– Eu acho que não quero mais ir!

– Por quê?

– Não quero te deixar! Você é tudo pra mim!

– Mas é uma oportunidade única! É seu sonho!

– Mas...
Sam começou a chorar e Billy(seu namorado) a abraçou.

– Não chore!

– Não vou conseguir viver sem você!

– Eu também não, mas não vou deixar você desperdiçar essa chance, a chance que eu não tive!

Sam não conseguia dizer uma palavra, apenas chorava nos braços de Billy

– Filha, o avião já vai partir. - disse sua mãe.
Billy levanta o rosto de Sam e dá um selinho.

– Vá e seja feliz! Eu vou torcer muito por você aqui!

– Obrigada! Eu te amo!

– Eu também te amo!
Sam limpa o rosto e sorri.

– Aqui está o número do seu tio, quando chegar lá, ligue para ele.–Disse sua mãe entregando um papel.

– Tudo bem mãe.

Sam se despede de sua família e caminha em direção ao portão de embarque, antes de entrar ela olha pra trás e vê Billy sorrindo. Ele faz um coração no ar e dá um tchalzinho.Ela sorri e entra.

Pov Sam.
Meu coração está ferido, está com uma dor insuportável, nunca pensei que fosse deixar meu namorado. Primeiro e único namorado. Mas foi por uma boa causa. Creio. Três meses atrás, eu me inscrevi pela internet para conseguir uma bolsa na escola mais importante de Los Angeles. Ela se chama Escola de Música Joseph Minet, mas é mais conhecida como “A Escola dos Sonhos”. Isso mesmo, foi essa mesma escola que revelou grande cantores, entre eles estão Demi Lovato, Selena Gomez, Miley Cyrus e entre outros. Dizem que é a melhor escola que existe.Enfim, Billy e eu nos escrevemos e tivemos que fazer um teste, era um teste vocal e tivemos que cantar. Fizemos um dueto e nos apresentamos, depois de algumas semanas, saiu o resultado. Eu havia passado mas Billy não.Ele chorou muito e eu também.Cantar era o nosso sonho. Mas apenas o meu foi respondido. Estou triste por isso, é muito ruim essa sensação, eu queria muito realizar o meu sonho com o Billy.Quer dizer, nosso sonho.

Passei pela porta do avião e logo a aeromoça me direcionou a minha poltrona. Por sorte, ficava perto da janelinha. Sente-me e virei meu rosto para a janela. Lagrimei. Não queria deixar minha cidade e principalmente minha família. Queria que todos fossem comigo. Mas infelizmente não deu. Rapidamente escorreu uma lágrima dos meus olhos e caiu na minha roupa. Não tinha como segurar. Chorei.

– Você está bem?

Olhei para o lado e vi uma senhora de aparentemente 60 anos.

– Por que choras?- Ela perguntou.

– Já estou sentindo falta da minha família!- ri e ao mesmo tempo chorei.

– Deve ser difícil para uma garota da sua idade!Lembro-me de quando eu era jovem. Também tive que ir embora da minha cidade. Fui forçada, tudo por causa do meu pai, éramos pobres e tive que casar com um homem rico chamado Erick que na época era dez anos mais velho que eu. No começo nós nos odiávamos, mas com o passar do tempo, passamos a nos amar.

Eu certamente não estava entendendo o que ela estava querendo me dizer. Mas não me importei.

– Sabe, quando eu fui embora, eu deixei uma pessoa que eu amava. Seu nome era Luan, foi a primeira pessoa que amei de verdade. Mas eu tive que deixá-lo. Depois de alguns anos, eu tive contato com ele, mas ele já havia encontrado uma nova mulher, Então o deixei em paz.

– Entendo! – disse

– Eu acho que pra ganhar algo, tem que perder algo.Foi assim que aconteceu comigo. Perdi o amor do Luan mas ganhei o amor do Erick, e estou feliz, tive um filho com ele e um netos lindo.

A senhora sorriu pra mim e virou-se, eu ainda não estava captando o que ela estava querendo dizer. Mas essas palavras não saiam da minha cabeça.

Rapidamente minhas lágrimas secaram, pois não estava mais com vontade de chorar.Naquele momento, minhas lágrimas não faziam muito sentido.Estou prestes a realizar o meu sonho de cantora, e farei isso pelo Billy.

Peguei meu celular, coloquei meu fone de ouvido e comecei a escutar música. Olhei para a janela e pude perceber que o avião já estava em movimento.

– “É agora!”- pensei.

Meu coração disparou só em pensar que daqui a algumas horas eu estarei em Los Angeles, e depois estarei em Joseph Minet.

[...]

Acordei em um pulo, olhei para o lado e vi a aeromoça me fitando.

– Já chegamos!- disse ela sorrindo.

Olhei para todos os cantos do avião e percebi que eu era a única a estar ali. Também percebi que foi a aeromoça que me acordou. Que vergonha.Tirei o sinto e levantei-me, respirei fundo e caminhei seguindo a aeromoça. Passando pela porta do avião, havia um corredor que ligava a porta do avião ao portão de embarque do aeroporto. Ao passar por ele, meu coração disparou de novo, mas dessa vez era que ansiedade. Caminhei mais rápido e passei pelo portão, a aeromoça me guiou até aquela esteira em que passam as malas. Peguei a minha e sai dali, sentei- me num banco e lembrei-me daquele papelzinho que minha mãe havia me dado antes de eu embarcar. Botei a mão no bolso e o peguei.

– Você é a Samantha Puckett, certo?

Olhei pra frente e vi um moço de aparentemente 30 anos, ele era claro dos olhos verdes e usava um terno preto.

– Sou eu sim! – respondi.

– Meu nome é Henrique, mas pode me chamar de tio!- ele riu.

– Sério? Você é meu tio?

Eu realmente fiquei surpresa, ele parecia ser muito novo para ser meu tio.

– Sim!- ele respondeu.

Apenas ri.

– Então, vamos pra casa?

– Ah, claro!

Henrique pegou minha mala e saímos do aeroporto, andamos até pararmos em frente a um belo carro preto. Tio Henrique foi até a parte traseira do carro e colocou minha mala no porta-malas. Ele entrou no carro e abriu a porta pra mim.

– Vai ficar aí parada? – ele riu.

– Desculpe minha distração, é que seu carro é muito bonito!- falei e entrei no carro.

Tio Henrique deu a partida e saímos dali. No percurso inteiro eu permaneci calada, apenas admirava a beleza que era Los Angeles.

Depois de trinta minutos chegamos à casa do tio Henrique. Era uma casa bem grande. Henrique tirou minha mala do carro e enquanto isso, um garotinho saiu correndo em direção ao meu tio.

– Papai!- ele gritou.

Henrique o pegou no colo e veio até mim.

–Esse aqui é o Math, meu filho!- disse Henrique rindo.

O garotinho era a coisa mais fofa do mundo, era muito parecido com Henrique.

– Olá Math!- eu disse.

– Oi! – disse ele com uma voz bem fofa.

Henrique o colocou no chão e caminhamos pra dentro da casa.

– Math! Mostre a ela o quarto em que ela vai passar os finais de semana!- Henrique.

– Tudo bem papai!

Math saiu correndo pelas escadas e eu o acompanhei. Em um dos corredores havia uma porta vermelha, Math abriu a porta e entrei.

O quarto era muito bonito, ele era todo branco com cortinas vermelhas.

– Minha mãe arrumou todinho pra você!- disse Math.

– Gostou?

Olhei para a porta e vi uma moça sorrindo pra mim.

– Eu sou Isabella!

– Prazer!- disse.

– Aqui está sua mala!- disse meu tio entrando no quarto.

– Oh, obrigada!- respondi

Henrique saiu do quarto e Isabella falou:

– Eu estou preparando o jantar, quanto eu terminar eu te chamo!

– Tudo bem!

Isabella chamou Math e saiu do quarto.
Fechei a porta e sentei na cama. Fiquei pensativa. Queria muito que o Billy estivesse comigo. Eu estou feliz, e queria dividir minha felicidade com ele.

Olhei para um relógio que estava na parede e já eram seis e cinqüenta da tarde, dei um pulo da cama e decidi tomar um banho.
[...]

Já são dez horas da noite e estou deitada na cama. Não consigo dormir. A ansiedade e o nervosismo estão me deixando louca. Amanhã começa as aulas na Joseph Minet.E estou muito feliz, a partir de amanhã, minha vida mudará para sempre.

Continua...