Kolybelnaya escrita por themuggleriddle


Capítulo 13
Strangers to the castle




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/226171/chapter/13

Hermione empurrou a porta da biblioteca e colocou a cabeça para fora para ver se não havia ninguém que poderia dar de frente com ela assim que ela saísse dali. Não era muito inteligente entrar num corredor movimentado enquanto carregava uma pilha de livros debaixo do braço.

Desde seu encontro com Riddle, Hermione tentara juntar o máximo de informação possível sobre controle de magia e magia sem varinha. Ela estava levemente surpresa com a quantidade de bobagem que encontrou enquanto pesquisava – como uma bruxa que insistia que magia era dada à crianças por espíritos de vento que sussurravam palavras doces ao ouvido das crianças -, mas, apesar de tudo, ela conseguiu alguns bons textos sobre o assunto, coisas que ela poderia usar para aperfeiçoar a sua prática. Riddle queria encontrar com ela de novo em uma semana e ela queria conseguir executar qualquer tarefa que ele lhe desse.

Assim que pôde, Hermione desviou do corredor principal para evitar o influxo de alunos que agora saíam de suas aulas – quartanistas ou quintanistas, pelo que ela podia ver. Ela entrou em um corredor menor e mais tranqüilo, o qual a levaria para as escadarias em direção ao seu salão comunal. A garota estava perdida em seus pensamentos sobre as coisas que poderia encontrar naqueles livros que carregava quando uma voz suave chamou a sua atenção. Seu coração deu um pulo. Aquela voz soava familiar e, ainda assim, ela não conseguia lembrar à quem pertencia. Mas ela já a havia ouvido, e fora em seu tempo original.

Andando lentamente na direção da curva de onde viera a voz, a bruxa hesitou, tentando entender o que ela estava dizendo – “Você não deveria ter medo. Só faça o que precisa!”—, antes de fazer a curva para ver quem estava falando.

“Ah...” Hermione não conseguiu não esconder seu desânimo ao ver que a voz conhecida pertencia à ninguém mais, ninguém menos do que o fantasma acinzentado de uma mulher que flutuava ao lado de uma janela. A figura fantasmagórica virou-se rapidamente para olhá-la. A menina nunca havia sido alvo daquele olhar severo antes e não demorou para decidir que não gostava de ficar naquela posição. “Olá, milady.” Ele curvou a cabeça, mas o fantasma não fez nada. “Como vai?”

“Tão bem quanto poderia estar na minha situação,” a voz da Dama Cinzenta ecoou ao seu redor, soando vazia e entediada enquanto ela virava para a janela outra vez.

“Pelo menos tem alguém com quem conversar,” a bruxa murmurou, já dando as costas e não vendo como a cabeça do fantasma virou-se rapidamente para olhá-la.

“O que disse?”

“Que você tem alguém com quem conversar,” disse Hermione, parando e erguendo uma sobrancelha. “Ouvi você falando com alguém, mas não se preocupe. Não era a minha intenção ficar ouvindo conversa alheia, milady, então nem peguei o assunto.” As linhas sérias formadas pelas sobrancelhas franzidas da dama relaxaram enquanto ela encarava a menina. “Mas é bom ver que tem com quem falar. Todos dizem que você é meio sozinha.”

“Não sou,” disse o fantasma, erguendo o queixo como se aquilo fosse fazê-la parecer superior. “Eu tenho um... Amigo.”

“Isso é legal.” Hermione sorriu, tentando se lembrar qual a razão de ela ter iniciado uma conversa amigável com um dos fantasmas mais reclusos do castelo. “Digo, eu também gostaria de ter um amigo se... Se eu...”

“Se você estivesse na minha situação,” a mulher completou, suspirando.

“Sim.” A garota sorriu, sem graça. “É o Frei Gorducho? Seu amigo, digo. Ouvi dizer que o Frei é muito gentil...”

“Eu conheço o Frei Bruxo por anos já e, apesar de considerá-lo um bom homem, não era com ele que eu conversava,” disse a mulher, olhando rapidamente para o lugar onde estava parada antes, ao lado da janela. “Você não o conhece.”

“Oh, entendo. Um fantasma novo. E onde ele está? Fugiu porque eu cheguei?” ela riu baixinho. “Desculpa; é que eu nunca pensei em um fantasma tímido.”

“Sim, ele é tímido. Você está falando de meu amigo como se ele fosse um estranho ao castelo, um estranho à você, mas eu não me lembre de ver você andando por estes corredores antes,” murmurou a Dama Cinzenta, estreitando os olhos enquanto se aproximava de Hermione.

“Eu cheguei esse ano.”

“Então você também é nova em Hogwarts.”

“Sim.”

“E seu nome...?”

“Elston, milady, Hermione Elston.”

“Hermione Elston,” o fantasma repetiu lentamente, como se estivesse vendo como o nome dela soava em sua boca.

“Ahm, foi um prazer conhecê-la, milady,” disse Hermione, sorrindo. “Oh, e esse seu amigo... Não sei o que ele tem que fazer, mas diga para ele não ter medo. Sei que esse conselho funciona mais para os vivos, mas ele nunca vai saber quando vai ser a última chance dele.”

A mulher franziu o cenho enquanto a encarava e, antes que pudesse falar algo, a garota deu-lhe as costas e voltou a andar. Apesar de gostar da conversa com a Dama Cinzenta, ela ainda tinha muitas coisas a fazer, livros para ler e tarefas para resolver. Em pouco tempo ela chegou à Torre da Grifinória.

“Olá, Minerva,” ela falou, se aproximando da mesa perto da janela onde McGonagall estava sentada com uma pilha de livros ao seu lado.

“Hm, oi.” A outra grifinória ergueu os olhos de seu livro e riu ao ver Hermione colocar os seus livros em cima da mesa. “Wow, isso tudo para História da Magia? Sério, Hermione, se você pegou tudo isso só para escrever algumas páginas sobre as bruxas de Salem...”

“E você pode falar muito disso!” A bruxa riu, apontando para os livros de McGongall enquanto se sentava em frente a ela. “O que é tudo isso?”

“Transfiguração,” disse Minerva, mostrando a capa do que ela segurava.

O Animal Interior: A Arte da Animagia,” Hermione leu, sorrindo enquanto se lembrava da primeira vez que vira a Professora McGongall se transformando em um gato malhado na frente da classe. “Está planejando virar um animago?”

“Ora, sim!” A bruxa sorriu. “Sempre fui fascinada por eles. Digo, imagine o quão útil deve ser?”

“Sim... Ouvi dizer que é extremamente difícil virar um. Não só magicamente difícil, mas o Ministério tem toda uma burocracia a ser vencida para se tornar um animago legal.”

“Bom, se você for pensar que temos que aprender a mudar todo o nosso corpo sem perder a consciência humana e poder voltar depois... É, é bem complicado.” McGonagall encolheu os ombros, um sorriso brincalhão aparecendo em seus lábios. “Mas, vamos lá, quem é a melhor pessoa na nossa sala de Transfiguração?”

“Hm, Tom Riddle?” Hermione brincou, rindo ao ver os olhos da outra se estreitarem.

“Riddle é bom, mas não é o melhor.” Ela estufou o peito. “Eu normalmente não sou de me gabar, mas Transfiguração é a minha área. Eu amo esse tipo de magia e consigo ir bem nela por amá-la.”

“Eu sei, Minerva,” disse a menina, sorrindo. “E tenho certeza de que você vai se tornar um animago sem nem se esforçar tanto.”

“Espero, Hermione... Oh, e o que é tudo isso?” McGonagall apanhou um dos livros do topo da pilha de Hermione. “Entendendo Magia: Como a Magia é Parte do Bruxo e Como Identificá-la e Controlá-la.” Os olhos de Minerva encontraram os dela. “Parece interessante.”

“E é.”

“Oh, antes que eu esqueça!” Minerva abaixou-se para pegar a sua bolsa, tirando de lá um envelope amarelado. “Isso chegou mais cedo. É para você.”

A garota pegou a carta rapidamente e estudou a caligrafia um pouco bagunçada no envelope. Era de Ollivander.

“Obrigada, Minerva,” ela falou, levantando-se e pegando os seus livros, antes de subir para o dormitório, ouvindo um baixo ‘de nada’ vindo de uma McGonagall confusa.

Assim que chegou em sua cama, Hermione deixou os livros caírem sobre o colchão e fechou as cortinas vermelhas ao redor da cama, já que Florence e Cecília também estavam no quarto, sentadas na cama da última, conversando. A bruxa pegou sua varinha e sussurrou um ‘Muffliato’ antes de pegar a carta e abri-la.

“Querida Hermione,

Tenho boas noticias. Finalmente encontrei alguém que possa nos ajudar a entender magia temporal. Seu nome é Horace Resande e você talvez o conheça por alguns livros que ele escreveu sobre o assunto. Entrei em contato com ele a partir de um conhecido em comum que temos. Ainda preciso arranjar um encontro com o Sr. Resande, algo que farei o mais rápido possível. Assim poderemos falar com ele sobre tudo. Preciso perguntar: existe alguma pergunta especifica que você quer que eu faça? Deixe-me saber, por favor.

Sei que ainda assim não é algo grande em nossos avanços, Hermione, mas achei que você gostaria de saber que o primeiro passo foi dado. Além disso ser uma desculpa para enviar-lhe a carta de sua amiga.

Espero que esteja gostando de Hogwarts.

Garrick Ollivander.”

Ao fim da carta, Hermione não pôde deixar de sorrir abertamente. Como Ollivander havia dito, era um passo pequeno, mas já era algo. Ela colocou o pergaminho de lado, alcançando um papel mais simples que havia junto dentro do envelope.

“Querida Hermione,

É bom saber que você está indo bem no colégio, querida. Você tem sorte de estar ai e não aqui em Londres. Esse lugar está virando um inferno com os ataques Alemães... Você teve tanta sorte de não pegar um deles enquanto estava aqui! Ainda na semana passada eu achei que fosse morrer se não fosse pelo seu amigo, o Sr. Ollivander. Sim, eu sei, mas deixe-me explicar: eu havia deixado o orfanato para comprar algumas coisas a mando do Dr. Mazarovsky quando as sirenes nas ruas soaram. Eu já havia estado no meio de ataques antes, mas em todos eu estava no orfanato. Eu sabia que lá o melhor a fazer era me esconder no porão até o ataque passar, mas eu estava na rua e na hora não tive idéia do que fazer... Acho que fiquei apavorada e esqueci de tudo. Estava completamente perdida e sem a menor idéia do que fazer e foi ai que ouvi alguém me chamar. Era o Sr. Ollivander. Ele parecia ainda mais louco naquele dia, mas, louco ou não, ele praticamente me arrastou até a estação de trem subterrânea mais próxima, onde outras pessoas estavam escondidas. Ficamos lá até o ataque acabar e, graças a Deus, nada ruim aconteceu conosco. Acredito que devo tê-lo estressado até o último com meu ataque nervos quando cheguei na estação, o pobre homem... Da próxima vez que o ver, lembre-o de o quão grata eu sou, certo?

Agora, algo mais feliz! Estou aqui para lhe dar boas noticias! Martha está grávida. Sim! O primeiro filho dela e do Dr. Mazarovsky! Não é adorável? Ela está tão feliz, e Alexei! Ah, você precisa ver! Até peguei ele cantarolando um dia deses.

Oh, sim, Martha pediu para que eu pedisse que você contasse à Tom. Como já disse, Riddle era bem próximo dela há alguns anos e continua chegado à Alexei.

Por favor, me diga como está indo ai. Espero que esteja tudo bem.

Com amor,

Anna Parker.”

***

De vez em quando Tom ficava desconfortável com o quanto ele via de si mesmo em Hermione Elston. Sim, ela fora criada por pais que a amavam e ela havia sido educada em casa por uma família bruxa, mas ele ainda poderia ver a si mesmo quando via a garota erguer a mão no meio da aula, esperando ser chamada pelo professor, ou quando ela conseguia fazer um feitiço e estufava o peito, olhando em volta com um sorriso satisfeito no rosto. Era Tom o tempo inteiro... Talvez um Tom mais novo, durante os seus três primeiros anos em Hogwarts, quando ganhar um ponto para a Sonserina era a melhor coisa que poderia lhe acontecer. Era meio viciante, aqueles pontos extras e elogios de professores, e ele sabia que Elston sentia a mesma coisa. Ele podia ver isso nela e sentia-se aliviado ao ver que mais alguém levava essas coisas tão a sério quanto ele próprio.

“Aguamenti.” Riddle observou enquanto Hermione fazia um punhado de água aparecer do nada sem a ajuda de sua varinha e fez um sinal positivo com a cabeça quando ela olhou buscando aprovação.

“Está bom,” ele falou, mexendo os dedos e fazendo o líquido que escorria por entre as mãos dela tomar a forma de uma esfera.

“Nós poderíamos sair desses feitiços sem varinha, não acha?” perguntou a bruxa, vendo enquanto ele brincava com a esfera de água. “Ou pelo menos tentar feitiços mais complicados.”

“Como feitiços de duelos?” perguntou Tom, arqueando uma sobrancelha.

“Talvez... Quero dizer, não são com esses feitiços que minha varinha tem problemas?”

“Sua varinha não tem problemas com feitiços fortes, Srta. Elston,” explicou o sonserino, fechando os seus dedos e fazendo a bola de água desaparecer. “O problema é que você não consegue controlar a intensidade dela.”

“Certo, o problema é comigo, eu entendo.” Hermione suspirou, sentando-se no topo de uma das mesas da sala e cruzando os tornozelos. “Eu queria ter mais controle sobre ela antes da próxima aula de Defesas. Essa semana eu não fiz nada a não ser servir de alvo para Minerva.”

“Poderia ter praticado com ela...”

“Minerva é minha amiga e eu não quero machucá-la como quase fiz da outra vez.”

“Oh, então é por isso que aceitou a minha ajuda.” Tom riu. “É mais fácil para você machucar uma cobra sonserina do que a sua querida amiga grifinória.”

“Eu não-“ Hermione começou a falar, mas interrompeu-se com um suspiro. “Aceitei a sua ajuda porque você estava certo quando disse que os professores esperam que eu tenha total controle sobre minha varinha. E porque você é bom com Defesas. E também tem uma varinha de teixo.”

“Se você diz, Srta. Elston.” Riddle se levantou da cadeira onde estava sentado e desamassou seu casaco cinzento. “Mas teremos que deixar os feitiços de duelo para outra hora, se você não se importa. A Professora Merrythought me disse que a próxima aula será teórica... E nós temos coisas mais importantes sobre as quais falar agora.”

“Coisas mais importantes?” A garota estreitou os olhos enquanto observava o sonserino ir até onde ele havia deixado a sua bolsa, tirando dali um livro. “O que é isso?”

“Projeto de poções. Hoje é sexta e nós não temos mais nada para fazer nessa noite adorável.” Ele apontou para o céu que escurecia do lado de fora das janelas. “E, como já estávamos aqui, achei que seria bom pedir para que Abraxas se juntasse a nós para começarmos e ver tudo isso.”

“E você nem pensou em perguntar se eu concordava?” A grifinória cruzou os braços em frente ao peito.

“Sabia que estaria livre depois de História da Magia, caso contrário não teria vindo aqui para praticar.” Tom sorriu e Hermione sentiu a vontade de tirar aquele sorriso estúpido do rosto bonito dele aumentar. “Abraxas estará aqui logo.”

Como se tivesse previsto o futuro, a porta da sala se abriu e uma cabeça loira apareceu ali. A garota fez uma careta ao ver como Draco Malfoy era parecido com o avô enquanto via Abraxas cumprimentar Tom.”

“Boa noite, Srta. Elston,” disse Malfoy, sorrindo. Ela simplesmente lhe deu um aceno de cabeça em resposta. “Tom, eu estava lendo sobre a Amortentia e ela parece ser bem tranqüila de preparar quando comparada com as outras poções...”

“Claro que é,” disse Hermione. “O que você esperava de uma Poção do Amor? Amortentia é só criar ilusão enquanto as outras poções do projeto são mais complicadas... A Polissuco é literalmente sobre mudar o corpo de quem bebe; o soro de mandrágoras libera o corpo da pessoa de um estado de petrificação; Felix Felicis interage com os pensamentos do bruxo e com o ambiente ao redor, e Veritasserum trabalha com a vontade da pessoa em confessar a verdade. Todas são muito mais complexas que a nossa poção.”

“Do jeito que fala, Srta. Elston, faz parecer que você nem olhou coisas sobre a Amortentia,” disse Tom, sorrindo. “Você falou sobre como todas as poções interagem e mudam o corpo de quem as bebeu, mas é a mesma coisa que a poção do amor faz.”

“É uma ilusão, Riddle. Se eu fosse uma boa Legilimens, o que infelizmente eu não sou, eu poderia fazer você acreditar que está apaixonado por mim e teríamos o mesmo resultado.”

“É ai que você se engana.” O sorriso de Riddle se alargou. “Uma ilusão mexe com as idéias. Não é muito diferente de eu tentar convencê-la com palavras. Amortentia não é isso. Essa poção liga o bebedor à quem lhe deu a poção em um nível muito mais profundo.”

“Não foi você quem disse que era uma poção chata?” perguntou Abraxas, olhando seu colega com curiosidade. “Uma poção para bruxas bobas, como você disse.”

“É isso o que é,” sussurrou Hermione.

“Um pré-conceito estúpido que eu tinha antes de ler mais sobre ela, assim como a Srta. Elston,” explicou Riddle, aproximando-se dos dois e colocando o livro que carregava sobre a mesa.

“Fisiologia Humana?” a grifinória perguntou, arqueando uma sobrancelha enquanto olhava a capa batida do livro. “Está me dizendo que Amortentia trabalha em nossos corpos mexendo na nossa fisiologia?”

“Slughorn disse que há muita coisa sem explicação sobre a Amortentia. Achei que não iria machucar dar uma olhada para ver se tinha algo interessante... E tinha.”

“Onde você conseguiu um livro trouxa?” perguntou Malfoy, pegando o livro e folheando-o, parecendo maravilhado.

“Hogwarts tem alguns livros trouxas na biblioteca.” O loiro rapidamente ergueu os olhos, surpreso, ao ouvir isso.

Hermione piscou, sua atenção fugindo da conversa dos rapazes. Lord Voldemort estava lendo um livro trouxa e dizendo que eles deveriam usá-lo em um trabalho de Poções? Era isso mesmo? Voldemort, o homem que odiava trouxas, estava lhes dando crédito por algo e queria usar isso para entender magia? Ela se perguntou se viajar no tempo havia mudado algo muito grande no universo.

“Você e a Srta. Elston podem trabalhar na poção em si se quiserem.” A voz de Riddle tirou-a de seus pensamentos. Ela sacudiu a cabeça e olhou para os dois adolescentes. “E eu posso trabalhar na pesquisa dos mecanismos de ação.”

“Pode ser,” disse Abraxas enquanto colocava a mão dentro do bolso de seu casaco, tirando dali um par de óculos arredondados e rapidamente os colocando em seu rosto. “Porque eu não entendo nada disso aqui... O que é uma área de Broca?”

“É parte do nosso cérebro. Está tudo bem assim, Srta. Elston?”

“E você não vai ajudar na poção?” ela perguntou, dando uma olhada rápida na direção de Malfoy. Aparentemente Tom entendeu sua preocupação em relação a deixar Abraxas perto de uma poção, pela expressão em seu rosto.

“Irei ajudar, não se preocupe. Só preciso que vocês lidem com o resto da parte teórica: introdução, descrição do preparo, objetivos...”

“Pode deixar.” Malfoy sorriu.

“Você não acha que está, ahm, vendo coisas onde não há nada?” perguntou a grifinória. “Eu também não gostei da nossa poção, mas talvez você esteja querendo dar mais crédito à ela...”

“Ou talvez você esteja se recusando a ver o óbvio.”

“Só estou dizendo que não quero perder tempo procurando coisas que não existem enquanto poderíamos explorar bons pontos, como feitiços de ilusão e outras coisas do tipo que poderiam estar em uma poção do amor.”

“Pelo amor de Merlin, Elston, não é uma ilusão!” resmungou Riddle, revirando os olhos.

“As chances de ser uma ilusão são maiores do que as de mexer com fisiologia complicada! Tudo o que lemos sobre Amortentia diz que ela cria uma ilusão de amor, então por que você...?”

“Todo mundo dizia que magia não ex-“ Riddle começou a falar, mas logo se interrompeu, engolindo suas palavras. “Todo mundo dizia que magia não era capaz de criar teletransportes até que Awyr Teithio criou a aparatação.”

“Não é a mesma coisa.”

“É claro que é a mesma coisa-!”

“Srta. Elston.” A voz de Abraxas Malfoy quase foi abafada pela discussão dos dois e o rapaz pareceu se arrepender de interrompê-los assim que viu a expressão irritava no rosto dela. “Acho que não vai doer deixar Tom pesquisar isso. Aposto que ele não vai atrapalhar o resto do projeto.”

Hermione encarou o rosto de Malfoy por um tempo, antes de olhar para o de Riddle, que agora tinha um sorriso presunçoso o enfeitando. Por que ela tinha que ter caído em um grupo de sonserinos? É claro que eles iriam proteger um ao outro, principalmente Malfoy, que iria fazer qualquer coisa para agradar o seu mestre.

“Tanto faz. Não é como se minha opinião tivesse muito valor aqui,” ela murmurou. “Junte os ingredientes que vamos precisar, certo, Malfoy? Quero começar a prepará-la o mais rápido possível. Amortentia pode ser estocada, assim podemos terminá-la antes e guardá-la sem que ela estrague.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sobre esse capítulo:

1) "[...]como uma bruxa que insistia que magia era dada à crianças por espíritos de vento que sussurravam palavras doces ao ouvido das crianças." - isso é de um livro que eu li há muitos anos, O Sussurro das Bruxas, da Anna Dale. É um livro muito fofo.

2) HORACE RESANDE: Horace significa 'tempo' em latim (em grego é 'guardião', ou seja.. guardião do tempo?) e Resande, 'viajante', em sueco.


Peço desculpas pela demora, é que eu estava correndo com provas e tals, ai ficava difícil de traduzir. Ainda tenho provas essa semana, mas tudo bem...