíveis passos barulhentos passar perto de mim. Levantei a cabeça.

– Castiel! – ele continuou a andar, me ignorando. – Castiel! Espere!

Ele seguia em direção ao Ginásio e eu corri até ele. Ele andava rápido com aquelas pernas longas.

– Castiel – cutuquei seu ombro e ele finalmente virou para mim.

– O que?! – disse irritado enquanto tirava o fone do ouvido.

– Desculpa – ruborizei e pigarreei procurando espaço na garganta para falar algo. – Preciso ir até o clube de basquete. Você sabe onde é?

– É claro que sim. Eu jogo no time. – ele suspirou. – Pare de achar que sou seu guia.

Ele começou a andar mais rápido que antes.

–Calma! Só me diga onde é!

Ele parou e esperou até que eu ficasse ao seu lado, segurou minha mão e me levou até o ginásio sem dizer uma única palavra.

Seus cabelos caiam sobre seus olhos toda vez que um vento mais forte o atingia e então ele puxava minha mão junto da dele para afastá-los. Toda vez que meus dedos tocavam sua pele quente e seus cabelos macios sentia que ficava mais vermelha. Este simples toque trazia uma sensação deliciosa.

Quando entramos no ginásio ele parou e olhou para mim por alguns segundos.

– Bem vinda ao clube de Basquete.

Olhei em volta, pasma e me sentindo burra.

– Mas... aqui é o ginásio. Não tem uma sala?

– Não, o clube de basquete é o único que não tem uma sala. Enquanto isto o “Senhor Representante” se esbalda em sua sala luxuosa.

“Que exagero” – pensei.

Ele olhou para os lados e logo achou o que queria: Weronnikah vinha em nossa direção sorrindo para ele, mas nitidamente incomodada pela minha presença

– Oi Cast! – ela disse assim que nos alcançou. Esperei por seu cumprimento, mas ela nem me olhou.

Ele sorriu; de mim.

– O que eu faço agora? – Perguntei. Eu queria sair de perto desses dois ignorantes o mais rápido possível.

– Já que não tem uma sala você precisa encontrar alguém do clube e pede algo para fazer, tem que assinar sua ficha né? Pede pra ele.

Olhei para ele com uma carranca.

– É mesmo? – cruzei os braços. – Seria bom se alguém por aqui fizesse parte do clube não é?

Ele sorriu.

– Tentando ser sarcástica? Que gracinha. – ele disse.

Weronnikah batia o pé no chão, irritada.

– O que você quer garota? – ela disse num tom nada agradável.

Castiel a ignorou.

– Eu não sei ao certo no que eles precisam de ajuda aqui. – ele pensou por um instante e logo um sorriso maroto surgiu entre seus lábios. – Já sei. Aqui não precisa de ajuda, mas você tem que ajudar em algo não é? Ouvi um garoto de cabelo verde reclamando que precisava colocar um vaso de flores na sala de aula e na sala dos representantes.

Weronnikah sorriu.

– No jardim tem um vaso de figo e um buque de mimosa, Cast. Ela pode pegar eles e decorar as duas salas.

Ele assentiu e disfarçou um sorriso.

– Isso mesmo. Preste atenção: coloque o buque de mimosa na sala do grêmio e o vaso de figo na sala de aula, entendeu?

– Por quê? – perguntei

Weronnikah me interrompeu

– Precisamos ir Cast, já ajudamos demais.

– Verdade, não costumo ser tão bonzinho. Depois de terminar assino para você. Se não fizer, vou saber. Mas vá rápido, o ônibus esta saindo. – ele piscou para mim.

Weronnikah segurou a mão dele e o afastou de mim. Ele logo a soltou com um puxão.

– Já disse que não sou criança para ficar andando de mãos dadas. Vá arrumar um namorado ou uma coleira de cachorro para ocupar a mão, o que dá na mesma.

Weronnikah gargalhou.

– Cale a boca. – ela disse e ele sorriu.

Revirei os olhos.

Corri para o clube de jardinagem e assim como dito por eles haviam vasos muito bonitos e bem cuidados.

Segurei ambos com cuidado e parti em direção a sala dos representantes apressadamente.

A mimosa era amarela e com florzinhas delicadas, mas com o vento ela soltava pólen que trazia um perfume doce até minhas narinas. O figo tinha flores verdes escuras e era grande. Tive dificuldade em levar os dois vasos, mas finalmente consegui.

Entrei primeiro na sala de aula e deixei o Figo. Entendi então porque Castiel pediu para que o deixasse aqui, combinava com a sala perfeitamente e poderia ter alguém alérgico a pólen aqui... Sorri ao imaginar por um segundo que Castiel poderia ter pensado no bem estar de alguém e sai da sala.

A sala do Grêmio é em frente a sala então procurei ser rápida. Coloquei o vaso em cima da mesa e então procurei por alguém na sala. Estava vazia. A mimosa combinou com a cor clara das paredes e o tom amarelo dela era o mesmo do cabelo do Nathaniel. Sorri.

– Coff, Coff – ouvi entre as estantes de livro.

Havia alguém na sala.

– Coff, Coff – mais tossidos.

Nathaniel saiu de uma das estantes segurando um livro na mão e tampando o nariz, que já estava vermelho.

Primeiro ele olhou para mim depois para a planta.

– Melissa? – olhou novamente para a mimosa. – Meu Deus, você que me matar? - ele parecia assustado ao finalmente identificar a planta.

Arregalei os olhos, surpresa.

– Cla- Claro que não!

– Sou extremamente alérgico a pólen. – ele olhou novamente para a mimosa e se distanciou dela. – Porque você trouxe uma mimosa para cá?

– E- Eu estava ajudando...- comecei a falar mas a tosse dele era alta demais e com mais freqüência a cada palavra que eu dizia.

Eu estava realmente preocupada com ele, seu nariz estava muito vermelho e seus olhos lacrimejavam

– Esquece. Coff Coff, Só tire isto, Coff Coff Coff, daqui. Vou ir tomar, Coff Coff Coff Coff, meu antialérgico. Espero que isso, Coff Coff, Não esteja mais , Coff Coff Coff Coff Coff, aqui.

Ele saiu tossindo em direção a porta com o livro ainda entre as mãos.

Permaneci paralisada por um segundo.

Olhei para a Mimosa e vi uma pequena Joaninha vermelha se esforçando para subir até uma folha da planta.

Vermelha.

Ruivo.

Castiel.

“ Aquele...- pensei – ele armou tudo isso!”

É nítido que ele odeia o Nathaniel, e é claro que me usou que para prejudicá-lo.

“Gosta de brincadeirinhas não é?”

Derrubei a Joaninha de cima da planta e segurei a planta com força.

Disse em voz alta o que minha mente gritava:

– É minha vez de mostrar as garras.


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Notas finais do capítulo

Demorei um pouco para postar, andei muito ocupada esta ultima semana, mas cá estou eu novamente. ;)
Adorei os comentários. Vi que temos novos leitores, é isto? BEM VINDOS!
E continuem por aqui! ;)
O que acharam do plano maligno do Cast? Bem a cara dele,né? Nem sei como a Chino (idealizadora do jogo) não pesou nisso. kkkk
Quero ver o que acharam! Comentem!
:*