PDV – Edward

“Uma mulher de 20 anos morreu após grave acidente de carro. Na madrugada de quarta-feira a mulher – reconhecida como Claire Anne Cullen, casada com o filho do médico Carlisle Cullen – enquanto voltava para a sua casa perdeu a direção após um caminhão vir em sua direção em alta velocidade, seu carro capotou algumas vezes antes de bater em uma árvore. O motorista do caminhão estava bêbado, mas não sofreu nenhum arranhão ele alega não se lembrar de nada e se desculpou hoje na frente do marido de Claire, mesmo não se lembrando ele assume a culpa e se dispõe a passar quantos anos forem preciso na cadeia. O juiz determinou apenas 10 anos pois ele não tinha intenção de matar, quem não ficou satisfeito com a noticia foi Esme P. Cullen – esposa do dr. Carlisle – que deu uma entrevista dizendo o quanto estava insatisfeita com a pena que o juiz deu, para ela o motorista merecia passar sua vida inteira na cadeia. A mulher não estava sozinha no carro, estava acompanhada de sua filha – de apenas 1 ano e meio – está teve alguns ferimentos graves, mas segundo Carlisle que está cuidando do caso da sua neta afirma que ela ficará bem e logo saíra do hospital. “Devo admitir fiquei surpreso quando vi o estado de minha neta, quando ela chegou aqui pensei que morreria antes do que sua mãe, mas felizmente ela está aqui conosco lutando cada dia mais para se recuperar. Ela vai ficar bem, tudo vai ficar bem. Essa foi a declaração do médico[...]”

-Chega Edward. – Carlisle disse desligando a televisão. – Chega de ver isso.

As lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto, já não me importava mais com o fato de ser homem e chorar, em uma situação como essa se não chorasse ai sim eu acharia estranho, tinha perdido o meu bem mais precioso, perdi minha Claire.

-Eu só não consigo entender... Não consigo entender por que com ela? – Falei enrte os soluços. – Você entende? Entende que eu sempre amei ela mais do que tudo? Perdi parte de mim pai não posso agüentar isso...

-Eu entendo Edward, imagino a dor que você está sentindo...

-Não, você não faz idéia. – Interrompi Carlisle secamente. – Você não pode imaginar nem metade da minha dor.

-Claro que eu posso Edward ela era como uma filha pra mim. – Bufei e rolei os olhos. – Edward não seja assim, está bem? Eu entendo completamente que você está arrasado, mas você já está ficando pior do que os meus pacientes em estado vegetativo. – O tom de voz dele aumentava a cada palavra. – Chega eu não agüento mais ver você assim. Filho você temque ser forte...

-Me desculpe pai... Eu só não consigo... eu não consigo entender, preferia que tivesse sido eu...

-Não termine essa frase. – Carlisle trincou os dentes. – Por favor, não me faça ouvir uma coisa dessas. A muitos anos eu venho tentado salvar o maior número de vidas para você, o meu filho que eu criei para seguir meus passos dizer que preferia morrer? Edward com o tempo essa dor vai ficar mais aceitável. Não, não estou dizendo que vai passar, apenas estou dizendo que você vai começar a conseguir conviver com ela. Viver sem ela. Vocês eram tão dependentes um do outro por isso está sofrendo tanto agora, mas ainda tem uma pessoa que precisa de você e muito! Ela sobreviveu Edward e você também tem que fazer isso por ela.

Apenas assenti, sem saber muito bem o que responder. Nunca vi meu pai tão irritado, mas não culpo ele realmente estava sendo tão difícil pra eles quanto pra mim, ainda mais que meus pais eram todos os dias assediado pela imprensa, cuidar de um filho ingrato como eu não deveria estar nos seus planos agora, mas nem por isso deixaram de fazer. Ele tinha razão realmente estava reclamando demais, ainda tinha um motivo para continuar um único e pequeno motivo que lutava nesse momento para sobreviver. Por ela eu deveria ser forte e continuar, não posso deixar ela não agora, nem nunca.

-Como ela está? – Perguntei preocupado.

Meu pai suspirou e se sentou na cadeira a minha frente. – Como médico devo dizer que seu quadro é estável, mas ela irá sair dessa perfeitamente bem.

-E como avô? – Ele deu uma risada sem humor.

-Como avô devo dizer que ela é a bebê mais forte do mundo e que puxou a mim é claro. – Revirei os olhos, se fosse em outra situação poderia até dar risada. – Ela não iria resistir Edward se Claire não tivesse se sacrificado para salvar a sua filha.

-Como assim? – Perguntei unindo as sobrancelha.

-Eu estava conversando com um dos policiais que chegou no local primeiro e ele estava me explicando o que eles acham que aconteceu. Claire foi encontrada com seu corpo jogado para fora do carro acho que até ai você já sabe não é? – Assenti ansioso para saber o que veria a seguir. – Então se ela estivesse no banco do motorista não poderia ser jogada para aquele lado entende? A teoria dele é que ela no meio das capotagens ou quando percebeu o que iria acontecer jogou seu corpo em cima do da Emmy para que nada acontecesse com ela, provavelmente se ela não tivesse feito isso Emmy morreria também, mas Claire não deixou isso acontecer... Ela salvou Emmy por você, por vocês.

Neste momento voltei a chorar, mas por sentir falta ou por querer ter Claire perto de mim, mas porque fiquei feliz com a noticia. Ela morreu para salvar a nossa filha, ela queria que eu continuasse a cuidar dela. Não, ela não está orgulhosa de minhas atitudes – pois eu acredito que ela possa ver ou sentir ou qualquer coisa do gênero – mas irei fazer ela se orgulhar de mim, da nossa filha, da pessoa que ela se sacrificou para salvar.

-Obrigada, pai.

Estava agradecendo não só pela a informação, mas por tudo. Ele entendeu isso rapidamente e logo estávamos abraçados no meio do escritório, tenho que admitir nunca fomos de ter muito contato físico, abraços eram bem raros entre nós, mas não poderia ter sensação melhor nesse momento do que a que senti quando ele me abraçou. Sorri e agradeci mais uma vez. Perguntei se podia ver minha filha e ele hesitou um pouco antes de falar que sim.

Já sabia onde ela estava então não precisei que ele me acompanhasse. Praticamente corri o tempo todo até chegar lá ignorando todos que tentavam falar comigo – até mesmo minha família. Emilie estava toda encolhida em uma cama grande demais para ela, a ala das crianças sempre fora a mais triste em minha opinião agora só estava pior. Ela dormia profundamente, talvez por causa dos sedativos talvez porque estava completamente cansada da seção de cirurgias e tratamento a qual foi exposta, mas isso era apenas um detalhe. Ver minha bebê sendo monitorada a cada momento e saber que ela poderia piorar de uma hora para outra era o que mais doía.

-Você vai ficar bem. – Sussurrei não sei se pra mim ou para ela. Passei as mãos pelos seus pequenos cachos enquanto falava. – Eu prometo que você vai ficar bem, prince. Eu vou estar aqui com você para sempre, até que você não me agüente mais e me expulse. – Ri sem humor de minhas próprias palavras, era um monologo, mas eu esperava realmente que ela estivesse e ouvindo. Você a partir de hoje é a única mulher da minha vida sabia? É bebê... eu te prometo será só eu e você daqui pra frente, vai ser difícil, mas vamos conseguir! Ninguém vai substituir a sua mãe nunca... Ela vai estar sempre com a gente de alguma maneira eu sei disso... Ela está em você e está em mim. Mas vamos ter que aceitar não é? – Ela resmungou, talvez estivesse me escutando realmente ou esse era um sinal que ela iria acordar. – Eu amo você, baby. Por favor, continue lutando por mim ok? Irei continuar lutando por você! Você vai ser pra sempre a única mulher da minha vida, eu te prometo.

Beijei delicadamente o rosto da minha filha. Sai do quarto melhor do que eu imaginava sair quando entrei aqui não estava triste, não estava destruído. Para falar a verdade fiquei bem melhor... Ela irá ficar bem e vamos viver uma longa vida juntos. Agora começa uma nova fase da minha vida, uma fase que iria aproveitar ao máximo para ter os melhores dias da minha vida com a minha filha. Porque no final quem estará ao meu lado é ela e mais ninguém.