Brincadeira De Crianças escrita por Alice


Capítulo 7
Lembranças de uma nova amizade




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“Mordi meus labios, tentando impedir aquelas palavras, que a anos se mantinham guardadas no fundo de meu coração, de sair. Palavras, que apenas a noite escutou:

–Eu também senti saudades de você, nee-chan....”

....

A temperatura caia gradativamente, fazendo-me levantar de supetão e sair daquele pequeno parque. Eu estava ali a um hora, já havia recebido ligações de tudo quanto é gente procurando-me, e com a maior cara larga apenas menti, dizendo que já estava em casa.

Dei uns pouco passos em direção a avenida principal, onde após uns cinco quarteirões estava minha casinha. Eu estava extremamente cansada e com a mente mais confusa e pertubada, que antes, porém não tinha a quem recorrer.

Senti uma tontura tomar conta de meu corpo, oscilei. Tentei manter a mente clara, mas a escuridão se apossava rapidamente de minha parte racional e logo senti, que o controle de meu corpo, já não mais me pertencia.

Fui ao chão, entretanto alguem com distintos olhos azuis segurou-me antes de meu encontro doloroso com a calçada de pedra. O ser me acomoudou em seus braços, só então me senti segura e deixei minha mente vagar por planos desconhecidos.

– Ikuto ....

......

Era meu primeiro dia de aula. Eu segurava nervosamente uma curta fita vermelha, uma companheira desde os dois anos, e a torcia a espera da chamada da professora.

–Pode entrar, querida – Aimi, uma senhora com um amavel sorriso e também minha nova professora, me chamou.

Enlaçei rapidamente a fita em volta de meu pescoço, como um colar e entrei decidida na sala. Admito, que apesar da atitude despreocupada meu interior se contorcia de vergonha a procura de um lugar para eu enfiar a cabeça, mas como sempre não era assim que o mundo funcionava. Eu tinha que encarar aqueles que eu temia, senão sucumbiria para sempre, isso era algo que eu havia aprendido com minha família.

–Apresente-se, por favor.

Respirei fundo, tentando manter a voz firme, sem qualquer indicio do medo e intimidação, que lutavam para me dominar.

“Meu nome é Hinamori Amu, tenho 11 anos, venho de algum lugar, algo que realmente não é do interesse de vocês”

Apesar das palavras, que passaram em minha mente, não serem verdadeiramente ‘amistosas’ e mostrarem um pouco mais de minha personalidade um tanto quanto revoltante, não consegui pronuncia-las. Apenas fiz um pequeno gesto com a cabeça e sussurei um incomodo “Prazer”

–Hum... A nossa nova colega chama-se Hinamori Amu... – A professora sem saber como reagir a minha incomum e insensível apresentação, pigarreou e continuou a falar, tentando apaziguar o ocorrido – Ela é nova na cidade, pontanto deve estar se sentindo meio deslocada, então a tratem bem e a ajudem nesse ano.

Sem esperar ela mandar, fui para o unico lugar vago na sala. E logo que sentei pude sentir os fortes olhares sobre mim: talvez devido a minha imcomun apresentação ou a meus cabelos rosas, que sempre acabavam levando a pessoas a reagirem de tal forma: surpresos.

Esse pequeno episódio foi logo esquecido, porém as atenções sobre mim ainda não havia diminuído, piorou, isso sim. Na hora do intervalo por onde quer que eu passava, as pessoas me olhavam, se espremiam entre si apenas para observar a “novata”.

Continuei a agir de forma impertubada, mesmo com minha situação emocional sendo totalmente o oposto. E sem aguentar mais a grande pressão e os diversos olhares, fui para o jardim da escola, um lugar livre para todos os estudantes, mas também incomumente calmo.

Sentei as raizes de um uma antiga cerejeira e fiquei ali observando a interaçãos entre os estudantes da escola. Num determinado momento vi uma menina, não uma menina comum; Não! Comum não é uma palavras, que eu posso utilizar para descreve-la... Ela era... radiante. Uma pessoa que nasceu para brilhar, com uma beleza acima da média.

Ela tinha longos cabelos loiros, para ser mais precisa, seu cabelo era imenso e sedoso (O inveja!), com grandes olhos azuis pendendo para o violeta e feições delicadas, não tendo aindo um corpo bem desenvolvido, algo comum com meninas de minha idade. Mas só por sua aparencia facial eu tinha certeza , que no futuro ela sera um tipo de Miss Universo.

Percebi que a mesma vinha em minha direção, com uma expressão séria no rosto. Continuei sentanda, fingindo que não havia visto sua súbita aproximação.

–Ei! Você! – Ela praticamente gritou ao meu lado.

Olhei desinteressada para ela, não deixando-a perceber a imensa curiosidade em meus olhos.

–Sim? – Falei baixo, obrigando-a a ficar a minha frente.

–Qual é a do seu cabelo rosa? – Ela perguntou irritada.

–Qual é o do seu cabelo imenso e loiro? – Revidei com o mesmo tom.

–Você é estranha – Disse ao acaso.

–Você também é estranha – Falei dando de ombros.

Ficamos nos olhando por um longo tempo, mas nenhuma falou mais nada, ela sentou-se ao meu lado e ali ficou, silenciosa. E ao toque do sinal apenas nos lenvantamos sem nos olhar, cada uma indo para sua distinta sala.

Após o outro estranho episódio em meu primeiro dia de aula, nada mais ocorreu. Sentei em minha carteira e passei o resto da aula tentando ignoras os ‘olhares’.

Ao final do período, esperei a sala se esvaziar para eu poder ir calmamente até a saída. Ao chegar na mesma, vi a estranha menina escorada no portão, batendo continuamente o pé no chão, como se a espera de alguem. E ao ver minha figura na entrada, ela correu em minha direção, entregou-me um pequeno papelzinho e foi embora em um grande e luxuoso carro preto.

Fiquei atónita com aquilo, porém minha surpresa inicial logo passou ao ler as poucas palavras no bilhete. Sorri com aquilo, que apesar de estranho era singularmente reconfortante e animador.

Quer ser minha amiga, menina de cabelos rosas?

Ass: Utau, menina de cabelos longos e loiros.

.....

–Sim, eu quero ser sua amiga! – Falei enquanto me mexia incomodada.

–Hum... Você quer ser minha amiga? – Uma voz rouca se pronunciou perto de mim, fazendo me sentir uma quente respiração em meu rosto.

Me mexi e logo percebi, que aquilo havia sido apenas uma recordação, o dia em que eu e Utau haviamos nos tornado amigas. Mas esquecendo isso...

“Onde estou?! E de quem é essa voz?!”

Abri um pouco os olhos e vi claramente dois grandes e intensos olhos azuis me fitando a pouco mais de 10 centimentos de meu rosto. Respirei fundo e... fiz a primeira coisa, que me veio a mente... dei um golpe baixo.

–AHHHH! – Gritei após meu ataque surpresa e levantei de subito da cama – Idiota! Por que estou aqui?

Vi Ikuto, sim eu o havia reconhecido antes de golpea-lo, se contorcer e com um expressão dolorida no rosto me olhou.

–Você não fazia isso quando era menor... – Ele choramingou um pouco fazendo-me senti uma pequena pontada de culpa, mas apenas um pouquinho.

–Então, explique-se!

–Eu te trouxe aqui em casa porque você estava com febre, desmaiou no meio da rua – Ele suspirou se lembrando – Se eu não estivesse lá não quero nem pensar no que poderia ter ocorrido com você.

–Ops! Já que foi assim, acho que te devo um obrigada... – Me recusava a ter que falar uma unica palavras de agradecimento a esse inutil, mas como no caso eu fui a estupida e ele me ajudou.... – É ... Muito o... Obri...Obriga...ga...ga...ga

Tentei desentalar aquela palavra, mas estava difícil.

–Ok! Se você não quer falar obrigada tudo bem. Eu não exigirei nada, já que ganhei uma coisa com isso!

Lancei meu melhor olhar de suspeita contra ele, esperando algo que me incomodasse e como sempre, logo veio.

–Eu pude dormir abraçadinho da Amu-koi, igual aos velhos tempos – Senti o sangue subir para minhas bochechas – E saiba que você continua com aquele péssimo habito de puxar o coberto, eu quase passei frio h...

–SEU PERVERTIDO!!!! – Tentei me acalmar e voltar a respirar regularmente – Acho que é bom eu ir embora, antes que eu faço algo do qual eu vá me arrepender pelo resto de minha vida.

Tentei desamassar meu lindo vestidinho e peguei meu all star, colocando-o de qual quer jeito no pé. Em cima de uma comoda avistei minha bolsa, peguei-a.

–Amu, você quer realmente continuar com esse desafio? – Ikuto me perguntou ainda deitando na cama.

Parei ao ouvir aquela estranha pergunta.

–Você esta bem? – Falei pausadamente devido ao choque – Bebeu alguma coisa?

Ele continuou a me fitar sério.

–Não, eu estou muito bem por sinal. Eu apenas não quero que você se sinta forçada a ter alguma coisa com aquele Mori-não-sei-das-quantas...

Encarei-o incredula, e não resistindo a oportunidade me aproximei- do mesmo e sussurei:

–Esta com ciúmes? – Zombei, achando graça do caminho que nossa conversinha estava tomando.

Parei de rir ao ver que sua face continuava séria e o silêncio se prolongava.

–Não brinque comigo, Ikuto! Você sabe muito bem, que não gosto disso! – Falei me levantando.

Antes que eu pudesse me afastar ele segurou meu braço e me puxou para a cama. Senti meu coração bater mais rapido com aquele movimento e tentei virar o rosto para não ter, que encara-lo.

–Eu não estou brincando Amu – Eu nunca ouvira sua voz soar de forma tão firme, tão íntegra... – Eu estou, sim, com ciúmes e quero conversar com você sobre isso.

Senti o desespero e a incerteza tomarem conta de minha mente, mantendo o fino e imaculado fio de esperança vivo desde meus 13 anos, encoberto.

–Não! Não! Não! Não! Nós não temos nada para conversar! – Tentei soltar sua mão, que segurava firmemente meu braço, porém era uma atitude em vão.

–Temos sim, eu só vim a perceber recentemente o que era esse sentimento incomodo, que sempre me confundia e me fazia ter pensamentos absurdos – Ele passou os braços ao meu redor, num tipo de abraço, que em outros momentos seria mais do que bem vindo, porém agora me provocava uma série de medo, receios – Amu, eu estou gostando de....

Interompi-o não querendo escutar aquela frase. Não! Ele não podia fazer isso comigo, depois de tanto tempo....

– Não! Cale a boca! Eu não quero ouvir nada vindo de você! Vamos voltar a ser aqueles bons amigos de sempre! – Cheguei a implorar, contra seu peito.

–Desculpe-me Amu-koi, mas acho que não podemos continuar a ser apenas amigos – Senti as lagrimas começarem a se acumularem em meu rosto, com diversas lembraças – Eu quero esclarecer tudo!

–Não! É bem simples o que ocorreu: eu me declarei para você, pode não ter sido diretamente, mas mesmo assim eu me declarei e o que você fez? – Fiz a pergunta retorica entre lagrima – Você rasgou tudo.

–Deixe eu me explicar!

–Não! Você sabia de meus sentimentos – Ele não negou – E mesmo assim pisou neles! Ridicularizou e menosprezou-os! Agora não venha querer da para trás!

Pensei que com aquelas últimas palavras ele fosse me deixar ir, no entanto seus braços continuavam firmemente ao meu redor.

–Eu sei, que não vale de nada, mas me desculpe – Seu rosto se aproximou do meu, transformando tudo num filme em câmera lenta.

Ele encostou sua testa na minha, para então falar “Eu gosto de você” e em meio a minha visão embaçada, pela lagrimas, apenas senti seu labios pressionarem os meus. Assim nos beijamos, um beijo diferente.... Um beijo salgado, um tanto agridoce .


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Notas finais do capítulo

Esse é um dos meus capitulos preferidos...



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