Waiting For Your Message escrita por Mid


Capítulo 3
Aoi POV


Notas iniciais do capítulo

Oi...eu demorei, né? Não me culpem, eu estava tendo problemas com a internet esses dias, mas aqui estou eu com mais um capitulo! u.u
Dozo!



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Suspirei cansado.

Eu nunca fui de confiar em pressentimentos e essas coisas, mas alguma coisa me dizia que havia algo errado e aquilo não estava me deixando dormir, fiquei rolando na cama tentando pregar o olho, mas aquela sensação era ruim demais, era sufocante, acabei levantando decidido a comer ou beber alguma coisa, nem cheguei a entrar na cozinha, meus olhos bateram no meu celular sobre o sofá, acabei me aproximando e o peguei apertando qualquer tecla, meu coração deu um salto ao ver que havia uma mensagem, uma mensagem de Ruki.

- merda...-  praguejei baixinho digitando seu numero rápido e logo levando o celular ao meu ouvido.

Esperei com um aperto no meu peito, aquela sensação ruim estava aumentando, Ruki estava demorando a atender, talvez estivesse com raiva por eu não ter respondido a mensagem, droga, por que eu não levei meu celular para o quarto comigo? Tirei meu celular do ouvido quando notei que havia caído na caixa postal, não demorei a ligar de novo, droga de sensação ruim, comecei a andar nervoso pela sala enquanto ouvia aquele toque contínuo meio surdo de toda ligação e por segundos me senti aliviado por notar que a ligação foi atendida.

- Ruki eu...- comecei pronto pra pedir desculpas, mas fui impedido.

- desculpe senhor...mas o senhor conhece o dono deste celular?-

Meu corpo todo se tencionou e eu parei de andar.

Aquela voz não era de Ruki.

 - conheço, o que aconteceu? Onde ele esta?- minha voz saiu um pouco alterada e aquela sensação ruim foi se espalhando mais rápido dentro de mim.

- sinto muito, ele sofreu um acidente de carro, sou da equipe de resgate e estamos o levando para o hospital e...

Não.

Não! Não! Não! Não! Não!

Deixei o celular cair e minhas mãos se agarram no meu cabelo, não podia ser verdade, não podia! Meu Ruki; meu chibi não podia ter sofrido um acidente, onde ele estava pra isso acontecer? Como eu deixei isso acontecer? A mensagem, a droga da mensagem que eu não vi, era por isso, se eu tivesse visto ele estaria aqui, nos meus braços, são e salvo, a culpa era toda minha. Corri para o quarto apenas para vesti uma roupa, vesti a primeira roupa que vi, revirei tudo atrás das chaves do carro e sai em disparada, não lembro nem se cheguei a fechar a porta do meu apartamento, apertei o botão do elevador, foram segundos agonizantes até que ele chegasse e depois descesse novamente me levando até a garagem. Disparei por entre os carros e motos até ver meu Aston, no qual entrei e num tempo recorde arranquei de lá, quase me esquecendo de abrir o portão antes de sair.

Eu avançava por entre os carros num velocidade impressionante, diminui a velocidade apenas para não acabar causando um acidente também e por não saber nem pra que hospital Ruki havia sido levado, peguei meu celular e liguei para o celular de Ruki de novo na esperança de atenderem de novo, mas ninguém o fez, porque eu não ouvi a droga da ligação até o final?! Já estava entrando em desespero quando meu celular tocou, olhei o nome e atendi sem demora e comecei a falar já com lágrimas nos olhos.

- Reita!! O-o Ruki...ele...e-ele...acidente...e e-eu não s-sei onde ele está...Reita!! – minha voz começou a falhar, eu parei no acostamento da rua e tudo que eu segurei por tanto tempo saiu ali, toda a frustração, toda a preocupação, todo o sofrimento saiu de mim em forma de lágrimas e soluços descontrolados.

- Aoi, me escuta, eu sei, calma, eu ‘tô de plantão aqui no hospital e acabaram de trazer ele pra cá, fica calmo, já o mandei fazer uma bateria de exames, o Ruki vai ficar bem, você me ouviu? Ele vai ficar bem...- aquelas palavras me acalmaram um pouco, ele estava nas mãos do Reita agora, comecei a chorar mais, mas de alívio dessa vez -...Aoi, me responde pelo amor de Buda, eu ‘tô ficando preocupado com você, onde você tá?

- e-eu ‘tô indo pra ai...obrigado Reita, m-muito obrigado...

- vem com cuidado, não quero ter que cuidar de mais um amigo acidentado hoje...

Tentei sorrir, mas foi inútil, desliguei deixando meu celular no meu colo, eu confiava plenamente em Reita, ele sabia de todos os meus sentimentos por Ruki, sabia até demais e mesmo estando mais tranquilo eu não deixava de me sentir culpado, eu esperei a mensagem, eu sempre espero a droga da mensagem e não desgrudo do meu celular até ela chegar, mesmo que se passem meses e na primeira vez que eu relaxo, algo tão ruim acontece, as coisas não precisavam ser assim. Pelo menos Ruki estava seguro agora, Reita era um amigo um pouco mais recente, nem lembro mais como nos conhecemos, mas foi em uma situação não muito boa que descobrimos que ele era médico, foi até um pouco difícil de acreditar, já que, bom, ele não tem características de um médico, começando pela faixa que costumava a usar no nariz.

Limpei as lágrimas que ainda caiam dos meus olhos e respirei fundo antes de ligar o carro e sai dali, o hospital onde Reita trabalhava ficava do lado oposto da direção em que eu estava e mesmo depois do pedido de Reita eu ainda dirigia um pouco acima da velocidade permitida, minha cabeça transbordava de pensamentos que deixavam um nó na minha garganta, eu estava cansado daquilo, de toda aquela coisa que não tinha nome e nós, eu e Ruki, tentávamos manter, não fazia sentido, não tinha por quê, podia ser diferente, podia ser menos doloroso, talvez já estivesse na hora de parar de adiar, nós precisávamos conversar, estava decidido, mas aquela não era uma boa hora pra isso.

Deixei meu carro no estacionamento e entrei apressado no hospital indo até recepção, mas não havia ninguém lá, comecei a andar sem rumo pelos corredores parando vez ou outra algumas das muitas pessoas com uniformes hospitalares ali, mas nenhuma sabia me dar informação que eu queria, já estava ficando irritado quando alguém tocou meu ombro, virei na sua direção e uma senhora já de certa idade sorriu.

- com licença senhor, boa noite, em que posso ajuda-lo? –

- oh, céus, finalmente, eu estou procurando por Matsumoto Takanori...

- o senhor é o Shiroyama Yuu-san?- assenti e ele sorriu novamente-... Dr. Suzuki avisou que você viria, me acompanhe, por favor...

Suspirei aliviado e fiz uma pequena reverencia começando a segui-la por um dos corredores totalmente branco, fomos de elevador até o segundo piso e depois de andar por mais um pouco por outro corredor a senhora me deixou enfrente a uma porta onde havia uma plaquinha com os números 201 gravados em dourado e depois de fazer uma pequena reverencia foi embora. Respirei fundo e abri a porta lentamente, mas logo algo me fez petrificar no lugar onde eu estava.

Ruki estava encolhido sendo abraçado por Reita.

Aquilo fez uma sensação que eu tinha aprendido a ignorar com o tempo parecer mais viva do que nunca dentro de mim.

Ciúmes.

Me mantive ali, olhando os dois por alguns segundos, vendo com as mãos de Reita afagavam os cabelos do meu pequeno, como Ruki soltava pequenos soluços e se escondia mais contra o peito do loiro que parecia sussurrar alguma coisa que só ele podia ouvir, eles só se deram conta da minha presença quando Ruki levantou o rosto se afastando e seu olhar encontrou com o meu, por um momento tudo sumiu, o chão, os sons, Reita; só havia eu ele ali, seus olhos estavam vermelhos e um pouco inchados, meus olhos passaram por seu rosto,haviam pequenos arranhões e uma faixa passava por sua testa, voltei a olhá-lo nos olhos, seus olhos pareciam querer me dizer tanta coisa.alguns lagrimas voltaram a rolar por sua bochecha, mas ele não desviava o olhar do meu.

Me aproximei vendo como sua expressão mudava a cada passo que eu dava, céus, podia sentir como meus olhos iam embaçando devagar, então quando finalmente minhas mãos tocaram seu rosto, algo explodiu de vez dentro de mim e eu o abracei, com força, mas tentando não machuca-lo muito, senti como seus braços pequenos me puxavam pra perto e como seu rosto afundava em meu peito, fechei meus olhos com força respirando fundo,  deixando que algumas lagrimas escapassem de meus olhos, beijei o topo de sua cabeça e o acomodei melhor em meu corpo.

- A-Aoi...

- shii, não fala nada chibi, descanse, eu ‘to aqui e eu não vou a lugar nenhum...-

Olhei para Reita pela primeira vez na noite, pedindo mudamente permissão, não precisava de palavras, ele apenas assentiu sorrindo e eu me acomodei na cama, ajeitando Ruki sobre mim, notando como aos poucos seu corpo relaxava sendo dominado pelo cansaço e talvez pelos remédios que tivesse tomado e adormecia em meus braços.

Finalmente.


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Notas finais do capítulo

E ai? Acaba aqui ou continua??
Mandem reviews, por favor? ç__ç