– Zayn acorda! Já é tão tarde… Nós adormecemos!

Ele abriu os olhos.

– Que horas são?

– São 11 horas. Vamos, levanta-te! A tua mãe vai matar-te, seu atrasadinho. É hoje que vais almoçar com ela, certo?

– Sim, vamos almoçar com ela e com a minha irmã.

– Vamos? Vamos não. V-A-I-S! A tua mãe combinou contigo e com a tua irmã. Não tenho de ir, é almoço de família.

– Não queres ir? – que raio de pergunta… – Ela disse para “levar a princesa”.

– Eu adoraria mas… Sentes que já é tempo para ti? Eu não te quero por pressão.

– Só se sentires que é cedo. Eu quero que tu vais mas só se te sentires bem.

– Não é isso! Eu quero ir mas…

O Zayn percebeu.

– Já entendi tudo. Problemas de auto estima agora não, please. A minha mãe já te adora pela tua coragem. Não tens nada a temer! Vem comigo, por favor. Torna este almoço divertido. Eu quero que se conhecam.

Ele é um manipulador. Isto não se fazia. Estava sem palavras e tinha de tomar uma decisão rapidamente.

– Sim, eu vou mas temos de nos despachar. Vou tomar banho, venho já.

– Daniela, está tudo bem? Estás a demorar.

Abri lentamente a porta da casa de banho.

– Diz que eu não estou assim muito mal. Sinto-me mesmo estúpida assim vestida para ir almoçar com a tua mãe.

Ele olhou para mim e sorriu.

– Que raio de vestido é esse? Eu nunca te vi com ele!

– Eu sabia. Ele é horrivel! Eu vou trocar.

– Daniela tu estás linda. Eu adoro o vestido! Apenas estranhei porque não é o teu estilo. – e realmente não era… Aquele vestido mais parecia um vestido de gala.

Alguém bateu na porta do quarto. Graças a Deus, era a Rita!

– Posso entrar meninos?

– Podes, Rita. Aproveita e convence a Daniela que ela está linda.

O Zayn saiu do quarto, deixando-me a sós com a Rita.

– E estás bonita. Onde vais assim tão bem vestida?

– Nem me digas nada…

– Ui, o que se passa? Conta-me tudo! – contei tudo à Rita. Para não variar, ela entendeu-me.

– Não te preocupes, a mãe do Zayn vai a nora! Afinal de contas, agora és princesa…

– Rita, não me gozes. – arrumei o cabelo.

– Que raio de penteado é esse? Ó rapariga, tu tens de ser tu mesma! – respirei fundo. Ela tinha razão… Eu estava tão nervosa que comecei a exagerar. Queria tudo perfeito. Afinal de contas aquele não era o dia da coroação! A Rita saiu e deixou-me a pensar um pouco mas não tinha muito tempo… Já estavamos atrasados o suficiente. Olhei-me ao espelho e percebi o quanto estúpida estava a ser.

– Daniela, posso entrar?

– Sim Zayn.

– Tiraste o vestido?

– Sim e sinto-me bem assim. Apenas tento ser eu própria.

– Gosto de ti assim. És tu própria e eu amo-te assim: Linda!

– Vamos? – sorri para ele.

– Sim, o Louis leva-nos.

Seguimos no carro do Louis até ao restaurante onde a mãe do Zayn nos esperava. Eu estava nervosa. O Zayn serenou-me “Vai correr tudo bem”.

Chegamos finalmente ao restaurante da família do Zayn. Na entrada do restaurante encontramos a irmã do Zayn – ela era muito bonita.

– Finalmente chegaste. A mãe pensava que te tinhas esquecido.

– Nunca! Esta é a Daniela. Queria muito que se conhecessem.

– Como vai princesa? – ela brincou e fez-me uma vénia.

– Não, por favor… – evitei aquele movimento.

A mãe do Zayn apareceu neste momento.

– Safaa não chateies os convidados!

– Como estás mãe? – o Zayn abraçou-a. Ela parecia sentir saudades dele. – Esta é a Daniela.Lembraste de te ter falado dela?

– Muito prazer.

– O prazer é todo meu. Aliás, esta é a primeira vez que conheço uma princesa de verdade! – a mãe dele disse entusiasmada. – Não te enganaste nada filho: Ela é realmente linda. – eu corei. Também sentia saudades das minhas mães. Realmente muitas saudades. – Vamos almoçar? Espero que gostes da comida. Ah, não é Massa! – disse ela piscando-me o olho.

– Sim, claro que vou gostar. – o Zayn disse-me ao ouvido: “Eu disse-te que ela ia gostar de ti.”

– Assim a tua mãe vai achar que namoramos…

– E não namoramos? – Engoli em seco. Ele nunca me tinha passado o “atestado” de namorada.

Ele colocou a mão em torno da minha cintura. Que sentimento estranho… Já tinhamos estado tantas vezes juntos e eu ainda sentia aquele nervoso. A mãe dele foi muito simpática comigo e sempre tentava que eu comesse um pouco mais de tudo.

– Podiam ficar mais um pouco.

– Eu volto mãe. Prometo!

– Desde que não venhas sozinho. Traz a namorada de novo da próxima vez, sim? – sorrimos.

– Trago, prometo! – beijou-me a bochecha.

– Adeus querida. – depois da despedida com a mãe dele saímos do restaurante, calados. O nosso silêncio conseguia matar-me…

– A minha mãe gostou de ti.

– Ainda bem… Olha aquilo que me disseste no restaurante é verdade?

– O que? De sermos namorados? – concordei com a cabeça. – Eu nem sei o que somos: nós amamo-nos, dormimos juntos, beijamo-nos… Não sei o que somos mas adoro o que temos!

– Eu também. – beijei-o. – Vamos ter com os outros agora?

– Não. Antes eu quero levar-te a um sítio! – fomos até uma espécie de parque fechado.

– O que estamos aqui a fazer? – sentei-me num baloiço e sorri-lhe. Adorava estas coisas de criança.

– Adoro este parque e achei que gostarias de o conhecer…

– É lindo! Aposto que te divertiste muito aqui. – eu já baloiçava.

– Sim, este sítio é especial para mim! Tu deves estar a perguntar-te porque estamos aqui…

– É inevitável eu não perguntar. – disse parando o baloiço.

O Zayn ajoelhou-se e tirou algo do bolso.

– O que estás a fazer? Levanta-te, por favor. – disse eu levantando-me.

– Eu tenho de fazer isto… Lembraste da nossa conversa? Eu constatei que te quero comigo.

O Zayn mostrou-me um anel. Ele era lindo e brilhante!

– Porque estás a fazer isto tudo?

Eu não esperava aquilo e estava mesmo atrapalhada com a atitude ele mas convenhamos que ele tinha sido um fofo.

– Porque te amo. Estamos cara a cara, tenho de te dizer o que sinto… Fica comigo, sem preocupações!

Eu estava seriamente comovida. Se ele não parasse de falar eu ia começar a chorar.

– Zayn levanta-te por favor… Eu aceito ficar contigo. Sem preocupações! Tu e eu: chega-me!

– Eu amo-te.

– E eu a ti! Cada dia mais…

– Posso só pedir-te uma coisa?

– Tudo o que quiseres…

– Promete que ficas com o anel e fazes com ele o que quiseres. – respirei e olhei para ele. Não podia negar este pedido. Aquele anel era como uma aliança.

– É claro que fico com ele. Obrigada.