( Alguns minutos depois )

( Na casa dos Shay )

POV SAM

Bem, é isso aí. Estávamos na porta do AP dos Shay. Eu já estava pensando em inúmeras possibilidades do Freddie surtar quando vir a surpresa e como pela primeira vez, perderei numa aposta. PRA MINHA FILHA! É demais, né não? Bem, mas todo Puckett nunca desiste. Porém, o que mais me preocupa é a situação de Freddie. Então, vamos ver no que vai dar. Megan toca a campainha, a porta se abre...

Todos: - SURPRESAAAA!!!! FELIZ ANIVERSÁRIO, FREDDIE!

Ah, mas era só o que me faltava! Carly joga em Freddie purpurina, bexigas e assopra bem em sua cara aquela insuportável língua de sogra. As pessoas atrás estavam pulando, gritando, parecendo a vinda da rainha da Inglaterra...

Freddie: - CHEGA! Assim todos param com o furdunço. É...ele sabe a forma certa de fazer alguém calar a boca. CARLY, EU NÃO JÁ DISSE MILHÕES DE VEZES QUE EU NÃO QUERO QUE FAÇAM FESTAS DE ANIVERSÁRIO PRA MIM? SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE?

Carly: - Por que não?

Freddie: - Por que eu falaria? Pra você com o ar de fofoqueira falar pra todo mundo? Você não tem jeito mesmo. Ele sai bufando com passos pesados em direção as escadas, parecendo que ia literalmente quebrar o chão. Assim, todas as pessoas, naquele silêncio constrangedor (sério, não queria estar na pele dela), a olharam bravos e ao mesmo tempo incrédulos com a situação.

Megan: - Parabéns, tia Carly! Depois do comentário, Carly sobe as escadas a procura de Freddie. Logo que saiu, Megan assobia olhando pra mim, estendendo as mãos. BYE BYE, grana!

Sam: - TOMA LOGO ISSO! Entrego as 5 pratas na mão de Megan. Pronto, você venceu!

Megan: - Deveria fazer mais apostas dessas. Disse admirando o dinheiro.

Sam: - HÁ, vai sonhando... Cruzei os braços.

Megan: - Tô vendo alguém amarelando aqui...

Sam: - Não estou amarelando nada, você a princípio nem apostou com algo e o seu pai e a tia Carly estão passando por algo mais importante que isso!

Megan: - Não é culpa minha se a tia Carly é do jeito intrometida.

Sam: - Esse é o jeito dela. Além disso, ela entrou nessa, agora terá que resolver.

Megan: - Boa sorte pra ela...

Gibby: - GIBBEAH... Todos olham para Gibby.

POV CARLY

Como pude ter sido tão estúpida? Acabei de decepcionar o meu melhor amigo na frente de todo mundo, além de o ter feito fazer o maior escândalo! EU SOU UMA PÉSSIMA MELHOR AMIGA, PRONTO! Chego até o estúdio do iCarly, o único lugar em que eu não havia procurado e advinha quem eu encontrei? Exatamente. Agora é a hora de acertar as contas.

Carly: - Freddie? Posso entrar? Ele olha pra mim, mas ignora. NÃO IMPORTA! EU VOU ENTRAR! Sento em um dos degraus, que direcionava ao palco, ao lado dele, que nem sequer olhou pra mim. Por favor, Freddie, olha, eu me sinto muito mal pelo que rolou lá embaixo.

Freddie: - Ah, e com razão. Ele olha pra mim.

Carly: - Não exatamente. Queria uma explicação sua e você não me respondeu direito, foi rude comigo. Sabe, eu só queria te ajudar.

Freddie: - Mas, não há como ajudar. Sinto que Freddie começou a chorar. Com meu polegar, limpo uma lágrima que saiu.

Carly: - Olha, me conta o que aconteceu. Por favor.

Freddie: - Tudo bem. Disse numa voz meio chorosa. Isso aconteceu a muito, muito tempo atrás. Eu tinha 5 anos na época. Minha mãe, minha irmã de 3 anos, meu pai e eu, morávamos em Chicago e...

Carly: - Irmã? Você tinha irmã?

Freddie: - Palavra correta, tinha. Pensei um pouco e coloquei as mãos na boca, não acreditando.

Carly: - Ah, meu Deus, Freddie. É sério?!

Freddie: - Sim, mas não foi só ela.

Carly: - Como assim?

Freddie: - Bem, meu pai era sargento e quase nunca ficava em casa, então minha mãe tinha que cuidar de mim e da minha irmã. Minha mãe quase deu nos nervos quando no dia do meu aniversário de 5 anos, ele não apareceu.

( Flash Back on... )

Eu fiquei um pouco triste porque não fiquei muito tempo com ele, mas entendi que ele tinha algo importante pra fazer.

( Flash Back off... )

Carly: - Mas, não é importante comparecer no aniversário do filho?

Freddie: - O bom foi que ele apareceu na hora de cantar o parabéns.

Carly: - Bem, pelo menos...

Freddie: - Pelo menos, pude vê-lo pela última vez... Freddie começou a chorar, mas continuou. Porque...quando fui apagar as velas, bandidos apareceram...com armas nas mãos...

( Flash Back on... )

4 de fevereiro de 1999...

– Quero todo mundo fora daqui! Todos sairam correndo desesperadas da festa. Menos você. Ele apontou para o meu pai, com uma arma. Mas, volta a olhar para trás quando percebe a nossa presença. NÃO PEDI PARA TODOS SAÍREM?!

Sra Benson: - Vamos, Freddie! Ela disse apreensiva, segurando minha irmã pelos braços, e segurando forte minha mão. Corremos para debaixo da mesa, sem que os bandidos nos vissem, para que pudéssimos ver o que estava acontecendo.

– Temos algumas coisas a acertar aqui.

Leonard (pai do Freddie): - Do que estão falando?

– Achou mesmo que não nos lembraríamos do que aconteceu em 1994? Você matou nossa família! TUDO POR CAUSA DE UM CONFRONTO ESTÚPIDO! ESTÁVAMOS SEM UM PINGO DE COMIDA! NÓS ROUBAMOS SIM! SE NÃO NÓS MORRERÍAMOS DE FOME!

( Flash Back Off... )

Carly: - Ouououou! Pera um pouco aí! Como assim? Aconteceu que confronto em 1994, que seu pai matou a família dos bandidos porque eles roubaram comida?...

Freddie: - É que antes de eu nascer, Chicago foi dividida entre duas classes. RailyWort e a FillyBold. A RailyWort era onde ficava os mais ricos, ou seja onde morava a minha família, e a FillyBold, a classe mais baixa. Era como se fosse uma aldeia, sabe? Bem miserável por sinal. Aí eles brigavam por conta de desigualdades à anos. E nesse confronto, meu pai acabou bombardeando uma boa parte dela, e só teve poucos sobreviventes desde então.

Carly: - Seu pai era mal.

Freddie: - Ele disse que fez isso pela nossa segurança. Quando eu nasci eles queriam me matar.

Carly: - Minha nossa! Nunca pensei que poderia ser tão cruel Chicago. A Sam já morou lá!

Freddie: - Pois é...

( Flash Back On... )

Leonard: - Você queria matar o meu filho!

– Agora será a sua vez. Vamos ver se vai sair vivo nessa!

Freddie: - PAPAI!!! Com o meu grito, o cara que estava tão concentrado, acabou errando o alvo e atirou duas vezes. O primeiro acertou meu braço, de raspão, me fazendo cair, o outro...acertou bem...no peito do meu pai. Mas, aí, eu não sabia que a Lizzie estava atrás de mim. Ela sentou numa poltrona observando tudo, que ficou em estado de choque na hora.

– GAROTINHA, SAÍA DAÍ. VOU TE DAR 5 SEGUNDOS PARA SAIR! 5...

Sra Benson: - Elizabeth! Venha já aqui!

– 4...3...2...

Mas, ela não respondeu. E sem piedade...o cara atirou.

...

Minutos depois eu acordei. Logo que abri os olhos, percebi que estava coberto e em cima de uma maca.. Tirei o cobertor do meu corpo, me levantando de supetão. Olhei para os lados, vendo mais duas macas com lençóis, cobrindo algo. Me assustei. E percebendo que também estava sozinho, chamei minha mãe.

Freddie: - MAMÃE! MAMÃE? Na mesma hora em que chamei, minha mãe aparece, com os olhos cheios de lágrimas.

Sra Benson: - Freddie! Ah, meu Deus, Freddie! Ela logo me tira dali, me abraçando fortemente. Você está vivo!

Freddie: - Estou. O que aconteceu? Quem está ali dentro? Aponto para as macas. Minha mãe, com um aperto no coração, me responde chorando.

Sra Benson: - Seu pai e sua irmã.

Freddie: - O que aconteceu?

Sra Benson: - Não se lembra?

Freddie: - Não. Na hora em que eu caí, sofri um pequeno apagão, e não me lembrei de mais nada do que aconteceu.

Sra Benson: - Filho, seu pai e sua irmã, foram pro céu. Mas, depois que ela me contou, um flash back surgiu em minha mente, me fazendo lembrar.

Freddie: - Então, os homens maus que vieram aqui e machucaram o papai e a Lizzie, não foi um sonho?

Sra Benson: - Eu sinto muito meu filho, mas não.

Freddie: - Não, não! Levantei do colo dela e me dirigi as duas macas. PAPAI! LIZZIE! NÃO! Comecei a chorar e abracei minha mãe, que também chorava.

( Flash Back Off... )

Freddie: - E esse sim, foi o pior dia da minha vida. Por isso que eu não gosto que fazem festas pra mim, porque não quero lembrar do que...aconteceu. Freddie já estava vermelho de tanto chorar. E eu com o meu coraçãozinho de manteiga derretida, chorei junto com ele.

Carly: - Olha, eu estou arrasada. Nunca podia imaginar uma coisa dessas. Eu sinto muito mesmo. O abracei. Mas, olha. Paro de abraçá-lo. Não podemos ficar aqui chorando e lamentando pelo que aconteceu a 19 anos! Freddie, você tem que esquecer logo isso e seguir em frente! Eu sei que foi terrível pra você, inclusive no seu aniversário, o assassinato do seu pai e da sua irmã. Meu pai também quase não ficava comigo quando eu era pequena, desde que colocou minha guarda para Spencer. Mas, sempre quando podia, ficava comigo e com ele, aproveitando os minutos, tomando sorvete, indo a praia, ao cinema...e quando tinha pouco tempo, apenas nos abraçava os nos beijava. Eu tenho certeza de que quando estava vivo, seu pai tinha tempo com você. Sabe, eu tenho certeza também que vocês não tinham brigas o tempo inteiro! Não seria melhor você lembrar dos bons momentos em que tinha com seu pai, ao invés de lembrar da tragédia?

Freddie: - Eu...tenho medo.

Carly: - Eu também tenho. Mas, se você não lembrar de coisas boas e sempre lembrar das ruins, isso vai te consumir pelo resto de sua vida! Poxa, você já é casado, tem filhos lindos e saudáveis, uma esposa super legal que te ama muito...você tem uma nova família, uma nova vida! Tem que parar de ficar preso no passado e agora tem que se concentrar no seu presente! A vida é bela e sagrada demais pra ser gastado com coisas fúteis. Vai se divertir, vai namorar, vai passar mais tempo com seus filhos, sabe, aproveitar a vida! Ela é tão curta. Ele pensou um pouco. Vamos descer? Tem tantas pessoas lá embaixo que te amam, esperando por você. O que você acha? Freddie sorriu.

Freddie: - É...vamos lá. Segurei sua mão e levantamos. Obrigado, Carly, por me acalmar, e por ser uma amiga tão boa. Ele me abraça.

Carly: - Amigos são pra isso.

Saímos de lá, em direção a sala para nos resolvermos com os convidados. Uma boa festa não pode acabar pela metade, não é?