Devolva Meus Óculos! escrita por Choko


Capítulo 1
Capitulo único.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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–Será que a Touko e o Toya vão demorar demais para chegar?


Naquele dia os amigos haviam combinado de passar o dia juntos. Fazia tempo que não faziam isso e o ponto de encontro inicial era na casa de Cheren. Porém, até aquele momento apenas Bell havia chegado. Ela, sentada na ponta da cama, já estava bastante inquieta, batendo repetidas vezes os pés no chão, tentando de alguma forma se distrair.

Cheren, que estava sentado na ponta oposta da cama, mais perto da cabeceira, concentrava-se em ler um livro qualquer que havia pegado na estante apenas para passar o tempo.


–Eles também não estão em casa...onde podem ter ido?Será que se esqueceram do que combinamos?


–Não sei. -respondeu Cheren à amiga, uma resposta curta que não a agradou.


–Como pode estar tão tranquilo?


–Não estou tranquilo. Apenas estou aqui tentando ler...se você deixar, claro...


Depois da última frase, o silencio se instalou no quarto. Mas, por pouco tempo. Quando Cheren já estava na terceira linha da quinta página, Bell voltou a resmungar de seu canto.


–Cheren, estou entediada... -disse ela, que logo depois teve uma ideia e começou a sorrir -...vamos batalhar?


–Não quero que destrua o meu quarto. -disse ele, sem tirar os olhos do livro. Bell reclamou alguma coisa que ele sequer ouviu e então voltou a bater os pés no chão.



–Não aguento mais! Quero sair...preciso fazer alguma coisa!! -gritou ela, se levantando e começando a andar em círculos pelo comodo. Até o ponto de que aquela andança começou a irritar Cheren, até ele decidir sair do quarto e ir para a sala.


Enfim, na sala, suspirou aliviado, se confortando com o silencio. Deitou-se no sofá e continuou a leitura de onde havia parado.


Ah, aquela paz...como gostaria que aquela paz durasse mais tempo...mas Bell logo se cansou de andar pelo quarto e foi também até a sala. Inicialmente ficou quieta, mas logo estava impaciente novamente. Quis ligar a TV, mas o controle remoto foi devidamente tomado de suas mãos e passou a ser guardado pelo garoto.


–Vamos, Cheren...o que tem de tão interessante nesse livro?


Ignorada a pergunta. Bell já estava a beira do desespero até que teve mais outra ideia. Se levantou e então se aproximou de Cheren sorridente. O que o fez tirar os olhos de seu livro por uns instantes e a olhar, desconfiado.


–O que foi?


– Me deixa ver esses óculos?!


–O que pretende fazer com eles?


–Nada de mais... -disse ela, retirando rapidamente os óculos sem dar tempo dele dar a resposta.


–Ei, Bell! Devolva!


–Não vou devolver!! -cantarolou ela, enquanto se afastava saltitante do amigo.


E Bell havia enfim conseguido o que queria. Logo atrás dela andava Cheren, que sem enxergar direito tentava ir atrás dela.

Ele sabia que não seria bom se seus óculos passassem muito tempo com Bell. Pelo que conhecia dela, tinha a impressão de que algo não muito bom poderia ocorrer.


–Vamos, Cheren!! Venha pegar seus óculos...se puder!! -gritava a garota, já longe, que agora corria sem mal olhar para o que estava a volta.


E Cheren tentava, mas simplesmente não conseguia chegar até ela.


–Isso não tem nenhuma graça!! Devolva logo meus óculos...Bell!!! -gritou.


Sem ser ouvido pela garota, ela parou de correr atrás do objeto. Suspirou, cansado,se apoiando então numa comoda. Iria esperar então que ela se cansasse de atormentá-lo ou então que Touko e Toya chegassem logo para intervir...


Mas as coisas não ocorreram como ele gostaria. Bell, além de tudo, era bem desastrada. Portanto não demorou muito para que aquela brincadeira se encerrasse com a garota esbarrando em um móvel, tropeçando e então numa tentativa de se equilibrar num último minuto acabasse por fim levando algum objeto ao chão junto com ela.


O óculos, que havia caído perto dela, por incrivel que pareça saiu sem nenhuma rachadura. O som de um objeto se espatifando no chão pode ser ouvido por toda a casa. E lá havia sido feito em pedaços um dos vasos preferidos da mãe de Cheren.


Bell mantinha os olhos fechados, esperando a pior das quedas. Mas os abriu logo em seguida, confusa. Dessa vez, algo havia amortecido sua queda, ou melhor, alguém. Cheren estava logo abaixo de si, resmungando.


–Ah, Cheren... - começou Bell, até que segundos depois se deu conta do que havia feito e se desesperou - ...descupa!!Realmente me desculpa pelo vaso!! E o óculos...onde está?! Onde está?! - e olhou ao redor, procurando pelo objeto em questão, até encontrá-lo perto de si.


Ela o pegou, para então devolver ao dono. Mas Cheren pouco se preocupava naquele momento com o vaso quebrado da mãe ou com o fato dos óculos serem devolvidos.


Por alguma razão, daquela vez, ao invés de falar um repertório de reclamações, com razão, sobre o comportamento irresponsável de Bell, ele estava distraído.

Agora que parava para pensar, talvez nunca tivesse ficado tão perto de Bell como estava agora. Cheren sentiu o rosto esquentar, enquanto ela tentava encaixar os óculos. E com a visão então recuperada, isso o fez ficar ainda mais afetado. Bell começou repentinamente a parecer...tão linda. Por um momento, começou a sentir o coração bater rapidamente. O que era isso...? Ele nunca havia sentido nada parecido...nunca sequer pensou que pudesse sentir...



Mas instantes depois se repreendeu, balançando a cabeça e tentando afastar qualquer pensamento. Logo olhou para a garota seriamente.


–Bell...


–Hm?


–Poderia sair de cima de mim?


–Ah, desculpa! Desculpa!! -disse ela prontamente se levantando – Realmente, me desculpa! Eu sei que eu já me desculpei antes pelo vaso, mas...!


Cheren se levantou, só então percebendo o corpo estar dolorido, fosse pela queda ou por Bell ser mesmo pesada. Bell continuou a se desculpar, mas ele já a ignorava, voltando a abrir o livro para tentar lê-lo. Estava atordoado demais. Tanto que nem percebeu a campainha tocando ou Bell saindo para atender a porta.



Depois de todo aquele tempo Touko e Toya apareceram, sorridentes. Carregando sacolas de compras eles traziam alguns doces e também o famoso sorvete de Castelia city, o Casteliacone, que só era conseguido na terça.



– Acabamos nos atrasando...mas é porque tinha uma fila enorme naquela sorveteria! -disse Touko.


–Viemos até voando rápido para que o sorvete não derretesse. - completou Toya – Você e o Cheren nunca haviam experimentando aquele sorvete, né?


–Pois é...nunca conseguia pegar aquela sorveteria aberta... obrigada... -agradeceu Bell, pegando ansiosa o sorvete e logo o experimentando- - Nossa! É mesmo delicioso!


–Ué? O que houve com o Cheren? -reparou Touko que o amigo parecia nem ter notado a presença deles.


–É que...o vaso... -disse Bell apontando aflita para os cacos de porcelana no chão, choramingando- eu quebrei um dos vasos da mãe dele e desde então está assim. Nem sequer quis conversar comigo depois e continua lendo aquele livro...


-O vaso, é...? Não era aquele preferido da mãe dele? -perguntou Toya.


-Pois é...


-Bell, o que você fez dessa vez?! -Touko então passou a repreendê-la enquanto Bell tornava a se desculpar.  


Enquanto os amigos estavam conversando, Cheren continuava a manter o livro aberto, mesmo sem o ler. Era bom que pensassem isso, que ele estava daquela forma por conta do vaso. Não sabia definir bem ainda o que sentia e não iria se manifestar enquanto não tivesse a certeza. Mal sabiam os três, mas fora naquele fatídico dia que Cheren se apaixonou pela primeira vez.














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Notas finais do capítulo

Bem, como eu não tinha visto qualquer fanfic de Bell x Cheren (e como é um par que eu gosto), resolvi escrever uma...meio boba, eu sei...mas tá aí!
Agora na nova versão de BW é a Bell que usa óculos e Cheren não...rs...
Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar! =)



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