3 Escolhas escrita por Dama Da Noite


Capítulo 16
Thousand Years - Christina Perri


Notas iniciais do capítulo

Algo para as que gostam do Nath. ;)
Amanha posto o capitulo com os novos personagens sugeridos pelo pessoal.



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Entre os galhos da árvore consegui ver seu cabelho dourado bem claro, apesar da escuridão da noite.

– Finalmente. – Nathaniel disse – Faz tempo que estou tentando te acordar.

– Acordar? – me levantei apesar da minha vista estar difusa.

– Sim, você estava dormindo. Melhor irmos, não sei se reparou, mas esta chovendo.- ele sorriu

E realmente estava, apesar de poder ser comparada a garoa. Olhei para o céu e soube que, pelo aspecto das nuvens densas e arroxeadas, a chuva poderia em breve ser denominada tempestade.

Peguei minha bolsa e o segui por varias quadras. Ele estava estranhamente quieto.

E bem... posso dizer que sou curiosa, e muito.

– O que aconteceu com Ken?- iniciei.

Ele diminuiu o passo para se manter ao meu lado.

– Eu o vi saindo do Prédio. Perguntei o que ele faria na rua uma hora dessas. – olhei intrigada pra ele. E logo ele percebeu que eu pensava: “E o que você tem a vê com o que ele faz fora do Hotel?” – A Diretora pediu para mim, por ordens do pai dele, saber o que ele faz fora do Hotel depois das 8 horas. Alias, a maioria dos alunos são vigiados pelos pais e eu que viro o capataz.

Ele sorri, mas eu não faço o mesmo. “Realmente uma babá” – pensei

– Inclusive SEU pai.

Essa me pegou de surpresa, olhei para ele e vi que não era brincadeira.

– Espero que seja mais uma de suas piadas. – foi o que consegui dizer.

– Sinto te dizer que não. - fechei a cara, irritada com meu pai. - Mas saiba que não sou durão. Só peço que me ajude a ser legal, não posso decepcioná-los. Eles estão confiando em mim.

– Esta bem. Só não gosto da idéia de ter uma... um babá.

Ele sorriu alto.

– Babá? Meu Deus, não sou babá. Só ajudo. Não supervisiono do jeito que você esta pensando, nem coloco de castigo no cantinho da disciplina. – ele gargalhou.

Passamos por mais alguns quarteirões rapidamente enquanto a chuva ganhava força. O vento e a força que ela exercia contra nós era desesperador. E tudo que eu pensava era: “Quero minha casa, Quero um banho quente, Quero minhas cobertas...”

– Vamos! – Ele sempre me impulsionava pra frente por meio de incentivos verbais. E eu corria, literalmente.

Manter os olhos abertos era impossível, os pingos d’água caiam nos meus olhos toda vez que eu os abria e os fechava instintivamente.

Tropecei diversas vezes em calçadas desregulares, em troncos de arvores, e até no próprio pé do Nathaniel, que decidiu segurar minha mão para eu não cair e me machucar seriamente.

Chegamos na entrada do Prédio numa velocidade incrível, desesperados para nos safar da chuva.

Paramos no toldo que cobria a entrada do Prédio para nos secar um pouco. Por sorte todos já estavam em seus apartamentos e os únicos que podiam me ver toda encharcada eram Nathaniel e o porteiro.

– Então você foi me buscar porque tem que me vigiar?- eu disse enquanto torcia meu cabelo para que ele parasse de pingar tanto.

– Na verdade não. Eu vi você e Castiel indo para algum, e isso já me deixou alerta. Quando deu 8:30 e você ainda não tinha voltado, procurei o único que provavelmente teria seu numero. Ken. O encontrei no exato momento que ele estava saindo. E cá estou eu, encharcado. Fim.

Avaliei o que ele disse. “Então ele me viu com Castiel?”- ruborizei com o pensamento.

– Bem, desculpe o incomodo.

–Não se preocupe.

Uma rajada de vento passou por nós e ambos trememos ao mesmo tempo.

– Melhor entrarmos. – eu disse.

Seguimos até o elevador, o porteiro olhou irritado para nós como que dizendo: “Ei, depois EU que vou ter que secar essa bagunça de vocês!”

Sorri.

– Andar?- ele perguntou.

– 7°.

– 7°?

– Sim, 7°. Porque? – perguntei.

– O mesmo que o meu. – ele sorriu e apertou o botão.

Foi durante o percurso que reparei como ele estava bonito, mesmo todo encharcado. O elevador era todo revestido de espelhos, que nos rodeavam mostrando-nos em todos os ângulos.

Então vi ele do meu lado, aproximadamente 10 cms maior que eu e tão bonito mesmo depois de enfrentar uma chuva como aquela. E eu totalmente descabelada, com traços pretos do que sobrara da maquiagem. Me senti envergonhada.

Mas eu ainda o encarava discretamente. Com sua camiseta social branca e mais desajeitada que de costume, estava colada ao seu tórax e tão transparente que eu podia desenhar cada músculo de seu peitoral.

Ele olhou para mim, e parece ter estado me observando todo o tempo. Pigarreei, disfarçando.

– Espero que não pegue uma gripe. – Ele disse.

Olhei finalmente em seus olhos sem saber se ele estava sendo ironico.

– Fique tranqüilo, sou forte.

Ele se contentou com a resposta e saiu do elevador quando a porta se abriu.

O segui.

– Qual é o seu apartamento? – perguntei.

– Este. – ele apontou para o apartamento logo em frente ao elevador. Observei o numero do elevador. 11.- E o seu?

– O 12. Somos vizinhos.

Ele sorriu, satisfeito.

– Parece que sim.

Ele abriu a porta do apartamento dele. Não havia ninguém lá dentro.

– Que entrar? Tenho toalhas. – ele disse.

– Na-Não. Imagina. Não precisa se preocupar. Já se preocupou DE MAIS por hoje. Vou deixar que você descanse em paz. Desculpe por tudo.

Ele apenas sorriu

– Está bem. Mas vá direto para seu apartamento, mocinha. Se não, terei de buscá-la novamente. – ele fez uma careta que ficava surpreendentemente bonita no rosto dele.

Me limitei a sorrir e seguir as instruções dele. Senti ele me olhando enquanto eu ia em direção a porta do meu apartamento.

– Trate de não ficar doente. Se não a Diretora me mata. - pisquei para ele, brincando - Boa noite Nathaniel.

Escutei o som de uma risadinha baixa dele.

– Boa noite Senhorita Melissa.


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Notas finais do capítulo

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