Alguns dias depois, de manhã cedo na entrada da escola, quando Nagihiko abriu seu armário de sapatos, viu a costumeira montanhas de cartas transbordar pra fora assim que ele abriu a porta. Curiosamente, a montanha de cartas parecia ser muito maior do que de costume.

– Ahh cara... será que elas não se cansam disso?! - ele resmungou enquanto catava as cartas de amor do chão
– Não vai ler as cartas de suas admiradoras? Ou vai simplesmente jogá-las no lixo como se não fossem nada, Nagihiko-sama?

O humor de Nagihiko, que já não estava lá muito bom naquele dia, foi pro brejo de vez. Conhecia muito bem a dona daquela voz aguda e estridente. Isso porque a dona dessa voz já causou vários problemas para seus amigos, sua família e para ele mesmo.

– Bom dia pra você também, Yamabuki Saaya. O que foi, já veio me perturbar logo de manhã cedo, é? - ele respondeu sem encará-la, tentando inutilmente enfiar a montanha de cartas na mochila
– Ah, ahh... você está amassando as cartas assim. Devia tomar mais cuidado, as garotas colocaram todos os seus sentimentos nessas cartas, e você fica amassando elas desse jeito... isso é um desrespeito com os sentimentos femininos - ela falou, como se quisesse dar uma lição de vida ao Valete - Mas é claro que, comigo por perto, essas pobres e humildes meninas não têm a menor chance! Hohohohoho!
– Ano nee... você está cansada de saber que eu já tenho namorada - Nagihiko lhe lembrou pela quinta vez só naquela semana, enquanto ainda tentava socar as cartas dentro da mochila - Então por que você simplesmente não me deixa em paz e... vai procurar algum outro pra pertubar, e... ai mas que droga, essas cartas não entram! Preciso de uma mochila maior
– Se você se desse conta do amor óbvio que sente por mim, esse tipo de coisa jamais aconteceria de novo, e aluna nenhuma dessa escola se atreveria a mandar cartas de amor pra você!
– Ah, é claro que elas não se atreveriam... isso porque eu me suicidaria na hora se fosse seu namorado, e elas teriam que mandar cartas de condolências, e não de amor - ele resmungou, tornando a juntar a montanha de cartas que voltou a transbordar para fora da mochila
– Mas Nagihiko-sama, por que você não admite de uma vez que me ama?!
– Porque eu não te amo mulher!! Que coisa, vê se me esquece!! - ele gritou, perdendo a pouca paciência que tinha - Agora escuta aqui. Você já fez muito mal à minha irmã, se juntou com um delinquente pra ferrar a vida dela, perseguiu o namorado dela por nem sei quanto tempo, tirou ela do cargo de Guardiã, e está causando problemas pra mim e pra minha namorada há mais de um ano... acha mesmo que eu iria ficar com alguém que causou tantos problemas pra mim e pras pessoas que eu mais amo?! Nem que eu fosse mais pamonha que o Hotori! Agora sai da minha frente que eu tenho que ir pra classe!!

Nagihiko ignorou os berros insistentes de Saaya e tornou a caminhar em direção à classe. Mal cruzou o primeiro corredor e encontrou com Tadase no caminho.

– Bom dia Fujisaki-kun. Sua irmã não veio com você? - ele cumprimentou meio hesitante, notando o visível mau-humor do garoto
– Bom dia... ela veio na frente, parece que tinha que resolver alguma coisa com a Yaya-chan, então já deve estar na classe
– Ah, certo - Tadase olhou para trás, e pôde ver que Saaya ainda chamava pelo amigo. Na verdade nem era preciso olhar, já que ela gritava tão alto que provavelmente toda a escola estava ouvindo seus berros - Etto... ela está te causando problemas de novo né?
– Pois é, e já de manhã cedo, ninguém merece... como você aguentou isso por tanto tempo, hein Hotori?! - ele exclamou, visivelmente aborrecido - Essa garota parece que não desiste nunca, eu... ah, sua mochila está vazando, Hotori - ele apontou para a mochila do amigo, daonde parecia escorrer rios de cartas de amor
– Ahh de novo?! Droga, o que eu faço com isso... elas simplesmente não cabem na minha mochila! - Tadase parou para juntar as cartas que se espalharam pelo chão
– Você também né... sei como é isso, acho que deva ter comprado uma mochila maior - o Valete comentou - É, já vi que a Naddy também vai ter muito trabalho amanhã também...
– Amanhã?
– Fique esperto, Hotori. Se hoje elas já estão assim, então amanhã com certeza vai ser muito pior, então tome cuidado! - Nagihiko avisou, como se estivessem se preparando para uma guerra - Se bem que... isso vale pra mim também.

Mais tarde, naquele mesmo dia, no Royal Garden...

– E essas são as cartas de hoje. O que eu faço com elas hein? - Nagihiko despejou uma montanha de cartas de amor em uma das mesas
– Sugooooi... é muito maior do a montanha de cartas do ano passado, Nagi! - Yaya exclamou impressionada - Nee agora deixa a Yaya ver a montanha do Tadase!
– Não diga "montanha", Yuiki-san, faz parecer pior do que já é - o Rei pediu sem graça, despejando sua pilha de cartas em uma mesa diferente
– Uaaaau a pilha do Tadase é gigante também! Vocês estão com tudo esse ano, hein?! - Yaya exclamou, por algum motivo empolgada com isso
– Não sei porque essa empolgação toda, Yaya... na verdade isso é muito preocupante, isso sim! - Amu exclamou aborrecida
– Gomen nee Amu-chan... essas garotas estão cansadas de saber que já tenho namorada, mas ainda assim elas insistem em me mandar cartas de amor não sei porque - Nagihiko falou incomodado
– É porque você é popular, ora bolas! Você tem um caminhão de fãs, está reclamendo não dei do quê! - Kukai exclamou, tão empolgado quanto Yaya
– Ora, nem vem que a sua montanha de cartas também é enorme, Souma - Nagihiko rebateu, apontando para a gigantesca pilha de cartas do amigo em uma terceira mesa - E pensar que isso é só o começo... amanhã serão as montanhas de chocolates, não quero nem ver
– E? O que vai fazer sobre isso Tadase-kun? - Nadeshiko indagou, tentando disfarçar o aborrecimento - Quero dizer, o Nagi geralmente às ignora, e o Souma-kun... bom, é o primeiro ano dele de volta à Seiyo desde que se formou no Ensino Fundamental, então não sei o que ele pretende fazer... mas e você? Vai responder às cartas?
– O certo seria responder, mas... são tantas, vai dar um trabalho enorme responder todas - Tadase respondeu num tom estranhamente preguiçoso - Por que elas fazem isso afinal?! Todas as alunas sabem que já tenho namorada, por que elas insistem em me mandar cartas de amor?!
– Eu já não te falei? Por causa do dia de amanhã, oras. As garotas enlouquecem nessa época do ano, é assustador - o Valete falou de um jeito meio sombrio
– Ei, especifique "garotas" nessa sua frase, Nagi, porque tem uma garota bem aqui capaz de materializar uma Naginata se você tiver incluído ela nesa frase - sua irmã falou com a voz perigosamente assustadora
– Ah... e-eu quis dizer as garotas que não são Guardiãs! Não estava falando de você, Naddy.. d-de nenhuma de vocês, aliás hahahaha... - ele riu nervoso, e quando viu a Rainha se afastar, cochichou com Kukai - Viu o que eu disse? Garotas enlouquecem nessa época do ano, todas elas
– Tem razão, é de dar medo - Kukai concordou veementemente
– Nee... isso não resolve o que faremos com esse monte de cartas. Vocês vão responder todas elas?! - Amu tornou a perguntar
– Eu sei o que podemos fazer! - Yaya exclamou - Vamos contar quantas cartas tem aqui e descobrir quem tem mais admiradoras, se é o Kukai, o Tadase ou o Nagi!
– Ano nee Yaya-chan... isso não adiantaria de nada. Sem falar que a pilha do Hotori é visivelmente maior - o Valete falou com uma gota na cabeça
– Bom, então... vamos comparar a pilha do Nagi com a do Kukai e descobrir quem é mais popular! - ela gritou, mais animada ainda
– Isso também não serviria de nada, pára com essa história de querer contar quantas cartas têm aqui, Yaya! - Amu gritou aborrecida - Droga... o Kukai recebeu cartas também, será que ela não se incomoda com isso?! - ela cochichou com Nadeshiko

– Se está incomodada, então devo admitir que a Yaya-chan disfarça muito bem - a Rainha respondeu num sussurro
– Mas são muitas cartas mesmo... será que realmente temos tantas alunas assim aqui em Seiyo?! - Kukai indagou, olhando algumas de suas cartas
– Bom, a escola cresceu bastante desde que integramos turmas do ginásio - Tadase comentou - Ou então, vai ver que as mesmas garotas mandaram cartas para nós três, vai saber?
– É, pode ser... ah, espere aí! - Kukai olhou melhor uma de suas cartas - A menina que me mandou essa carta não estuda em Seiyo, ela é da minha antiga escola... e essa outra era minha senpai, então ela já se formou! Por que raios tem cartas de garotas que não são de Seiyo aqui?!
– Vai ver invadiram a escola pra poderem mandar cartas aos garotos que elas tanto admiram... bom, pelo menos isso explica porque tem tantas cartas aqui - Amu comentou, embora estivesse visivelmente irritada com isso
– Olhem, acho que o melhor a fazer é o seguinte - Tadase se pronunciou - Vamos deixar nossas tarefas de hoje de lado e nos concentrar apenas em responder essas cartas. Todos nós. Vamos apenas recusar todas as cartas educadamente e mandá-las de volta, entenderam?
– O quê?! Por que nós temos que fazer isso também?! - Amu exclamou indignada, apontando para si mesma e para as duas amigas
– Porque assim terminaremos mais rápido. Vocês sabem que todo ano é a mesma coisa, então nos ajudem dessa vez, vai - o Rei tornou a pedir - Nee Nadeshiko-chan... desculpe te pedir pra fazer isso, mas assim realmente terminaremos mais depressa
– Aff tudo bem, todo ano é a mesma coisa mesmo - a Rainha falou contrariada - Mas não vou responder suas cartas, ou posso acabar ameaçando alguém de morte, e isso não seria bom... vou responder as do Nagi. Amu-chan responde as do Souma-kun, e Yaya-chan responde as do Tadase-kun, tudo bem? Assim não corremos o risco de ter uma crise de ciúme ou coisa parecida
– É, por mim está ótimo - Amu concordou
– Yaya também concorda! - a Às exclamou - E paciência, amigas, porque vocês sabem que mês que vem vai ser a mesma coisa, só que com a gente! Mesmo não dando chocolates pra ninguém, acabamos ganhando quilos de presentes no White Day, é impressionante...
– Ah, tem razão... isso até que me animou um pouco - Amu sentou-se para responder as cartas, um pouco mais motivada.

Os seis passaram o resto da tarde respondendo às cartas das admiradoras. Eram tantas que eles não tiveram tempo nem pra conversar ou tomar chá com biscoitos como de costume. Só terminaram quando o sol já estava se pondo e, depois de devolver as cartas para suas remetentes, Amu e Nagi saíram depressa sem dizer aonde iam, Yaya e Kukai desapareceram "misteriosamente" (embora as duas Guardiãs restantes agora tivessem uma idéia de onde eles teriam ido) e o Rei e a Rainha terminaram de devolver as cartas restantes, para então ir pra casa. Nadeshiko foi devolver a última pilha de cartas do irmão, enquanto Tadase a esperava em frente ao armário de sapatos. Erro que não deveria ter cometido.

– Também está sozinho Tadase-sama? Vocês rapazes Guardiões reclamam que recebem toneladas de cartas de amor e que são sempre abordados pelas fãs... mas andando pela escola sozinho assim é como se estivesse pedindo pra ser assediado, sabia?
– Yamabuki-san... estou esperando a Nadeshiko-chan, então será que você pode ir andando? Não quero que você nos crie problemas de novo - o garoto pediu o mais educadamente que pôde
– Ah, não vou te criar problemas, não se preocupe - a garota garantiu, embora ele não acreditasse em uma palavra do que ele dizia - Deixe-me perguntar uma coisa: Você é amigo do Nagihiko-sama, certo?
– Sim... sou amigo de todos os Guardiões, por que a pergunta??
– Isso é perfeito! Tadase-sama, preciso que você me faça um favor! - ela exclamou sorridente, segurando as mãos dele entre as suas - Por favor, me ajude a fazê-lo perceber que não é daquela Amu magricela que ele gosta, e sim de mim! Tenho certeza de que ele me ama, só que ainda não percebeu isso! Você precisa me ajudar a fazer com que ele perceba que eu sou o seu verdadeiro amor!

Tadase ficou parado com a boca entreaberta por vários segundos, sem conseguir acreditar no que aquela garota estava lhe pedindo. Podia sentir uma gota gigantesta descendo pelo canto da sua cabeça. Queria acabar com aquela "conversa" o mais rápido possível, de preferência antes que Nadeshiko chegasse, mas também não queria ser mal-educado com Saaya. Estava em um dilema realmente difícil de resolver.

– Ano nee Yamabuki-san... o Fujisaki-kun é irmão da minha namorada, você sabe disso. E a Hinamori-san é uma boa garota, os dois se gostam há muito tempo, você sabe disso também. Isso sem falar nos vários problemas que você já me causou no passado... então, me diga, por que eu deveria ajudar uma pessoa que me criou tantos problemas e quase me separou da garota que eu amo, hein?
– Porque você é um Guardião! Não é dever dos Guardiões ajudar os alunos com problemas?? Pois eu sou uma aluna de Seiyo e estou com um sério problema, você precisa me ajudar!
– O seu problema é totalmente irrelevante! Você agrediu minha namorada no passado, fez mal à ela e à mim, então me responda, por que raios eu ajudaria alguém que me prejudicou tanto afinal?! - ele tornou a exclamar, perdendo a paciência
– Ora, isso são águas passadas, Tadase-sama, não devia guardar rancor por causa de uma coisa que aconteceu há tanto tempo! - ela deu de ombros como se aquilo não fosse nada. Em seguida segurou as mãos dele com um pouco mais de força, aproximando mais seu rosto do dele, e continuou - Por favor, Tadase-sama, faça isso por mim! Você é sempre tão bondoso e prestativo com todo mundo... você é o único com quem posso contar!
– Mas o que vocês... estão fazendo...?

Os piores pressentimentos de Tadase se confirmaram. Ele virou-se para trás lentamente, só pra ver que Nadeshiko tinha presenciado a cena. Os olhos dela estavam arregalados em choque, e ela observava fixamente as mãos do Rei, que ainda estavam entre as da garota. Quando percebeu isso, Tadase imediatamente soltou-se dela e falou:

– Nadeshiko-chan... isso... i-isso não e o que parece, eu juro!
– Você sabia que essa é a desculpa mais velha e mais esfarrapada do mundo, Tadase-kun? - Nadeshiko falou, com a cabeça baixa, de modo que a franja cobrisse seus olhos - Por que estava de mãos dadas com essa garota?
– I-Isso é... é porque.. v-vamos embora daqui primeiro, eu te explico tudo no caminho
– Tadase-sama, espere! - Saaya segurou a manga do uniforme dele, mas o garoto logo se desvencilhou dela
– Eu já falei. Sinto muito, mas não posso te ajudar. Me deixe em paz - ele falou sem encará-la e, segurando a mão de Nadeshiko e guiando-a para fora, foi embora, ignorando os gritos de Saaya. Quando chegaram no portão da escola, Nadeshiko parou de andar e tornou a perguntar:
– Você ainda não respondeu minha pergunta. O que estava fazendo com ela? Por que estavam de mãos dadas??
– Acalme-se Nadeshiko-chan, vou te explicar o que aconteceu - o Rei ergueu as duas mãos em posição defensiva - Ela veio me pediu ajuda... queria que eu convencesse o seu irmão a deixar a Hinamori-san pra ficar com ela
– O que?! Fala sério, por que ela te pediria uma coisa dessas??
– Bom, ela deve estar desesperada, eu suponho... parece que achou que, como sou um Guardião, seria mais fácil de convencê-lo a ficar com ela
– Isso é realmente um pedido ridículo dela ou é apenas uma mentira mal-contada que você inventou?! Porque é o cúmulo do absurdo!! - Nadeshiko exclamou, sua paciência rapidamente se esvaindo
– Eu não inventei nada, é a verdade! - Tadase exclamou em resposta - Ela realmente veio me pedir pra convencer o seu irmão a ficar com ela!
– E por que ela estava segurando a sua mão então??
– E-Eu não sei... pra enfatizar o pedido, eu suponho... - Tadase respondeu, sabendo que não conseguiria sair dessa tão facilmente como ele esperava
– Sei... pra "enfatizar o pedido" ou pra levar o Nagi, e de quebra, você junto, hein?? - ela gritou, sem acreditar no que o loiro dissera
– Nadeshiko-chan, você... está com ciúmes? Da Yamabuki Saaya?! - Tadase perguntou meio incrédulo
– Sim, eu estou com ciúmes! - ela admitiu, entre contrariada e embaraçada - Aquela garota é apaixonada por você desde o dia em que te conheceu, e já aprontou várias vezes pra cima de mim, acha que não é um bom motivo pra ter ciúmes??
– N-Não é isso, claro que é um bom motivo! - o loiro apressou-se à dizer, sem poder evitar de sentir-se feliz interiormente que a Rainha estivesse com ciúmes dele, ainda que não fosse a melhor hora pra se ficar feliz com uma coisa dessas - Claro que você pode sentir ciúmes, mas... ela gosta do Fujisaki-kun agora, você sabe disso!
– Olhe aqui Tadase-kun, essa garota pode dizer que ama o Nagi agora... mas eu tenho certeza de que ela nunca deixou de gostar de você completamente
– E-Eu tenho essa impressão às vezes também, mas... o que você quer que eu faça afinal?? Não é culpa minha se ela fica andando atrás de mim!
– Então ignore ela! Seja grosseiro com ela, não dê atenção, eu sei lá, mas não se aproxime mais dela! - Nadeshiko gritou exaltada - Não me importa os meios, mas eu não quero que você fale com ela de novo, ouviu bem?!
– Espera aí... até entendo o seu ponto de vista, mas você não pode me proibir de falar com os outros! Ela é uma aluna da Academia Seiyo, é inevitável que eu acabe falando com ela de vez e quando, e você não pode me proibir de fazer isso!
– O que?! Claro que posso! Você sabe quantos problemas aquela garota já me causou! Ela não prejudicou só a mim, mas também já prejudicou a Amu-chan, o meu irmão, e a você também, você sabe disso!! E mesmo assim, você ainda insiste em continuar se aproximando dela?!
– Não é que eu faça questão... adoraria nunca mais ver a cara daquela garota na vida, mas ela é uma estudante de Seiyo, é inevitável que eu tenha que falar com ela de vez em quando! Além do mais, só porque você é minha namorada, não quer dizer que tem o direito de me proibir de falar ou me aproximar de quem quer que seja! Você não manda em mim!!
– Ah, é? Tem razão, não mando mesmo. Porque, a partir de hoje, eu não sou mais sua namorada. Passar bem... Hotori-kun.

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Naquela noite, na casa da Família Hinamori...

– Amu-chan, visita pra você! - chamou sua mãe
– Waaaahh! Nee-chan de cabelos "complidos!" Veio "blincar" com a Ami? - a irmãzinha de Amu veio correndo ver quem era a visita, chegando antes da irmã
– Oi Ami-chan... desculpe,mas não estou com vontade de brincar hoje - a visitante respondeu, sem nem mesmo conseguir forçar um sorriso
– Nadeshiko... - Amu falou ao avistar a amiga - Que surpresa você aqui à essa hora. E você ainda está com o uniforme da escola... o que foi que aconteceu?
– Eu acho... que acabei de terminar com o Hotori-kun
– Eh? "Hotori-kun"? Você está chamando ele pelo sobrenome de novo??
– Bem, se não sou mais a namorada dele, então não há motivo para chamá-lo pelo primeiro nome, não é...?
– Ahh quer dizer que vocês também brigaram né? - Amu falou desanimada - Então veio ao lugar certo. Entre, vamos até o meu quarto
– Amu-chan... como assim "eu também"?
– Ah, bom... a Yaya chegou mais cedo, parece que teve uma discussão com o Kukai e está se acabando de chorar lá no quarto - contou Amu, um tanto abatida - E antes disso... eu e o Nagi também...
– Entendo - Nadeshiko respondeu cabisbaixa, forçando-se a não cair no choro ali mesmo - Parece que vai ser mesmo uma noite bem longa.

*** Próximo Capítulo: Festa do Pijama Ao Contrário ***