O Alvorecer de Uma Nova Era escrita por Vladesco


Capítulo 3
Capítulo III - Início




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Tudo havia transcorrido da melhor maneira possível, pelo que fiquei muito grato. De fato eu não esperava ser tão bem recebido pelos Cullen depois dos, digamos, problemas que meus irmãos causaram a eles. Aro sempre levou suas aspirações de poder a uma pretensão desmedida e Caius nunca foi o que se pode chamar de amistoso.

A casa de Edward seria perfeita para parte do que eu pretendia revelar a todos. Toda a face norte do lugar era uma enorme parede de vidro inclinada para o sul, o que provia de luz os cômodos internos de maneira praticamente ininterrupta durante o dia. A parede sul também era de vidro, mas esta se postava com um ângulo reto em relação ao solo, o que fazia de sólidas apenas as paredes laterais da casa: pedra nua por fora, revestidas de madeira por dentro, o que causava ótimo contraste com a mobília em branco, preto e cromado. Uma casa perfeita para a região.

A sala, o maior cômodo da casa certamente, era aquecida por uma grande lareira oposta à parede de vidro. Supus que a lareira era para o garoto-lobo, já que vampiros se sentem melhor em ambientes frios, e mesmo o gélido ártico é aprazível para nós. A lenha estalava com o fogo e emprestava ao local um agradável toque da velha Europa.

“Sente-se Marcus!” Edward convidou-me para a poltrona mais perto da lareira, interrompendo meus devaneios “Acredito que será uma longa conversa”.

“Obrigado! Será mesmo, mas prometo tentar não me alongar muito”.

“Então não nos deixe mais curiosos do que já estamos” Alice disse, com intensa curiosidade e azáfama.

Quando todos se distribuíram entre as três poltronas restantes, o sofá e o chão, eu perguntei:

“O que vocês sabem sobre o comando do mundo dos vampiros antes dos Volturi?”

Todos me olharam com curiosidade e Bella foi a primeira a falar.

“Aqueles dois” ela disse buscando apoio dos outros Cullen “Stefan e Vladimir, aqueles romenos que estiveram conosco para testemunhar a favor de Renesme... eles disseram sobre eles terem governado antes dos italianos”

“Sim Bella” Carlisle continuou “Antes dos Volturi regerem os vampiros, os romenos eram os mais poderosos de nossa raça. Mas onde está querendo chegar, Marcus?”

“Já tudo se explica. Eu nasci exatamente no ano 1000, junto com Caius, que é meu irmão consanguíneo. O que vocês não sabem, e que poucos hoje em dia sabem ser possível, é o fato de que Aro, Caius, Vladimir, Stefan e eu nascemos vampiros”

Há quantos anos eu guardava esse segredo, instituído segredo por Aro e mantido segredo por Ístria. Não acredito como fomos subservientes à vontade dele por tanto tempo, e mal suspeitávamos... Eram palavras simples. O verbo nascer junto com o adjetivo vampiro. Mas é claro, causou comoção em todos. Até Edward e Carlisle, os mais centrados, ficaram estarrecidos com tal declaração, e isso também despertou muito mais interesse em mim por parte de Rosalie, Emmett e Jacob.

Eu esperei pacientemente alguém me inquirir sobre a veracidade do que eu havia dito, ou até mesmo sobre minha sanidade mental, apesar de considerar ilógico e impossível quem vampiro ficasse, clinicamente, louco.

“Então por isso a diferença da pele de vocês para a nossa?”

“Bella, não está preocupada, ou no mínimo surpresa com o que eu acabei de falar?”

“Ela sempre foi assim, Marcus, nunca se preocupou com o que realmente deveria” Edward disse, saindo de seu estupor de surpresa “Isso é possível, Carlisle?”

“Eu realmente não sei... nunca ouvi nada semelhante”

“Isso porque Aro instituiu essa informação como segredo absoluto entre nós três. E os Nascidos romenos, depois de serem praticamente dizimados pela guerra que travamos, nós Volturi italianos contra as casas romenas Báthory, Dracúlea e Vladesco, não tiveram muito contato com outros vampiros desde então. Arrisco-me a dizer que o incidente da campina foi a primeira vez, em 370 anos, que algum vampiro pôs os olhos em um romeno novamente”.

“Explique-se melhor, Marcus. É muita informação para compreendermos” Renesme falou. Ela estava sentada junto à outra ponta da lareira, com Jacob rígido ao seu lado.

“É claro. Veja bem, durante muitos séculos as famílias de vampiros romenos eram as únicas que realmente eram famílias Nascidas. E de certa forma, nós italianos da casa Volturi (porque existiram outras casas de vampiros pela Europa) somos descendentes dos romenos. Eu arriscaria a dizer que, se a África é o berço do ser humano, os Cárpatos são o berço dos vampiros, mesmo que nunca tenha se descoberto quem foi o primeiro vampiro.

“Porém, essas três casas romenas, que de certa forma constituíam uma única família dividida em três linhagens, tiveram alguns membros que emigraram para o resto da Europa, a fim de formar suas próprias famílias, ou até mesmo por não quererem ter um julgo familiar acima de si. E assim tivemos a formação de algumas casas nobres do nosso mundo, como a dos Volturi na Itália, a de Hiram na Escócia, a Weishaupt austríaca, entre outras. O importante aqui é demonstrar que, com a crescente de casas no oeste europeu, logo surgiriam problemas relacionados com a quem realmente pertencia o governo dos vampiros. E assim as casas entraram em guerra umas com as outras”.

Quantos anos de estudo eu dediquei a simplesmente poder verbalizar toda nossa história. E agora isto se demonstrava extremamente fácil, como se Aro nunca tivesse feito nada...

“Vale lembrar que aqui estamos falando do século XIII ao século XVIII. Exatamente...” eu disse quando me olharam com faces mais abismadas do que aquelas já podiam ficar “... cerca de 500 anos de guerra, praticamente ininterrupta, entre as pequenas casas do oeste e por fim, a guerra que opôs minha casa às casas romenas”.

“Não posso acreditar no que está me dizendo, Marcus... nunca pensei que tudo isso tivesse sido possível... e ainda mais em segredo dos humanos. Sempre acreditei que a transmissão de poderes dos romenos para vocês tivesse sido um acordo passivo. Mas uma guerra!” Carlisle surpreendeu-se.

“Carlisle, você só se juntou à nós em 1720... à essa época, a guerra já havia terminado”.

“E como foi essa guerra?” Jasper perguntou com ares de profunda e genuína curiosidade “Fui um militar quando humano, e depois de ser transformado pertenci a um exército de recém nascidos... na segunda metade do século XIX” ele incluiu rapidamente, com um certo nervosismo, por obvio que eu faria ligação com Benito.

“Não se preocupe, Jasper... Não falarei de Benito aqui. Mas já que se interessa tanto por saber como transcorreu a guerra pelo controle do mundo dos vampiros, eu vou contar...”

 


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Notas finais do capítulo

próximo capítulo: Amor e Guerra



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