Apenas O Inalcançável. escrita por SweetShoukanjuu


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Entãaaao, cheguei com o cap.3~ consegui escrever rápido porque já tinha a ideia toda na mente, não tenham tantas esperanças de ser assim com o cap. 4 ;3;
Bem, eu particularmente gostei desse capítulo. Revelei umas coisitas, mas deixei vcs ainda mais curiosos que eu sei -w- e vou admitir uma coisa: sou apaixonada pelo Pai do Alfred. Já dá pra saber mais ou menos como ele é por aí, mas vcs ainda não sabem de tudo u3u
Enfim, não revisei as ultimas partes e tem chance de estar horrivel. Boa leitura, do mesmo jeito~ o3o



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Um quarto escuro. No chão, uma espécie de clava, suja com o mesmo líquido quase negro que manchava o piso. Sangue. Jogado no taco frio, jazia um corpo. Mutilado, cortado e acabado, mas ainda com um restígio de vida. O ferimento mais visível era uma marca forte de pancada na cabeça. Já beirando a inconsciencia, tudo que eu consegui ouvir de seus murmuros abafados fora um “Alfred”. Era óbvio que foi uma tentativa de me chamar para perto. Aproximei-me, mas já era tarde demais. Ao virar o rosto da vítima, reconheço facilmente, mesmo com os hematomas, o rosto de meu pai. Ao lado dele, subitamente os corpos de meu irmão e minha mãe surgem, igualmente feridos.

No momento de puro desespero, digiri meu olhar para cima, onde o agressor me encarava friamente. Não era possível distinguir nenhuma feição exata no rosto sombrio, mas seu olhar e sorriso, totalmente psicopatas, traçariam o meu destino nos próximos segundos. Se eu não tivesse acordado de meu sonho.

Claro que não era exatamente um sonho. Eu costumava ter esse pesadelo frequentemente no passado, mas agora mal consigo dormir, já que não necessito mais de descanso. Poder, ainda posso. Porém desde que morri, todas minhas tentativas de cair no sono foram falhas.

_ Alfred? - Acordo de meus pensamentos ao ouvir mais uma vez meu nome sendo chamado. Desta vez, a voz era alta e clara, e olhei para frente me lembrando de onde realmente estava.

Arthur me olhava com olhar interrogativo e uma pontada de raiva. Provavelmente já tinha me chamado algumas vezes, mas eu havia me perdido em memórias. Olho para ele, mas não profiro uma palavra, ainda tentando lembrar de tudo nos mínimos detalhes. Quando desisto, deixo escapar um “ahn?”, sem querer.

_ Alfred! O que aconteceu? Você parou no meio do que estava falando e ficou aí parado com um olhar assustado esse tempo todo.

_A-ah… eu lembrei de umas coisas que não conseguia lembrar antes. Quero dizer… não queria. Mas tudo bem. Acho que agora sei o que me prende aqui.

_ Falam que é algum tipo de desejo que você não conseguiu realizar, certo? O que é?

_ … Uma semana antes de morrer. Fui… - interrompo o que ia falar. Acho que ainda não é o momento certo para contar tudo. - Bem, eu prometi a mim mesmo que faria as três coisas que meu pai disse que era o suficiente para ter uma vida que valha a pena. Acho que agora não adiantaria mais… eu não tenho mais vida mesmo.

_ Alfred, quais eram? As três coisas, quais eram?

_ Elas são… a primeira, acho que consegui cumprir. “Nos momentos difíceis, ajudar sua família em primeiro lugar, não importando o quão difícil seja para você.” - Arthur se surpreende. Claro, ainda não contei a ele tudo o que aconteceu, mas ele é esperto o suficiente para compreender.

_ … Quando seu pai morreu? Ouvi falar que sua família ficou mal.

_ Sim, ficaram. Eu tive que me manter forte e ajudá-los, mesmo me machucando também. - Eu posso até ter feito isso com sucesso, mas aposto que a minha própria morte deve ter abalado-os um pouco. Não adiantou muito no fim das contas.

_ … E quais são os outros dois?

_ A segunda, “Salvar a vida de um outro alguém, que seja importante para você”. Nunca entendi ao certo se ele quis dizer salvar fisicamente ou psicologicamente… pois ele já fez ambas as coisas. Acho que qualquer uma vale… Mas eu não posso mais fazer nenhuma das duas.

_ Sim… - Ele suspira. Pelo jeito, parece que as coisas vão ser difíceis. - E a última?

_ … “Amar alguém de verdade”. Ele costumava dizer isso. “Se tiver sorte, ser amado de volta. Se não tiver, não importa. Por mais que seja a pessoa mais bravia que exista, todo ser humano encontra a sua real felicidade em outra pessoa.” Eu também não posso mais. Não consigo dizer se já amei alguém de verdade na vida, mas tenho quase certeza que não. Se tivesse amado, me lembraria dela.

Ambos suspiramos diante da dificuldade da situação. Se depender desses 3 feitos, eu permanecerei aqui até o fim dos tempos, se realmente tiver um.

_ Você pode continar aqui o tempo que precisar. - Arthur solta. Rio, pois com certeza essa frase foi dita com alguma ironia. Isso poderá durar uma eternidade, ou mais.

_ Acho que você vai querer me expulsar logo logo. - Claro que é verdade. Das poucas coisas que me lembro que ocorreram em minha vida, uma delas é que gente séria não costumava me aturar por muito tempo.

_ H-hey, Alfred, queria saber de uma coisa, aproventando essa conversa. Você poderia… me contar mais sobre como era o seu pai? Do jeito que você diz, ele parecia ser incrível. B-bem, eu gostaria de saber mais sobre ele, até porque ele foi um homem de muita importância.

Eu realmente nunca quis pensar no meu pai. Sempre me traziam más lembranças. Mesmo assim, acho que devo contar a ele. Ele parece disposto a me ajudar, e devo me sentir melhor depois de desabafar com, talvez, a única pessoa que possa me ouvir.

_ Meu pai… Ele era incrível. Se dedicava muito, sabe. Passava a semana inteira no escritório, ou viajando. As pessoas perguntavam qual era o segredo dele… mas eu acredito que era porque ele amava o que fazia. Quando ele morreu, eu ainda era novo. Não sabia tanto do trabalho dele.

_ E… como ele era como pessoa?

_ Como pessoa… Se ele exercia seu trabalho de uma maneira extraordinária como todos dizem, seu trabalho como pessoa em geral era exercido perfeitamente. Pai, marido, amigo, inimigo, de alegre a consolador, era como se ele tivesse nascido para ajudar as pessoas ao seu redor. Todas as vezes que me lembro dele, ele estava ajudando alguém. Já salvou incontáveis vidas, entre elas a de minha mãe. Ele… era meu herói. Por isso quis seguir os caminhos dele. - Tinha mais a dizer, mas se continuasse não conseguiria mais parar. Arthur permanece em silêncio por alguns instantes antes de comentar.

_ … Ele parecia ser realmente uma boa pessoa. Foi uma pena ele ter morrido de forma tão trágica… - Ele olha para mim, e depois vira o rosto, um pouco envergonhado. Minha feição não deve estar lá essas coisas. - M-me desculpe, eu… s-só fiquei um pouco curioso.

Para ser franco, eu lembro de poucas coisas da morte de meu pai. A única coisa que me lembro claramente foi a falta que ele fez ao mundo, atingindo principalmente minha família. E de como eu tive que ajudar a minha mãe e meu irmão. De como eu tinha que manter toda a minha tristeza para mim mesmo, e parecer forte para eles. E de como eu descia para o porão para libertar tudo o que estava sentindo, torcendo para ninguém me descobrir chorando lá embaixo. De acordo com o tempo, ia acontecendo menos, é claro, mas ainda assim o sentimento permanecia. Não foram poucas as vezes que peguei minha mãe chorando nesses ultimos tempos em que estive vivo. A última vez que eu mesmo fiz isso foi quase um mês antes da minha morte.

Parando para pensar melhor agora… Aquele pesadelo que eu tinha antigamente pode ter algo a ver com a morte de meu pai. Reorganizo minhas memórias. Eu ainda não consigo me lembrar de nada certamente, mas… Uma palavra forte me veio a mente.

“Mentira”.

Acordo de meus pensamentos. Não quero lembrar de nada agora.

_ … Não é nada. Foi bom falar isso para você, no fim das contas. Fazia muito tempo que eu num tocava nesse assunto com ninguém. 

Silêncio.

_ Você tem certeza que essas foram as únicas coisas que você se prometeu quando estava vivo? – Ele fala.

_… Sim. Não me lembro de tudo com clareza, mas tenho certeza que foram essas. Passei praticamente a minha vida toda apoiado a meu pai, estando ele aqui ou não. Com certeza, esses são os motivos.

_… É. Vai ser difícil.

Realmente, vai ser difícil. Talvez impossível. Não que eu esteja muito incomodado de ficar aqui embaixo, principalmente agora que tenho companhia por um tempo, mas o problema é que talvez eu tenha algo para fazer… “lá em cima”. E acho que estou curioso também.

Nah, a quem estou tentando enganar? Pelo menos enquanto Arthur está aqui e não se cansar de mim, quero ficar. Nunca tive uma amizade de verdade na vida, e acho que poderia ter uma pelo menos na morte. E também é mesmo impossível de eu conseguir o que prometi. Salvar a vida de alguém não é o problema, o principal é o tal “amor verdadeiro”. Em toda a minha curta vida nunca havia pensado sobre isso. Sempre vivi bem sozinho. E agora, que estou morto? Não é fácil encontrar alguém que me veja, e mesmo que encontrasse, não seria fácil essa pessoa me aceitar como um fantasma…

Como Arthur fez.

Não. Isso passou brevemente pela minha mente, mas não. Como poderia? Arthur é um adulto competente, escritor famoso e, pelo que percebi, gosta de viver sozinho. Eu também nunca fui de estar envolvido desse jeito com ninguém. Admito que Arthur é uma pessoa fascinante, apenas pelo pouco que sei dele. Ainda assim, não. Ele é um homem. Adulto. Particularmente eu não teria problemas com isso, mas com certeza ele teria. Se bem que, minha mãe costumava dizer que o amor vem sem distinção de cor, nacionalidade ou sexo, e que quando é o verdadeiro, geralmente acontece com ambas as pessoas…

Não. Definitivamente não. Não é possivel. Isso não vai acontecer. Essa idéia não é ao menos cogitável aos meus olhos, não faz nexo nenhum agora, neste momento. Mas…

Como diria meu pai, futuramente tudo pode mudar.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso. Não sei se vcs vão gostar ou não, mas...
ALFRED JÁ TÁ PENSANDO NAS POSSIBILIDADES HEIN -qqqqqqqqqq
Mentira, ainda vou fazer vcs sofrerem um pouquinho u.u Ah, já podem tirar suas próprias conclusões sobre como eles vão lidar com ausência de contato físico u3u
Enfim, eu já tenho uma ideiazinha pro cap. 4, maaaas não posso dizer nada se ela vai sair cedo ou tarde, me desculpem ;3;
Então, é isso ♥