-Tem certeza que quer voltar?-perguntou Martin-Você foi expulsa de lá e ninguém fez nada.

-Minha mãe está lá.-disse Rosaleen.

Martin entendeu.

Desde que perdeu a família não teve um momento de sossego.

As coisas foram difíceis para todos.

***

Há 18 Anos Atrás...

Roran estava roçando pasto quando viu a figura se aproximar.

-Martin?

Os dois irmãos se abraçaram,cheios de saudade.

-Meu irmão,faz muito tempo.

-Muito mesmo.-disse Martin-Vim fazer uma visita.

-Venha,nossos pais estão morrendo de saudade.

Os dois entraram na casa.

Uma mulher sorridente apareceu com um bebê.

-Vejo que o filho pródigo voltou.

-E você é a...

-Katrina,minha esposa.

-É um prazer conhecê-la.

-E é um prazer conhecer você também.-ela disse-Mas deveria ter vindo logo,Glenn já tem um ano.

Todos comiam tranquilamente na mesa.

Mas a paz foi maculada com um uivo agourento.

As janelas se quebraram e dois lobisomens entraram,quebrando e estraçalhando tudo.

Caíram em cima da família,a única coisa que Martin conseguiu fazer foi tirar um ferido Glenn dos braços de mãe morta e correr.

***

Nos tempos atuais...

-Animada?

-Não.-confessou Rosaleen.

A aldeia estava por perto,ela podia sentir.Estava com saudade da mãe mas apreensiva em passar por lá.Viver como uma proscrita sempre faz uma mulher adquirir péssima fama.

E uma péssima fama...

Bem,ela tinha sorte de não ser uma prostituta-não que ser uma contrabandista de dentes de lobisomem fosse agradável.

-Vamos logo.-ela disse para Glenn,que ficou um pouco para trás.

-Eu estou com a perna machucada!Lembra que o último lobisomem quase me arranca a perna?

-E outra parte também.-zombou ela.

-Ei!Nem me lembre disso!´

-Glenn quase virou Glenna.-implicou ela.

-Ah sua...

-Vocês dois querem parar?Eu já aguentei oito anos de brigas,não vou aguentar mais oito.

Os dois reviraram os olhos.

-Não percebem o quanto gostam um do outro/

-Nem morta!

-Ficou louco com a idade?

Martin controlou a risada.Responderam rápido demais.

-Chegamos.

Rosaleen levantou o capuz da capa e pisou no chão lamacento.

Não se preocupou muito com as botas,elas eram velhas e gastas,já podia ter jogado fora a muito tempo.

Olhou para as casas de madeira corroída pela chuva e pelo tempo.

Nada tinha mudado.

E ela nem tinha crescido tanto também.

Mas é claro,mudou muito.

Bateu na porta de sua antiga casa e Ivanna abriu.

-Oi mamãe.