P.O.V JULIE

"Você me ama?"

Perguntei ao meu namorado. E um milésimo de segundo depois, me arrependi de fazê-lo. Porque sem importar sua resposta, eu não saberia como responder.

Se ele diz que não, todo o meu tempo com ele pareceria um desperdício, eu me sentiria ofendida, mesmo apreciando a honestidade. Mas se ele diz que sim ... meu Deus ... eu acho que não vou ser capaz de dizer o mesmo. Entre me sentir ofendida, e não ser capaz de retornar seus sentimentos, preferiria me sentir ofendida.

E lá estava eu​​, cruzando os dedos para ele dizer não.

–O que você quer dizer com isso? Você está ... você está terminando comigo? - isso não podia estar acontecendo! agora eu tinha que esclarecer um mal-entendido.

– Não! - quase gritei - não ... Eu só queria saber.

- Julie, a gente está namorando ... supostamente porque a gente se ama, não é?

"supostamente"? que tipo de resposta é essa? "Você é minha namorada, supostamente eu te amo?" é como dizer "Julie, você é um ser humano, supostamente você tem duas pernas e dois braços" bem, me deixa te dizer ... nem todo mundo tem dois braços e duas pernas. Eu não posso viver de suposições.

Mas em vez de dizer tudo isso, o que saiu da minha boca foi:

- sim ... Suponho -

– Então, vejo você em meia hora?

– Supostamente! – eu disse sarcasticamente. Claro que ele não percebeu. Eu desliguei. Conhecendo a Nicolas, ele nem sequer se ofendeu por não lhe dizer adeus.

[...]

Voltei para casa às 7.

Bia estava sentada na sala, assistindo TV, não a culpo, eu moro com meu irmão, meu pai e três fantasmas. Ela mora sozinha com a mãe.

– Você não deveria estar em casa já? - perguntei a ela, bocejando. Filmar e dirigir é surpreendentemente cansativo.

– Estava esperando por você.

–Para ...? - Perguntei. Me sentando ao seu lado.

– Para te dizer que os caras estão trabalhando em um plano, eles foram ao bar onde toca Demetrius, queriam que você soubesse disso. - Sorri, pelo menos, havia uma coisa a menos para se preocupar.- E ...

– E?

– E eu queria saber como foi hoje com Nicolas - Eu sabia! ela não queria perder detalhe da minha vida amorosa. - E também, fiquei preocupada porque você saiu da edicola tão alterada.

Ah, agora me lembro. Me lembro como antes de eu sair de lá, ela estava flertando com o Daniel. Minha expressão mudou num instante.

– Excelente! você quer saber? ... eu não poderia pedir um melhor namorado. Nicolas é simplesmente perfeito.

– Ou um perfeito idiota.

–O quê?

– Julie, não minta para mim.

– Sobre o quê?

– Sobre como você não gosta de Nicolas tanto quanto antes.

...

Nem sequer fiz um esforço para negar-o. Só suspirei, derrotada. Eu não poderia mentir para minha melhor amiga.

–É só que ... Nicolas é um cara bom, ele é doce, leal - tanto quanto eu sei - Bonito. ele é o que qualquer garota pode sonhar.

–Mas você não é "qualquer garota"

– Eu costumava ser ... agora sou um desastre! ... quanto mais tempo eu passo com ele, mais noto seus defeitos, e não deve ser assim! - Coloquei meu rosto entre as mãos- e quando perguntei se ele me amava, ele disse que sim!- Minha voz mostrou todo o meu desespero.

Pensei que Bia iria se surpreender, ou mesmo iria ficar comovida. Ela é o tipo que não pode assistir a um filme romântico sem chorar.

Em vez disso, soltou uma risada.

–Não acho isso engraçado.

– Julie - ela disse entre risos - Essa confissão de amor, veio de uma pessoa que se achava apaixonado por Thalita, THALITA! você realmente acha que esse menino sabe o que é amor?

– E eu sei sim? - Perguntei, indignada.

– Isso, eu não posso te dizer. Mas tenho certeza que com Nicolas, você não vai descobrir.

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P.O.V DANIEL

Decepção total. Não havia outra maneira de descrevê-lo.

Nós tínhamos ido para a casa de Demetrius apenas para descobrir que toda a sua pertença não estavam mais lá. Mais tarde, para o bar onde costumava tocar, costumava, porque desde o dia em que a gente o tinha descoberto, não tinha colocado um pé naquele lugar. Finalmente, visitamos o bar fantasmagórico, onde nossas piores suspeitas foram confirmadas. Agora Demetrius estava completamente dedicado à polícia espectral e não tinha cantado novamente.

Ninguém sabia onde ele estava morando.

Inacreditável! agora que eu tinha encontrado a coragem de lutar pela Julie - pela segunda vez - e o apoio de meus amigos, precisamente agora que tínhamos que ir embora.Para sempre.

Como sempre, a sorte não está do meu lado.

– Daniel - Uma voz familiar interrompeu meus pensamentos - eu posso falar com você?

Nossa! Julie queria falar comigo? ... agora? o que poderia ser? Em circunstâncias normais, falar com ela não me faz tão desconfortável, mas desde que Bia tinha me dito que tinha certeza de que ela sentia algo por mim ... bem ... Eu não podia deixar de me sentir um pouco intimidado.

– C-Claro - merda! por que estou gaguejando agora ? - Quero dizer ... depende ... Se você vai falar comigo sobre o seu namoradinho, é melhor você sair daqui - tentei parecer o mesmo de sempre. E deixe-me dizer a vocês, é muito difícil. Porque afinal, ela é a pessoa pela qual eu estou apaixonado, não posso deixar de me sentir um pouco fraco toda vez que ela fica perto de mim, ou fala comigo, ou sorri para mim. Ah ... às vezes me sinto como uma criança, e às vezes tenho medo de não ser capaz de me controlar.

– Não.. não é isso ... e não aqui. Fora.

– Julie, é meia-noite, você deve estar dormindo.

– Esse é o problema, eu não posso.

– Você quer que eu leia um conto para você? - Eu ri. Ela não achou graça.

– Só ... me siga, sim? Preciso de você.