Waiting For Your Message escrita por Mid


Capítulo 1
Aoi POV


Notas iniciais do capítulo

Hun, isso é só um projeto, pode ser só uma one-shot, mas pode ter uma continuação também...
AoixRuki



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Meus passos ecoaram pelo corredor vazio, já era bem tarde e os únicos presentes ali eram eu e o porteiro, do qual me despedi com um aceno rápido indo ate meu Aston Martin cinza estacionado a alguns metros, entrando e logo arrancando pra longe dali, queria chegar em casa o mais rápido possível. Minha rotina era praticamente essa todos os dias, ir trabalhar até tarde e depois voltar pra casa onde ninguém estaria me esperando, nos finais de semana eu ficava em casa ouvindo música ou lendo um livro, algumas vezes saía a procura de um “relacionamento de uma noite”, coisa que não era difícil pra mim, posso dizer que fui abençoado com uma beleza um tanto exótica.

Não é como se estivesse reclamando, gosto da vida que levo, com o salário que ganho posso manter uma vida boa e ainda fazer alguns luxos, como uma cobertura no centro da cidade e o Aston Martin que estou dirigindo agora, chego em casa a hora que eu quiser e posso levar quem eu quiser pra cama, mas não é como se eu fizesse isso, só estou exemplificando.

Pareço meio frio e egocêntrico, não é?

Mas foi por amor que eu escolhi viver assim.

Amor ao meu Ruki.

Cheguei ao meu prédio, entrei pelo grande portão dourado indo para o estacionamento e deixei meu carro na vaga onde lia-se “Shiroyama”, sai e liguei o alarme indo até o elevador e apertando o botão da cobertura, esperei alguns segundos, logo estava no corredor de paredes brancas e chão completamente coberto por um tapete vermelho onde só havia uma porta grande de madeira com alguns detalhes. Tirei a chave do bolso e destranquei a porta dando um suspiro aliviado de estar em casa, entrei tirando os sapatos e o casaco, me espreguicei e fui até a cozinha pegando uma garrafa de vinho e uma taça, me servindo e devolvendo a garrafa para o lugar, fui pra sala, liguei o som numa música agradável, me sentei no sofá de camurça e tomei um gole do vinho.

Deixei a taça sobre a mesinha de centro rapidamente e comecei a desabotoar os primeiros botões da blusa social salmão que eu usava, sentindo cada músculo do meu corpo relaxar e me deixei sorrir um pouco ouvindo os acordes que tanto me agradavam, me mexi levemente pegando meu celular no bolso da calça e voltei a pegar a taça sorvendo mais um pouco do liquido rubro, escorri meu corpo um pouco e fiquei meio deitado sobre o sofá deixando meu celular sobre o peito, mesmo que meus dias sempre fossem muito cansativos, eu ansiava para chegar em casa, mas não pra descansar.

E sim para espera-lo.

Para estar sempre disponível quando Ruki viesse para os meus braços e eu pudesse amá-lo como ele merecia, mesmo que ele nunca fosse completamente meu, mesmo que ele estivesse sempre com outra pessoa, eu não me importava, eu sabia que ele iria acabar nos meus braços de novo. Ruki sabia de todos os meus sentimentos, eu sempre deixei bem claro que o amava desde que nos conhecemos ainda no colegial, nossa amizade foi quase instantânea e desde quando o vi pela primeira vez com aquele cabelo num corte estranho preto com mexas vermelhas, eu o achei lindo.

Ruki sempre foi lindo e com passar dos anos ele só conseguiu ficar mais, era impossível não nota-lo, ele esbanjava elegância por onde passava, eu podia ver as pessoas o desejando, mas talvez fosse só paranoia da minha mente apaixonada, afinal, eu ficava louco de ciúmes toda vez que Ruki colocava uma roupa mais provocante, ele nunca soube o quanto era lindo e o quanto eu o amava, mesmo que eu repetisse ambas as coisas quase o tempo todo. Então foi quando tudo começou, na faculdade, durante uma bebedeira em uma noite qualquer nós acabamos na cama, foi a primeira vez que eu tivesse ele pra mim, mas na manhã seguinte não foi como eu imaginei, eu acordei sozinho com um bilhete dizendo que foi um erro e nós seriamos sempre amigos.

Cruel, não é?

Eu também pensei isso, fiquei magoado e tentei ignora-lo, mas quando você descobre que gosta de alguém, é quase impossível “desgostar”, principalmente se você o vê todo dia. Voltamos a nos falar, eu tentava suprimir meus sentimentos ao máximo, Ruki ate começou a namorar uma garota do curso dele e estava indo tudo bem, foi então que aconteceu de novo, numa madrugada minha campainha tocou e um Ruki bêbado com lagrimas nos olhos caiu em meus braços me pedindo  para fazê-lo esquecer de tudo; toma-lo pra mim de novo e eu o fiz, mesmo sabendo das consequências dolorosas pra mim, eu o fiz. Admito que eu me aproveitei mesmo da situação e quando acordei no outro dia havia um bilhete pedindo desculpas e dizendo que não aconteceria de novo, mas dessa vez eu sorri, pedindo internamente que acontecesse de novo o quanto antes.

E de fato aconteceu. Muitas vezes.

Não tinha nem um motivo ás vezes, ele simplesmente parecia na minha porta, mas nunca tocava a campainha, primeiro mandava uma mensagem com um “oi” ou um “tá ocupado?” e eu já sabia que ele estava lá, então colocava meu melhor sorriso e abria a porta, o deixando cair nos meus braços seja pra desabafar ou pra simplesmente desfrutar das minhas caricias, sem dizer nada, mas eu não me importava, eu gostava, eu o amava. Na manhã seguinte eu acordava sozinho, não havia mais bilhetes ou desculpas e quando nos víamos eu continuava a agir como um amigo, não tocava no assunto e evitava fazer qualquer insinuação sobre isso.

Quando dei por mim, eu já estava assim, passando minhas noites na espera de uma mensagem que muitas vezes demorava meses para chegar, já que, diferente de mim, Ruki tinha longos relacionamentos e se mantinha fiel a eles, mesmo que na maioria das vezes ele saísse ferido e eu achava todos tão estúpidos por desperdiçarem a chance que eu nunca tive, mesmo que ele já tivesse sido meu por tantas vezes, meu coração chorava por mais, mais, mais, mais, mais, mais; chorava para ter Matsumoto Takanori e não só o Ruki, não só aquela metade sofrida que caia em meus braços. Eu me perguntava o que não era bom o suficiente em mim? E doía, muito.

Nem lembro mais quando foi que isso parou de doer e começou a me agradar.

Bem, não importa...

Me espreguicei no sofá ajeitando minha postura, segurando meu celular e colocando a taça agora vazia sobre a mesinha de centro, meus olhos pesavam levemente e acabei bocejando, apertei qualquer tecla do meu celular e a tela se iluminou fazendo meus olhos se espremerem um pouco, primeiro olhei as horas, confirmando já ser muito tarde, depois li as pequenas palavras mostradas ali.

0 mensagens.

0 chamadas não atendidas.

Deixei o aparelho sobre o sofá, levantei me espreguiçando novamente e comecei a dar passos  quase arrastados em direção ao som o desligando  e logo rumando em direção ao mês quarto, mas  ainda parei no corredor olhando para o celular sobre o sofá, esperei uns segundos e dei um sorriso de lado, um pouco amargurado, mas compreensivo...

Hoje eu não o teria.

Suspirei cansado, dei as costas para o cômodo apagando as luzes no caminho e fui direto para o quarto sem mais delongas.

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Assim que a luz foi apagada uma luz piscando pode ser vista sobre o sofá, podia-se ouvir o som de algo vibrando algumas vezes, movendo-se sobre a superfície macia, mas logo parou deixando apenas o brilho constante típico de todo celular, deixando duas linhas visíveis por alguns instantes.

1 mensagem.

0 chamadas não atendidas.

Ficou assim por instantes, até apagar gradativamente. 


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Notas finais do capítulo

Ficou meio confusa, eu sei, por isso dependendo dos reviews terá ou não uma continuação .-.
O que acharam?
Reviews??
Por favor?? ç__ç