...Declaração no Salão Principal...

— Ginevra Weasley, eu não vou fazer isso! — quase gritei.

Ela sorriu marota.

— Claro que vai — disse. — Você não vai morrer querida...

Realmente não adiantava tentar mudar a cabeça daquela maldita ruiva. Maldita hora em que resolvi participar daquele jogo estúpido e imbecil!

— Tem que ser ele mesmo? — perguntei, tentando fazer uma carinha de anjo triste pra ver se aquele ser mudava de ideia.

— Mas é claro! — ela se jogou em cima da cama e suspirou. — Eu sei que você gosta dele, então estou apenas te ajudando.

Okay, nisso eu não podia discordar dela. Eu amava aquele sonserino idiota e ele também me amava... ou pelo menos era o que dizia.

Estávamos juntos desde antes da guerra contra Voldemort acabar. Mas agora as coisas estavam diferentes. Tudo bem que ele conseguiu ser inocentado com a ajuda de Harry... e uma ajudinha minha também. Entretanto, nunca falamos sobre assumir nosso namoro em publico.

— E se ele não gostar? — perguntei um pouco receosa.

Ela continuou sorrindo.

— É claro que vai. Além do mais, vocês são maiores de idade e nem Harry e Roni podem fazer nada contra isso. — ela pulou da cama, se aproximou de mim e falou bem perto do meu ouvido. — E tem uma certa coisinha que você tem que contar a ele não é...?

Olhei para ela assustada.

— Como é que...

— Não foi difícil notar. — disse ela. — Só quero ver a cara do povo da Ordem quando ficarem sabendo.

Ela riu. Não pude evitar de rir com ela.

— Com certeza vão surtar. — falei.

— Vão mesmo. — concordou ela. — Então? Vamos?

Respirei fundo.

— Vamos.

Gina saiu me arrastando. Passamos pelo Salão Comunal onde ainda estavam sentados em torno do tabuleiro. E pela cara deles, pude ver que continuaram jogando sem nós.

— Onde estão indo? — perguntou Roni.

— Tá quase na hora do jantar — respondeu Gina. — E a Mi vai cumprir o desafio dela.

Olharam para mim com surpresa e pena.

Só quero ver quando eles ficarem realmente surpresos...

— V-Você vai fazer aquilo mesmo Mione? — perguntou Harry, incrédulo.

— Vou né...

Lilá se levantou rindo, acompanhada de Parvati, Neville, Roni e alguns quintanistas que também estavam jogando.

— Essa eu não quero perder. — disse ela. — A princesinha da Grifinória fazendo uma declaração de amor na frente de todo mundo. Vai ser histórico!

— Vamos todo mundo então. — disse Gina. Lancei lhe um olhar quase mortal. — Vocês vão ficar realmente surpresos, eu garanto.

Minhas mãos começaram a suar frio enquanto no aproximávamos do Salão Principal.

Assim que chegamos, fomos direto para a mesa da Grifinória. Gina já havia planejado tudo durante o caminho. Iriamos — leia-se: eu — esperar McGonagall terminar de dar os avisos, então minha pessoa se levantaria e pediria a atenção de todos, então faria uma declaração e revelaria um pequeno segredinho que venho guardando há quase três meses.

Assim que McGonagall terminou os anúncios — dos quais eu não prestei atenção em nenhum — Gina me cutucou.

— Eu não consigo — sussurrei para ela.

Ela bufou irritada e se levantou.

Ela não vai fazer isso, ela não vai fazer isso, fiquei pensando.

— EI POVO, TODO MUNDO CALA BOCA QUE A HERMIONE TEM ALGO A DIZER ENTENDERAM! — gritou ela.

Eu simplesmente queria me enfiar em um buraco e não sair de lá nunca mais, ou ressuscitar Voldemort e pedir para ele mandar um Avada em mim.

Olhei ao redor. Todo mundo tava em silêncio esperando EU falar.

— Te odeio Gina — sussurrei em seu ouvido quando tomei coragem e levantei.

— Você diz isso mais me ama — disse ela, sentando-se.

Coragem Hermione, disse a mim mesma.

— Bem, eu... Ahn...

— Respira fundo e diz tudo de uma vez. — disse Gina.

— Okay! — respirei fundo. — Eu queria dizer a todos aqui presente uma coisa que eu venho guardando para mim mesma há muito tempo. — encontrei aqueles olhos que eu tanto queria ver agora. Ele me olhava confuso. — Eu te amo Sev e... bem, isso é mais complicado de falar, mas... ahn... — todos me olhavam chocados. Dane-se, agora tenho que falar. Passei as mãos sobre meu vente. — Bem... Você vai ser papai.

Não se ouvia nenhum som naquele lugar.

— QUE HISTÓRIA É ESSA HERMIONE JEAN GRANGER?! — gritou Roni de repente.

No mesmo instante, milhares de vozes começaram a falar juntas.

— Eu estou grávida do Severus. — falei simplesmente.

— COMO VOCÊ PÔDE ENGRAVIDAR DAQUELE CARA?! — perguntou ele, ainda gritando.

— Aff... Como todo mundo engravida oras. — disse Gina.

— Mas... Mas... — então ele me olhou com... nojo(?). — Você transou com ele?!

Vi Gina revirando os olhos.

Olhei para Severus. Ele continuava com uma expressão incrédula no rosto, McGonagall parecia estar quase gritando no ouvido dele, mas ele não fazia nada, apenas olhava para mim.

Roni continuava a gritar, mas depois de ele dizer umas mil vezes que eu era louca, parei de prestar atenção.

Olhei para Harry. Ele era outro que continuava imóvel. Voltei a olhar para Severus e pude ver que ele estava... sorrindo(?).

Ele se levantou e veio andando em minha direção e, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ele me abraçou, me levantando e eu prendi minhas pernas em sua cintura.

— Você me fez o homem mais feliz do mundo! — disse ele antes de me beijar.

Naquele momento, por mais que eu quisesse negar, teria que agradecer Gina depois. Aquela maldita ruiva estava realmente certa.

— Casa comigo? — perguntou Severus, assim que nos separamos.

— Claro Sev! — falei beijando-o novamente.

Assim que terminei o beijo, vi que os grifinórios pareciam perdidos, os lufanos batiam palmas, os corvinais cochichavam entre si e os sonserinos estavam pasmos.

— Acho que traumatizei todo mundo. — disse a ele, olhando para Minerva. Ela estava completamente paralisada.

Dei uma risada e o beijei novamente.

...5 meses depois...

— Força querida, força. — pediu a medibruxa.

— Tá doendo! — falei quase gritando.

Gina estava do meu lado segurando minha mão.

Lágrimas escorriam por meu rosto.

Eu consigo!, disse para mim mesma.

Eu já não sabia quanto tempo estava naquele quarto. Minutos... Horas... Dias... Até que ouvi um choro.

Sorri aliviada.

— É uma menina — disse Gina.

— Deixe-me vê-la. — pedi.

Assim que a medibruxa colocou-a em meus braços, a porta abriu. Um homem alto, todo de preto e visivelmente angustiado passou por ela parando bem ao meu lado.

— Quer segura-la? — perguntei sorrindo para meu marido.

Ele parecia meio preocupado, mas a pegou no colo. Cinco segundos depois senti outra vez aquela dor.

— O que está acontecendo? — perguntou Severus preocupado.

A medibruxa se aproximou e abriu minhas pernas novamente.

— Por Merlin, ela vai ter outro bebê!

Eu não podia acreditar... eu teria gêmeos?

Sorri ao ouvir o choro enchendo o quarto.

— É mais uma menina. — disse a medibruxa.

— Eu quero vê-la. — falei.

Ela colocou-a em meus braços.

— Já sabem os nomes? — perguntou.

Pensei em dois nomes que eu adorava.

— Samantha e Sophia. — falei, olhando para Severus que apenas sorriu.

— São lindos. — disse ele. — Assim como elas.

Ele se sentou na cama ao meu lado ainda com Samantha nos braços e me beijou.

— Agora somos uma família completa. — falei.

Ele sorriu.

— Eu te amo Hermione.

— Eu te amo Severus.

A meu pedido, Gina bateu uma foto. Aquela era a primeira recordação da minha família. Os amores da minha vida.