Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 13
Eu odeio fofoca


Notas iniciais do capítulo

Nota: Agora toda vez que aparecer um texto entre aspas e em itálico, significa que é o pensamento que o David estava tendo naquele momento.
Enjoy ;D



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"Mas aquilo não é da minha conta, certo? Vou embora daqui". E então eu caminhei embora, e acabei por passar bem ao lado dos dois.

─ Quanta covardia... ─ Pensei alto, falando com total naturalidade, enquanto passei por Mike.

─ Quê...? ─ Ele se virou e eu parei de andar. ─ Me chamou de covarde?!

─ Chamei. ─ Me virei também.

Dava pra ver a raiva aumentando em seu corpo. Eu sentia cheiro de vodka, e ele estava bêbado.

Ele me empurrou para o armário, e eu continuei com a minha calma de sempre. Quando ele levantou o punho, pronto para dar um soco, simplesmente parei o golpe com a minha mão. "Quando as pessoas não estão sóbrias, não tem muita coordenação motora. Fica fácil vencer uma luta".

Ele se apressou e repetiu o golpe com a outra mão, e eu fiz o mesmo que fizera antes. "Agora já chega". O empurrei de tal forma que ele caiu de joelhos. Na verdade ele quase que caiu sozinho, mas tudo bem...

Comecei a torcer seu pulso bem devagar, e o soltei quando percebi que ia causar um dano mais grave.

─ Na próxima vez eu quebro. ─ Me levantei (eu tinha ajoelhado junto) e continuei meu caminho embora. Ele saiu devagar para outro canto também. Olhei para trás e vi Sarah sentada no chão. Pensei em dizer algo como "Acho melhor você cuidar desses ferimentos" ou algo assim, mas era melhor não dizer nada.

Fui embora como sempre ia, mas os olhares se viravam para mim. "Por quê? Eu não fiz nada...", literalmente.

─ *suspiro pesado* Ótimo, agora os boatos vão começar... ─ Comentei comigo mesmo. Vida escolar é assim: você não pode fazer nada, que já vira fofoca. E, em 1 semana, o colégio inteiro está sabendo de uma história que não é verdade.

Cheguei em casa e me joguei no sofá. Fênix pulou em cima de mim.

─ Sai daqui! Desce! ─ Falei, o tirando do sofá ─ E carinha bonitinha não funciona comigo.

Depois de comer alguma coisa, fiquei jogando uma bolinha que eu achei no chão para cima e depois a pegava, pra passar o tempo, mas parecia que um certo cachorro estava reclamando sua propriedade.

─ Isso é seu? ─ Perguntei e ele latiu em resposta. ─ Tá bom então.

Joguei a bolinha no chão e subi pro meu quarto. O animal veio atrás de mim com o brinquedo na boca.

─ Eu não vou brincar com você. ─ Avisei, ligando o computador e me sentando. Ele colocou a bola babada no meu colo.

─ Tira isso daqui! ─ Empurrei o objeto pro chão, e parece que Fênix ficou feliz tendo que ir pegá-lo. Apenas revirei os olhos.


...


Acordei na segunda com o barulho do despertador, me sentindo como uma pedra. Me levantar da cama se tornou uma tarefa quase impossível. Me levantei devagar, e segui minha rotina matinal.

Cheguei na escola adiantado, como de costume. Sarah estava em seu armário.

Ficamos um tempo em silêncio.

─ Err... Obrigada por ontem... ─ Ela agradeceu, meio envergonhada.

─ Eu não fiz aquilo por você. Eu estava indo embora, apenas chamei o cara de covarde, que é o que ele é. Ele começou a briga, e perdeu. Foi isso o que aconteceu. Eu teria feito com qualquer um que estivesse lá. ─ Eu falei, mas mesmo assim ela abriu um grande sorriso. ─ E não se acostume com isso ─ Cruzei os braços.

─ Eu disse que você era um cara bom, não disse?

─ O quê? Eu posso até não gostar de ninguém, mas não sou malvado. Foi meio ridículo ter visto aquela cena sem ninguém te ajudando. ─ Falei, a fitando.

─ Estou muito feliz por você ter feito aquilo. Onde aprendeu aquele golpe?

─ Qual é! Ele tinha enchido a cara, qualquer um conseguiria ter feito aquilo! ─ Falei com sinceridade ─ A propósito, por quê ele estava te batendo?

─ Foi porque eu tinha recusado beijar ele naquela hora e... bem... Lembra que mais cedo eu não apareci na aula? ─ Ela perguntou, e eu assenti, confirmando ─ Então, era por causa que ele não me deixava sair de onde eu estava. Ele queria que eu atendesse "seus desejos". Mas eu consegui dar um soco no nariz dele e sair correndo.

─ Entendo... ─ Olhei para o horizonte ─ Você tem que tomar mais cuidado, garota.

─ Eu sei... Bom, eu tenho que ir pra aula. Valeu mais uma vez. ─ Ela avisou e foi embora.

Fiquei lá por mais um tempo. Digamos que eu ainda estava acordando. Eu odeio manhãs.

Mas foi eu dar dois passos que já veio um idiota me encher o saco.

─ Hmmm David, defendendo a Sarah, é? ─ Alguém que eu não vi quem era (também nem me preocupava em ver) falava, fazendo coraçõezinhos com as mãos. Ignorei e continuei meu caminho, quanto mais eu falasse qualquer coisa mais eles iriam criar histórias que não existiam.

"É verdade, hoje eu tenho aula de química", pensei e fui até a sala, e Sarah estava lá sentada.

─ Você demorou. O que aconteceu? ─ Ela perguntou.

─ Multidões, sono e preguiça. ─ Resumi.

─ Ah ah ─ Ela riu e voltou sua atenção à lousa. Estava com um sorriso maior do que o usual naquele dia. "Até que fazer uma pessoa sorrir é legal, afinal.".


Mais tarde, sofri uma enxurrada de perguntas no caminho de casa. E quando meu pai chegou, adivinha?

─ Hey, soube que você defendeu aquela menina na escola ─ Ele falou, ao chegar, fechando a porta.

─ ATÉ TU, CHRISTOPHER?! ─ Exclamei, com as mãos na cabeça e fechando a porta do meu quarto com força.



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Notas finais do capítulo

Obs: Nesses capítulos todos, passou algo em torno de 4 meses, ok?