-Ah, hmm… oi… - a menina elevou timidamente a mão, a fim de ser notada - ... é... eu posso falar um instantinho com o...- procurou então um pedaço de papel no bolso do casaco de inverno – Mr. Mustang...?

-Você diz o Coronel Mustang? – Hawkeye respondeu-lhe um pouco surpresa, enquanto carregava a habitual braçada de documentos.

-Sim!

-ora ora ora...- Jean Havoc começou com seu ar de espanto nada espantado – Não sabia que agora o Coronel não poupava nem as menininhas de dez anos...

-Ah... Não, é um engano – A menina alteou a voz um pouco afobada, faces ruborizadas – Eu vim transmitir-lhe um recado de minha irmã... – virou-se então para a mulher com quem falava até pouco – Por favor, será que eu posso falar com ele? – pediu com olhos tímidos de súplica.

-Me desculpe, mas ele acabou de sair... passou um ligeiramente mal há pouco – a voz da mulher encrespou-se então indicando que na verdade ele deveria estar matando o serviço

-Ah... obrigada, do mesmo jeito. – droga – eu... peço para minha irmã falar-lhe pessoalmente logo que ele melhorar. Desculpe o transtorno – abaixou a cabeça afobada novamente e saiu correndo, o longo rabo de cabelo loiro balançando de um lado para o outro.

O ruído de seus passos apressados na soleira do Quartel General passou correndo por um pranto mudo.

“Ainda não é nem seis horas direito e já está escuro assim... Provavelmente vai começar a nevar logo”.Pensava enquanto corria e se desfazia do casaco bege claro e da peruca loira enfiando-os na mochila, revelando jaqueta e calças negras e cabelo de igual cor. “Deve estar em casa... Passou mal? Hah... Dessa vez parece que nem a Hawkeye percebeu...” Suzu Strife ligava as pontas “Eles brigaram. Certeza.” Pensou lembrando da imagem de Ed contendo as lágrimas.

Os primeiros flocos de neve começavam a descer lentamente do céu escuro. Formavam-se nuvens muito úmidas de suas expirações.

-Cara... esse ano o inverno tá muito frio... – Falou para si mesma - ...Puta merda... – exclamou derrapando no chão e parando – ele...- levou a mão à testa e disparou mais uma vez, ainda mais rápida.

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“Não era para... sair desse jeito”. As lágrimas finalmente escorreram. “Droga... droga...”.

-Se ficar chorando aí debaixo da neve você vai morrer congelado, Edo.

-...Suzu...?

-O que aconteceu? Anda logo, melhor você ir para casa. Quer que eu te leve?- Disse-lhe apontando o guarda-chuva com os olhos.

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-Sobe, quer tomar um chá?

-Chá?

-É, tá um pouco frio, não é? Ainda porque não tenho ninguém para conversar... Al já foi para a biblioteca... Não vai voltar antes que nós regressemos da missão...

-Não gosto de chás – fez uma careta – Mas aceito uma conversa.

-Haha, vamos... – Ed disse enquanto empurrava a pesada porta principal do hotel.

Ao entrar no quarto, Suzu largou o guarda chuva no chão e foi sentar-se de frente a Ed, que havia sentado na cabeceira de sua própria cama.

-Então.Você brigou com ele. Acertei?

-É - sorriu desanimado – nós brigamos.

-Posso saber porquê?

-É o que você disse ontem... Sobre a terceira pessoa... - disse vagamente – Não que eu tenha traído o Roy... – apressou-se em esclarecer-se

-Só que por causa dessa terceira pessoa você não têm mais certeza de qual dos dois você gosta de verdade.

-... – olhou um tempo para o rosto perspicaz da menina - ...é...

-Sei...- pareceu pensar seriamente -... Posso saber que tipo de pessoa é essa?

-hmm... – sentia um pouco de receio em contar, mas... – É estranho, sabe... Eu decididamente não devia gostar dele... Mas eu...

-Porque Roy é alguém que está sempre ao seu lado, alguém em que se pode confiar e essa outra pessoa é alguém incerto?

-... É...aquele idiota não me dá nenhuma garantia nunca, só aparece quando bem entende... Agora... agora eu queria...

-Estar com ele ao seu lado...

Edward sentiu uma copiosa lágrima involuntária escorrer-lhe o rosto, e quebrou-se a chorar, soluçando intensamente.

-Estúpido.

Ed sentiu algo molhado e macio fazendo o mesmo caminho de sua lágrima no sentido inverso. Suzu então beijou seu olho. Edward olhou-a surpreso. Começava a sentir as mãos dela, uma sobre seu queixo e a outra afastando-lhe umas mechas douradas do rosto.

-Eu estou aqui não estou? – As palavras saíram da boca da garota, mas decididamente não era a voz dela. Essa voz era...

-Envy!

-Eu mesmo – Sorriu enquanto voltava à sua forma habitual. – Parece que sentiu minha falta, Ed.

-Ah seu...Eu...

Não pôde mais falar. O dedo indicador de Envy pousava-se em seu lábio inferior.

-Quietinho – sussurrou-lhe, e beijou-o.

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Nevava forte. O vento uivava em uma borrasca que anunciava durar te a manhã seguinte.

Uma garota vestida de preto, cabelos despenteados no meio do começo de temporal. Uma janela numa casa de dois andares.

-Roy...

Saiu correndo em passos largos, com um grande salto alcançou uma altura pouco maior que a parte superior da janela que almejava. Cravou na parede os dedos do automail da mão direita transmutados em garras. Com a outra mão abriu a janela, erguendo o vidro. Agachou-se no peitoral. O vento gélido e montes de flocos brancos invadiram o interior do quarto, que esfriava rapidamente. Mas sem perceber tal fato, a menina havia se paralisado ante o ocupante do cômodo.

No chão, deitado como se estivesse morto, uniforme aberto e amassado, estava Roy Mustang, num estado de semiconsciência.

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Notas da autora:
Começando a explorar a Suzu.

E começando as cenas de EnvyxEd. Eles são um casal tão lindinho o leva porrada das flames

Tá, Roy Ed tbm é...

Vou fazer uma fic com RoyEd ainda... então me perdoem, ok? xD

Eu gostei muito dessa cena da Suzu entrando no quarto do Roy pela janela. Fiz um desenho dela, acho muito... dramática?

Shizu