– AMU! AMU! AMU! AMU

A única coisa que eu ouvia era os meus fãs que gritavam meu nome o mais alto possível, as lightsticks* rosas era acesas por todo o local do show, o que me provocou arrepios. Ao olhar para Utau vi que ela também parecia nervosa, não que ela e muito menos eu não já tivéssemos feito aquilo algumas vez, mais eu nunca irei deixar de ficar tão nervosa por isso.

A minha empresária vinha até mim e me mandava ir para o lugar embaixo do palco, já a Utau corria pra porta que iria se abrir quando ela começasse a cantar.

E era assim que começava quase todos os meus shows, com a minha música em parceria com a Utau, que estava fazendo muito sucesso, e logo após as outras faixas do meu álbum mais novo. Assim que a plataforma que saia do chão começava a subir eu podia ouvir os gritos aumentarem, mais e mais.

– AMU! AMU! AMU! AMU!

Concentrei-me na música e na melodia que já tinha começado a tocar, as palavras iam fluindo da minha boca.

Abra seus olhos brilhantes Na noite silencioso O mistério que guarda essa noite Foi revelado

Aproxime-se Silenciosamente Como passos De um gato preto

Uma silhueta no vazio Iluminada pelo luar Disse vamos por aqui Com um convincente

Sorriso

Uma sombra de desejo Cobre a vergonhosa cidade Assim como quis O descendente dos anjos

As cicatrizes do amor Nos pensamentos preciosos Ficar em meus braços Não era o seu destino

Quando vem o tempo Quando você também está dormindo em algum lugar Você está tendo sonhos bons?

Beije o céu estrelado A gentil garota Está dizendo

Boa noite

Não pode vê-la Não pode pega-la Perdida, sem uma saída.

Borboleta

As asas em seu peito Cantando livremente Com asas que ninguém vê

Escondendo-o Bem no fundo de sue coração

Utau, agora, aparecia pela grande porta e continuava a cantar a música enquanto eu ia para perto do público.

**

– Hoje foi um grande show hein Amu? Até eu que só cantei uma música senti a energia do público. – Utau sentava no sofá do meu camarim enquanto a cabeleireira terminava de tirar os enfeites do meu cabelo.

– Sim, Sim, Foi um show e tanto, me fez ficar cansada. – dei um leve risinho no final, não ficar cansada era impossível, tanto que eu tinha que achar graça da minha frase. A Utau já ia falar alguma outra coisa quando o Isuy entra no meu camarim.

– Annyeong**, - já tinha me acustumado com os comprimentos em coreano do Isuy, mais o sotaque dele ainda era engraçado, apesar de ele morar no Japão desde criança. – estava falando com o Kukai e ele disse que vocês estavam aqui, então entrei. – ele também se dirigiu ao sofá sentando ao lado da Utau, ela olhou pra mim com um sorriso malicioso.

– Aposto que a Amu adorou que você veio aqui Isuy-kun, sua presença nos alegra. – Corei um pouco com a primeira frase, a Utau não cansava de me ver envergonhada na frente do Isuy, isso é um fato. A cabelereira acabou de tirar os pequenos enfeites de meu cabelo e eu, finalmente, pude levantar da cadeira que ficava em frente ao espelho.

Depois de me levantar e ir em direção a minha bolsa vi que o pessoal todo entrou na sala, fazendo um barulho que incomodaria algum que não pertencesse aquele grupo. As risadas do Nagihiko e do Kukai pairavam no ar quando a Utau se levantou e veio em minha direção.

– Amu, eu recebi uma mensagem da Rima, ela disse que já terminou a apresentação e que gravou para nós vermos depois.

– Weee~ sabia que a Rima-chan ia dar um jeito de nós não perdermos sua apresentação, falando nisso, por que o Nagihiko ta aqui e não lá? – Realmente eu só tinha reparado nisso agora. A Rima estava se apresentando em um teatro com a Peça em que ela era a personagem principal, eu não queria perder mais aconteceu justamente no mesmo dia do meu show então por isso eu não pude comparecer, mais enfim, ela deu um jeito de gravar para nós.

– Parece que a Rima e o Nagi andaram brigando ultimamente, ela não quis me contar nada mais eu acho que consigo arrancar alguma coisa dele. – Eu apenas respondi com um aceno de cabeça e vi que a sala toda ficou em silêncio quando a Samiko entrou na sala.

– Que foi? Só porque eu apareci vocês vão parar de conversar? Meu Deus, eu não mordo não táá? – ela soltou uma risada engraçada, típica da Sumiko, e logo depois foi acompanhada por todos que ali estavam presentes. Ela se dirigiu para mim com um sorriso grande e aberto.

– Parabéns MidGirl***, o show foi ótimo! – ela continuava com aquele sorriso enorme que parecia mais um grande sol.

– Valeu Sammy-chan, eu também gostei muito desse show, mais estou cansada quero ir para casa. – falei calmamente, numa voz que realmente passou o meu cansaço.

– Quer vi agora comigo, ou vai esperar a Utau? – Dei uma olhada para o pessoal e vi que eles já estavam indo embora também, escutei o Kukai falar alguma coisa sobre pizza.

– Utau, vai direto pra casa?

– Não, agente vai ir pra uma pizzaria aqui perto, quer ir também? – Em outra hora eu até aceitaria sem pestanejar mais agora eu realmente não estava afim.

– Não, deixa pra outro dia. Amanhã agente se vê, - segui para a porta com a Samiko e a Utau ao meu lado. – BYE MINNA~ - gritei para o pessoal que já se encontrava ao final do corredor, eles se viraram e gritaram alguma coisa que não entendi e foram embora, eu segui pelo outro corredor e fui para a garagem com a Sumiko e a Utau, lá eu fui direto para o carro da Sammy-chan e me despedi da Utau que foi para o seu.

O caminho para casa seguiu silencioso, eu mexia no celular e postava algumas coisas aleatórias no meu twitter. Assim que chegamos na porta da minha casa eu me despedi rapidamente da Sammy e preparei meu sorriso para depois entrar porta a dentro.

Ikuto POV

Acordei lentamente e vi que a Samara dormia com a cabeça em meu ombro, escutei as aeromoças falarem mais uma vez e fui obrigada a acorda-la. Depois de alguns minutos o avião já tinha parado e nos já tínhamos pegado nossas malas. Andamos em direção à cafeteria do aeroporto, que mesmo sendo de madrugada, continuava aberta.

– O que vão querer? – o atendente falou com um tom alegre, ainda não entendo como ele conseguia fazer isso mesmo sendo de madrugada.

– Eu quero um cappuccino com adoçante e nozes, e você amor?

– Nada. – respondi num tom calmo e tirei o dinheiro de minha carteira para pagar o cappuccino. Sentamos em uma das mesinhas em frente à cafeteria, que nesse momento estavam todas vazias exceto por nós, e ficamos olhando para o grande telão que passava videoclipes de sucesso no Japão.

Depois de passar duas músicas que eu conhecia o telão começou a exibir um clipe que eu realmente nunca tinha visto, então, virei minha cabeça em direção à mesa onde mexia distraidamente em um guardanapo. A música do clipe começará e eu tive a impressão que conhecia a voz, virei meu olhar para o telão novamente e... Não...

– Odeio essa música, a cantora também. – a Samara falou calmamente enquanto eu continuava perplexo.

– Quem é ela? – tinha a esperança de que minhas suspeitas não se concretizassem e que só era uma pessoa muito parecida.

– Midnight Girl ou Hinamori Amu.