This Wasnt Planned escrita por Luíza and Lari Chase


Capítulo 1
Just...Focus


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo =)
Espero que gostem



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Capítulo 1

Estava realmente frio em Londres e o que eu mais desejava agora era estar debaixo das cobertas, dormindo.
Mas não. Eram seis horas da manhã e eu estava entrando em um táxi para ir até agência. Tinha um ensaio marcado daqui alguns minutos.
Chegando lá, entrei e fui cumprimentando todos, por educação, porque bom humor estava em falta. Eles gostam bastante de mim, exceto as modelos que são aquelas típicas falsas, aproveitadoras e metidas. Aquele tipo de pessoa que costuma passar por cima dos outros pra chegar aonde quer.
Todas fúteis, com algumas raras exceções. Enquanto eu só quero me formar na faculdade, elas querem fazer um ensaio com um famoso, se aproveitar da fama deste e ficar famosa. Juro que ouço isso pelo menos algumas vezes por dia enquanto estou lá.
Isso me irrita, pessoas assim me irritam. Eu sou modelo porque gosto e porque preciso. E essa, definitivamente, não é a carreira da minha vida. Fama não é algo invejável. Por que seria afinal? Perder todo o seu direito de ser humano, sua liberdade de expressão, sua privacidade. Coisas pela qual estive lutando.
Uma coisa que prezo muito nesse mundo é minha liberdade e privacidade, e ainda tenho um pouquinho desses dois.
Ao fim do ensaio, Katherine me chamou. Ela era a fotógrafa e era uma das simpáticas.
–Lari! –ela guardava o material com pressa.
–Oi. –me aproximei receosa. Sabia que ela ia pedir alguma coisa.
–Olha, eu tenho que ir, meu bebê está me esperando. –disse falando de sua filha de 4 anos. -Mas Matt pediu pra te avisar que amanhã vai ter ensaio com uma banda – As garotas que estavam perto começaram a cochichar. Suspirei já prevendo como seria o dia de amanhã.
–Tá. Mas... E daí? –ela riu levemente.
–Você é a modelo que ele escolheu, bonitinha. –fiz careta pelo apelido usado por ela.
–Eu? – perguntei apontando pra mim mesma, sem acreditar. Tipo... Por que eu? Tem algo como duzentas tapadas naquela agência.
–Sim.
–Mas... Eu... Por que eu? Eu não quero! Eu ia tirar o dia de folga amanhã, ele prometeu aquele filho da mãe. –protestei.
–Matt é o patrão. Reclama com ele, não comigo. –disse rindo.
–Onde ele está? –perguntei irritada olhando a minha volta. – Porque ele não escolhe outra garota? Ele tem um milhão de opções. Ele pode tipo... Chamar a Scarlett Johanson pra isso.
–Tirando o fato de que já nasceu assim, por que está irritada? –Matt apareceu mexendo em alguns papéis e parando na minha frente. Eu cruzei os braços e apertei os lábios. Matt deu seu máximo pra fingir que não estava achando graça.
–Não quero fazer ensaio nenhum amanhã. –algumas pessoas olhavam achando graça do jeito com que eu falava com o dono majoritário das agências Hastings. Mas Matt era mais que isso, era meu único amigo em Londres. O pai dele se aposentou e ele está dirigindo, muito bem pelo que dizem. Ele tem somente 24 anos, e é simplesmente o cara mais divertido que já conheci. E é muito bonito, o que é estranho. Ele tem cerca de um metro e oitenta e cinco. Cabelos escuros e olhos dourados, ombros largos e tem um tanquinho que eu já tive o prazer de ver.
–Sinta-se livre pra usar seus argumentos e me convencer do contrário. –disse sorrindo.
–Não. Use você seus argumentos. –Katherine riu e se despediu de nós dois. Matt me olhava com aquela cara de menino.
–Me acompanha. –pediu. Revirei os olhos e comecei a andar atrás dele até sua sala, onde ele entrou e fechou a porta após eu entrar. –Quero exibir você. –disse dando de ombros.
–Você não é meu cafetão, Matthew. –ele riu.
–Eu sou. –revirei os olhos. –Quero te dar trabalhos maiores, eu vejo um potencial enorme em você, você quem evita o que todos que entram nesse ramo querem: um pouquinho de reconhecimento.
–Eu só... –tentei explicar. –Não quero me prender nessa coisa de modelo. Não quero me acostumar com fama, em ter as coisas assim. Quero um diploma. –Matt revirou os olhos pra mim, como se eu fosse idiota.
–Pode fazer esse ensaio por mim amanhã? Eu preciso de alguém que confio.
–Olha, eu cheguei aqui faz mais de duas semanas e até agora não conheci nada, nem um lugar que venda café. Sabe o que tem no meu apartamento? Isso. Nada. Sabe o que eu estou comendo? Porcaria gordurosa de rua. –ele recuou.
–Tudo bem. Mas não me convenceu. Hoje você janta de novo comigo pra não comer essas coisas gordurosas que você gosta, amanhã você faz o ensaio e depois você tira folga. –abri a boca pra protestar. –Larissa, você não vai me convencer.
–Tá. – resmunguei.
–Muito obrigado! –já estava escurecendo quando nós dois fomos jantar. Depois ele me deixou em casa e eu fui tomar um banho quente pra relaxar.
Ainda não sei se isso tinha sido uma boa ideia. Eu tenho só 17 anos. Sou uma criança.
Inventei de irritar meus pais até eles me emanciparem pra eu conseguir mais liberdade, já que não era maior de idade. E consegui vir pra cá, pra começar a faculdade de arquitetura no início do próximo mês.
Eu já estava nessa de modelo no Brasil. Já estava ficando conhecida por lá, fazia bastantes trabalhos pra marcas. Daí eu conheci Matt, que me ofereceu a oportunidade de vir pra cá. Eu aceitei, mal pensando duas vezes.
Motivo? São tantos. Era muita coisa pra pensar. Eu só precisava de um tempo de lá, das pessoas de lá. Só precisava começar outra vida, onde eu pudesse escolher quem faria parte desta.
Como já era quase independente financeiramente e sempre quis estudar em uma faculdade reconhecida mundialmente, juntei o útil ao agradável e vim estudar e trabalhar aqui.
Estava sendo ótimo fazer o que eu queria sem ter que dar satisfação aos meus pais. Eu trabalhava pra conseguir pagar minha cara universidade, minhas despesas e as despesas do meu apartamento. Meu flat é um duplex grande até demais pra uma única pessoa. Eu o alugo por uma quantia bem menor do que ele realmente vale, vantagem de ter Matt como dono dele.
Matt diz que é meu pai por aqui, mas sinceramente? Meus planos pra Londres são os mais tranquilos possíveis. Estudar, trabalhar, nada de vida pessoal ou sexual, 7 gatos e/ou cachorros. Nada de homens.
Aliás, ainda dá tempo de virar lésbica.
Homens só fodem com a minha vida.
*
Acordei às oito da manhã. Motivada e decidida a encontrar uma Starbucks. Se Matt soubesse, ficaria dando bronca em mim até cansar. “Você é modelo. Tem que cuidar da saúde!” “Daqui a pouco tá gorda e não sabe por que!”
Eu sei que ele está certo. Mas fazer o que se sou uma pessoa que gosta muito de comer?
Estava andando distraída. Também sei que deveria estar concentrada em encontrar uma Starbucks e prestando atenção na rua, mas estava tão animada pensando em cookies e cappuccino que demorei a perceber que meu celular estava tocando.
Olhei no identificador de chamadas, coisa que nunca faço, depois franzi a testa.
Número desconhecido. O pensamento de que poderia ser um serial killer me motivou a atender porque gosto de psicopatas.
–Oi?
–Larissa? – não é alguém daqui, ninguém sabe pronunciar meu nome direito.
–Hm... Por que eu responderia? Você pode ser um estuprador. – ouvi risos. Risos bem familiares.
–A mesma retardada. Isso é bom. Londres e fama não mexeram com sua cabeça. – falou em português.
–Rebeca!
–Demorei eras pra achar seu número!
–Percebe-se. –rimos.
–É sério. Piper quase me matou porque eu gastei muito tempo procurando por Larissa’s na sua agencia. Em todas elas. Do mundo todo. Tá entendendo? –ri. –Por que você não me mandou seu novo número?
–Porque a espertinha mudou de número antes que eu pudesse fazer. – conversamos por mais um tempo. Faz quase dois meses que não falo com ela. Becky é minha melhor amiga desde os 12 anos.
Como meu pai é militar, ele foi transferido para o estado onde ela morava. Lá a conheci, uma das únicas amizades verdadeiras que tive. Ela é daquelas garotas meigas e doces. É apaixonada pelo Logan Lerman. Costumava dizer que se casaria com ele, assim como eu tinha meus devaneios com famosos. Até que nós duas caímos na realidade. Quando eu completei 17 anos, voltei para o meu estado. E como ela tinha uns problemas com a família, convidei-a para passar um tempo comigo. Mês passado ela resolveu ir pra L.A fazer faculdade de moda e estagiar para uma marca famosa.
Ela ia me contando o que estava fazendo por Los Angeles, sobre o trabalho dela e sobre os famosos com quem ela trabalhou.
–O que está fazendo agora? –observei a rua, reparando uma movimentação de garotas com mais ou menos a minha idade. Elas davam risada e agiam como idiotas. Franzi os lábios e voltei a atenção pro celular antes que fosse tarde demais. Isso significa uma coisa: gostosos por perto. E eu preciso ficar longe disso pra me manter focada.
–Procurando uma Starbucks, to passando fome aqui em Londres. –ela riu. Após terminar de falar meu estômago protestou. Estava com fome.
–Alma gorda. –dei risada. –As outras meninas devem te odiar por você comer tanto e não engor...– quando ela ia terminar de falar, um ser humano (?), esbarrou em mim e eu caí com tudo no chão.
Como eu sou muito educada, fiz o favor de xingar ele.
–Caralho. Mas que porra, filho de uma vaca leiteira. Não olha por onde anda viado? - a boa notícia foi que eu xinguei em português.
–Oh meu Deus. Me desculpe, eu sinto muito! Eu s-sou m-muito desastrado, sinto muito. Deixe eu te ajudar. –uma mão anormalmente branca apareceu na minha frente. Irritada, quase mordi a mão dele, mas lembrei-me que não era muito ético e humano fazer isso, então aceitei e ele me ajudou a levantar. –Tudo bem? –ele perguntou olhando ao redor pra depois fixar os olhos em mim.
–Você tem alergia a sol? –perguntei abismada. Ele deu risada. Encarei o rosto mais que conhecido e resolvi me fazer de sonsa pra ver o que ele faria. –Tudo bem. –respondi sua pergunta.
–Não. Você realmente deveria me bater, eu... Te joguei no chão, você deveria me bater e... – tagarelava nervoso. Eu dei um tapa no braço dele. Ele olhou do braço dele pra minha mão, sem acreditar.
–Agora vai parar de falar? -ele riu e me observou. Ele tinha a pele... Rosa. Vai ver era porque estava com vergonha. Cabelos loiros, olhos muito azuis. Eu prefiro morenos, mas não tinha como negar. Muito gato.
Ah, pro inferno com “ficar longe dos gostosos pra manter o foco”, olha pra ele.
Ele ficou me olhando de uma forma estranha, meio... Receosa. Como se eu fosse arrancar a cueca dele sem tirar a calça, arrancar um pedaço da bochecha dele, ou até um dedo.
Escutei um grito meio distante e me lembrei que tinha deixado Rebeca falando sozinha no celular.
– Ai meu Deus! Rebeca me desculpe. Um garoto, muito lindo, diga-se de passagem, esbarrou em mim. – falei em português, olhando pra ele. Ela riu
–Tudo bem, senhora pervertida, depois te ligo. Não vai abusar do garoto, bye.
–Não vou abusar dele... Não ainda – acrescentei fazendo-a gargalhar. –Me liga quando puder, bye.
Desliguei o celular e o guardei no bolso. Ok, agora ele está me olhando como se eu fosse uma retardada ou uma doente e eu nem sei por que pra poder concordar.
–Ahn... – ele começou.
–Desculpe por isso, estava falando com uma amiga.
–Hm... Ela é um... Alien, ou algo do gênero? – sorri pra ele. –Que idioma é esse?
–Português. – ele não parecia surpreso.
–Você é da América Latina. –assenti, erguendo a sobrancelha.
–Sim, Sir Sherlock. – ele ficou vermelho. Meu estomago voltou a protestar. – Então... Você mora por aqui, certo? – assentiu.– Conhece algum lugar onde vende comida? Bolo, café, biscoito, cappuccino, brownie, hambúrguer, sorvete, refrigerante. Comida calórica. –eu falei quase babando. Ele me olhou assustado. Eu deveria ter vergonha, mas eu estava tão desesperada por comida, que nem ligava em botar medo nele. –Você sabe, certo? – perguntei quase implorando. Se ele demorasse mais a responder, eu não sei se eu o espancaria ali na rua mesmo, ou se eu ajoelharia implorando. Ele me olhou com um misto de surpresa e incredulidade.
–Ah, desculpe... Não costumo ver garotas me perguntando por comida calórica. As que eu conheço abominam comida e só comem saladinhas, pensei que você também.
–Por quê? Por que sou magra? –perguntei erguendo a sobrancelha. Ele ficou vermelho e eu ri por dentro.
–Algo assim. Estou indo em uma Starbucks, aqui perto. Quer me acompanhar? – ele perguntou um tanto sem graça.
–Claro. – fomos andando na direção contrária a que eu ia anteriormente. Ele olhava pros lados constantemente e eu já tinha uma noção do por quê.
–Você é... Do Brasil?
–Como soube?– ele sorriu.
–Não tenho certeza, mas o Brasil é único na América Latina com essa língua materna. –alguém estudou geografia na escola. –Além disso, sua pele bronzeada se destaca no meio desse povo branquelo. –ri. –Sempre tive vontade de ir ao Brasil.
–Mentira, Niall. –ele parou e me olhou receoso.
–Como você...
–Vamos nos poupar dessa parte. Agora você tem que perguntar meu nome pra manter as aparências. –ele deu risada.
–Então... Qual seu nome?
–Larissa.
–La-rris-ssa? – tentou pronunciar. Não deu certo e eu ri. Impressionante. – Ei, não ri - ri novamente.
–Me chama de... Lari.– fiz uma careta e ele riu –Não gosto de apelidos. Mas vou abrir exceção pra você porque você é gringo e não tá acostumado.
–Ei! Você é a gringa, não eu! –ri e dei de ombros. -E como você sabe meu nome?
–Por favor. –revirei os olhos, entediada. Ele deu risada. –Você era tipo... Um dos meus 3 possíveis futuros maridos.
–Quem era os outros dois?
–Nos conhecemos agora, por que acha que vou contar meus segredos pra você? –ele riu. -Você ficou surpreso, por eu não ter te reconhecido? – arregalou os olhos.
–Não é isso. É que não costumo conversar com garotas, sem que ela grite, peça uma foto ou minha cueca. –dei risada.


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Notas finais do capítulo

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