Fique comigo escrita por Danisse


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oooooooooooi! Primeira fic minha aqui no Nyah. Na minha opinião ficou horrível - apesar de ter tentado muuuuito melhorá-la, então eu espero que vocês gostem dela mais do que eu. Hahaha. Se vocês sentirem vontade em seus coraçõezinhos, me deixem reviews. Farão uma autora feliz. :D



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Parou, sentindo a afável cobertura de grama sobre seus pés. Uma solitária rajada de vento acariciou suas longas madeixas negras e fez com que a relva fofa em volta de si deitasse. Tinha em suas mãos a erva medicinal que fora incumbida de buscar. Trajava, já, as roupagens vermelhas e brancas que designam uma miko-sama. Atrás de si estava uma das muitas armas que aprendera a usar: arco-e-flecha.

– Sesshoumaru-sama... – Sussurrou o nome de seu protetor para o passado distante. Os olhos: marejados e saudosos, observavam a mata fechada diante de si enquanto ela se recordava da última vez em que vira o youkai desaparecer por ali. Já fazia tanto tempo... Ela deveria ter esquecido e seguido em frente... Entretanto, não conseguia apagar em seu coração a chama de esperança que sempre se acendia ao lembrar-se daqueles tempos grandiosos.

Lembrou-se da promessa dele: voltaria para que ela escolhesse entre ele e os humanos. Desde o dia em que fora deixada na vila, já sabia a resposta a essa pergunta. Escolhê-lo-ia. Era com ele que desejava permanecer. Era com ele que desejava passar o resto de sua vida humana. Com seu amado Sesshoumaru-sama.

Entretanto, ao que parece, ele já se decidiu por mim. Pensou, amargamente, dando as costas para a selva. Visualizou o vilarejo. Não podia negar que havia criado certo elo com aquele lugar. Ao viver tantos anos de sua vida na companhia de Kohaku-kun e Kaede-sama – aqueles a quem era mais próxima – não podia negar que sim, mesmo que Sesshoumaru-sama aparecesse ali para levá-la, Rin ficaria relutante em partir.

A jovem havia tirado conclusões errôneas: a convivência com os humanos não era tão ruim assim... Era agradável, até. Ela fora capaz de se adaptar bem e criar laços com os outros de sua espécie. Todavia, a única pessoa a qual desejava ver de todo o coração... Permitiu-se dar uma última olhadela para a mata.

Toda a melancolia daquele momento fora quebrada com a visão que teve: dois youkais que caminhavam eretos como humanos, usavam armaduras e armas estranhas caminhavam lentamente em sua direção. Com uma ação reflexa, a garota armou o arco e uma de suas flechas deslizou por sua mão até ser colocada no alvo: os youkais.

InuYasha não estava presente naquele dia: estava exterminando youkais com Miroku-sama e Kagome-chan em uma vila próxima. E, dos humanos presentes, não havia nenhum que poderia sentir o youki dos homens que caminhavam em sua direção. Não havia tempo de chamar ninguém, tampouco.

Seus olhos escuros continuaram presos no inimigo. Ambas as faces dos bakemonos estavam tingidas com olhares cruéis e sorrisos malignos.

– Fiquem longe! – Ela vociferou.

Eles ignoraram seu aviso e continuaram caminhando. Rin não iria avisar novamente: mirou em um olho de um dos homens e lançou a flecha.

O youkai parou a flecha – que seria certeira – a milímetros de seu rosto com apenas dois dedos. Ele alargou seu sorriso. A flecha se fez pó.

Apesar das feições da jovem continuarem na mesma máscara ameaçadora, ela estremeceu. Sentia medo. Seus dedos alvos apertaram-se ainda mais no arco. Ela tirou outra flecha do anteparo em suas costas e mirou no outro homem. Talvez este não pudesse dissolvê-la.

– É ela, aniki? – Um perguntou para o outro.

– Com certeza. – O outro respondeu.

Avançaram tão rapidamente na direção da humana que seus olhos não conseguiram acompanhar. Antes que pudesse reagir – agora, a forte presença que estava próxima a ela – sentiu uma única pontada lancinante de dor em sua nuca e perdeu os sentidos.

***

Podia ouvir o ruído de algo – ou alguém – conversando perto de si, mas não discernia bem o que era. Seu corpo estava jogado ao chão: podia sentir o cheiro da terra próximo. Abriu suas pálpebras, vendo os dois youkais de pé e próximos a si, como se esperassem por alguém. Preciso escapar... Pensou, olhando em volta para procurar algo que pudesse usar como arma.

Antes que pudesse fingir que ainda dormia, um deles a ergueu do chão pelo pescoço. Cravou suas unhas na carne macia e quente da garota, fazendo seu sangue começar a jorrar. Seu corpo não fora projetado para ser sustentado apenas por seu pescoço: a cada segundo a ferida ficava maior, por causa de seu peso. Ela se debateu, tentando se soltar da youkai com força massiva. A dor delirante em seu pescoço a impedia de pensar com clareza. O ar entrava em seus pulmões com extrema dificuldade; ela mal conseguia respirar. Cerrou os olhos. Se aquilo durasse por mais alguns minutos ela, com certeza, visitaria o mundo dos mortos mais uma vez. Precisava usar seus – possivelmente – últimos minutos de vida para pensar em uma maneira de sair dali.

– Soltem-na. – Ouviu um sibilar. A voz tão conhecida encheu seus ouvidos. Mais uma vez, obteve a confirmação daquilo que já sabia: reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Abriu seus olhos de uma só vez, quebrando sua concentração de como escapar dali para ver um lindo youkai com cabelos brancos e uma fisionomia tão fria que afugentaria o sorriso mais acalentado. Sesshoumaru-sama. Seria um delírio? Ele realmente havia dado aquele presente a ela? Permitiu vê-lo mais uma vez antes de morrer? Ela podia sentir seus olhos marejados outra vez.

– Ohh, o dai youkai chegou! Nós podemos começar a festa, agora! – O homem que não segurava a jovem proferiu ironicamente.

– Soltem-na. – Sesshoumaru-sama ordenou-os. A ameaça quase concreta era tangível em sua voz.

– Sessh...oumaru...-sama... – A garota proferiu com a voz arranhada e rouca, usando o resto de energia que lhe restava. Sentiu uma lágrima escapar de sua prisão ocular.

– O Canino primeiro. – O bakemono que segurava Rin disse, apertando ainda mais as garras no pescoço da garota e fazendo com que ela arfasse, tamanha dor que sentia, e caísse mais uma vez na inconsciência.

O dai youkai prontamente retirou a Tenseiga de sua bainha e jogou-a aos pés do homem que não erguia Rin acima do solo. O baque surdo da lâmina no chão levantou uma pequena nuvem de poeira. O homem sorriu, pegando a katana do chão.

– Vamos, otouto. – Convocou o outro.

– Hai, aniki. – Respondeu. Soltou o corpo desmaiado de Rin no chão. Ela, como a lâmina da Tenseiga, caiu com um baque surdo e levantou certa quantidade de poeira. Os youkais correram, receosos que Sesshoumaru-sama poderia ir atrás deles. Mas não, o inu youkai não iria. Sua prioridade agora era outra, a mulher desfalecida.

***

Abriu seus olhos, deparando-se com o verde intenso da mata fechada. As memórias do acontecimento vieram em sua mente. Um pesadelo...? Engoliu a saliva que estava em sua boca e sentiu uma ardência em seu pescoço. Não, não havia sido um mero sonho. Era real.

– Você está bem, Rin? – Ouviu a voz de seu protetor perto de si. Olhou para a direção que a voz soava e deparou-se com Sesshoumaru-sama. O dai youkai estava sentado logo ali, olhando-a e emanando um ar preocupado. Percebeu, então, que estava repousando nas plumas brancas que compunham a armadura do inu-youkai. “Parecem nuvens” Rin já havia assinalado em outrora.

Olhou novamente para Sesshoumaru-sama. Havia tanto o que perguntar, tanto o que queria saber. Seu coração estava amplamente ressentido, além de tudo. Ele havia quebrado a promessa que fizera a ela. Seus olhos, mais uma vez, encheram-se de lágrimas. Ela desviou o olhar.

– Estou bem. – Respondeu secamente. Com certa dificuldade, colocou-se sentada. Sentiu sua cabeça girando e fechou os olhos, tentando se concentrar. Parecia que iria desmaiar novamente.

– Eu... preciso de um favor, apesar de tudo. – Sussurrou fracamente. Sabia que seu protetor a escutaria. O homem não respondeu e nem fez menção para que continuasse. Ela sabia, entretanto, que tinha prendido sua atenção. – Me leve a alguma vila de humanos.

Permaneceram em silêncio durante alguns minutos. Sesshoumaru-sama assustou-se ligeiramente com o pedido de sua protegida: não esperava esse tipo de reação quase fria da doce Rin de suas memórias.

– É essa a sua resposta? – O inu youkai ergueu seus olhos âmbares para a humana ao seu lado, suas feições faciais impassíveis. Dentro de si, um turbilhão de sentimentos. Não compreendia o que estava sentindo. Medo por, quiçá, não poder mais compartilhar da companhia da humana. Ansiedade para saber sua reação mediante aquela pergunta.

Rin abriu seus olhos e começou a encarar as plumas em que jazia, abaixo de si.

Sabia a que pergunta Sesshoumaru se referia: ela escolheria humanos ou youkais? Ainda assim queria perguntar, questionar. Queria prolongar aquele momento em que desfrutava da companhia do youkai, pois sabia que aquilo não aconteceria novamente. Ela mantinha a resposta secreta àquela pergunta trancafiada em seu coração: é você, Sesshoumaru-sama; eu escolho passar o resto de minha vida ao seu lado. Mas não diria. Sesshoumaru-sama havia ido embora. Isso significava que ele não a queria mais. Ela não ia forçá-lo a tolerar sua companhia. A triste verdade desse pensamento fora o estopim para toda a angústia que guardara dentro de si durante todos aqueles anos. Lágrimas de desespero vieram aos seus olhos. Ela não se segurou e chorou abertamente. Desespero por querer tanto algo que não poderia ter. Não. Ela não poderia ter seu protetor; seu melhor amigo; seu Sesshoumaru-sama; seu... amado.

– Por que você foi embora? – Perguntou, despejando a única e dolorosa pergunta que ficou lhe atormentando durante todo o tempo em que conviveu com os humanos e para a qual já sabia a resposta. – Eu fiquei te esperando durante todo aquele tempo... – Não satisfeita com aquela solitária pergunta, continuou com a voz chorosa. – Por que você não voltou, Sesshoumaru-sama? Por que não? Por que você quebrou a promessa? Você era o único em quem eu confiava plenamente, Sesshoumaru-sama. Ainda assim você traiu minha confiança... Por quê?

Ela terminou sua enxurrada de palavras e continuou soluçando baixinho ao lado do youkai.

– Este Sesshoumaru pede desculpas. – O inu youkai murmurou em seu tom de voz inflexível. Apesar das palavras aparentarem não ter nenhuma emoção, eram extremamente difíceis de serem ditas. Jamais pensou que proferiria tais palavras durante toda a sua vida. Aquilo seria admitir que estava errado. E Sesshoumaru-sama nunca errava.

Contudo, havia algo que odiava mais ainda do que ter que se redimir: ver a humana chorando. E odiava mais ainda – sendo possível - ser a causa de suas lágrimas. Temeroso que ela não tivesse ouvido seu sincero pedido, ergueu seus orbes, para ver uma Rin perplexa que o encarava com os lindos olhos castanhos esbugalhados e molhados.

Sesshoumaru-sama pedindo desculpas... Isso nunca... Ela nunca havia escutado palavras parecidas serem proferidas por seus lábios. Ela podia ver que era um pedido sincero. Seu peito se aliviou naquele instante: se Sesshoumaru-sama havia pedido desculpas, é porque se preocupava com ela. Se ele se preocupava com ela, não queria vê-la longe. Deveria existir outro motivo para ter sumido... certo?

– Tudo bem... – A garota disse. Um singelo sorriso apareceu em seus lábios.

O homem então ergueu sua mão lentamente para secar, com o dedo indicador, uma derradeira lágrima que molhava a face de sua protegida. Sim, derradeira, pois jamais a faria chorar novamente. Acariciou-lhe o rosto docemente: era a primeira vez que sentia a textura da pele quente e macia de Rin. Olhou para os lábios rosados e carnudos da garota e, antes que pudesse pensar sobre isso, aproximou seu rosto do dela, desejoso. Sua mão foi para a nuca da humana. Sentiu as mãos de Rin pousarem levemente em seu peito e os olhos dela se fecharam. O youkai venceu a distância entre eles e beijou-a.


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Notas finais do capítulo

E entãããããão?! O que acharam, meus polocotinhos cor-de-rosa? *Aflita demais pra saber a opinião da galera* Enfim, se quiserem deixar reviews, eu fico muito feliz. :DDD Como eu disse lá em cima e tal. KKKKKKKK Digam pra mim se gostaram, se não gostaram, porque gostaram, porque não gostaram... haha. E me deixem dicas para melhorar a escrita, ok? Xx



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