[...] Em menos do tempo, ouvi a campainha tocando e fui abrir a porta, vendo Jared pela primeira vez em muito tempo, e percebi que seus olhos estavam vermelhos como os meus. Seu rosto ainda estava molhado com lágrimas que meu coração desejou enxugar. Ele não perdeu tempo, foi direto ao assunto.

–Eu te amo.

A surpresa nas palavras dele fez com que meu coração parasse de bater por um segundo. Quase gritei a resposta, quese gritei "eu te amo"... Mas meu medo era me perder em minhas palavras, promessas e sonhos mais uma vez, do mesmo modo que aconteceu com Shannon.

Mas Jared era diferente.

Mesmo na primeira vez em que seu irmão nos apresentou, eu vi seus olhos brilharem por um momento e depois se encherem de culpa. Culpa por gostar da namorada do irmão dele. Um brilho que eu nunca havia visto em Shannon, e eu só percebia isso agora.

Abracei Jared, não me importava se alguém estivesse vendo ou não. Era como se, acaso eu não o abraçasse, o mundo acabaria. O meu mundo acabaria. Era ele que me salvaria de mim mesma e de meus medos. Fui burra, fui cega de não perceber quem realmente me amava.

Os sinais estiveram ali o tempo todo, eu era a única que não havia visto. Oh, droga! Até mesmo Shannon havia percebido, talvez fosse esse o motivo de ele nunca me deixar sozinha com Jared e sempre discutir com ele quando eu estava perto.

Oh, droga!

Não iria deixar minha estupidez me cegar de novo, me fazer perder as coisas importantes da vida mais uma vez. Dessa vez, eu não ficaria cega por uma ilusão. Me afastei um pouco de seus braços, apenas para encostar meus lábios nos seus.

Eu sei que é clichê, mas de repente eu senti o mundo entrar em seu eixo. Eu senti que eu estava na lugar certo, com a pessoa certa, no momento certo. Era isso o que o primeiro beijo com seu verdadeiro amor deveria te fazer sentir?

-Eu te amo. Mil vezes eu te amo. Mil vezes te amarei. - sussurrei em seu ouvido pontuando a frase entre beijos sedentos. Estar com ele era como tomar energético com vodka. Bom, isso eu não sei exatamente, nunca tomei isso, mas deve ser. Seus lábios se moviam contra os meus e faziam com que eu me sentisse viva.

Era como se eu tivesse passado um ano sem chuva, e ele fosse minah tempestade. Meu momento de caos. Meu caos. Minha sanidade.

Tudo se misturou em minha cabeça, o tempo perdeu completo sentido... Eu estava viva.

*Alguns meses depois.*

A luz do Sol da manhã aqueceu minha face, a cortina do quarto aberta. De repente percebi que não estava vestida estava, apenas coberta por um fino lençol e aninhada em fortes braços protetres e aconchegantes.  

Me virei suavemente parao lado, para ver o rosto dele. Jared Leto, meu esposo e pai do meu filho. Meu filho Nicholas Ross Leto.

-Bom dia, meu amor. - sussurrei em seu ouvido.

-Bom dia, minha princesa. - ele sussurrou em resposta.

-Mamãe não é princesa, ela é rainha! - ouvimos Nicholas gritar do lado oposto da porta. 

-Que feio ouvir a conversa dos outros! - eu e Jared falamos ao mesmo tempo. Rimos juntos enquanto Nick passou pelo quarto com um furacão e pulou em nossas camas.

-Com o que você sonhou hoje, mamãe? - Nick perguntou.

-Com titio Shan e papai Jay. - sussurrei, brincalhona. -E você meu pequeno hurricane?

-Com a viagem ao zoo que você e opapai falou que iam me levar!

-Humm... Tudo bem. Que tal primeiro um... ATAQUE DE CÓCEGAS? - eu disse e Jared gritou comigo o final, rindo.