Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 35
Cinema


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei, eu sei, mas o que importa é que chegou o/
E capítulo dedicado à Konata porque se eu não fizesse isso ela me assassinava (e as últimas 8 palavras são mentira)



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POW! Acordei com o barulho de algum objeto caindo no chão. "Pera aí... Esse objeto sou eu!"

─ AAAAAI! ─ Pus a mão no nariz, recentemente espatifado. Eu havia caído da cama enquanto dormia. "Que ótimo..." Olhei para a distância na qual eu estava de Sarah. Eram em momentos como aquele que eu agradecia por nossas camas não serem imediatamente uma ao lado da outra.

─ Ahn... O que foi? ─ Ela esfregou os olhos e olhou para o lado. ─ O que aconteceu? ─ Tomou um olhar mais sério e atento, e se sentou. ─ Você está bem?!

─ Não é nada... ─ Esfreguei o nariz, que estava sangrando. Provavelmente tinha quebrado, mas não tinha muito problema "Eu acho..."

Quase 10 dias haviam se passado, e as férias já estavam quase acabando. Aquela pirralha já tinha ido embora, também. Eu dissera antes que a estadia de Sarah em minha casa era temporária, até que ela encontrasse um lugar para ficar, mas eu estava acostumado à vê-la todos os dias. Ah, você pode ter se perguntado porquê ela ainda estava dormindo no meu quarto se a Isabel já tinha ido, certo? Não? Mas eu vou explicar mesmo assim: Deu algum "piti" no meu pai e ele agora só quer dormir no quarto da Sarah, e não permite que nem eu nem ela durmamos no seu.

─ Temos que ir no hospital. Se quebrou, temos que tratar disso o quanto antes, se não vai ficar torto pra sempre. ─ Ela se levantou e vestiu um casaco, com olhar sério e determinado. Ela tinha esse seu lado "médico" e preocupado, e sempre fazia questão de fazer o maior barulho pelas coisas mínimas. ─ Vou chamar o seu pai.

─ Mas espera, não é na- ─ E fechou a porta antes que eu pudesse terminar. ─ Francamente, eu posso me cuidar...

E lá estava eu, com o nariz enfaixado. Tudo só porque eu tinha caído da cama...

─ Ei, David, vamos naquele cinema que combinamos hoje? ─ Em algum momento do dia, Sarah começou a falar. ─ Tem um filme em cartaz que eu realmente gostaria de ver...

─ Hey, você não me falou de cinema nenhum! Se esse for o caso, eu recomendo uma sala bem vazia... ─ Lá vinha meu pai com suas histórias...

Senti meu rosto esquentar. ─ P-Pare de falar dessas coisas! Não é nada disso, nós apenas vamos ver um filme. ─ Pude ver seu olhar de decepção surgir.

─ De qualquer forma... E então, podemos ir lá hoje? ─ Sarah perguntou mais uma vez.

─ Pode ser... Vou tomar um banho. ─ Subi as escadas, e fiz o que dissera. Tomei um banho daqueles bem compridos, sem razão aparente.

Fênix me seguia pela casa toda, mas eu não sabia o porquê. Ele me levou até o seu pote de comida, que estava vazio. "Onde você aprendeu a fazer isso, ein?". Enchi o mesmo de ração, e peguei um casaco.

─ Já decidiu que filme quer ver? ─ Fui até a garota, que mexia em seu notebook.

─ O que acha desse aqui? O mistério dos alienígenas que tinham forma de aranhas assassinas gigantes. ─ Ela apontou para um nome na tela.

─ Ficção e terror. Perfeito! ─ Levantei as mãos para o alto, em comemoração.

─ Ainda acho que algo como um filme de romance daria um clima melhor... Mas vocês são vocês né, os jovens de hoje tem uns hábitos estranhos... ─ Meu pai comentava, enquanto sentado e lendo seu jornal.

─ Pela última vez: Nósnão vamos ter um encontro! É só um filme! Pare de insistir! ─ Eu já estava farto com as tentativas daquele homem de nos deixar juntos. Não estou dizendo que eu queira que isso aconteça, mas se for para rolar alguma coisa, que seja por nossa conta.

─ Bem, se eu não fizer isso, você vai ficar solteiro para o resto da sua vida. Se for pra deixar tudo por sua parte, eu já nem me daria ao trabalho de esperar alguma coisa... 

─ Mas quem disse que vai acontecer alguma coisa, mesmo que você ajude?! ─ Protestei, abrindo a porta de entrada. ─ Que seja, vamos logo. ─ Sarah me seguiu, mas antes que eu pudesse fechar a porta lembrei que era aquele homem que ia nos levar.

─ Esqueceu que sou eu que tenho carteira de motorista aqui? ─ Ele a exibiu, pegando a chave e atravessando a porta também.

─ Ugh... ─ Fui relutante até o carro, e me sentei no banco de trás, de braços cruzados.

Ele nos deixou lá, e fomos diretamente ao andar do shopping onde ficava o cinema, para comprar os ingressos.

─ Ainda temos algum tempo antes do filme começar... Vamos naquela livraria ali? Tem alguns mangás que eu queria comprar... ─ Apontei para a loja, e ela assentiu com a cabeça.

─ Claro. Eu também quero ver se eles tem um livro que eu estou procurando... ─ Fomos até a mesma, acabamos nos distraindo demais e chegamos atrasados para ver o filme. Mas tudo bem, só perdemos os trailers mesmo...

O filme? Ah, foi demais. Foi engraçado ver a Sarah assustada, em algumas partes.

─Eu pensei que você gostasse de terror. Você mesma recomendou o filme. ─ Comentei, enquanto caminhávamos pelo shopping.

─ Mas eu gosto! ─ Ela afirmou imediatamente.

─ Você estava se cagando de medo na parte em que as aranhas atravessaram a tela. Talvez não devíamos ter comprado em 3D... ─ Pensei comigo mesmo.

─ Não! Você pensa que eu sou o quê, uma medrosa qualquer? Eu posso aguentar um pouco de terror. ─ Ela retrucou, cheia de si. Sorri. Eu tinha medo de que ela não tivesse gostado, e apenas escolheu aquele filme porque eu gostaria, ele sempre fazia coisas desse tipo. "Francamente, você não precisa pensar só nos outros..."

Não sei de onde surgiu, mas uma pessoa fantasiada de um dos alienígenas do filme apareceu em nossa frente. Sarah grutou, e se escondeu atrás de mim. Eu sabia!

A segurei pelo braço, e levei para um lugar mais afastado.

─ Eu sabia! Você não gostou do filme! 

─ É mentira! ─ Ela virou o rosto, envergonhada.

Cocei a nuca. ─ Escuta, você não tem que fazer as coisas só pelos outros. ─ Suspirei pesado, e me sentei em um banco ao nosso lado. Eu queria uma diversão mútua... Ela se sentou também, encarando o chão, com o rosto vermelho.

─ Não precisa ter vergonha... Você queria romance, não queria? ─ A fitei, e ela só ficou mais vermelha. Bufei, esfregando o rosto. ─ Tá bom, tá bom... ─ Segurei seu rosto, e encostei nossos lábios. Não durou mais que 3 segundos, mas, de alguma forma, foi bom. ─ Não dá pra nós vermos outro filme hoje, mas esse romance serve, não?

A garota ficou sem resposta. Olhei para o lado oposto, sentindo as bochechas esquentarem. Alguma coisa tremeu em meu bolso, e vi que tinha recebido uma mensagem.

─ Meu pai já chegou, está esperando na porta de entrada. Vamos. ─ Me levantei e fui indo na frente, com ela um pouco atrás. Eu sorria comigo mesmo, como já dissera tantas outras vezes, vê-la vermelha daquele jeito me divertia. Bem, ela gostava de histórias de romance, um beijo provavelmente seria algo que ela apreciaria, certo? ─ Por mais que eu odeie, outro dia nós podemos ver um dos filmes melosos que você gosta, já que hoje você viu esse filme porque eu gostaria. ─ Ela assentiu com a cabeça.

Não pude fazer nada senão rir comigo mesmo. Garotas ficam nervosas muito fácil...

Meu pai nos fitou com um olhar estranho. ─ Aconteceu alguma coisa?

─ Nada demais... ─ Entrei no carro e liguei o rádio. Se ele soubesse daquilo ,provavelmente jamais me deixaria em paz.


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Notas finais do capítulo

Presentinho ;P
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