Influence escrita por jbs313, ArthurLenz


Capítulo 18
Lamb To The Slaughter Parte II




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Eu acordei antes do sol sentindo náuseas fortes. O corpo dela estava envolto ao meu, a combinação de calças de flanela do pijama e dos lençóis térmicos me deu calor. Eu abafei um gemido em seus travesseiros fofos e me movi o mais suavemente possível para sai de debaixo de suas mãos que estavam me apertando desesperadamente. Eu sempre pensei que, quando dormia, seus músculos relaxavam. Santana era ao contrário, tudo ao que ela se agarrava durante o sono era basicamente impossível tirar dela.

Ela resmungou em seu sono, mas não acordou, rolando para longe de mim e se encolhendo em uma bola apertada para compensar a súbita falta de calor. Eu rastejei silenciosamente a minha bolsa, retirei o frasco escondido, e fechei a porta do banheiro atrás de mim. Sentei-me na tampa do vaso sanitário fechada, apertando a garrafa entre os joelhos para obter uma aderência melhor, e, finalmente, abri a tampa soltando depois um grunhido semelhante ao de uma criança desesperada. Metade do conteúdo caiu no chão quando eu despejei sobre a minha mão e eu xinguei em silencio, olhando para porta para ver se havia algum sinal da presença de Santana. Não havia nada, além do som da minha respiração forte e frenética em meus ouvidos. Juntei minhas pílulas caídas, colocando duas nos lábios enquanto lutava para conseguir fechar o frasco. Eu choraminguei com raiva, como uma criança incapaz de conseguir o que quer, antes de parar, respirar lenta e profundamente, e expirar. Eu contei regressivamente de 10 á 0 para me acalmar, e tentei fazer minhas mãos pararem de tremer.

Quando cheguei à zero, eu ainda tinha uma paralisia leve no meu lado direito, mas eu não estava mais o desesperada como antes. O frasco se fechou com mais facilidade, e a corrida ensurdecedora de sangue através dos meus ouvidos já tinha parado. Eu deixei os dois comprimidos que eu estava segurando em meus dentes entrar em minha boca e os engoli á seco. Em vez disso eu me encostei-me à parede atrás da privada, respirando. Eu queria que a dor incômoda que se espalhou através de meu corpo diminuísse. Senti-me como se tivesse sido atropelada por um carro. Nada estava aparentemente errado, mas minhas terminações nervosas vibravam com a dor e os meus músculos doíam em contratação em si mesmos. Eu tinha certeza de que os meus ossos eram tão frágeis como galhos secos, prontos para quebrar com o movimento errado. Meu corpo estava coberto por uma fina camada de suor e meu cabelo estava grudando na minha testa. Entre isso e meu corpo dolorido, tudo que eu queria era um banho quente. Ela estava tão perto, e eu sabia que havia a possibilidade de acordá-la. Isso já havia chegado em um momento em que eu não me importava mais.

Eu tropecei sem jeito para o Box onde se encontrava o chuveiro, esse o qual era tão grande que poderia ser maior que meu quarto. A água levou apenas alguns segundos para mudar de fria para escaldante, eu me sentei no chão, deixando-a queimar minha pele e relaxar os músculos.

Eu não ouvi ela bater na porta da primeira vez, e a batida calma tornou-se frenética batendo logo depois. Eu não tinha energia para abrir a porta, então dei um grito fraco para deixá-la saber que não estava trancada. Eu estava contente com isso, porque isso significava que eu não tinha que deixar o calor do chuveiro.

Ela abriu a porta do box, sem demonstrar qualquer sinal de vergonha por minha nudez. Eu percebi que tínhamos visto tanto uma a outra nua que tanto fazia nua quanto vestida. Eu não conseguia me lembrar da última vez que eu corei quando ela me viu sem roupa, mas em compensação tinha dias em que eu mal conseguia olhar nos olhos dela com o uniforme Cheerio.

"Brittany, o que diabos está acontecendo?" Ela olhou para mim, depois de ter aberto a porta do box, e viu como eu estava enrolada em uma posição fetal no chão. "Você está bem? São quatro da manhã."

"Não me sinto bem", eu murmurei sobre a queda de água. "Feche a porta, está frio".

Eu esperava que ela fosse xingar e me deixar sozinha. Em vez disso, Santana hesitou apenas um segundo antes de tirar seu pijama, camiseta e calcinha e entrar no box. Ela sentou-se de costas contra a parede e puxou minha cabeça em seu colo. Ela se abaixou para beijar meu cabelo molhado, escovando-o fora do meu rosto e indo pegar seu xampu. As mãos dela fizeram um rápido trabalho esfregando meu couro cabeludo, massageando suavemente minhas têmporas e pescoço, fazendo-me gemer. Não havia nada de sexual sobre isso, mas eu me senti mais vulnerável naquele momento do que eu já tinha me sentido enquanto estávamos fazendo sexo.

Santana trabalhou silenciosamente, me puxando para baixo do chuveiro para enxaguar o xampu do meu cabelo, cobrindo meus olhos para que a água cheia de tal não entrasse em meus olhos. Em seguida, ela pegou um sabonete de lavanda e começou a esfregá-lo sobre meus ombros, movendo-se lentamente ao longo de meus braços, então minhas costas e pernas. Finalmente, ela segurou o sabonete para mim sem dizer uma palavra, oferecendo-me para me lavar nas minhas áreas mais íntimas. Ela foi, se este é o termo apropriado, um perfeito cavalheiro. Eu recusei o sabão, assim ela fez isso sozinha, carinhosamente, demorando mais tempo do que ela precisava, e fez mais uma vez antes de enxaguar-me.

Ela me puxou plenamente em seu colo, segurando-me o peito e permitindo que a água  corresse morna antes de desligá-la e ajudar a me levantar. Uma toalha indescritivelmente fofa estava enrolada em torno dos meus ombros e enxugou-me, mais uma vez, fazendo uma pausa para ver se eu iria cuidar de mim mesma. Mais uma vez, eu não aceitei. Ela me trouxe de volta para a cama, e a única coisa que me mantinha a distancia de um colapso era a mão firme nas minhas costas. Ela me deitou na cama, retirando a toalha de meu corpo e usando-a para enxugar meus cabelos logo depois a jogando de lado. Lembrei-me de ter estado em uma posição semelhante - nua, sem vida, sentada na beira de uma cama - não muito tempo atrás. Era uma estranha sensação de déjà vu, considerando como eu estava cansada. As pílulas tinham feito sua mágica rapidamente, e quando ela deitou na cama ao meu lado, me puxando para o peito, eu não senti nada, além de uma necessidade de dormir.

Eu estava flutuando rapidamente no escuro. Senti meu corpo afrouxar, e minha respiração se acalmar, mas eu ainda estava em um estado de semi-consciência. A cama flutuava a alguns metros do chão, balançando como um berço, balançando-me. No silêncio, os lábios fantasmas de Santana estavam em volta do meu pescoço com cautela, testando para ver se eu estava acordada. Eu não me movi, e ela deixou que eles permanecessem em minha espinha.

"Você não tem ideia do quanto você me assusta", ela sussurrou.

Meus lábios não formam as palavras que eu tinha formado mentalmente e esperava que saísse garganta a fora, por isso estava ali, esperando que ela pudesse ler meus pensamento: Você também me assusta. Mas tudo bem.

A o outro lado da cama estava vazio quando acordei com luz filtrada através de cortinas de renda translúcidas. Eu não tinha ideia de que horas eram, mas com base em quão alto o sol estava no céu, já era tarde.

Eu rolei para o meu lado, segurando minha cabeça girando e esfregando os olhos antes de procurar por Santana. Ela estava longe de ser encontrada. Eu estava com uma dor leve no ombro causado pela noite passada. Vesti-me e verifiquei meu cabelo no espelho do banheiro, apenas para encontrar o meu frasco de comprimidos visivelmente na parte de trás do vaso sanitário. Peguei-o, guardando com segurança e depois me afastando com um nó no estômago antes de descer devagar as escadas para criados até a cozinha.

"San?" Eu chamei, não vendo ninguém lá, no balcão estava um prato com restos de um café da manhã. "San, você está aqui?"

Eu dobrava a esquina para a sala, onde mais uma vez eu fui confrontado pelo retrato da família Lopez. Olhei para ele e, de Martin diretamente para baixo, de repente, desesperada para encontrar Santana para me livrar dos olhares fortes.

"Santana?" Eu serpenteava pelo corredor principal da sala de estar. Havia quartos, no final, à direita, e à esquerda estava a biblioteca de estudo do Dr. Lopez. Normalmente, a porta estava fechada, mas desta vez tinha eu feixe de luz saindo da porta que iluminava o corredor escuro .

"Santana?"

Eu abri a porta e a vista sentada na cadeira de couro de seu pai atrás de sua mesa igualmente enorme. Ele era um homem imponente de altura, e na cadeira, com rebites de latão refletia isso. Ela parecia uma criança, menor em relação ao tamanho da cadeira. Ela estava passando os dedos sobre um conjunto de canetas, passando de uma para a outra, como se quisesse memorizá-las, mas com uma expressão de desespero no rosto. Quando ela ouviu o rangido da porta, ela olhou para cima.

"Aí está", disse ela, corrigindo seu rosto e sorrindo. "Você dormiu bem?"

Eu balancei a cabeça, virando o tapete persa no chão. "É. Me sinto bem melhor. Você poderia ter me acordado mais cedo, no entanto. Que horas são?"

"Uma e meia", respondeu ela, levantando e vindo em minha direção para tomar minha mão e me guiar sala a fora. Ao longo do caminho, ela parou para ajustar uma pilha de livros que eu esbarrei sem perceber, certificando-se que eles estavam perfeitamente posicionados. Ela fechou a porta atrás de nós e levou-me de volta pelo corredor, passando pela sala de estar, e através da cozinha a um conjunto de escadas que levam para o porão. Lá, eu vi onde todas as decorações natalinas eram escondidas.

Era como se o Polo Norte tivesse despejado um presépio inteiro no porão, que agora era “O Lugar Do Natal”, mas de alguma forma ele ainda era bonito. Havia uma pequena árvore no canto ao lado de uma televisão de tela plana gigante, que estava tão cheia de coisas que balançou quando entramos.

"Você gostou?”, perguntou ela, sentando-se em o que parecia ser um sofá mais confortável da casa. "Eu sei que a árvore é pequena, mas é o que eu pude trazer, então eu imaginei"

"É lindo, San," eu disse a interrompendo e indo a sua direção para tirar da mão dela. Eu percebi rapidamente que ela tinha feito todo esse trabalho sozinha. "A árvore é perfeita."

"Você acha?" ela perguntou, parecendo insegura. " Aqui não é o lugar certo para ela ficar, mas não se encaixa no resto da casa."

"É por isso que é perfeito", retruquei, inclinando a cabeça contra seu ombro e admirando todo o trabalho que tinha feito. "Ei... esta manhã..."

Sua mão apertou a minha e ela estendeu-se para tirar minha franja dos olhos. "Não se preocupe com isso", ela respirou, mas eu podia ouvir um tom de preocupação. "Eu estou aqui."

"Eu sei," Eu balancei a cabeça, separando nossas mãos por um momento para vincular nossos braços, então imediatamente religuei meus dedos nos dela. "Mas você não tinha que fazer tudo o que você fez... no chuveiro. Eu estava bem."

"Se estava tudo bem, então eu não quero nem ver quando estiver mal", ela respondeu, olhando para as luzes piscando na árvore. "Eu fiz o que precisava fazer, isso é tudo, certo?"

"Tudo bem." Deixei o assunto cair, já que não podia dizer o que ela queria ouvir. "Onde estão seus pais?"

"Papai está trabalhando", disse ela com um rolar de olhos. "Ele vai estar de volta para o jantar. Minha mãe foi para o seu grupo de apoio. Que eu nem sabia que tinham reuniões sobre o Natal."

"Parece que esse é o primeiro dia do ano que eles mais precisam", eu respondi. "Como ela está?"

Santana foi crescendo progressivamente mais tensa ao meu lado, e eu sabia que estava me aproximando de um território perigoso.

"Ela esta bem, eu acho", disse ela depois de uma batida. "Melhor do que no Natal passado, mas ela ainda está mantendo a vigília."

"O que seria uma viagem para a casa Lopez sem uma vigília à luz de velas?" Eu brinquei, tentando quebrar a tensão, mas ela apenas deu de ombros.

"Eu gostaria de poder voltar para casa que três horas de orações noturnas e velas não eram obrigatórios. Eu daria qualquer coisa só para os meus pais gritarem um com o outro e pedissem divórcio como um casal normal.”

"Não é tão bom quanto parece," Eu respondi, cutucando ela. "Olhe para mim, sozinha no Natal."

"Caso você não tenha notado, se você não estivesse aqui eu também estaria sozinha."

Eu balancei a cabeça, mentalmente observando que fazia muito sentido. "É. Notei."

Uma porta bateu no andar de cima e Santana pulou, tirando seu braço do meu e saltando de pé.

"Mija?" Uma voz flutuava para a baixo das escadas, o som de idade persistente na garganta do falante. "Mija, venha me ajudar com o jantar. Seu pai vai estar em casa em breve."

Olhei para Santana, que estava olhando para os degraus como se fossem objetos estranhos. Seu corpo estava rígido e seus dedos se enroscaram em bolas apertadas.

"Vamos lá", disse ela do patamar inferior. "Temos um jantar para fazer."

A mulher grisalha na cozinha foi surpreendida quando outra pessoa se juntou a ela e sua filha no balcão um momento depois.

"Oh, Brittany", observou ela, com a voz grossa e com desdém. "Santana não mencionou que estava aqui hoje".

"Ela passou a noite, Mami," Santana disse baixo, quase submissa. "Lembra? Eu fui busca-la na noite passada"

"Mas você foi para o culto da manhã, sí?" Sra. Lopez perguntou como se tivesse esquecido que a filha não estava com eles na noite anterior. O tom da mulher mais velha era tanto desesperado quanto irritado.

"É claro, Mami", respondeu Santana, subjugada. Então é por isso que ela levantou mais cedo. "Eu disse oi para o pai de Michael e deixei uma contribuição. Não se preocupe, eu orei por ele também."

Lá estava. A menção que eu estava esperando. Tão fugaz e, finalmente, vaga o suficiente para que qualquer pessoa de fora que ouvisse não entendesse, mas eu entendi.

Martin.

Sra. Lopez assentiu, e voltou a cortar o aipo. Santana pegou uma cebola e entregou-me um tomate, e fizemos nossas tarefas em silencio, cortar e picar.

É difícil descrever uma atmosfera como a da família Lopez, além de dizer que não tinha atmosfera. Quando Santana e sua mãe estava no mesmo cômodo, elas poderiam muito bem estar a quilômetros de distancia uma da outra. Eles trabalharam continuamente em torno de si, a preparação de diferentes partes da mesma refeição sem jamais reconhecer a outra ou no seu local de produção. Era uma dança bem ensaiada, os dois lados sabiam o que fazer e quando fazer, ignorando totalmente a outra parte.

As coisas não estavam frias entre elas. Isto exigia que tivesse pelo menos um sentimento positivo o negativo para que acontecesse. Era óbvio que nenhuma das duas se importava com a presença da outra. Foi o melhor show da indiferença que eu já tinha visto, e eu percebi o quão parecida Santana e sua mãe realmente eram.

Os pais de Santana eram mais velhos que os da maioria, provavelmente de 10 a 15 anos mais velhos que minha mãe, que ficou grávida de mim muito cedo, quando ainda era propriamente uma criança. A Sra. Lopez já estava totalmente grisalha. Ela não tinha chegado - ou necessidade – de uma cirurgia plástica, e sua semelhança com Santana era perceptível em cada característica, até a sua cara de concentração.

Enquanto elas faziam suas tarefas, eu assistia como se estivesse assistindo um jogo. Santana me daria pequenas coisas para fazer: cortar isso, lavar aquilo. Mas ela nunca disse uma palavra à sua mãe. Eu estava me sentindo sufocada, como se duas paredes de espinhos estivesse se fechando contra mim. Eu criei tanta tensão, Santana também percebeu isso e me deu uma tigela de molho para que eu levasse a mesa. Eu sabia que era apenas para me manter longe do veneno de seu desinteresse súbito.

Eu estava surpresa pela fato dela ter me confiado a tarefa de carregar uma peça de porcelana fina e cara, considerando a minha tendência para quebrar as coisas, mas eu coloquei tudo cuidadosamente na mesa enquanto o silencio na cozinha continuava o mesmo.Estava escurecendo mais cedo, por volta das 5 horas da tarde o sol já tinha se posto e eu fiquei a me perguntar quanto tempo mais duraria aquele momento mãe e filha.

Santana entrou na sala de jantar e arrumou a mesa, ajustando taças e guardanapos com experiência militar até que tudo estivesse definido de acordo com as instruções da Senhorita Manners. Eu podia ver que, à medida que crescia, ela buscava mais apreensivamente pela aprovação de seu pai. Eu fui atrás dela enquanto ela se fixa nos talheres na cabeceira da mesa de mogno longa, envolvendo meus braços em torno dela, querendo acalmá-la.

Mas com o meu toque ela girou tão rápido que ela derrubou a cadeira pesada de madeira e empurrou-me para trás de forma abrupta. Eu tropecei na em dei de costas com a parede fazendo com que o lustre tremesse. Seus olhos eram tão grandes que eu poderia ver com intensidade, e ela apertou a mão ao peito para retardar seu próprio coração.

"O que foi isso?" sua mãe perguntou da cozinha. "Você não quebrou nada, não é?"

Santana não tirou os olhos dos meus, nem o pânico, mas a voz dela era tão firme que eu pensei que tinha vindo de outra pessoa. "Não Mami", ela voltou. "Brittany caiu. Ela está bem."

"Fale para ela tomar mais cuidado, não quero nada meu quebrado.", foi uma resposta indigna, e eu torceu não me contentei com nenhuma das duas.

"Eu sinto muito", ela sussurrou no silêncio, vindo a mim, mas eu coloquei minha mão para cima e balancei a cabeça. Eu ainda estava me recuperando do golpe. Eu precisava de um minuto.

Ela deu um passo para trás quando sua mãe entrou na sala carregando uma bandeja de hors d'oeuvres. Ela mordeu o lábio inferior, observando eu me curvar tentando recuperar o fôlego.

"Ela está bem?" Sra. Lopez perguntou, olhando-me com cautela. "Parece que ela ficando doente." Sua preocupação não era por mim, mas sim pelo tapete caro sob meus pés.

"Eu estou bem", eu respondi, tentando cortar o meu tom irritado com gratidão e evitar que o meu ressentimento se mostrasse completamente. "Obrigada, Sra. Lopez."

Ela assentiu com a cabeça bruscamente e voltou para a cozinha, a porta rangendo e balançando atrás dela. Santana esperou até ouvir a moagem de um processador de alimentos para correr pro meu lado.

"Eu sinto muito", ela sussurrou, puxando-me de pé. "Você me assustou. Você não pode... não  aqui. Nem quando eles estiverem por perto."

Ela lançou um olhar em pânico para a cozinha, onde o processador de alimentos parou de repente. Suas mãos tremiam contra meus braços e eu empurrei-a de volta, compreendendo.

"Melhor não ficar muito perto," eu disse suavemente, e ela começou a respirar novamente, consegui o que eu estava tentando fazer: ajudá-la.

Santana virou ao som de outra porta se fechar, e o bater de pés pesados no tapete da porta da frente. "Ele está em casa."

Não era como se eu nunca tivesse encontrado o Dr. Lopez antes dessa noite, mas sempre mantive uma distância confortável entre eles e sua filha, assim como seus amigos. Eles eram educados até certo ponto, depois eles desistiam dessa parte e iam para o lado que os interessava. Tendo estado perto deles por 8 longos anos, essa parte já havia a muito sido esquecida, e Dr. Lopez foi o primeiro a me deixar a par da situação.

"Maria, eu estou morrendo de fome", ele disse quando ele retumbou através do hall de entrada e na sala de estar, antes de parar rapidamente quando viu nós duas na sala de estar de jantar. "Ah. Companhia."

Santana engoliu em seco e baixou os olhos, dando um passo em direção a seu pai. "Bem-vindo a casa, pai,", disse ela timidamente, de pé na ponta dos pés para beijar a bochecha Dr. Lopez. "Brittany vai ficar conosco para o jantar, se você não se importa."

Ele olhou para mim, seus olhos se estreitaram da mesma forma que Santana fazia. Mas quando ele olhava uma onda de terror subia por minha garganta. "Eu acho que não tenho outra escolha", disse ele bruscamente, deixando cair sua pasta nos braços de Santana e tirando o casaco branco que ele ainda usava. Ela pegou os dois, acenando com a cabeça para que eu a seguisse quando ela correu pelo corredor para depositar os itens no escritório de seu pai.

As mãos de Santana estavam molhadas de suor e ela as limpou em sua calça. Eu não sabia o que fazer para acalmá-la, ainda estava paralisada pelo fato de como ela agira por ter sido tocada de forma inocente em sua própria casa.

"Tudo o que você tem que fazer", advertiu, em sussurro abafado. "Não fale a menos que seja direcionado a você. Não mencione Martin. E não olhe o meu pai nos olhos."

"Diga-me o que você precisa San," eu perguntei, estendendo a mão para tocá-la, em seguida, puxando para trás rapidamente quando ela recuou em terror. "Eu posso ir, se isso torna as coisas mais fáceis."

A cintilação em seus olhos antes de ela balançou a cabeça me disse que ela quase disse sim, eu deveria ir, mas havia algo muito mais presciente no fato de que, depois que eu me ofereci para sair, ela pegou as minhas mãos nas dela.

"Você não pode ir", respondeu ela, com os olhos deslocando para trás e para frente entre a porta e eu. "Eu preciso de você. Deus, eu acho que nunca precisei tanto de você quanto preciso agora."

Ela estava petrificada. Provavelmente devido ao fato de que eu estava lá, e que seus pais iriam se sentar para uma refeição comigo pela primeira vez em oito anos. Ou talvez porque ela realmente tinha medo deles. A coisa mais horrível sobre tudo isso era o sentido absolutamente de impotência que exalava de Santana; uma emoção que ela não era rápida em revelar.

Eu apertei suas mãos fortemente, apenas uma vez, e me afastei. Não adianta tentar o destino. "Vamos," eu sugeri, dando um passo em direção à porta do escritório. "Eles vão saber onde estamos."

Ela soltou um suspiro pequeno, mostrando que ela era cética quanto a isso, e me seguiu de volta para a sala de jantar, onde a Sra. Lopez estava colocando um peru e acompanhamentos diversos: arroz espanhol, Mole con pollo, salada de milho. Todas nós tivemos uma contribuição no preparo do jantar, mas quando o Dr. Lopez finalmente tomou seu lugar na cabeceira da mesa, ele elogiou apenas sua mulher. Santana não fez nenhum movimento para corrigi-lo, em vez disso ela manteve seus olhos em um prato vazio.

"Abençoa-nos, ó Senhor", começou a mãe, inclinando a cabeça para a oração segurando fortemente um rosário que estava em seu punho entre as mãos, e eu imitava sua ação. "E estes, os teus dons, que estamos prestes a receber de vossa generosidade, através de Cristo nosso Senhor, Amém".

Os pratos de comida foram distribuídos pela mesa em silêncio absoluto. Eu mantive minha cabeça baixa, olhando para Santana, ocasionalmente, só para vê-la empurrando a comida de um lado do seu prato para o outro na tentativa de fazer parecer que ela estava comendo alguma coisa.

"Santana, coma sua comida", seu pai mandou. "Pare de brincar com ela. Sua mãe fez seus pratos favoritos favoritos."

Ela balançou a cabeça e suspirou, murmurando algo imperceptível sob sua respiração.

"Como é?" Dr. Lopez se enfureceu. "Se você tem algo a dizer, você diz isso claramente. Nenhum filho meu fica murmurando, se vai dizer diga em alto e bom som."

"Eu disse: 'Eles não são os meus favoritos", repetiu um pouco mais alto, ainda sem levantar a cabeça. "São os de Martin".

A menção do nome - a palavra proibida que eu aprendi a não repetir – fez com que sua mãe começasse a chorar baixo do outro lado da mesa. A mulher mais velha se levantou e saiu, acendendo as velas religiosas em torno de imagem de seu filho.

"Porra", seu pai xingou, batendo a mão na mesa. "Maria volte para a mesa, agora. Nós não somos pagãos. Nós não deixamos a mesa antes que o jantar termine."

A mãe hesitou. Seu primeiro erro.

"Eu disse agora!"

Ela apertou dois dedos no vidro e correu de volta para o seu lugar, limpando as lágrimas de seus olhos.

"Você vai se sentar nesta mesa como um ser humano civilizado, e parar de chorar," ele sussurrou, apontando um dedo hábil para a esposa. "Ele não se alistou para que sua mãe ficasse chorando por ele cada segundo do dia. Ele é um herói, e um dia ele vai voltar. E quando ele voltar você com certeza não vai desrespeitar esse menino com suas lágrimas. "

Martin, no entanto, já não era um menino. Ele estava se aproximando de 30 agora, seu primeiro e único filho. Seu orgulho e alegria. Um médico, assim como seu pai. Santana nunca tinha sido parte de seu plano. Mas Deus dá e Deus tira. Ele levou seu filho embora para o Afeganistão, mas antes deixou um prêmio de consolação. A menina com defeitos que não foi desejada, em primeiro lugar.

Eles disseram-lhe, no dia em que ele se alistou quatro anos antes. Martin, por sua própria vontade, não tinha voltado para casa desde então.

Eu procurei em seu rosto por algum sinal de emoção. Ele permaneceu em branco, e ela continuou a empurrar o alimento ao redor de seu prato. Ela se afundou em sua cadeira, tentando desaparecer em si mesma, como se ela pudesse escapar dos olhares de desaprovação que ela estava recebendo de ambos os lados da mesa.

"Você tinha que dizer alguma coisa", o pai cuspiu. "Nós estávamos tendo uma refeição perfeitamente agradável antes que você aborrecê-la." Ele apontou o dedo para a Sra. Lopez e ela estremeceu reflexivamente.

"Eu sinto muito", Santana murmurou, cruzando as mãos no colo.

"Agora que você se arrepende?!", o Dr. Lopez continuou, ignorando a minha presença e direcionando sua ira para sua filha. "Seu irmão está lutando em uma guerra, cuidando dos soldados feridos que mantém esse país seguro. Que você está fazendo? Pulando em uma saia de torcida curta. Participando de um clube glee. Onde estão suas atividades extracurriculares? Seu irmão era presidente do grêmio estudantil, capitão do time de futebol, um ministro da juventude e ainda encontrou tempo para as provas de classe avançada. Você está perdendo o dom que Deus lhe deu, Santana. Desperdiçando. Idiota, idiota, idiota ".

Nesse momento ele olhou para mim, desafiando-me a dizer uma palavra. Minha boca abriu para protestar quando vi a mandíbula de Santana se apertar tentando se manter imóvel. O olhar me silenciou e eu me sentei na minha cadeira, olhando para o médico. Eu evitava o contato visual direto. Ele fez o mesmo comigo, me avaliando e deixando escapar uma risadinha irônica.

"Pierdes El Tiempo con ella, también", disse ele à Santana em Espanhol, empurrando uma garfada de peru na boca e falando enquanto mastigava. "¿Não puedes encontrar um AMIGO más Inteligentes?"

Eu não entendi o que ele estava dizendo, mas era óbvio que Santana entendia. Ela cerrou os punhos em seu guardanapo e cerrou os dentes com raiva.

Ele deu outra mordida e estalou os lábios, mastigando a carne antes de lhe lançar outro olhar. Eu deduzi que ele estava fazendo um comentário sobre mim, mascarando-o por trás da linguagem que ele sabia que eu não entendia. "Puedes Mejora".

"Para!".

A sala congelou, e seu pai ergueu a cabeça lentamente, como se ele não tinha certeza do que ele acabara de ouvir. Ele olhou para Santana, com os olhos em fendas, e colocar o garfo cuidadosamente sobre a mesa. "O que você disse?"

"Eu disse, 'Para'." Ela estava chorando, lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto ela colocava as mãos sobre a mesa e olhou para mim, o desespero em seus olhos. “ pode falar o que quiser de mim, mas não sobre Brittany."

Ele estava falando sobre mim. Algo ofensivo o suficiente para força-la a interromper, o que significava ... Bem, eu não sabia o que isso significava.

"Esta é a minha casa, e eu vou falar com ela ou sobre ela da maneira que eu achar melhor", ele rosnou, seu punho batendo duro na mesa, apenas uma vez. “Você a trouxe aqui logo hoje e espera que eu dê boas vindas?! Para uma menina, cujo nem a família quer?

Meu coração estava batendo no meu peito. Eu queria levantar-me para fugir, para lançar-me para fora da porta da frente e na camada de neve que cobria seu perfeito quintal. Eu queria quebrar os lustres e rasgar seus tapetes persas e tornar sua casa mais imprópria que a minha poderia ser. Mas se eu fizesse isso, se eu deixasse Santana, eu não sabia o que iria acontecer. Então eu manti o silêncio, tentando manter a calma tanto quanto podia, minhas mãos cruzadas no meu colo para que eu pudesse esconder o fato de que eu estava cavando minhas unhas em minhas mãos.

"Eles estão fazendo o seu melhor papai," Santana respondeu, com a voz vacilante, perdendo a confiança, mas sem recuar. "E ela é minha melhor amiga. Ela não merece isso."

"Você não gosta?" Dr. Lopez se levantou abruptamente, fazendo com que a cadeira fosse jogada ao chão e batendo o garfo no prato de porcelana fazendo-o rachar. "Então, tire ela da minha casa. E não volte até que você tenha criado um pouco de respeito. Maria, limpa isso."

Ele afastou-se da mesa, deixando nós três de boca aberta.

"Olha o que você fez", sua mãe choramingou, agarrando o rosário em torno de seu pulso e dedos.

"O que eu fiz?" Santana rosnou furiosamente, o rímel manchando suas bochechas, e pôs-se de pé. "Vamos, Britt. Vou levá-la para casa. Feliz Natal de merda."

Ela correu tão rapidamente da mesa que mal a vi tomar as escadas na cozinha até o quarto dela. Ela já estava arrumando minhas coisas para mim quando eu cheguei lá, e momentos depois estávamos no carro dela. O tempo todo ela estava tremendo de raiva, o rosto contorcido tão fortemente que eu tinha razão em estar com medo por estar perto dela.

Seu rosto queimado em vermelho até as pontas das orelhas, enquanto dirigia em silêncio. Sua respiração era irregular, e eu estendi a mão para ela, assumindo um risco e delicadamente colocando meus dedos sobre a curva de seu braço.

Tudo de uma vez, ela explodiu. Um soluço violento, não muito diferente do que tinha experimentado no vestiário, arrancado do intestino. Ela tirou o pé do acelerador e permitiu que o carro fosse para o acostamento, me puxando para ela.

"Eu sinto muito, sinto muito, eu sinto muito", ela soluçava em meu ombro, quase incoerente. "Ele não quis dizer isso. Por favor, me desculpa"

O carro ainda estava avançando lentamente para frente, esquecido na sua angústia, e eu puxei a alavanca do câmbio antes de agarrar na parte de trás de sua jaqueta, pressionando meus lábios em sua orelha.

"Isso não foi culpa sua," eu a tranquilizei, tentando ser forte quando eu estava tremendo tanto quanto ela. "E ele quis dizer isso. Mas tudo bem. Mas eu não me importo com ele. Eu me importo com você. Santana olhe para mim."

Ela enterrou o rosto mais profundamente em meu casaco, lutando para respirar. Eu reconheci os chiados rasos, era um ataque de pânico. "Santana, se sente," eu ordenei. "Respira. Olhe para mim."

Ela obedeceu, os olhos tão inchados que eu mal podia ver suas íris atrás de pálpebras pesadas. Ela tirou o cabelo rapidamente de sua boca. Seu nariz escorria livremente e suas mãos agarravam a gola do meu casaco com tanta força que eu pensei que podia rasga-lo. Nada disso importava desde que ela conseguisse respirar. Mas era claro que ela ainda demoraria muito para se recompor, e lá estava eu, parada ao lado dela, eu vi apenas uma forma de poder ajudar.

Aproximei-me mais dela enquanto ela engoliu o ar e soltou o cinto de segurança. Eu gentilmente puxei as mãos de meu casaco e ela gemeu, precisando de algo para segurar. "Eu estou aqui", eu disse a ela, abrindo a porta do carro e me retirando lentamente. "Eu não vou a lugar nenhum."

Eu fui para o lado do motorista e deslizei meus braços em torno dela, puxando-a para fora de seu acento. Ela não podia dirigir muito menos andar, então eu a levantei, usando minhas últimas forças para carregá-la a frente do carro e mais para o lado do passageiro, depositando-a ali.

Apesar do fato de que eu não tinha carteira, eu sabia dirigir. Eu só não conseguia quando estava sob efeito dos remédios. Mas naquele momento eu estava correndo inteiramente em adrenalina, o efeito dos remédios fugiram em algum lugar entre a explosão de seu pai e nossa fuga de carro. Tudo o que eu sentia era a necessidade desesperada de levá-la para casa, e levá-la para um lugar onde nós dois pudéssemos nos sentir segura.

Eu me mexi desconfortavelmente no acento e deixei o carro sair do acostamento enquanto ela se agarrava ao meu braço direito, ainda soluçando e ofegando por ar. Estávamos muito perto de minha casa, mas muito longe para andar. Precisávamos chegar, e rápido. Eu me preparei, e apertei o acelerador. Saltando para frente, consegui chegar até minha casa sem danificar qualquer coisa ao meu redor.

Carro da minha mãe estava na garagem quando eu estacionei, e havia uma luz acesa na sala junto com o brilho da televisão. Olhei para o relógio; um pouco mais que oito horas. Ela não deveria estar em casa até meia-noite. Não havia tempo a perder me perguntando, então eu estacionei e puxei Santana para fora do carro, com o rosto quase branco e sua respiração desacelerando, mas ainda muito abalada. Eu joguei seu braço sobre meu ombro e a ergui novamente, levando-a para a varanda e chutando a porta da frente com o pé.

"O que esta acontecen-?" Minha mãe ficou boquiaberta quando ela abriu a porta e me viu, Santana enrolada em meus braços ligeiramente enfraquecida. Ela imediatamente ficou de lado para me deixar passar.

Coloquei Santana deitada no sofá, me ajoelhando no tapete para ficar a altura de sua cabeça. Eu alisei seu cabelo que caia levemente no rosto, enquanto ela ofegava, olhando para mim com os olhos semicerrados e sua mão na minha em um aperto forte. Minha mãe veio atrás de mim e colocou a mão em meu ombro. Eu me virei para olhar para ela, e ela inclinou em direção à cozinha, me chamando para segui-la.

"Mamãe..." Implorando-lhe para não me fazer sair e deixar Santana sozinha. Ela olhou para a menina que se desmanchava em lágrimas, com os olhos confusos e incertos, mas completamente compassiva e maternal. Ela assentiu com a cabeça, não me questionando, definindo os ombros para trás e passando por mim para se sentar ao lado da cabeça de Santana.

"Vamos, San," ela disse suavemente, puxando-a pelos ombros para que sua cabeça pousasse sobre o colo dela. Ela relutou por um momento, incapaz de falar, com todo o medo de ser trocada. Minha mãe pressionou a mão firmemente em sua testa, segurando-a contra seu corpo e chiando enquanto ela começou a balançar. "Shhhh, está tudo bem. Estamos aqui. Vai ficar tudo bem."

Fiquei presa ao meu lugar no chão, meus olhos se encontraram com os de Santana, observando o pânico derreter com confusão no caminho, toque materno. Agarrou-se a mim, e eu me inclinei contra os joelhos da minha mãe, o meu rosto a polegadas de distancia do de Santana. Eu estendi a mão e gentilmente alisei meu dedo em sua bochecha, limpando os rios negros que corriam de seus olhos. Sua respiração desacelerou, e seus olhos fechados caíram poucos minutos depois.

Nenhuma de nós disse nada até que tivemos a certeza de Santana estava dormindo. Quando ela finalmente falou, ela apenas sussurrou, para que não acordar a garota inconsciente em seus braços.

"Você não tem que me dizer o que aconteceu agora", ela começou, estendendo uma mão livre para correr os dedos pela minha bochecha. "Mas eu preciso saber o que eu posso fazer para que isso nunca aconteça novamente. Ok?"

Eu desviei minha atenção de Santana tempo suficiente para olhar para ela, e vi que ela também estava chorando. "Mãe, eu..."

Eu não sabia como agradecer a ela. Na teoria, ela era uma estranha para Santana, mas aqui estava ela, embalando-a como uma criança. Como sua própria mãe deveria ser. E eu deixei meu coração explodir para ambas.

"Você a ama muito." Não era uma pergunta, mas uma declaração feita depois de vários anos nos observando.

"Claro", respondi, olhando para Santana e sorrindo tristemente. "Ela é minha melhor amiga."

Eu a senti balançar a cabeça através da forma imóvel de Santana. "Você e eu sabemos que é mais do que isso."

Minha garganta apertou com força. "Eu não sei o que você quer diz-"

"Está tudo bem, amor", ela interrompeu, sua mão vindo descansar em minha bochecha mais uma vez antes colocar no meu queixo e puxar para fazer-me olhar para ela. "Eu amo você, eu amo e nada que você me diga vai mudar isso -.. Com nenhuma de vocês – nada vai mudar isso."

Meu olhar estava vacilante entre ela e Santana, os últimos sinais de adrenalina fugindo do meu corpo. Eu me inclinei contra as pernas, a cabeça sobre a coxa de Santana. "Eu a amo, mamãe", sussurrei enquanto sua mão acariciava o lado do meu rosto confortavelmente. "Ela é tudo. Mas está tudo tão fodido. Estamos tão mal, eu não sei como ajudar-nos."

Ela não reclamou pelo uso do palavrão, estalando a língua para silenciar a conversa negativa. "Obrigado por me dizer", ela sussurrou. "Nós vamos pensar no que fazer pela manhã. Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui."

Com a mão em Santana e em mim, eu fechei os olhos. Eu não tive nenhuma reação, nem euforia nem revolta, era meio que impossível em meio a tanto cansaço. Então eu dormi, com as duas pessoas que mais me amam no mundo.


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