Across The Universe escrita por DemiBebada


Capítulo 2
Eu preciso sair daqui.


Notas iniciais do capítulo

Eu recebi uma Review, sério eu fiquei muito contente. Por mais que seja só uma... Só de saber que alguém leu e gostou do que eu escrevi, significou muito para mim. Obrigada! *-* Não sei onde a Fic vai dar~



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Eu não sabia o que dizer. Não esperava que aquelas palavras saissem da boca dele. Ele olhou no fundo dos meus olhos, e insistiu:

–Vamos Demetria, você se lembra ?

–Por quê você veio até aqui ?

Essas foram as únicas palavras que sairam da minha boca. Não consegui e nem podia voltar ao passado para lembrar o que havia acontecido 'naquela noite'.

–Vim até aqui apenas para dizer que posso tirá-la daqui.

–Com o seu dinheiro sujo ?

–Sendo sujo ou não, é dinheiro. Se você quiser, eu posso te tirar daqui em 2 dias no máximo.

–E o que eu teria que fazer ?

–Teria que voltar a ser minha linda e amada filhinha.

–Eu nunca fui sua filha. E EU NUNCA VOLTAREI PARA AQUELA CASA!

–Eu mudei Demetria, acredite você ou não.

–O que aconteceu o Zayn ? Você o matou, não é ? MOSTRO ! IMUNDO !

–Calma meu amor, eu nunca faria mal algum a você e ao meu pequeno Zayn.

Aquelas palavras me consumiram de uma forma tão inexplicável que eu só pensava em avançar naquele pescoço e descontar todo o meu ódio. Acho que na cabeça daquele velho horroroso, ele fazia o bem para mim e para todos que o cercavam. Ele deveria pensar que pegar uma criança na rua e abusar de todas as formas possíveis, era a coisa mais normal do mundo.

–Eu te odeio ! Te odeio muito.

E meus olhos mais uma vez, se encheram de água.

Um policial não muito amigável entrou na salinha e resmungou:

–O tempo acabou senhor, espero que não tenha se arrependido de te-lo gasto aqui.

Se afastou e esperou o velho infeliz se despedir.

–Pensa no que eu te falei, tá bom, princesa ?

P-R-I-N-C-E-S-A! Eu odiava aquele velho mas do que qualquer coisa. Acho humanamente impossível existir tanto ódio quanto havia dentro de mim.

–Pensa com carinho na proposta, Demilota.

DEMILOTA, era o que bastava para me dar aquela típica crise que eu tinha quando me irritavam ao extremo. Ele me chamava de Demilota apenas quando estava querendo algo de mim. E a maioria das vezes, esse 'algo', era o meu corpo. Literalmente me joguei contra a parede e fui descendo deslisando, com ódio em meu corpo todo. O policial se aproximou de mim.

–Quer um copo de água ?

–Eu quero apenas sair daqui.

–Tem certeza que não quer água ?

–Tudo bem, traga água.

E ele trouxe, pegou o copo de água e simplesmente jogo em meu rosto. Jogou do nada. Eu não tinha dito nada errado, nem feito nada para aquele indivíduo ter aquela atitude. Ele puxou meu braço e sussurrou em meu ouvido:

–Se quiser água ou comida, terá que me fornecer alguma coisa.

Mil coisas se passaram em minha cabeça. Mas o fato de ter que dormir com um policial para poder comer na cadeia, nunca havia sido cogitado.

–Você está brincando comigo ? Eu não tenho nada para te dar. Sou só uma presa cumprindo pena por algo que não tenho total culpa.

–Não estou aqui para falação. Quero saber se você quer comida, água, banho. Quero saber o que você tem ai.

–Eu não tenho nada aqui.

–Vou te jogar na solitária outra vez, talvez lá você pense melhor em suas respostas, vadia!

Ele me puxou com toda força e agressividade que alguém poderia ter e, literalmente me arrastou até a minha cela escura e SOLITÁRIA. Tudo se apagou outra vez, e lá estava eu, chorando e pensando na melhor forma de tentar fugir.

As outras vezes que tentei fuigir não deram muito certo. Afinal, foi por isso que eu estava afastada das outras celas de novo... Me deitei no colchão muito fino, e consegui pegar no sono depois de 46 horas sem dormir.

Acordei pouco tempo depois, com o que parecia ser uma respiração profunda e muito ofegante. Percebi que a 'solitária' não estava tão solitária assim. Quando olhei para o lado, me deparei com ninguém mais ninguém menos, que aquele policial abusado.

–Pronta ?

–Pronta pra que ?

–Para me dar o que eu quero.

–E o que você quer ?

Ele se jogou em cima de mim e começou a beijar meu pescoço.

–O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ? EU NÃO QUERO COMER, NEM BEBER, NEM NADA ! SAIA DE CIMA DE MIM!

–Você é linda, não deveria estar aqui.

–Então me solte!

–Durma comigo e amanhã estará livre.

E eu cai de novo. Em estúpidas ilusões. Tive que usar meu velho método de conseguir as coisas. Eu o fiz. Mas ele não me soltou. Depois que tudo acabou, ele vestiu sua farda.

–Vadia, pensou mesmo que eu iria te tirar daqui ? Agora que achei uma nova brincadeirinha com você, você não sai daqui tão cedo.

Ele fechou a porta e estava escuro de novo. Eu sou a pessoa mais estúpida do universo. Ninguém nunca foi sincero comigo. Por quê um policial idiota seria ? Eu não suportaria aquilo por muito tempo. Estava decidido, eu iria sair de lá com o Robby. Mas eu não iria ficar com ele de novo. Não iria passar por tudo aquilo novamente. E então tentei dormir outra vez. Até que amanheceu e eu estava decidida do que queria. Mas não do que iria fazer para escapar do Robby. Acho que não seria fácil, mas apenas o tempo irá dizer no que vai dar. O policial da noite passada voltou, mas dessa vez não foi para me pertubar.

–Tem visita... de novo.

Me puxou do chão aonde eu estava e sussurrou:

–Hoje tem um almoço delicioso. Tá afim de comer hoje ? Então já sabe o que tem que fazer...

–Eu vou comer hoje, mas bem longe daqui, seu filho da puta !

Quando vi, já tinha pisado no pé dele. Mas ele continuou andando, com dificuldade, mas continuou. Me jogou dentro da sala e a trancou.

–Voltei meu amor. Tá com fome ?

–Muita...

Robby então jogou um pacote de bolacha na mesa. Corri em direção ao pacote, mas ele se colocou em minha frente impedindo-me de me movimentar.

–Pensou na proposta ?

–Pensei.

–E o que resolveu ?

–Eu quero sair daqui. Nem que seja com você.

Pronto, eu tinha falado, eu tentei mudar de idéia, mas aquilo era preciso, eu não aguentaria nem mais um minuto naquele lugar imundo, com aquelas pessoas horrendas. Ele me abraçou.

–Eu te amo minha linda. E sabia que você iria querer.

–Desencosta! Eu quero apenas sair daqui. Já faz quase 4 anos que não vejo ninguém.

–Tudo mudou meu amor. Mas você não vai precisar ver aquelas pessoas que te fizeram mal, no seu passado.

–A única pessoa que me fez mal foi você!

–Caladinha, caladinha. Me refiro ao seu grupinho de amigos. Você não vai precisar passar por eles de novo.

–Mas por quê não ? Eles não me fizeram mal algum. Quero vê-los.

–Minha querida, eu vou te polpar disto. Saindo daqui, você vai direto para sua nova casa.

–Eu... Eu vou ter uma nova casa ?

–Claro que vai. Uma só sua.

–Só minha ?

–Só sua.

Ele beijou minha testa.

–Vem cá, deixa eu cuidar de você de novo Demilota.

Eu queria acabar com ele naquela hora. Mas não, eu tinha que me conter.

–Eu vou te tirar daqui agora.

Robby gritou um dos policiais de uma maneira tão bruta, que alguns deles pensaram que eu estava o atacando. Chegaram a apontar uma arma em minha direção. Robby gritou:

–Parados ! Ela não fez nada. Um anjo como esse é incapaz de fazer algo de ruim para alguém.

Um dos policiais chegou a resmugar:

–Claro, um anjo como esse é um ser tão injenuo que está até na cadeia.

–CALADO! Chame o delegado, tenho assuntos a tratar com ele.

Robby se virou e foi andando sem falar nada comigo.

O policial, sim, AQUELE policial, se aproximou e disse:

–Você não vai sair daqui, você vai morrer aqui.

Eu apenas ignorei e fui levada para solitária. De novo.

Eram 14 horas, a porta finalmente se abriu. AQUELE policial veio e me puxou pelo braço.


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Notas finais do capítulo

Gente, ~se é que tem alguém ai~, eu não sei aonde isso vai dar, eu sei que tá meio depressivo, mas sei lá, foi o primeiro tema que veio na minha cabeça. É muito difícil escrever coisas como essas sobre a Demi, mas é como o próprio nome já diz, 'FICTION', enfim, obrigada por lerem... Acompanhe por favor *u*