Caroline's POV

- Ei, esse moletom é meu! – disse Louis apontando pra mim.

- Reclame com o Harry, eu estava com frio e ele me deu esse. Aliás, que perfume delicioso. – disse cheirando o moletom. Era uma mistura de perfume masculino delicioso com o próprio cheiro do Louis. Ok, fiquei louca.

- Só porque você falou que meu perfume é bom eu vou deixar você ficar com ele. – disse ele todo convencido.

- Senta aqui, morena falsificada. – Niall puxou me fazendo sentar em seu colo.

- Eu já falei que não pintei meu cabelo. – disse fazendo bico.

- Como eu estou loiro e você morena?

- Olha o Harry! Ele tinha o cabelo liso e loiro e hoje ta cacheado e castanho escuro.

- Como você sabe? – perguntou Harry.

- Harry, você é famoso agora. Eu vi em um site teen no Brasil.

- Eu tava bonitinho? – perguntou ele fazendo cara de cachorro sem dono.

- Tava uma gracinha com essas covinhas ai.

- Eu sou lindo, eu sei. – disse ele se gabando.

- Vamos ver se você fica bonito com uma almofada na cara, Hazza. – disse Liam jogando uma almofada com tudo em Harry.

- Mas eu ainda não consigo entender porque seu cabelo ta tão preto... – Niall disse.

- Esqueceu da cor do cabelo dele? – eu disse baixo, quase em um sussurro, mas tenho certeza que Louis ouviu, pois ele estava perto o suficiente.

Niall olhou em meus olhos e me puxou para seu peito, me apertando fortemente em seus braços. Tudo que se relacionava ao assunto sobre nossos pais era difícil, mas para mim era muito pior do que pra ele. Niall não sabia nada do que eu havia passado no Brasil e se dependesse de mim também não iria saber. Prefiro poupá-lo de saber a parte dolorosa e sofrida da minha vida, pois o que passou é melhor deixar pra trás.

- Ta tudo bem? – Niall sussurrou no meu ouvido e eu apenas assenti com a cabeça enterrada em seu peito.

Senti alguém pegar as pontas do meu cabelo e começar a brincar. Olhei e era Louis.

- Se importa? – ele perguntou e eu neguei. Era bom.

Todos assistiam televisão, menos Zayn, que dormia. Logo minhas pálpebras começaram a pesar. Iria dormir a qualquer momento no colo do Niall e pra ajudar Louis estava brincando com meus cabelos.

- Louis, se você não parar eu vou dormir... – disse com a voz meio embargada por quase estar dormindo.

Louis continuou mexendo em meus cabelos, só que agora os afagando, para me fazer dormir. Tentei protestar, mas o sono me venceu e acabei adormecendo.

Harry’s POV

Eu sei que eu estou namorando, mas o que era aquela irmã do Niall? Sério, ela era muito linda. Você acha o meu sorriso bonito? Espera só até ver o dela. Sabe aquele sorriso que ilumina o lugar? Aquele que aquece qualquer pessoa em um dia frio? Aquele sorriso que te deixa sem fôlego? Então, esse é o sorriso dela. E não, eu não estou exagerando.

O perfeito cabelo liso escuro contrastava com seus hipnotizantes olhos azuis. A pele branquinha a deixava com um ar mais feminino do que nunca. O corpo parecia esculpido pelos deuses gregos. O sotaque dela era o mais fofo que eu já vi na vida. Era uma mistura de irlandês com americano e brasileiro.

Não, eu não estava apaixonado por ela, mas eu sou homem, né?! E homem que é homem por mais comprometido que seja olha para outras mulheres. Porque afinal, olhar não é pecado.

Ela adormeceu nos braços do Niall e eu pude perceber o quão sensível aquela garota era. Ela parecia forte, mas ao mesmo tempo com medo do mundo. Era o tipo de garota que cativa a todos, mas escolhe os amigos a dedo. Parecia uma pessoa doce, fofa, compreensiva e um ótimo ombro amigo. Só de olhar para ela eu percebi tudo isso. Posso estar errado, mas é a imagem que ela passa. Se sem eu conhecê-la direito eu pude notar tudo isso, imagina quando eu souber mais sobre ela.

Niall levou-a para o seu quarto e Louis se aproximou de mim.

- Ela é linda, né? – disse ele e eu apenas assenti.

- Vocês vão se dar muito bem, ela é bem parecida com você.

- Eu achei ela super divertida. – disse Liam se intrometendo.

- Eu também. Sem tirar aquele sorriso lindo, né?! – eu disse fazendo Liam assentir.

- Eu não vi o sorriso dela. – disse Louis choramingando.

- Vai ter muitos dias pra ver. – disse Niall fazendo Louis pular de susto.

- Que susto porra. – disse Louis colocando a mão no coração. Exagerado? Nem um pouco...

Niall sentou junto de nós e ficamos lá conversando. Zayn não acordou de jeito nenhum. Típico dele.

Niall’s POV

Eu mal conseguia acreditar que eu vi minha irmã novamente. Ela estava tão diferente, mas linda como sempre.  Antigamente ela era muito tímida, mas se deu super bem com os meninos, o que me aliviou muito. Quando a vi demorei um pouco pra digerir que era minha irmã loirinha e bestinha de antigamente. Confesso, ela era muito besta quando criança, mas nem digo nada, porque eu era pior.

Ela está muito linda, mas linda mesmo. Os meninos ficaram babando nela, até Harry e Liam que são comprometidos. Ter namorada não é ficar cego, né?  Eu sabia que eles não iriam dar em cima dela, não na minha frente, pelo menos, mas eu temia por ela. Ela pode ter mudado completamente, mas sei que ainda tem a mania de se apaixonar rápido.

Cá entre nós, se apaixonar por quatro meninos lindos, engraçados e legais não é nada difícil, não é mesmo? A questão é que esses quatro meninos são famosos e dois são comprometidos, então as chances de ser correspondida não são lá muito grandes. E as chances de se magoar são gigantescas. E vê-la sofrer é a última coisa que eu quero.

[...]

Fazia quase duas horas que Carol havia adormecido em meus braços, então resolvi acordá-la, pois tinha uma surpresa pra ela. Entrei em meu quarto e a encontrei dormindo tranquilamente. Quase desisti de chamá-la, mas minhas mãos foram inconscientemente até sua face, alisando-a. Ela se remexeu um pouco e logo abriu os olhos.

- Eu dormi quanto tempo? – sua voz estava um pouco rouca.

- Quase duas horas. – disse sorrindo.

- Parece que faz anos que eu não durmo. – ela disse levando as mãos no rosto e escondendo-o. Ela parecia cansada, desgastada. Deitei ao seu lado e a puxei para meu peito.

- Você parece tão cansada... Você dormia bastante no Brasil? – ela não me olhou para responder.

- Não, dormir era a coisa que eu menos fazia por lá. – ela disse em tom baixo.

- Por que?

- Porque eu trabalhava o dia todo. A mulher que cuidava de mim tinha uma farmácia que ficava aberta 24 horas. Ela sofreu um acidente muito grave e perdeu o movimento das pernas, então eu tive que cuidar de tudo. Eu entrava às 6 horas da manhã e só saía ás 1 da madrugada. – eu fiquei perplexo, confesso. – Quando ela faleceu, ela deixou a farmácia para o sobrinho dela, que era o único parente vivo, e ele resolveu demolir e construir outra coisa no lugar da farmácia. Eu fiquei sem emprego e sem teto.