Under The Same Sky escrita por gabelost


Capítulo 1
"Represa" - Ino




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Com certeza eu era uma idiota.


Sim, porque só uma idiota ia fazer um comentário tão afetado no auge de uma guerra. Mas quem pode me culpar? Só de imaginar Uchiha Sasuke e todo o seu sexappel sombrio se aproximando o Konoha me fazia sentir uma excitação que quase me permitiria ficar contente se a Folha perdesse. Dane-se a testuda, eu tinha esperanças, ok? Ok.


Dito isso, parece que meus amigos e companheiros de time sabiam muito bem quem era Ino Yamanka. Logo, ninguém sequer notou meu choro estúpido quanto Naruto informou que Sasuke pretendia destruir a vila. Ninguém sequer se preocupou em me passar sermão, dada a gravidade da situação. Ninguém tinha ao menos se incomodado com minha rompante e audível decepção platônico-afetiva.


Mas tudo bem. Eu sempre podia contar com a Sakura para ótimas reações quando o assunto era o Uchiha. Sempre fomos amigas, mas sempre fomos rivais. Isso seria um ótimo nome de novela não? Enfim.

O problema era que a testuda nem estava reagindo. Ela não falava dele, ela não chorava, ela não reagia. Nada. Acho que finalmente ela tinha superado seu amorzinho de infância e seguido a vida.


Ótimo!


Ma-ra-vi-lho-so!


Bom. Eu não era tão idiota.


Sakura nunca esqueceria Sasuke e eu sempre soube disso. Sempre soube que com ela era diferente. Não tem como explicar sabe? Apenas esta lá, quase palpável porém ironicamente inatingível. É, eu estou poética hoje. Que sorte a minha.


Sakura estava do lado de fora da tenda onde Tsunade repousava em coma, acredito eu se recuperando de um completo descarrilamento emocional. Pobre, pobre Sakura. Seus olhos inchados e sua expressão distante praticamente tatuavam “Sasuke” em sua testa de marquise.


–O que aconteceu com você? E não se dê ao trabalho de mentir.


–O de sempre – ela disse, constatando o óbvio, como se não fosse necessário mais explicações.


–Sinceramente testuda, isso te surpreende? Ele está louco e não há nada que você possa fazer quanto a isso.


–É, eu sei. – Sakura parecia ainda mais triste.


Uma Sakura furiosa era um saco. Mas uma Sakura monossilábica era ainda pior.


–Não é como se alguem realmente pudesse fazer alguma coisa sabe? Talvez Naruto. Mas ele é outro louco. Desopila testuda.


Eu preciso de anti-corpos! Eu estou quase me contagiando com essa tristeza tolstoiana da Haruno! Deus, ela leva mesmo esse negócio de amor a sério. E droga! Não é como seu eu pudesse deixa-la assim.


–Sakura.


–Hn.


–Desembucha.


Surpreendentemente, ela desembuchou. Ela abriu as comportas de seus pensamentos opressivos como uma represa rompendo a um de seus socos. Primeiro veio a raiva. Raiva dela mesmo, de sua impotência, lamentando acidamente de sua consagrada inutilidade e fracasso em tudo que se dispunha a fazer. Depois, veio a raiva por ele. Porque ele faz isso? Porque ele não volta? Porque ele não enxerga? Uma enxurrada de porquês carregados de amargura pelo simples fato dele não enxergar a lógica da vida, da vida que ela almejava, por ele ser mortalmente teimoso, egoísta, frio e arrogante.


Enfim, veio o choro. Como se estivesse com uma dor agonizante, e provavelmente estava, Sakura soluçou por um tempo que parecia não ter fim. Veja bem, eu já tinha passado por desilusões antes, eu já tinha chorado e bebido e xingado incontáveis vezes por idiotas que agora nem lembro o nome. Mas aquele choro meus amigos, era nada mais que saudade. Ah cara, isso doí!


Alguma coisa aconteceu quando ela voltou de sua missão fracassada de encontrar Sasuke. É claro que aquilo foi uma total insanidade. Acho que todos os seres pensantes de todos os planetas sabem que Sakura não poderia enfrenta-lo. Não importa o quão forte fosse. Não importa o quanto seu objetivo fosse digno. Isso era um fato incontestável como a gravidade.


Seu ato foi considerado extremamente heróico para alguns moradores da vila. Ao que parece alguns coraçõezinhos desatualizados sobre a dinâmica sofrida Sasuke-Sakura, tinham se enchido de admiração juvenil pela testuda diante de sua atitude ousada. Pobres garotos. Mal sabem eles. O que me lembra que eu também não sei!


–Sakura, me conta o que aconteceu lá... com ele – perguntei receosa.


Ela não respondeu, apenas suspirou. Depois de um instante irritantemente longo de ponderação, minha amiga estava prestes a falar quando aquele idiota do Sai aparece. Ok, não tão idiota. Não é porque ele me chamou de gostosa que eu... espere! Eu ainda queria saber o que aconteceu com a Testa. Mas o momento passou e eu sabia que não ia descobrir por ela o que tinha acontecido. O que eu sei é que assim que Sai saiu de suas vistas, a expressão dela mudou.


Em seus olhos pude ver uma determinação quase tão firme quanto a do Naruto. Mesmo em seu estado frágil e olhos inchados do choro, estava lá e eu sabia. Tive que sorrir porque afinal, era como se eu soubesse o tempo todo.


Eu sabia que ela nunca ia desistir dele.



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Notas finais do capítulo

Gente, espero que essa minha ideia de escrever capítulos atemporais dê certo! Espero que vcs se divertam lendo o tanto que eu me diverti escrevendo e por tabela imaginando essas situações.
Bjos!!