Escórpio escrita por Rodrigo Lestrange


Capítulo 6
Segredo


Notas iniciais do capítulo

Andry esta nervoso, seu teste para o time de quadribol chegara, Escórpio nunca se interessou por quadribol, mas estava na torcida pelo amigo.



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-- Ei coma mais de vagar, você vai engasgar. – disse Rosa dando um tapa na cabeça de Andry enquanto passava.

O salão estava cheio, era a hora do almoço e todos estavam famintos. Escórpio comia pouco, estava sem fome, Andry pelo contrario comia como se fosse sua ultima refeição, estava vestido com o uniforme de quadribol da Sonserina, seus olhos estavam alegres, seu coração batia rápido.

-- Ela tem razão sabia?

-- Sei que estou comendo rápido – Andry mal conseguia falar, sua boca estava muito cheia – mas só consigo comer rápido quando estou nervoso.

-- E por que esta nervoso?

-- Como por quê? – Ele agarrou mais uma coxa de frango – esqueceu que hoje é o teste para o time de quadribol?

-- É verdade, deixei escapar esse detalhe. – Escórpio não estava muito interessado em quadribol, achava tudo isso uma besteira, as pessoas amavam seus times como amavam sua própria vida e ele não entendia o porquê – e você se inscreveu para qual posição?

-- Batedor, no começo pensei em apanhador, mas não sou bom com essas coisas, minha dislexia não ia deixar eu me concentrar em uma bola tão pequena.

-- Mas se você comer rápido assim não vai conseguir jogar direito.

-- Vou sim, sempre faço isso, ainda falta comer um pudim pra dar sorte.

Andry terminou de comer e levantou-se, Escórpio que esperava o amigo levantou junto. Os dois foram para fora do castelo onde várias pessoas os esperavam para o teste. Andry estava nervoso sabia que era habilidoso, mas nunca tinha jogado na frente de tantas pessoas. Os dois meninos se aproximaram do grupo de jogadores. Eles estavam em volta de um menino que aparentava ter uns catorze anos, era alto, e tinha cabelos pretos, suas vestes eram limpas e bem passadas, mas os sapatos tinham um furo.

-- Bom dia. Meu nome é Mark e eu sou o capitão do time da Sonserina – Mark estava segurando uma vassoura belíssima – todos que estão aqui vão fazer o teste certo?

-- Não – Escórpio levantou a mão – eu não.

-- O que esta fazendo aqui então? – Mark parecia nervoso e começou a expulsar Escórpio.

-- Só estava acompanhando um amigo. – Escórpio deu um aperto de mão em Andry – Boa sorte. Estou torcendo da arquibancada.

Escórpio se afastou e Andry começou a ficar mais nervoso ainda, muitas pessoas vieram assistir o teste, pessoas de todas as casas, e se ele esquecesse de como se joga? E se não conseguisse voar? E se esquecesse de como se respira?  As pernas de Andry tremiam, era um dia muito especial, sempre sonhou em jogar em Hogwarts, mas agora que seu sonho estava bem a frente ele não tinha mais certeza se era isso que queria.

-- Vamos começar então. – Mark subiu em sua vassoura e começou a voar pelo campo. – Primeiro o teste para goleiro.

Os testes foram longos, Mark estava decidindo os jogadores no final de cada teste, o novo goleiro era um menino do quarto ano, alto, cabelos ruivos e uma bela vassoura, o apanhador era uma menina, ela era do quinto ano Andry conhecia ela de vista, era uma menina muito bonita, com seus longos cabelos loiros. Os outros jogadores Andry não prestou muita atenção, a cada momento que se passava mais perto estava de seu teste, mais gente chegava e mais nervoso ele ficava.

-- E por ultimo, vamos ao teste dos batedores, podem vim. – Mark parecia cansado, estava há muito tempo fazendo testes, mas estava animado, era o capitão do time esse ano, nada podia ser melhor.

Andry subiu na sua vassoura e voou até Mark, havia muitos jogadores fazendo teste para batedor, Andry havia conseguido contar pelo menos uns doze, o que diminuía suas chances. O teste começou e Andry começou a suar, nunca estivera tão nervoso em sua vida, e se ele falhasse? Seu pai se envergonharia dele?  Olhou para a arquibancada e viu que Teddy havia se juntado a Escórpio, os dois estavam torcendo juntos, a arquibancada estava mais cheia desde a ultima vez que ele olhara, estava pensando em desistir, quando olhou de novo para Escórpio percebeu que ele estava em pé e gritando, não conseguia ouvir pelo barulho dos outros torcedores, mas ele conseguiu ler os lábios do amigo, “Acredite em você mesmo, como eu acredito.”, Escórpio era uma pessoa tímida, Andry sabia que foi muito difícil para ele levantar e gritar no meio de tanta gente, mas se seu amigo confiava nele, ele conseguia, sua segurança e confiança haviam voltado, estava mais pronto que nunca para fazer uma bela apresentação para Mark.

Assim que acabou o teste Andry foi se encontrar com Escórpio e Teddy, ele estava exausto, nunca havia jogado tanto, mas estava feliz, tinha feito tudo que podia.

-- Então, você passou? – Escórpio estava nervoso pelo amigo, pegou a vassoura da mão de Andry para que ele não precisasse carregar, afinal estava com uma cara péssima de cansaço.

-- Eu ainda não sei, Mark disse que a decisão para os batedores será difícil, ele dará o resultado amanhã.

-- Eu acho que você passou – Incentivou Teddy. – Você jogou muito bem, meus parabéns.

-- Eu também achei que você jogou muito bem, mesmo não entendendo muito de quadribol. – Disse Escórpio rindo.

-- Obrigado, espero que Mark pense igual a vocês.

-- Você vai conseguir, acredite, fiquei muito nervoso no meu teste, mas no final deu tudo certo.

-- Você passou no teste?

-- Sim, vocês estão falando com o mais novo apanhador da Lufa-Lufa.

-- Parabéns Teddy, acho que se eu passar nós dois seremos os únicos alunos do primeiro ano que jogam quadribol aqui em Hogwarts esse ano.

-- Sim, isso me deixou um pouco nervoso, muitos pensam que eu não sou capaz, mas eu mostrei que sou.

Os garotos foram para seus quartos, Andry precisava trocar de roupa, estava fedendo a suor, depois dormiu como uma pedra nem sequer desceu para jantar. Escórpio estava sem sono, ficou sentado perto da lareira até tarde, o dia havia sido cansativo para todos, a prova surpresa na aula de A História da Magia foi realmente difícil, depois na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas eles tiveram que aprender muitos feitiços de ataque, e depois do almoço ainda teve o teste de Andry que durou até o anoitecer, realmente o dia foi corrido. 

A noite estava fria, Escórpio vestia um casaco de lã com seu nome escrito, suas calças eram maiores do que a perna, e suas meias estavam sujas de tanto andar descalço. Todos pareciam já ter ido dormir, ele estava pensando em fazer o mesmo. De repente a porta se abriu e Alvo entrou Escórpio não conseguiu evitar e olhou para o menino.

-- O que faz acordado Malfoy.

-- Isso não é da sua conta. É Potter? – Ele não conseguiu ignorar Alvo, ele falava com um tom de superioridade. – A pergunta é onde você estava?

-- Estava andando, gosto da noite, não que deva satisfação a você.

-- Não devemos andar pelo castelo a essa hora, é contra as regras, todos já estão dormindo.

--Regras são feitas para serem quebradas. – Alvo estava subindo para o dormitório. – E está enganado se pensa que todos estão dormindo nesse castelo, acabo de passar por Hagrid, e ele parecia nervoso.

Alvo deixou Escórpio sozinho e foi se deitar, mas antes ele havia deixado uma dúvida no ar, afinal o que Hagrid fazia no castelo a essa hora? Escórpio não aguentou e foi atrás de Hagrid.

Os corredores estavam vazios e gelados, por onde passava tochas eram acesas automaticamente, Escórpio estava com medo de ser descoberto fora da cama, mas sua curiosidade era enorme, não demorou muito para achar Hagrid, um gigante como ele não se esconde com facilidade, Hagrid estava perto da porta do salão comunal da Corvinal, mas não estava sozinho, estava conversando com alguém. Escórpio decidiu se esconder e escutar o que estava acontecendo,

-- Não posso mais evitar diretora, é melhor eu ir embora ou todos descobriram.

-- Hagrid, eu já disse que não. – A diretora McGonagall parecia estar enfurecida. – Você não pode abandonar o castelo, todos irão perceber, e você está mais seguro aqui.

-- Se eu ficar aqui todos irão correr perigo. – Hagrid estava nervoso, Escórpio conseguia ver o rosto do gigante suando frio. – Ninguém pode saber disso diretora, e ninguém pode saber que eu te contei também, eles pediram segredo.

-- Hagrid não há como ninguém descobrir se você não contar.

-- Alguns alunos do primeiro ano quase me pegaram esses dias, eu não posso correr esse risco outra vez.

-- Eu sabia que não tinha imaginado, - Escórpio deixou escapar esse comentário, logo a conversa parou e ele percebeu que Hagrid e a diretora estavam vindo ao seu encontro,

Escórpio começou a correr, não podia ser pego, seria expulso, primeiro por quebrar as regras, segundo por ouvir uma conversa da diretora, e terceiro porque ele havia escutado que Hagrid está com um grande segredo. Ele corria cada vez mais rápido, conseguiu chegar ao salão comunal da Sonserina, mas temia ser pego ainda. Assim que entrou foi direto para sua cama, estava com muito medo, deitou e fingiu estar dormindo, mas demorou para que realmente conseguisse dormir, estava torcendo para a diretora não o expulsar no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Deixem review please.