Kolybelnaya escrita por themuggleriddle


Capítulo 11
A Set of Cards


Notas iniciais do capítulo

Já que a fic alcançou 100 reviews hoje (UHULES!), aqui está um capítulo novo para vocês :33 eu ia demorar um pouco mais pra traduzir porque ele é grandinho, mas eu vi lá 100 reviews e "omg *O*" ehehe... muito obrigada todo mundo que comentou até agora. :)
EDIT: esqueci de dizer que a fic traduzida finalmente alcançou o ponto que ela está em inglês, então agora vai depender da minha beta em inglês a próxima postagem. assim que ela me mandar o cap, eu vou traduzir e tentar postar junto com ele em inglês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/226171/chapter/11

“Se eu fosse você, não subestimaria o poder de uma poção do amor, meu garoto. Elas são fortes e a Amortentia é a mais forte delas. Só porque o nome não é tão atraente quanto o das outras poções, não significa que ela é fraca!”


“Eu entendo, professor.” Tom observou enquanto o professor organizava os materiais em cima de sua mesa, separando frascos de cristal vazios de outros preenchidos com poções de cores diferentes. “Mas... Com certeza deve haver outro grupo que queira trabalhar com a Amortentia. Aposto que as garotas iriam adorar.”



“Tom, meu garoto!” O bruxo mais velho riu, colocando um frasco vazio na mesa e andando até ele, colocando uma mão em seu ombro. “Eu sei que você tem uma mente aberta e você deveria usá-la agora. A Amortentia não é, como as pessoas pensam, uma poção de menina. Acredite, Tom, temos muito o que aprender sobre ela.”



“É uma poção do amor, professor...”



“E o que é o amor se não a coisa mais poderosa que temos no mundo, Tom?” perguntou Slughorn. Ele não pareceu notar como o rosto do rapaz se contorceu em uma discreta careta. “A Amortentia é uma boa poção para se trabalhar com. Seus mecanismos de ação ainda não foram completamente elucidados, entende? Isso significa que você pode ir atrás deles por conta própria! Não é ótimo? Nada vai te segurar nisso, Tom, e se você tiver alguma dificuldade, pode vir pedir ajuda, mesmo que eu ache que você não vá precisar disso... E eu não irei descontar nota de vocês por não voltarem com uma descrição super detalhada de como a Amortentia funciona. Não se preocupe em relação a isso, mas eu adoraria ver o que você pode me trazer, Tom...”



“Eu... Eu entendo, professor.”



“Bom. Na verdade, estou feliz que você tenha pego a poção do amor, sabe? Os outros grupos ficariam presos aos que os livros dizem, mas você, meu garoto, oh, eu sei que você vai se dedicar muito mais.”



“Sim, senhor.” O sonserino forçou um sorriso a aparecer em seus lábios enquanto o professor olhava para ele. “Farei o meu melhor, senhor.”



“Tenho certeza de que fará, Tom.” Slughorn deu um tapinha no ombro do rapaz, antes de voltar para a sua mesa. “Agora, me diga se o Sr. Malfoy lhe causar algum problema, certo? Aposto que a Srta. Elston não vai causar nenhuma confusão; ela parece ser uma mocinha muito inteligente e com uma mão boa para poções, mas Abraxas... Ouvi dizer que ele é um bom aluno, mas não confio nele com um caldeirão.”



“Não se preocupe, senhor. Tenho certeza de que Abraxas não será um problema.”



Bom... Não queremos estragar a sua Amortentia, certo?”



“Sim, senhor.”



“Muito bem. Agora, Tom, acho que você deveria ir almoçar; caso contrario, vai ter que sair correndo para... Transfiguração, certo? Sim. Você vai ter que correr para Transfiguração sem nada para te sustentar durante o resto da tarde.”



O rapaz concordou com a cabeça e deu um rápido “até mais” para o homem, antes de deixar a sala com os livros que o professor havia lhe entregado debaixo do braço. Assim que saiu de lá, Riddle bufou baixinho, fechando os olhos para se acalmar. Realmente, Slughorn estava certo... A Amortentia era forte e um tanto desconhecida quando se tratava de seus mecanismos de ação, mas, ainda assim, era uma coisa inútil. As únicas pessoas que usavam ou queriam usá-la eram jovens bruxas com paixonites incuráveis que superava a inteligência delas. Por que alguém criaria uma poção para aquele tipo de coisa? Se amor em seu estado natural já era bem bobo e inútil, então o amor falso criado pela poção do amor era ainda mais estúpido e inútil. Era uma perda de tempo pesquisar sobre aquilo.



“Oh, você pegou os livros.” Tom abriu os olhos para ver Hermione Elston na sua frente. Os olhos escuros da garota estavam fixos nele e aquela expressão irritada, tão comum quando ele estava por perto, estava em seu rosto. “Slughorn disse que estava com eles no começo da aula, mas Minerva praticamente me arrastou para fora quando acabou a aula. Bom, três livros.” Ela apontou para os livros que ele carregava. “Um para cada um de nós.” Ela se aproximou e rapidamente pegou o maior dos três. “Você e Malfoy ficam com os outros dois.”



“Com licença, Srta. Elston,” disse Tom, estreitando os olhos enquanto a grifinória lhe dava as costas. “Você pegou o Poções Mais Poentes... Esse é o livro mais completo.”



“Sim, é por isso que eu escolhi ele.”



“E você me deixou com dois livros horríveis.”



“Aposto que você consegue pegar o Poções Mais Potentes na biblioteca quando quiser,” ela falou, rindo baixinho.



“É um livro de sessão restrita, Srta. Elston, e, mesmo que você seja nova aqui, acho que você sabe o que isso significa.”



“Claro que sim. Mas realmente acho que você pode usar esse...” Os olhos da garota correram dos seus pés à cabeça, antes de ela continuar: “Seu charme para conseguir ele lá.”



“Meu charme?” O bruxo ergueu uma sobrancelha.



“Sim... Todo mundo fala disso, sabe? Sobre como Tom Riddle é charmoso, como ele é um rapaz adorável e dedicado.” Os lábios de Hermione se curvaram em um sorriso sarcástico que o rapaz estava acostumado em ver nas pessoas de sua casa, mas não em um dos leões da Grifinória. “Tão diferente de um garoto que eu conhecia lá em Londres.”



“Elston,” Riddle sussurrou, sua voz soando ameaçadora. “O que foi que eu disse...?”



“O que foi? Não posso falar sobre um antigo conhecido meu?” A menina sacudiu a cabeça e suspirou. “Mas não vou te prender aqui, Sr. Riddle, agüentando a minha conversa sobre pessoas que eu conhecia no mundo trouxa.” Ela tamborilou os dedos na capa do livro. “Obrigada pelo livro. Vou tentar ler o mais rápido possível para que possamos começar o projeto logo.”



***




Hermione havia decidido que ela gostava da Professora Merrythought e de suas aulas. A professora era bem diferente do que ela esperava. Por alguma razão, Hermione imaginara uma versão feminina de Albus Dumbledore quando ouvira falar de Galatea Merrythought. Com sua baixa estatura e seu corpo pequenino, Galatea poderia muito bem passar por uma aluna caso seus cabelos curtos, normalmente presos, não fossem grisalhos e se não fosse pelas poucas rugas em seu rosto. Mas, para Hermione, a coisa mais fascinante era que, atrás daquela aparência aparentemente inofensiva, havia uma língua afiada, um senso de humor ligeiramente negro e uma magia poderosa.




“Então, sim, vocês já conhecem esse feitiço da aula de Feitiços, mas hoje vocês vão aprender a usá-lo em um duelo.” Hermione observou enquanto a mulher andava pela sala, girando sua varinha nos dedos. “O feitiço Arctus pode ser uma coisa boba usada no verão para refrescar seus rostinhos bonitos, mas também pode ser perigoso no meio de uma briga. Alguém pode me dizer como um feitiço inocente como o Arctus pode se tornar perigoso? Oh, sim, Sr. Riddle?”



“Tudo depende de como o bruxo controla o vento que ele está criando.” Hermione viro o rosto para ver Riddle, que estava sentado à algumas mesas dela e de Minerva. “Você tem que controlar a velocidade do movimento do ar. Quanto mais rápido, mais perigoso.”



“exato,” disse Merrythought enquanto apontava a varinha para o rosto de Abraxas Malfoy. O rapaz piscou algumas vezes depois que a mulher sussurrou o encantamento. “O Sr. Malfoy acabou de experimentar os efeitos de um Arctus médio. Agora...” A professora esticou o pulso na direção de um rolo de pergaminho no topo de sua mesa e murmurou o feitiço. Um assovio alto ecoou pela sala, antes que o rolo de pergaminho se partisse em dois, voando para longe da mesa. “E esse é um Arctus forte... Se eu tivesse feito isso apontando para o rosto do Sr. Malfoy, eu provavelmente teria aberto um corte na bochecha dele. “A mulher falou, dando um tapinha leve no rosto do rapaz, antes de olhar para a classe, brincando com o colar de pérolas que ela sempre usava – um detalhezinho que Hermione adorava. “O que vocês estão esperando? Essa é aula prática de Defesas! Peguem suas varinhas e pratiquem!”


Os alunos rapidamente se levantaram e empurraram suas mesas para os cantos da sala, deixando um espaço livre no meio para praticarem. Como ela e Minerva estavam sentadas juntas, as duas garotas decidiram praticar uma na outra. No começo, era um exercício levemente entediante... Elas decidiram que o melhor era começar com brisas bem leves, apenas para controlarem a direção delas, antes de partirem para uma intensidade mais forte. Enquanto criava uma brisa suave, Hermione olhou em volta para ver os outros alunos – meninos, todos eles, já que ela e Minerva eram as únicas bruxas que faziam as aulas práticas e não as teóricas – se divertirem com o feitiço, jogando ar um na cara do outro, sem muita força. O único que se arriscava em chegar perto do que a professora fizera com o pergaminho era Tom Riddle, que estava criando ventos fortes o suficiente para empurrar Malfoy alguns metros para trás.


“Arctus!” Hermione ouviu Minerva falou e, antes de ver o que aconteceu, sentiu um vento forte bater em seu rosto, empurrando seus cabelos para trás e forçando-a a fechar os olhos. “Oh, essa foi boa! Sua ver, Hermione.”



A grifinória riu, piscando para se livrar da sensação de ressecamento nos olhos, antes de apontar a varinha para a outra. Ela se concentrou no quão rápido ela queria que sua brisa saísse. A garota imaginou um vento forte o suficiente para empurrar McGonagall, como Riddle havia feito com Malfoy, mas não esperava ver aquele vento em velocidade total que saiu de sua varinha e foi na direção de sua amiga. Minerva, ouvindo o assovio alto, pulou para o lado, escapando do feitiço por um segundo. A corrente de ar atingiu uma cúpula de vidro que cobria um esqueleto de diabrete. O vidro se quebrou, assim como o esqueletinho frágil, fazendo um barulho alto ecoar pela sala.



Minerva e Hermione ficaram olhando para o local que havia sido atingido pelo feitiço por um bom tempo, boquiabertas, antes de olharem uma para a outra. McGonagall, apesar de ainda surpresa, começou a rir baixinho, sacudindo a cabeça, enquanto a outra apenas olhava para a sua varinha, não acreditando no que ela havia acabado de fazer.



“Em nome de Merlin, o que aconteceu aqui?” As meninas se viraram para ver a Professora Merrythought se aproximando, seus olhinhos negros se estreitando por detrás dos óculos. “Como...? Quem fez isso?”



“Eu, professora.” Hermione ouviu algumas risadinhas e tentou ignorá-las.



“Como?” A mulher riu, andando até o esqueleto destruído e o consertando com um aceno da varinha.



“Perdi o controle, me desculpe, senhora,” disse a menina enquanto girava a varinha nos dedos.



“Acontece, não precisa ficar preocupada,” disse a mais velha, agora arrumando a cúpula de vidro. “Apenas controle isso da próxima vez que usar o feitiço. Caso tivesse atingido a Srta. McGonagall, você teria que carregá-la para a Ala Hospitalar. Um vento tão forte quanto esse é suficiente para cortar alguém.”



***



A sala de Adivinhação era parecida com o que Hermione se lembrava dela. A sala circular com várias mesinhas redondas, pufes gordos e poltronas, tecidos coloridos envolvendo tudo... A única diferença era que, agora, as cortinas estavam abertas, deixando o lugar mais aerado e permitindo que alguém ficasse acordado com mais facilidade durante a aula. A grifinória se viu sentada junto de Irina Akins e Dorea já que, apesar de que algumas poucas meninas grifinórias fizessem a aula – Selina e Cecília -, Dorea tivesse insistido para que ela sentasse com elas, dizendo que não, nem ela e nem a amiga iriam mordê-la.



Se a sala era a mesma, a professora era diferente. A Professora Aisling Pesty não vestia roupas esquisitas e velhas como Trelawney... Certo, suas roupas eram coloridas e ela usava um lenço estrelado amarrado em volta da cabeça, mas, ainda assim, era menos excêntrica que Sybill. Quando falava, ela não gesticulava feito louca e não gritava do nada, muito menos ficava fazendo previsões sobre as mortes de seus alunos no meio da aula, o que, para Hermione, era um alivio.



Seu trabalho naquela aula era ler o futuro de seus colegas em cartas de tarô. Hermione, que não tinha idéia do que fazer ou do que cada carta significava, acabou servindo de porquinho da índia em sua mesa: ela escolhia uma carta enquanto Irina e Dorea tentavam desvendar seu futuro com eles. Enquanto as duas sonserinas discutiam o significado por detrás da carta que ela escolhera, Hermione fez uma nota mental para lembrar-se de estudá-los o mais rápido possível.



“Não sei direito o que isso significa,” disse Irina, olhando para uma carta com a figura de um homem em uma carruagem puxada por dois cavalos de cores diferentes. “Eu lembro que A Carruagem significa vitória, mas também li em algum lugar que significa união.”



“A Carruagem traz mudança e vitória,” disse a outra sonserina. “Mas só se estiver completa. Se você tirar os cavalos ou o cocheiro, ela não se mexe... Talvez seja isso, não? Você tem que se manter unida para conseguir algo que quer.”



“Unida?”



“Sim, tipo... Quando você está sob muito estresse, você tende a perder o controle,” explicou Dorea. “Talvez você vá passar por muito estresse e vai ter que se manter calma para, no fim, conseguir o que quer.”



“O que você tem aqui, Sr. Peters?” A voz da professora soou logo atrás delas e Hermione virou-se para ver com quem ela falava, para ver se conseguia entender uma leitura de cartas, já que Dorea e Irina apenas a confundiam mais.



“Er, tem O Eremita,que significa que é tempo de ele arranjar um tempo para ficar sozinho, como a carta,” um menino corvinal de cabelos acaju e rosto sardento falou, entregando a carta para a professora. Hermione não pôde deixar de bufar, irritada, ao ver o futuro de quem o rapaz lia. Aparentemente, Tom Riddle estava em todas as aulas de seu ano, já que lá estava ele de novo, sentado ao lado de Peters, com uma cara de interessado e um sorriso gentil em seus lábios. A garota notou que, de seu grupinho de amigos, Riddle era o único ali, o que o forçava a ficar com os corvinais. “E também, A Lua, que é a carta da magia e do gênio. A Morte, simbolizando algo que vai encontrar o seu fim.” O corvinal olhou para Tom, preocupado, antes de continuar. “E O Enforcado, que significa... Um traidor?”



A Professora Pesty pegou as cartas e encarou-as por um tempo, antes de acenar com a varinha e fazer um pufe vermelho aparecer ao lado de Riddle. Ela se sentou e colocou as cartas na mesa.



“O Eremita realmente significa que você precisa passar um tempo sozinho, Sr. Riddle, para entender o que se passa na sua cabeça, mas ele também pode representar um mentor ou um amigo.” Ela deixou o Eremita de lado e pegou outra carta. “A Lua, Sr. Riddle, é uma com a qual você deve ter cuidado. Como o Sr. Peters falou, é uma carta de magia poderosa e gênio, mas também é a carta da traição e da doença, então eu o aconselharia a ficar atento em relação à isso. A Morte.” Hermione pôde ver como Riddle se ajeitou na cadeira, parecendo desconfortável. “Representa o fim de algo, mas a morte não é o único fim que existe... A Morte também não é só sobre fins; ela pode significar mudança, uma surpresa. E ai temos O Enforcado que, como o Sr. Peters falou também, também é chamado de O Traidor, mas não porque ele representa traição, mas porque ele se sacrifica por uma causa e acaba vendo as coisas de uma maneira diferente... Além disso, ele pode representar uma suspensão entre duas fases ou dois mundos.”



“Isso não faz sentido, professora,” disse Peters. “Como ele pode pegar A Morte, significando mudança, e O Enforcado, que representa alguém que está parado?”



“Boa pergunta, Sr. Peters.” A professora esticou a mão cheia de cartas para o rapaz outra vez. “Pegue mais duas. Vamos ver se entendemos o que elas querem nos dizer.” Hermione observou enquanto o sonserino escolhia duas cartas, hesitante. “O Diabo. Outra vez, Sr. Riddle, traição, mas o maior significado dessa aqui é a ambição, a dedicação e a ajuda. Já essa...” Ela abanou outra carta na frente do rosto do jovem. “Representa poder, criação, uma idéia, uma solução para um problema. Quando se trata de uma pessoa, O Mago fala sobre alguém que tem um jeito com palavras, uma mão leve ou uma mão curadora.”



Assim que a professora parou de falar, alguns murmúrios começaram a ecoar pela sala. A Professora Pesty ficou olhando para Riddle com um sorriso curioso em seus lábios, enquanto o garoto olhava para as cartas na sua frente.



“Professora?” Foi Dorea quem quebrou o silêncio. “Você disse o significado de cada carta, mas, e elas juntas?”



“Bom, o que você acha, Srta. Black?”



“Acho que... Alguma mudança surpreendente vai acontecer para o Sr. Riddle?”



“Bom, o que mais?”



“Ele vai ter poder, mas talvez ele encontre um traidor,” disse Dorea, mordendo o lábio inferior enquanto tentava pensar. “Mas vai ter alguém para ajudá-lo, o Eremita?”



“E O Enforcado e O Mago?”



“Não sei, professora. Acho que o Mago indica o poder, mas realmente não entendo a razão d’O Enforcado ter aparecido ali...”



***



Hermione estava cansada e só queria poder ir dormir ou ler um bom livro sobre Poções ou Feitiço. Depois de um período inteiro de Adivinhação, ela precisava de algo menos etéreo, algo mais certo e lógico.



“Srta. Elston?” A garota parou ao ouvir a Professora Pesty chamá-la. “A Srta. Black me dissse há alguns dias que você queria falar comigo.”



“Ah, sim, foi ela quem... Me convenceu a fazer a aula.” A bruxa mais nova riu, nervosa, enquanto via a professora arrumar a sala vazia com alguns feitiços. “Infelizmente, acho que Adivinhação não é a minha área.”



“Bobagem, você não precisa ser uma vidente para dar uma chance à Adivinhação,” disse a mulher. “Eu nunca fiz nenhuma profecia e acho que nem vou fazer, mas posso prever o futuro dos outros com outros métodos. Nossa magia é o suficiente para nos dar uma dica do que está para acontecer, Srta. Elston, mas apenas um seleto grupo de bruxos e bruxas consegue ter visões e fazer profecias. Agora, a Srta. Black me disse que você estava interessada na interpretação de sonhos.”



“Sim, senhora.” Hermione observou enquanto Aisling se sentava em uma poltrona, apontando para um pufe. “Mas não sei se é bem interpretação que eu estou procurando...”



“Sente-se, por favor. Se você quer saber o que um sonho significa, então é interpretação.”



“Não é bem... Ah, desculpe-me se essa não é a sua área, professora, mas tem alguma maneira de um bruxo se comunicar com outro a partir de sonhos?”



A bruxa mais velha fez um barulhinho baixo, brincando com a ponta do lenço azul em sua cabeça, e Hermione não soube interpretar o que aquilo significava.



“Você sabia que durante o sono o nosso corpo fica praticamente paralisado? Bruxos e bruxas que estudam os sonhos conhecem a diferença entre dois grandes estágios do sono: o sono dos sonhos e o sono sem sonhos, mesmo que esse último tenha sonhos. O sono sem sonhos é um estágio no qual todo o corpo está relaxado: você não se mexe a não ser que seja para mudar de posição, sua temperatura abaixa, seus batimentos diminuem de velocidade, sua respiração diminui e seu cérebro relaxa. No sono dos sonhos a coisa é diferente: você não consegue se mexer, seu corpo fica paralisado e as únicas coisas que se movem são os músculos que movem os seus olhos, seus batimentos aceleram, assim como a sua respiração, e seu cérebro... Seu cérebro enlouquece, realmente. Sua mente alucina e é isso que te dá os sonhos.”



“Mas se os sonhos são apenas um processo fisiológico e não algo que possa ser usado para prever o futuro...”



“Eu não disse isso, Srta. Elston. É uma coisa fisiológica, sim, mas e quem disse que nossa magia não interfere na nossa fisiologia? Você já deve ter ficado cansada depois de praticar magia por muito tempo. Seu corpo se cansa porque a magia é parte dele, eles dependem um do outro,” explicou a professora. “Como eu disse, quem interpreta os sonhos se foca nos sonhos do sono dos sonhos e acho que a situação que a senhorita me apresentou também se encaixa nesse estágio... Digo, para usar magia a gente precisa de concentração e é sabido que durante o sono dos sonhos a nossa capacidade de concentração aumenta horrores junto com nossas atividades cerebrais.”



“Então, é possível?”



“Não é impossível. Já li estudos sobre isso, Srta. Elston, mas a maioria usou Legilimens como objeto de estudo, e a maioria desses bruxos e bruxas que conseguiram passar informações de um para o outro durante o sono. Mas, como eu disse, eram Legilimens e nós sabemos que essas pessoas tem suas mentes completamente abertas.”



“Entendo.”



“Não sei se é isso que você procura, Srta. Elston,” disse a Professora Pesty, sorrindo. “E não sei se a Adivinhação vai lhe trazer a informação que você quer, mas, como professora, peço que dê uma chance à aula. Sei que você não gosta muito, é fácil perceber isso, mas Adivinhação não é tão louca e boba quanto você pensa.”



“Eu não acho que seja louca e... boba,” disse Hermione, mesmo sabendo que aquilo era mentira. “Eu só acho que não é muito confiável. As cartas são um bom exemplo disso. Como você sabe qual é a certa? E como você sabe que a pessoa não escolheu a carta só porque quis e não porque o destino a fez escolhe-la?”



“Essa é a arte da Adivinhação, querida.” A mulher riu, colocando a mão no bolso da saia e tirando de lá um baralho de cartas. “Se você algo preciso e estático, seria matemática. A coisa interessante é poder interpretar os resultados. Mas não vou detê-la aqui por mais tempo, você deve estar cansada. Boa noite, Srta. Elston, e espero vê-la novamente aqui.”



“Boa noite, professora,” disse a menina, levantando-se e indo até a porta.



“Oh, aliás, quais foram as cartas que você pegou na hora da aula?”



“Só peguei uma. Dorea e Irina estavam com uma certa dificuldade de descobrir o signficado d’A Carruagem.”



“Confiança, união e opostos reunidos.” Aisling riu e balançou a cabeça. “Interprete como quiser, Srta. Elston.”



***



O rapaz esfregou o rosto com a mão enquanto tentava lutar contra o peso que parecia tomar conta de suas pálpebras. Já havia se passado alguns minutos desde o término da aula e Hermione Elston ainda não havia saído da sala... Não que Tom precisasse esperar por ela, mas ele queria falar com a garota e ele sabia que teria que pegá-la de surpresa para que ela o ouvisse. Aquele comportamento arisco dela estava começando a irritá-lo... Claro, ele não fora exatamente legal com ela no orfanato, mas o que ela poderia esperar dele? Agora, ele tentava ganhar a sua confiança, já que não gostava de ter tanta gente achando que ele era o demônio em forma de gente. Dumbledore já era o suficiente.



Riddle pulou ao ouvir a porta do alçapão que levava à sala se abrir e se arrumou. Elston não pareceu notá-lo a princípio e foi só quando ele pigerrou que a menina virou-se para encará-lo. Como sempre, Hermione ficou tensa e tentou fingir não estar irritada, mas o sonserino viu como suas narinas inflaram de irritação.



“Riddle.”



“Srta. Elston.” Ele sorriu, esperando que o truque funcionasse dessa vez.



“Precisa de alguma coisa?” ela perguntou, olhando em volta como se quisesse achar alguém que pudesse tirá-la dali.



“Só queria conversar sobre o que aconteceu ontem na aula de Defesas.” Tom acenou sua varinha na direção das escadas do alçapão, fazendo com que elas se recolhessem. “Sabe, o feitiço louco.”



“Eu não estava concentrada, é só isso.” A grifinória suspirou, abraçando os seus livros contra o peito e começando a andar para longe dele.



“Foi a sua varinha,” disse Tom, amaldiçoando a si mesmo por falar tão alto ao ponto de ouvir sua própria voz ecoar ao redor deles.



“Minha varinha?” a garota se virou e arqueou uma sobrancelha.



“É nova, dá pra ver, e do Ollivander.” Riddle se aproximou, esticando a mão. Hermione, entendendo seu movimento, tirou a varinha do bolso da capa e mostrou-a à ele, mas não deixou que ele a tocasse. Depois de analisá-la por alguns segundos, o bruxo ergueu a sua própria varinha e colocou-a ao lado da de Hermione. As duas tinham a mesma cor pálida. “Teixo, como pensei. E o núcleo?”



“Corda de coração de dragão.”



“Como eu disse, ela é nova. A sua antiga era feita do que?”



“Videira.”



“Teixo é muito mais teimosa do que Videira, sabia?” O rapaz riu, dando um passo para trás e girando sua varinha entre os dedos longos e finos. “Videira é leal desde o inicio ao passo que Teixo deve ser dominada.”



“Está me dizendo que minha varinha não está me deixando fazer meus feitiços?” Hermione sacudiu a cabeça. “Você esquece que eu...” Ela olhou em volta e sussurrou: “Que eu arrumei seu nariz com ela? Funcionou muito bem.”



“Sem dúvida. Mas Teixo foi feita para feitiços fortes... Sério que Ollivander não lhe explicou isso?” Tom estalou a língua e molhou os lábios com ela, antes de continuar: “Elas são feitas para o poder, as varinhas de Teixo, não importa o núcleo. Quando você usa ela para um feitiço fraco, como o Episkey, ela trabalha na sua capacidade máxima e o feitiço sai perfeito, mas quando você usa ela em um feitiço de ataque ou maldição, ela também faz isso... E as vezes você não quer que ela seja tão poderosa.”



“Então minha varinha quer acabar com todo mundo?”



“Basicamente, sim.” Riddle deu de ombros. “Você precisa aprender a controlá-la. E, caso queira, eu posso ajudá-la com isso.”



“Espera, o que?” Tom estreitou os olhos ao ver Hermione começar a rir. “Por que você está querendo me ajudar com isso? Quero dizer, Sangue-ruim, lembra?”



“Porque, Srta. Elton, eu sou o Monitor Chefe de Hogwarts e é o meu dever ajudar os outros alunos,” disse Tom com uma voz baixa e macia, sorrindo. A grifinória parou de rir e agora o encarava. “E, antes que você diga que pode fazer isso sozinha, deixe-me dizer que eu não duvido que você seja capaz disso. Afinal, crianças com varinhas de Teixo dominam suas varinhas quando têm onze anos, mas eles tem tempo e são primeiroanistas. Um professor não vai se irritar com um bruxo de onze anos que não sabe controlar sua varinha, afinal, por que você acha que os feitiços do primeiro ano são tão inofensivos? Mas um setimoanista sem controle da varinha é ruim. A Professora Merrythought pode ter deixado isso passar hoje, mas ela não vai ficar muito contente caso isso se repita.”



Hermione ficou em silêncio. Tom queria poder usar Legilimência nela, mas alguma coisa dentro de si dizia que era melhor não se arriscar com aquilo quando se tratava de Hermione Elston. Ela poderia muito bem sentir a sua invasão à sua mente e a última coisa que ele queria era ter alguém que soubesse dessa sua habilidade. Mas, lendo sua mente ou não, Riddle pôde ver que ela estava considerando a sua oferta... O que era bom, já que seria uma chance para que ela começasse a gostar dele e, com isso, ele teria um problema a menos em Hogwarts. Alem disso, passar um tempo com Hermione serviria para que ele pudesse ver a extensão de seus poderes. Desde que ele descobrira que ela era uma bruxa, Tom não pôde deixar de ficar curioso – a Sra. Cole sempre dizia que a curiosidade lhe traria problemas, mas ele sabia que ela só iria lhe trazer poder -, especialmente depois que ela arrumara seu nariz. O rapaz era relativamente sensível à magia e aquele simples Episkey de Elston fora o suficiente para que ele sentisse o quão poderosa a magia dela era.



“Então, o que me diz, Srta. Elston?”



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

1- PROFESSORA AISLING PESTY: 'Aisling' significa 'sonho' ou 'visão'.
2- AS CARTAS: eu não sei muito sobre tarô, foi uma pesquisa rápida que eu fiz, então, foi mal se estiver errado.. e os nomes! Eu traduzi do inglês, espero que estejam certos.
4- OS SONHOS: então, o sono realmente é dividido em vários estágios na fisiologia:
A)Estágio 1: quando o sono ta bem leve
B) Estágio 2: o sono começa a ficar profundo
C) Estágio 3 e 4: também chamado de sono DELTA (o que a Pesty chama de sono sem sonhos) é o estágio mais profundo do sono e quando o corpo recupera as suas energias. Você pode sonhar nesse sono, mas são sonhos menos vívidos. Você esquece mais deles do que dos sonos do REM.
D) Estágio 5: ou sono REM (rapid eyes movement/movimentos rapidos dos olhos). Tem várias mudanças no corpo nessa fase: o coração acelera, a respiração acelera, a temperatura corporal aumenta, a atividade cerebral aumenta e você não consegue mexer o corpo, como foi explicado na fic. Tua mente alucina horrores enquanto teu corpo fica paralisado, e assim que nascem os sonhos. Caso você acorde no meio do estágio do REM, você lembra do sonho. O REM também é importante para formar memórias.
Esses estágios se repetem algumas vezes durante a noite.
.
.
.
Viram só o que reviews fazem? Capítulos mais rápidos :DD Esse cap tem algumas dicas de coisas da fic, mas eu tomaria cuidado com as cartas, afinal, elas dependem de interpretação ehehe. Mas espero que tenham gostado :3 por favor, digam o que acharam.