Louis’ POV

Peguei na mão de Carol e entrelacei nossos dedos, a arrastando para fora de casa. Ela não fazia a mínima ideia de onde eu estava a levando e parecia meio receosa.

- Onde estamos indo, Louis? – ela perguntou pela vigésima vez

- Calma Caroline, nós já vamos chegar. – dei risada com o desespero dela.

Andamos por uma estradinha que era quase imperceptível. O lugar era completamente rodeado de árvores cheias e tinha algumas flores típicas da estação, fora a leve camada de gelo que se fazia presente.

Olhei para Carol e vi que ela estava admirando cada detalhe da paisagem. Seus olhos brilhavam toda vez que via algo diferente pelo caminho. Não pude deixar de sorrir com aquilo.

Apertei de leve sua mão e ela me olhou ainda sorrindo. Quando viu que eu estava sorrindo também seu sorriso se alargou mais, o que fez o meu se alargar também.

Soltei rapidamente a mão de Caroline e me posicionei atrás dela, cobrindo seus olhos com minhas mãos. Ela me bombardeou de perguntas, mas eu apenas sussurrei um “você verá” em seu ouvido.

Quando chegamos no lugar que eu queria, tirei minhas mãos de seus olhos e me pus ao lado de Caroline. Vi sua boca se entreabrir de surpresa e um sorri enorme tomar conta de seus lábios.

- Louis, é lindo! – Caroline me olhou rapidamente, logo voltando seu olhar para a esplêndida paisagem que estava diante de seus olhos.

Eu sempre ia naquele lugar quando vinha para a fazenda da minha família. Era um lugar que eu podia chamar só de meu, pois nem minhas irmãs sabiam da existência daquilo.

Era simples. Uma cachoeira de duas quedas, que resultava em um lago enorme. Mas durante o inverno a cachoeira cristalizava por causa do frio, tornando o que já era bonito em perfeito.

- Vem, vamos sentar ali. – puxei Caroline até algumas pedras grandes.

Subi em uma pedra e ajudei Carol subir. Sentei e abri as pernas, fazendo com que ela se sentasse no meio. Entrelacei meus braços em torno dela, fazendo com que suas costas encostassem em meu peito.

- Esse lugar é mágico, sabia? – sussurrei novamente em seu ouvido.

- Por que? – ela perguntou curiosa.

- Toda vez que eu estava triste eu vinha aqui, ficava olhando para a cachoeira e pensando nas coisas. Quando eu dava conta minha tristeza tinha ido embora. – vi Caroline sorrir. – Sabe quantas pessoas já vieram nesse lugar? – ela negou com a cabeça. – Duas. – sorri largo e ela virou um pouco, fazendo com que nossos olhos se encontrassem.

- Duas? Então quer dizer que eu sou a única pessoa além de você que conhece esse lugar? – assenti e vi os olhos de Carol brilharem. – Por que me trouxe aqui?

- Porque você é especial. – beijei sua testa demoradamente e ela se aninhou mais em meu peito.

Ficamos em silêncio por um longo período de tempo, apenas apreciando a paisagem à nossa frente. Afaguei os cabelos de Caroline e beijei o topo de sua cabeça, a apertando mais em meus braços.

- Então quer dizer que vamos casar? – soltei uma leve risada e ela riu também.

- Pois é.

Ficamos em silêncio novamente. Encostei meu rosto no rosto de Caroline e fechei os olhos, sentindo o toque de seu rosto contra o meu. Para minha surpresa, ela não se afastou e sim chegou seu rosto mais perto do meu.

- Sabe o que é mais engraçado? – ouvi Caroline sussurrar.

- Não...

- Vamos nos casar sem nem termos nos beijado. – ela riu novamente, o que me fez rir também.

- Isso é verdade. Mas se você quiser podemos fazer isso agora. – sorri de canto.

- Hãn? – Caroline me encarou confusa. – Fazer o que? Casar?

- Isso. – não deixei ela falar nada e colei nossos lábios.

No começo foi mais um selinho demorado, porque peguei Carol de surpresa. Pedi passagem com a língua e ela logo cedeu, o que me fez suspirar de alívio. Quando nossas línguas se tocaram senti meu corpo todo estremecer. Só Deus sabe o quanto eu quis beijar aquela boca.

Minha mão foi até a nuca de Caroline, onde dei um leve aperto. Senti suas mãos subirem para meu cabelo, onde seus dedos se entrelaçaram em meus fios arrepiados. A prensei mais contra mim.

Continuamos nos beijando por um longo tempo, mas infelizmente o ar nos foi necessários. Parti o beijo com muito custo, dando diversos selinhos nela. Encostei nossas testas e sorri bobo, vendo o mesmo sorriso nos lábios de Caroline.

- Nós nos beijamos? – ela sussurrou, dando uma leve risada.

- Acho que sim. – ri também.

- Sério mesmo? Me belisca, acho que estou sonhando.

- Beliscar? – entortei a boca. – Acho que vou fazer uma coisa bem melhor. – sorri travesso e a beijei novamente.

Lottie’s POV

- Para com isso, Lottie! Você não vai atrás dos dois. – minha mãe me repreendia.

- Por favor mãe! Eu estou morrendo de curiosidade para ver o que eles estão fazendo. – Fizzy cruzou os braços irritada ao meu lado.

- Vai que eles estão fazendo coisas impróprias? – Martin sussurrou ao meu lado, me fazendo rir.

- Meu irmão é louco, mas nem tanto né. – revirei os olhos.

- Vai saber. Os hormônios são imprevisíveis. – Martin deu de ombros e eu ri mais.

- Ei Lottie. – Fizzy me chamou. – Vamos lá no quarto de Louis. – ela sorriu travessa e nós corremos escada acima.

Entramos no quarto e começamos a mexer em tudo que víamos pela frente. Sempre fizemos isso, desde pequenas e Louis ficava possesso com a gente. Mas nem ligávamos.

Olhei no guarda-roupa, mas não encontrei nada de mais. Fizzy deu uma checada no banheiro (nunca se sabe) e eu fui olhar a mala. Achei o headphone que Caroline tinha dado de presente e embaixo da caixa do headphone achei um álbum.

- Fizzy, corre aqui! – me sentei na cama, abrindo o álbum.

Assim que vimos a primeira foto quase morremos de falar tanto ‘awwwwwn’. Passei as páginas e era cada foto tão perfeita, tão linda, tão awn que eu quase vomitei arco-íris.

- Por que eles ainda não estão juntos? Tá na cara que eles se gostam! – Fizzy bateu na cama revoltada.

- Até parece que você não conhece o irmão que tem. – sorri irônica. – Nunca vi pessoa tão lerda quanto Louis. Lembra que ele demorou quase um ano pra pedir Hannah em namoro?

- Isso é verdade. – ela colocou a mão no queixo, pensativa.

Ouvimos as vozes de Louis e Carol no andar de baixo e corri guardar o álbum. Fizzy saiu correndo para nosso quarto e eu logo fui atrás. Sabia que Louis ia perceber que tínhamos mexido nas coisas dele.

Dito e feito, não demorou mais de um mísero minuto e eu escutei:

- LOTTIEEEEEEEEE, FIIIIIIIIIIIIIIIIIZZY!