A Vida Amorosa De Uma Haruno escrita por Misuto


Capítulo 1
One shot


Notas iniciais do capítulo

Oioi gente! Então, primeira one shot que eu posto! Espero que gostem :3



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Tudo começa no hospital. Sei que é estranho começar uma história em um local onde há apenas pessoas doentes, mas fazer o quê, é o meu local de trabalho. Era um dia chuvoso e para piorar, eu estava de plantão. Corria pelos corredores até que me esbarrei em alguém. Deixei tudo cair no chão. Estava muito frustada, trabalho trabalho trabalho. Minha vida estava resumida nisso apenas. Também podera, eu me sustento assim.

– Desculpe. – Disse sem emoção alguma enquanto me agachava para pegar os papéis que haviam caído.

– Era você mesma que eu estava procurando! – Exclamou a pessoa. Aquela voz me era muito familiar! Levantei a cabeça, e adivinha só quem eu vi? Nada mais nada menos que uma loira de longos cabelos lisos e olhos azuis, herdeira de uma família rica e poderosa mas que preferiu abrir uma floricultura ao invés de gastar o dinheiro que poderia ganhar dos pais. A mulher mais desejada que eu conheço. Simplesmente, Ino Yamanaka.

– Ino? O que faz aqui? Você sabe que eu tenho plantão hoje e que estou atolada! – Disse ajuntando os papéis e levantando logo em seguida e voltando a seguir meu rumo, Ino me seguia.

– Amiga, você tá trabalhando feito louca faz um tempão! Será que não dá para pedir umas férias? – Perguntou.

– Férias? Não não, Ino! Eu tenho que trabalhar bastante, dai eu ganho um dinheiro extra e consigo viver bem. Meus pais nunca botaram fé em mim quando disse que queria ser médica, agora eu quero mostrar que eu posso! – Disse. Larguei os papéis em cima do balcão da entrada do hospital. Escorei-me no mesmo e suspirei. – Ainda tenho que estudar me esforçar mais se eu quiser passar para o setor cardiológico.

– E eu vou é estudar essa sua cabecinha que parece que não tá funcionando direito! – Disse ela batendo de leve na minha cabeça. Então, ela cruzou os braços e eu tive a certeza absoluta que ela iria começar a choramingar. – Vamos, Saku! – É. Ela estava choramingando. – A vida não é só isso! Poxa, você é tão jovem! Tem só 24 anos! Vai aproveitar a vida, caramba! Quer chegar na velhice sendo uma velha rabugenta, solitária, pelancuda, solteirona, adotar um monte de gatos e ser apelidada de velha dos gatos e-

– Ino! – Interrompi ela. – Menos. Bem menos. Por favor. – Peguei minha prancheta novamente e comecei a caminhar em direção ao corredor. Ino me seguiu.

– Saku, eu sou sua amiga, eu sei muito bem o que é bom para você e sei que trabalhar feito uma louca não vai te fazer bem!

– Senhorita Haruno, por favor compareça ao setor neurológico. – Ouvi as caixas de som instaladas nas paredes.

– Ino, me desculpe, tenho que ir. – Disse me virando. Ino me segurou o braço.

– Por favor! – Choramingou novamente. Suspirei e levantei o dedo indicador.

– Só um minutinho. – Disse. Ino abriu um dos seus sorrisos mais largos.

– O que você acha que eu devo fazer, então? – Perguntei.

– Primeiro: peça férias. Tsunade não tem como dizer não para você depois de tantos plantões que você anda fazendo! – Disse.

– E...? – Ela ficou pensativa.

– Hum, acho que você poderia sair com alguém! Ta encalhada faz um tempão! – Disse ela sorrindo. Eu fiquei incrédula.

– O quê? – Perguntei indignada. Meu rosto estava começando a esquentar, acho que corei. – Ah Ino sabia que não deveria ter dado atenção para você. – Disse me virando, mas ela segurou meu braço novamente. Virei para ela.

– Ok desculpa Saku, mas sejamos francas, isso é verdade. – Ela disse com as sobrancelhas arqueadas, com uma expressão de "encare os fatos".

– Claro que não é verdade. – Eu disse puxando meu braço da mão dela e colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha.

– Ah, é? – Disse ela cruzando os braços e ficando com apenas uma sobrancelha arqueada. – Então me diga: qual foi o ultimo cara que você saiu? – Ela perguntou. Eu gelei.

– B-bem... Er... – Fiquei olhando para os lados, tentando me lembrar. Até que sorri e a encarei. – O Naruto! – Respondi.

– Você foi em apenas um encontro com o Naruto, e isso foi há um ano. Ele te telefonava mas você não queria nem saber de falar com ele porque durante o encontro inteiro ele não calava a boca e você não conseguia falar nada. – Disse ela. – Ah, e agora ele e a Hinata estão namorando. – Completou. Fiquei surpresa.

– Ele e a Hina namorando?! Desde quando?! – Perguntei incrédula.

– Faz uns oito meses. – Ela respondeu tranquila. Pousei a mão na testa.

– Poxa, por que a Hina não me disse nada?! – Perguntei magoada e indignada. – Nós três somos melhores amigas, ela deveria ter me dito! – Disse.

– Saku... Ela disse. – Respondeu Ino, fazendo careta. Então foi a minha vez de fazer uma careta. Arqueei uma sobrancelha, fiquei boquiaberta e entortei o nariz. Sim, essa era a minha cara quando não acreditava em algo.

– Como? – Perguntei. – Não, ela não disse! Se tivesse dito eu lembraria!
– Ela disse sim, Sakura. Ela te ligou e te contou. Você só disse – Ela começou a imitar minha voz quando eu não estou prestando atenção em algo – "Aham, legal, parabéns. Tenho que desligar, tchau."

– Sério? – Perguntei não acreditando no que tinha ouvido.

– Sim, Sakura, é sério! Olha, você tá tão obcecada pelo seu trabalho que não tem tempo nem para seus amigos! Como é que fica a sua vida, Saku? Relaxa. Por favor. – Ela disse. Eu suspirei e pousei a mão na testa novamente.

– Eu estou jogando minha vida fora. – Disse desnorteada.

– Sério? – Disse Ino com um tom irônico.

– Senhorita Haruno por favor compareça no setor neurológico. – Disseram novamente as caixas de som das paredes. Fechei os olhos e respirei fundo.

– Muito obrigada, Ino. – Abri os olhos. – Vou terminar hoje e pedir férias para Tsunade-sama.

– Assim é que se fala. – Ela sorriu e deu um leve tapa nas minhas costas. – Vai lá, termina seu plantão e pede as tão merecidas férias! – Sorri para ela e me dirigi para o setor neurológico.

Achei que seria bem fácil eu sair do hospital. Eu estava apenas me iludindo. Fiquei lá até de madrugada. Maldito plantão. Mas ao menos, eu consegui falar com Tsunade, e ela me deu três meses de férias e elas começariam amanhã. Perfeito! Cheguei em casa, tomei um banho e me atirei na cama. Meu despertador tocou ás 6h como sempre. PI PI, PI PI, PI PI. Ao invés de me levantar, tomar banho, tomar café e ir para o hospital, eu fiz o que há tempos tinha vontade de fazer: jogar com toda força na parede aquele aparelhozinho dos infernos. Abri os olhos e vi ele todo estraçalhado no chão, dando seu ultimo "pi" que foi bem fraquinho e estranho. Eu sorri. Dormi como a tempos não dormia. Acho que acordei era quase 14h30min. Mas acordei com um ótimo bom humor. Ino tinha razão, férias era uma ótima ideia. Me espreguicei na cama e desfilei de pijama pelo apartamento até minha cozinha preparar um ramén instantâneo. Peguei meu celular que dizia que eu tinha 10 chamadas não atendidas da Hinata. Liguei para ela.

– Fala, Hina! – Disse quando ela atendeu.

– Saku, onde você está? – Perguntou com seu tom de voz doce. – Estava preocupada! – Realmente, para ligar tanto assim para alguém ou você está morrendo ou está preocupado. – O que aconteceu?

– Nada! Só estava dormindo. Desculpe. – Ri um pouco.

– Oh, havia me esquecido que tinha pedido férias. Perdão, Saku. – Percebi que ela havia ficado sem graça.

– Que nada, Hina. Então, o que queria? – Perguntei.

– Ah, eu queria te convidar para almoçar comigo e com a Ino. Mas agora já é tarde! – Avisou.

– Pois é, estou preparando um ramén agora. – Disse. – Ah! Vocês poderiam vir aqui mais tarde?

– Claro, Saku! Que horas? – Ela perguntou.

– Hum, sei lá... Ah, já sei! Vocês poderiam vir aqui as oito e tragam roupas porque vão posar aqui e fazer uma festa de pijama! – Disse animada.

– Não estamos velhas de mais para isso? – Ela perguntou.

– Claro que não! Por favor, venham! Estou com saudades disso! – Pedi. Ela demorou um pouco para responder, ouvi uma conversa ao fundo.

– Nós vamos! – Disse.

– Ino está aí? – Perguntei.

– Estava, foi atender um cliente agora. Estou ajudando ela na floricultura. – Ela respondeu.

– Ah, ok. Então não vou mais atrapalha-las.

– Não está atrapalhando, Saku! – Disse ela.

– Ah estou sim, e aliás tenho que desligar porque meu ramén está quase pronto. Beijos!

– Beijos.

Comi meu ramén, e então fui tomar meu banho. Eu era outra pessoa. Ou ao menos, eu voltei a ser como era na adolescência. Me despi e entrei no box, liguei o chuveiro e a água morna caiu sobre meu corpo. Coloquei shampoo na palma da mão e passei no cabelo. E nem percebi que estava cantando. Ou ao menos tentando cantar. Eu sempre cantei toda desafinada e tinha vergonha disso. Mas naquela hora, eu tava nem aí para isso. Estava no meu apartamento, meu apartamento. Sozinha. Não tinha ninguém por perto. Terminei meu banho e sai do bainheiro enrolada na toalha, dançando. Bem feliz. Entrei no meu quarto e liguei o rádio, estava tocando Primadonna. Adorava essa música. Abri meu armário e peguei um vestido tomara que caia florido que ia até os joelhos. Fazia tempos que eu não usava aquele vestido. Coloquei uma sandália bege com um detalhe de flor. Me olhei no espelho e sorri. Observei meu cabelo, peguei uma mexa dele e a encarei. Meu cabelo era comprido há tempos. Peguei uma bolsa baguete e coloquei minha carteira e celular dentro dela. Sai de meu apartamento e fui para o centro de Konoha caminhar um pouco. Avistei um salão de beleza que por sorte havia um cabelereiro que poderia me atender.

– Repica! Repica! – Eu dizia para ele, bem feliz.

– Você tem certeza, querida? Seus cabelos são tão lindos! – Ele dizia analisando meu cabelo.

– Não importa! Repica! E deixa curto! – Ele suspirou e fez o que eu pedi. Depois de lavar, passar a tesoura e secar meu cabelo, ele disse "Prontinho. Repicado e curto". Olhei para o meu cabelo e arregalei os olhos.

– Meu Deus! – Disse apavorada.

– Ah eu sabia que você ia se arrepender. – Ele disse batendo a mão na testa.

– Não! – Eu exclamei, ele me encarou. – Ficou lindo! – Me levantei e me aproximei mais do espelho, ainda boquiaberta. – Muito obrigada! – Me virei e abracei ele. Peguei minha bolsa e entreguei o dinheiro a moça do balcão.

Sai bem feliz de lá. Tomei sorvete, caminhei pelo centro e fui para casa eram mais ou menos as 19h. Arrumei o apê e depois de um tempinho as meninas chegaram. Ficaram boquiabertas com meu novo corte de cabelo. Arrumamos um lugar onde iríamos dormir, fizemos brigadeiro e nos sentamos no chão da minha sala para conversar.

– Parece que as férias estão te fazendo bem, Sakura! E olha que é recém o primeiro dia! – Comentou Hinata.

– Pois é! Nem acredito! – Eu disse.

– Mas você não tá fazendo o que eu te sugeri. – Disse Ino. Eu a encarei.
– Como não, Ino? Eu estou de férias, estou relaxada e leve como uma rosa, e-

– Não está saindo com ninguém. – Ela me interrompeu.

– Ah Ino, de novo com isso? – Eu disse. Virei para Hinata. – Hina, você acredita que Ino disse que eu to encalhada?

– Acredito. – Hinata respondeu rápido. Eu me surpreendi.

– O que? Ah Hina mas né que eu já paquerei uns ca-

– Não. – Ela me interrompeu com um meio sorriso.

– Nossa Hina, até você! – Eu disse incrédula.

– Desculpa Saku, mas sua vida amorosa anda bem mal! – Ela respondeu. Era verdade.

– Bem, então o que vocês querem que eu faça? – Perguntei.

– Primeiro – Começou Ino. – Liga para esse cara aqui – Esticou um bilhete com um número de celular – Ele é um gato! Eu fui correndo atender ele quando a Hinata tava falando contigo no telefone. Então, eu consegui o celular dele!

– Ino! Eu nem conheço ele! E o que um cara faria numa floricultura se não fosse para comprar flores para a namorada? – Perguntei.

– Ele tava comprando flores para a tia que tava de aniversário. – Respondeu Hinata.

– Hina, você aprova isso? – Perguntei indignada.

– Aprovo! É para seu bem, Saku. – Ela respondeu.

– É! Eu já disse pra ele que tinha uma amiga linda, interessante, solteira e inteligente que adoraria sair com ele e ele deu o celular! – Disse Ino. – Vamos! Ligueee! – Dizia balançando o papelzinho na minha frente. O encarei, e então o peguei e liguei para o tal cara.

– Alô? – Disse uma voz roca e muito sedutora do outro lado da linha. Me arrepiei. Coloquei no viva voz para as meninas ouvirem.

– Oi! Quem fala? – Perguntei.

– Sasuke. Sasuke Uchiha. Quem fala? – Perguntou.

– Hã, oi Sasuke! Meu nome é Sakura! Minha amiga Ino trabalha na floricultura na qual você foi hoje e... Bem, e-eu... – Fiquei morrendo de vergonha de falar, então travei. Ino e Hinata começaram a gesticular, como quem diz para eu continuar. Eu não sabia o que fazer. Ino bateu a mão na testa e arrancou o telefone de mim.

– Oi! Aqui é a Ino! Eu falei com você hoje mais cedo, lá na floricultura onde você comprou flores para sua tia! – Ela disse.

– Ah, oi Ino. O que desejas? – Ele disse.

– Bem, a Sakura é aquela amiga que eu estava falando sabe?

– Ah, sei. – Ele respondeu. – Bem, então quando eu e ela poderíamos sair? – Ele perguntou. Eu gelei.

– Pode ser amanhã, ás oito. E eu sugiro que a leve para jantar! – Ino respondeu. Ele riu.

– Onde eu busco ela? – Ele perguntou.

– Na frente da floricultura! – Ino respondeu.

– Ótimo então. Tchau Ino.

– Tchau, Sasuke-kun! – Ela disse. Desligou o telefone e me entregou. Eu estava boquiaberta.

– Ino você não fez isso! – Disse furiosa.

– Oh eu fiz sim! – Ela disse. Hinata começou a rir.

– Ah eu vou te pegar! – Disse me inclinando com os braços esticados, fazendo menção de esganar dela, porém Hinata me segurou.

– Ino te arranjou um encontro com um cara gatíssimo e é assim que você agradece? – Ela disse rindo.

– Mas e se for um maníaco tarado?! – Perguntei. – Eu nem conheço ele!

– Mas e se for um cara legal e talvez seu futuro namorado? – Disse Ino.

– Mas-

– Mas nada! – Hinata me interrompeu. – Agora Ino já marcou e nem eu nem ela vamos deixar você dar bolo no cara! – Suspirei. Não tinha como dizer não a elas.

E então continuamos a conversar. Ríamos e nos divertíamos. Vimos um filme de terror que estava passando na tv e morremos de medo. Depois apagamos as luzes e ficamos apenas sub a luz de uma lanterna e cada uma contou uma história de terror. E então, nós fomos dormir. No outro dia, foi uma correria: elas me fizeram ir a manicure e ficamos praticamente a tarde toda escolhendo uma roupa para eu vestir. Depois de tudo pronto, ficamos conversando até as 19h quando eu tive de ir me arrumar. Me arrumei, e fui até a floricultura da Ino. Fiquei esperando lá o cara que eu mal troquei uma frase. Até que um malibu estacionou na minha frente, abaixou o vidro e um belo homem de pele pálida e cabelos e olhos negros me encarou.

– Sakura Haruno? – Perguntou.

– S-sim. – Respondi meio abobalhada pela beleza dele. Ele sorriu.

– Entre no carro. Vamos jantar. – Disse. Então eu entrei no carro e ele me levou num dos restaurantes mais chiques de Konoha. O garçom nos levou até nossa mesa e então pedimos o que queríamos comer e beber. Ele escolheu um vinho, que depois de alguns minutos chegou a nossa mesa.

Ficamos quietos nos encarando. Nenhum sabia por onde começar. Eu bebericava meu vinho e minhas mãos suavam. Droga, não tinha treinado com as meninas sobre o que falar com ele.

– Então, Sakura... – Ele começou. – Me fale sobre você. – Eu tomei mais um gole do vinho. Hesitei um pouco.

– Bem... Eu tenho 24 anos e sou formada em medicina, trabalho no hospital de caridade. – Travei. É impressionante quando as pessoas pedem para eu falar "mais sobre mim" eu esqueço de quase tudo!

– E...? – Ele disse, querendo que eu falasse mais. Eu sorri torto.

– Me fale sobre você primeiro. – Disse.

– Eu sou formado em direito, sou promotor – Eu percebi pelo local onde ele quis me levar para jantar, pelo carro dele, pelo vinho que ele pediu...
– Tenho 26 anos, meu melhor amigo se chama Naruto e-

– Naruto? Naruto Uzumaki? – Interrompi.

– Sim, o que tem ele? – Ele arqueou uma sobrancelha.

– Ele é namorado da minha amiga! A Hinata! Ela estava lá na floricultura ajudando a Ino! – Respondi.

– Aquela mulher de cabelos azulados e olhos brancos? – Ele perguntou. "Olhos brancos". Isso me irritou um pouco.

– Eu prefiro "olhos perolados". – O corrigi. – E sim, é ela.

– Naruto me falou muito dela. Não imaginava que a conheceria por acaso. – Ele disse.

– Hehe... Bem, desculpe interromper. Continue! – Eu disse sorrindo.

– Enfim, eu vou participar de um concurso porque de promotor eu quero virar juíz e-

– Juíz? Ah que legal! Soube que é um emprego bem puxado e cansativo mas que ganha um bom dinheiro. – Ele ficou com uma cara meio estranha, mas mesmo assim não deixava de ser lindo.

– É. – Ele concordou.

– Qual sua cor favorita? – Perguntei, apoiando o cotovelo na mesa e o queixo na mão.

– Azu-

– Ah, a cor do céu! Acho linda! Mas eu prefiro verde. Verde água. Não parece né, porque eu tenho o cabelo cor de rosa mas eu juro que é natural! Você não sabe como eu lutei para conseguir meu emprego no hospital! A Tsunade, que é a chefona de lá, achava que eu era uma rebelde que não queria nada com nada e que pintava cabelo de rosa. Daí eu mostrei que eu era uma pessoa séria e que meu cabelo era natural. Mostrei uma foto minha quando era criança, aí eu consegui provar. Haha! – Eu finalmente tinha conseguido me soltar e conversar com ele, mas ele continuava com aquela cara estranha.

– Certo... – Ele disse.

– E você? Você faz chapinha? Seu cabelo é tão lisinho! – Eu disse simplesmente, sem medir a idiotice que acabara de ter dito. Ele ficou meio boquiaberto.

– Não. – Respondeu.

– E pinta ele? E usa lente de contato, né? Porque é muito raro ter olhos e cabelo preto mesmo! – Disse.

– Não, eu sou assim mesmo.

– Ah que legal! Deve ter muita mulher na tua cola! – Ele arqueou uma sobrancelha.

– Hã... Pois-

– Faz tempo que eu não saio com ninguém, sabe? A Ino disse que eu to encalhada. Que eu vou ser uma velha pelancuda, solitária, cheia de gato e tal. Dá pra acreditar? – Perguntei rindo.

– Acho qu-

– Mas eu não sou encalhada. Tanto que estou saindo contigo! Ah, sabia que a ultima pessoa com quem eu saí foi o Naruto? Pois é, mas faz um tempo já. O problema que durante o encontro inteiro eu não conseguia falar. O Naruto é meio matraca, né? – Ele ficou sério. Não entendi o porquê, mas continuei conversando com ele.

No dia seguinte eu estava muito feliz, havia adorado o encontro. Contei tudo para Ino e Hinata. Disse que no início eu fiquei nervosa mas depois eu consegui conversar com ele. Elas adoraram e falaram para eu ligar para ele de novo, e foi o que eu fiz. Disquei o número dele, elas estavam na minha volta bem alegres. Não chamou nenhuma vez, e o telefone me informou:

– Este número de telefone não existe.

– Como não existe? – Disse Ino indignada. – Me dá isso aqui – Arrancou o celular de mim e discou o número que estava no bilhetinho. E o resultado foi o mesmo.

Resumimos que Sasuke não gostou do encontro comigo e que tratou de mudar o número o mais rápido possível para eu não ligar mais para ele. Fiquei triste no início, mas a fila anda, oras!

– Ainda bem que ele fez isso, assim eu posso te apresentar o Lee! Ele é amigo do Neji e da Tenten, e é um amor de pessoa! É cavalheiro, meigo, gentil! – Disse Hinata feliz. Então, eu topei sair com o tal Lee.

Hinata marcou o encontro na praça. E então o dia chegou, me arrumei e fiquei na praça esperando o tal Lee.

– Sakura Haruno? – Perguntou uma voz masculina atrás de mim. Virei-me e dei de cara com um homem de olhos grandes, sobrancelhas grossas e cabelo cogumelo. Não acredito que Hinata me arranjou um encontro com um cara como esse! Ele não falou nada mais. Dai, ele começou a corar. Me entregou uma rosa. – Você é linda! Esse é o fogo da juventude! – Piscou e me mandou um beijinho. Pude ver coraçõesinhos saindo da boca ele e batendo na minha cabeça. Oh, meu Deus.

– E-er... Obrigada.

E a maior parte do encontro foi isso: ele corando e falando sobre o fogo da juventude e sobre como ele fazia exercícios para ficar igual ao Gai-sensei. Seus olhos brilhavam e ele meio que chorava de emoção ao falar do Gai-sensei. Nunca tive um encontro tão constrangedor. Demorou, mas acabou. E eu fui correndo para casa e chamei a Hinata e a Ino.
– Hinata! Aquele garoto só fala de um tal "fogo da juventude" e chora de emoção ao falar do professor de educação física do colegial! – Imitei o tom de voz dele. – O Gai-sensei. – Suspirei. Ino começou a rir.

– Desculpe, Sakura! Eu achei que seria legal. – Disse Hinata.

– Ah, tudo bem. – Disse. – Mas acho que ele nunca mais vai desgrudar de mim! – Peguei meu celular e o mostrei para elas. Na tela tinha uma mensagem do Lee, dizendo:

Sakura-chan, você é linda como uma rosa, bem na verdade como as flores de cerejeiras! Não não, melhor que isso, você é muito mais linda do que qualquer flor! Meu fogo da juventude queima por você! *O*

As meninas começaram a rir.

– Calma, Saku. Tenho um cara para sair contigo. O nome dele é Sai. Ele é lindo, é um artista e é super sincero!

Topei na hora pois eu sempre gostei de caras sinceros, e Ino sabe muito bem disso. Então, Ino marcou o encontro. Ele era um cara de pele beem pálida, cabelos curtos e negros e olhos da mesma cor. Ele sorria o tempo todo, o que me deixou meio desconfortável. Conversávamos normalmente, o encontro ia muito bem, até que ele fez o que não deveria fazer.

– Vou te dar um apelido. – Ele disse.

– Apelido? Para que? – Perguntei.

– Eu coloco apelido em todo mundo. É mais divertido.

– Hum, então está bem. – Eu disse sorrindo de leve.

– Deixe-me dar uma olhada em você. – Ele disse. Eu fiquei bem parada, sorrindo para ele. Esperando que ele se pronunciasse. Então ele levantou o dedo indicador.

– Cerejeira. – Disse.

– Ah, que fofo! – Eu acho que corei, porque meu rosto esquentou.

– É o apelido mais adequado para você. Já que Sakura significa flores de cerejeiras, seu cabelo é rosa e você é tábua.

– Tábua? – Perguntei ainda sorrindo.

– Sim. Tábua. Quer dizer que você não tem peitos. – Continuei sorrindo até perceber do que fui chamada.

BIP... BIP... BIP.. BIP...

– Ele vai ficar bem, Shizune? – Perguntei.

– Vai sim, Sakura. Foi uma forte pancada na cabeça, mas ele fica bem. – Respondeu.

– Não tem enhuma seqüela? – Perguntei.

– Não, nadinha. Pode ficar tranquila. Sinto muito por ele ter caído e batido a cabeça durante o encontro de vocês.

– A-ah... Eu também. – Disse fazendo careta. Shizune se retirou. – Desculpe! Mas agora você já sabe que não se deve chamar uma garota de tábua! – Cochichei para ele sorrindo torto. Ele fez um sinal positivo com o polegar.

Fui para casa e chamei Ino e Hinata novamente.

– Sakura eu não acredito que você deu um socão nele! – Disse Ino incrédula.

– Ele me chamou de tábua! Ninguém pode zombar de mim só porque eu não tenho tanto corpo como você e a Hinata! – Disse com os braços cruzados, fazendo biquinho. – E eu já pedi desculpas. Ele vai levar alta amanhã e vai ficar tudo bem!

– Assim esperamos! – Disse Hinata.

– E agora? O que eu faço? – Eu disse.

– Bem, eu tenho um amigo... – Disse Hinata.

E então eu me vi em um encontro numa praça, novamente. Até aí, tudo bem. Mas levar o cachorro, aí é estranho! E sem falar que o cara desde que chegou só sabia falar com o cachorro, que respondia com um latido. Isso era muito estranho. E então eu fiquei sentada num banco observando os dois correndo e brincando. Quando o cara voltou para falar comigo, santo Deus, estava todo sujo, suado e fedido. Oh céus.

– Bem... É Kiba, né? – Perguntei com um sorriso torto.

– E Akamaru! – Disse abraçando o cachorro, que latiu. Dei um pulinho, pois me assustei.

– Bem, sobre o que você quer conversar... Kiba? – Estava sendo educada. Queria sair correndo de lá! Aquele com certeza estava sendo o encontro mais esquisito da minha vida!

– Você é amiga da Hinata, né? – Não! Claro que não! A Hinata te ligou falando que tem uma amiga que gostaria de sair contigo porque a Hinata é minha inimiga!

– Sim! – Respondi.

– Ah, a Hinata... – Ele começou a olhar para o céu. – Nunca vi uma mulher tão doce, meiga, delicada e bela. Ela é incrível, não é?! Nós nos conhecemos desde o ensino médio. Ela, o Shino, o Akamaru – Deu carinho da cabeça do cachorro – E eu erámos muito próximos. Mas daí a Hina...

– A Hina, a Hina, a Hina! Quando não era Hinata, era Akamaru. Esse cara te ama, Hinata! Só não sei se ama mais que o cachorro. – Disse já em casa com as meninas. Ino rindo do encontro que eu tive.

– Claro que não. – Ela corou. – Somos só amigos.

– Não deixa o Naruto conhecer esse cara se não é terceira guerra mundial na certa! – Disse Ino rindo. Hinata ainda estava corada.

– Esse foi o encontro mais estranho da minha vida! – Eu disse passando a mão no rosto.

– Eu já sei com quem você pode sair, Saku. Mas ele é meio gordinho... – Tirei a mão do rosto e a encarei.

– Oras, não tem problema algum. Você sabe que eu acho muito fofo pessoas gordinhas.

– Tudo bem então! – Disse Ino sorrindo.

E então ela marcou o encontro o cara. Era numa churrascaria. Eu entrei lá e encontrei um moço meio gordinho, de cabelos morenos e olhos verdes sentado em uma mesa. Caminhei até ele.

– Você é o Choji? – Perguntei. Ele me encarou.

– Sinto muito, senhorita. – Respondeu.

– Sakura? Sakura Haruno? Aqui! Eu sou o Choji! – Ouvi uma voz exclamando atrás de mim. Me virei e me dei de cara com um ruivo de cabelos compridos e espetados. Ele estava sentado na mesa atrás de mim e estava com um babadouro com desenho de churrasco enfiado na gola da camisa. "Ino!" pensei com raiva.

– Oi, Choji! – Disse me aproximando da mesa e puxando uma cadeira. – Como vai? – Me sentei.

– Oi! Vou bem! – Disse ele. Notei que ele já estava comendo. E muito. Havia alguns pratos vazios na volta. Ele comia um pedaço enorme de picanha. Ele comia apressado, como se fosse a primeira refeição em anos. Sorri torto.

– Er... Que horas você chegou? – Perguntei.

– As 18h. – Respondeu. Ele não parava de comer enquanto falava comigo. E ainda falava de boca cheia.

– Mas nosso encontro era ás 20h, por que chegou tão cedo? – Perguntei.

– Porque assim eu... – Ele parou de falar e comer de repente, arregalando um pouco os olhos. Fiquei preocupada.

– Ta tudo be... – Fui brutalmente interrompida por um arroto fedorento e barulhento. Todo o restaurante parou e nos encarou. Eu queria ser um avestruz para enfiar minha cabeça em um buraco. – A-acho... Melhor que deixar você e sua comida em paz. – Disse meio tonta. Me levantei e saí em passos apressados, estava morrendo de vergonha.

Liguei para Ino e contei tudo. Estava com muito ódio dela e de seu amigo porco. Ela me disse para ir até a casa da Hinata, pois estava lá. E eu fui na mansão Hyuuga. Encontrei Neji, Tenten, Hanabi e até o Naruto, que estava abraçado na Hinata. Ela largou o Naruto e foi me ver, e então subiu as escadas comigo. Me levou até o quarto dela onde estava Ino. Nós sentamos e começamos a conversar.

– Foi o pior encontro da minha vida! – Exclamei.

– Achei que o com Kiba fosse o pior. – Disse Ino.

– Foi o mais estranho. Mas com esse tal de Choji, foi o pior! O cara arrotou na minha cara! ARROTOU! O restaurante inteiro ficou nos encarando e rindo, eu não sabia onde me meter! Como que você me arranja um cara desses, Ino?! – Perguntei incrédula.

– Desculpa! Mas eu achei que você tava desesperada! – Respondeu dando de ombros. Hinata começou a rir.

– Desesperada?! Ino, quem está me empurrando para um monte de homens é você! – Disse.

– E você é minha heroína! Saiu com vários caras essa semana! Garota... Cê tá com tudo! – Disse com uma pose de "nice girl". Peguei uma almofada e taquei nela.

Conversávamos e ríamos, e quando eu fui para meu apartamento, parei e comecei a pensar. Ino estava certa. Eu estava meio desesperada mesmo. Era recém início das minhas férias e eu já saíra com cinco homens nessa semana. Depois de tanto pensar, me toquei que minha vida amorosa não era das piores, mas também não era tão boa assim. Trabalhei tanto por tantos anos, e nem sequer me imaginava com um homem ao meu lado, namorando. Ou até depois de uns anos, casada. Foi então aí, que eu aprendi uma coisa: não precisamos ter uma vida amorosa sempre ativa, não precisamos sair com vários caras ou ter um namorado para nos setirmos bem. Podemos ser felizes sozinhas! Não, não é isso o que eu quero dizer. Claro que todos nós precisamos de amor, mas não precisamo ter tanta pressa nisso. É só esperar, que o destino dá um jeito de consetar a nossa vida amorosa.


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Notas finais do capítulo

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