Ao acordar, não apenas se abre os olhos, mas também a mente. A rotina de se sentar na cama, abaixar a cabeça e apoiá-la sobre as mãos apoiadas aos joelhos, já se tornou superstição.

Pois se não fazê-la, acredita que sua vida poderá ter um fim trágico. Bobagem para aqueles que têm uma mente saudável, mas não para ele, problemático psicologicamente.

Levanta-se da confortável cama, pois sabe que se ficar só mais “cinco minutinhos”, se atrasará para o trabalho.

Vai em direção ao banheiro, arrancando qualquer peça de roupa que veste, indo direto ao box, ligando o chuveiro e deixando com que a água quente caia sobre seu pescoço, relaxando cada músculo de seu corpo.

Depois de breves cinco minutos, deixa o banho e veste sua calça jeans LEE, pegando a camisa e o palito, indo em direção à cozinha.

Encontrou seu par de sapatos no corredor e se pôs a colocá-los ali mesmo, se apoiando na parede para não cair. Entrou na cozinha colocando a camiseta e abotoando cada botão com um sentimento de preguiça.

Abriu a geladeira e avistou um sanduíche. O pegou e fechou a geladeira com o pé, virando-se e indo em direção ao microondas para esquentá-lo.

Depois de se alimentar rapidamente, levantou-se, colocou o paletó e pegou as chaves do carro e casa. Quando estava prestes a sair, felizmente (não tanto assim), se lembrou de que se esquecera de colocar o cinto. Saiu correndo, largando as chaves no aparador, e subiu as escadas rapidamente, até chegar novamente em seu quarto. Procurou o cinto em meio à bagunça toda ali feita, até que o avistou em frente à porta do banheiro. Pegou-o, colocou de uma forma relaxada e saiu em disparo para não se atrasar.

Aquela manhã não estava sendo, de certa forma, boa para Gerard.

 .

- Me desculpe! Eu não o vi andando atrás de mim e... – Gerard se levantou e olhou diretamente os olhos amendoados e redondos do homem em que tropeçou.

Parou de falar no mesmo instante, fitando aqueles olhos.

- Não se preocupe querido, não foi sua culpa. – Respondeu Frank, ajudando o maior a pegar as coisas derrubadas no chão.

Gerard sentiu algo realmente estranho dentro de si, algo como ansiedade misturada com medo, semelhante á paixão.

Ficou confuso.

- Qual seu nome? – O maior perguntou sorrindo.

- Iero, Frank Iero, e o seu?

- Way, Gerard Way.

- Prazer Gerard, gostei do seu nome! Italiano, não?

E assim os dois rapazes conversaram um bom tempo, até Gerard interromper a conversa para dizer que precisava ir trabalhar. O menor concordou, mas com uma leve expressão de tristeza:

- Ok, Gerard. Nos vemos algum dia, se quiser, pode me encontrar no hospital psiquiátrico mais famoso de New Jersey.

- Ei, espere, é o... – Porém, Frank sumiu em meio à multidão.

As coisas pareciam estar melhorando.

Pareciam.