Kizuna escrita por teffy-chan


Capítulo 27
Capítulo 27 - Fugindo do Destino




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Já na manhã seguinte, ainda bem cedo, Nadeshiko terminava de verificar suas coisas, para certificar-se de que não havia esquecido nada, preparando-se para partir. Depois de conversar com sua mãe, a mulher permitiu que a filha partisse em uma viagem para a Europa, para aprender outros tipos de dança durante as férias de verão, e talvez ficar lá por mais algum tempo, o que era bem provável. Nadeshiko não contara para sua mãe o verdadeiro motivo de querer fazer essa viagem, é claro, já que a mulher não sabia sobre a existência dos Shugo Charas, e seria difícil explicar isso à ela sem mencionar o Chara Change, mas ela permitiu que a filha viajasse mesmo assim. Agora, Temari observava sua dona com semblante entristecido, enquanto a garota pensava se deveria ou não levar o colar dourado em suas mãos, com uma foto de Tadase dentro dele. Aquele fora o último presente que o garoto deu à ela, e o correto seria devolver, mas o simples pensamento de nunca mais poder ver o rosto do garoto que amava, mesmo que por uma foto, fazia seu coração se contorcer dolorosamente, deixando a garota em um terrível dilema.


– Nadeshiko... etto... v-você vai mesmo pra Europa? - Temari perguntou, tentando afastar a atenção da dona daquele colar, ainda mal acreditando que isso estava acontecendo
– É claro que vou, Temari. Eu arrumei as malas, não foi? - Nadeshiko respondeu sem encará-la, ainda com os olhos fixos no colar
– Gomen nee Nadeshiko... - a Chara murmurou cabisbaixa - Isso só aconteceu porque você estava no Chara Change, então... sinto como se parte da culpa fosse minha... talvez, a culpa toda seja minha mesmo. Se você não tivesse entrado no Chara Change, isso não teria acontecido
– Não se preocupe, não é culpa sua, Temari - a garota garantiu - Você nasceu de mim afinal... fui eu quem te dei essa outra personalidade violenta, isso já estava dentro de mim desde o começo. Você não tem culpa de nada
– Ei, Naddy - seu irmão bateu à porta, entrando em seguida - O carro já está pronto pra te levar
– Arigatou Nagi - ela agradeceu sem emoção, enquanto o garoto dava uma olhada no quarto praticamente vazio da irmã
– Nee Nagihiko! Fale com essa cabeça-dura, por favor! A Nadeshiko não pode partir assim! - Temari exclamou suplicante
– Adoraria fazer isso, mas infelizmente, eu não posso convencê-la de ficar - o garoto respondeu, um tanto sério demais - Mas, acho que você está tomando uma atitude muito precipitada, maninha. Quero dizer, o próprio Hotori não te culpou pelo que aconteceu, e ainda assim você...
– Ele não me culpou porque é gentil demais pra fazer isso e não queria me magoar, mas, no fundo, ele sabe que sou culpada - a garota interrompeu o irmão - Ainda que eu ficasse aqui, haveria o risco de isso acabar acontecendo de novo, e eu poderia ferí-lo seriamente dessa vez ao invés de machucar apenas o braço dele. Não posso arriscar a vida do garoto que eu amo desse jeito, sou perigosa demais para ficar perto dele... então, é melhor eu me afastar de uma vez. Será melhor assim
– Vai ser melhor mesmo, ou isso é só o que você acha que é melhor? - o garoto indagou, erguendo uma sombrancelha - Porque, sinceramente, ninguém parece feliz com a sua partida, nem você mesma
– A segurança do Tadase-kun é mais importante do que a minha felicidade - ela respondeu simplesmente - Será melhor assim, você vai ver. Eu sofrerei com isso no começo, e talvez ele sofra também, mas, com o tempo, e a distância entre nós, ele eventualmente me esquecerá, se apaixonará novamente, e encontrará alguma garota boa, doce e, principalmente, que não coloque a vida dele em risco. Será melhor assim, você vai ver
– Bem, talvez isso aconteça mesmo... talvez ele te esqueça com o tempo. Mas, e você, Naddy?
– Eu... não importa quanto tempo passe, sei que nunca deixarei de amá-lo - ela respondeu com um sorriso triste - Mas, como eu disse, a segurança dele é mais importante do que a minha felicidade
– Se você diz... - Nagi murmurou um tanto incoformado - Então, faça uma boa viagem. E vê se manda notícias, ouviu? Vou sentir sua falta
– Obrigada. Também sentirei sua falta, Nagi... e dos outros também. Mas é melhor assim - Nadeshiko respondeu, ainda encarando o medalhão em suas mãos
– Isso foi presente do Hotori, não é? Quer que eu devolva pra ele? - Nagihiko perguntou ao reparar no medalhão nas mãos da irmã
– Eu deveria devolver, mas... no fim das contas, acho que sou fraca demais pra fazer isso. Só em pensar que nunca mais verei o rosto dele, mesmo que seja por uma simples foto, meu coração dói tanto que tenho vontade de chorar... então, acho que vou levá-lo comigo - ela respondeu, sorrindo fracamente, enquanto colocava o medalhão no bolso - Mas, nunca se sabe, não é? Talvez, se esses sentimentos desaparecerem um dia... talvez eu me livre desse colar também - ela comentou, embora não acreditasse realmente que isso fosse acontecer um dia - Então, até mais, Nagi. Se cuide.


Nadeshiko deu um abraço no irmão, se dirigindo à entrada da casa em seguida, onde um carro aguardava para levá-la ao aeroporto. Sentia seu coração se contorcer dolorosamente à cada passo que dava, somando a dor à uma imensa vontade de chorar, mas manteve-se firme até o último instante. Sabia que seria melhor assim. Se ela se afastasse dele, não poderia mais prejudicar a saúde de Tadase, não poderia mais ferí-lo com seus ataques violentos do Chara Change, e assim o garoto não sentiria mais nenhuma dor desnecessária, e sua segurança estaria garantida. Ainda que ambos sofressem no começo, essa dor logo seria superada com o tempo, dando lugar à novos sentimentos mais positivos quando Tadase encontrasse outra garota, uma menos violenta e perigosa, que tomaria seu lugar e preencheria todo o espaço no coração do Rei. Era doloroso, mas Nadeshiko sabia que isso era o melhor à se fazer para garantir a segurança de Tadase. Ela sabia que era o melhor à se fazer, mas... se afastar-se era o melhor, então por que parecia tão... errado?








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Devido à viagem de Nadeshiko e a internação de Tadase, a viagem para a praia que Yaya sugerira anteriormente foi cancelada, visto que ninguém achava mais graça em viajar sem o Rei e a Rainha. Cerca de duas semanas depois, Tadase recebeu alta do hospital. Seu braço estava novinho em folha, como se ele nunca tivesse sido golpeado pela lâmina de uma Naginata, ou como se nunca tivesse perdido uma boa quantidade de sangue. No entanto, não conseguia ficar feliz com isso, como deveria. Durante os dias em que esteve internado, os demais Guardiões foram lhe visitar com frequência, e sempre que via os amigos, ele perguntava por Nadeshiko, estranhando o fato da garota não ter mais aparecido, e também querendo confirmar se aquelas palavras dela eram verdadeiras, visto que ele estava muito sonolento quando ela disse aquilo e poderia muito bem ter sido apenas um pesadelo. No entanto, sempre que ele tocava no assunto, todos disfarçavam e mudavam o rumo da conversa, recusando-se à dar as respostas que o garoto tanto queria ouvir. Concluiu que aquela última conversa deles não foi apenas um sonho ruim afinal, e por isso ela não apareceu mais no hospital, mas ainda assim, precisava ter certeza. No mesmo dia em que recebeu alta, ao invés de ir pra casa, ele dirigiu-se até a propriedade dos Fujisaki primeiro. Ainda que não conseguisse falar com Nadeshiko, poderia ao menos obter alguma informação sobre o paradeiro da garota. No entanto, assim que viu que o visitante era Tadase, a mãe da garota lhe pediu o mais educadamente que pôde (na verdade nem tão educadamente assim) para o garoto ir embora, pois Nadeshiko não se encontrava mais naquela casa, e insistiu várias vezes para Tadase parar de procurá-la. Depois de desistir de tentar dialogar com a mãe da garota, Tadase deu a volta na casa, cogitando pular o muro e invadir a propriedade, mas logo lembrou-se de que tinha acabado de sair do hospital, e pular muros realmente não era uma de suas melhores habilidades, então não era uma boa idéia. Estava quase desistindo e indo embora, quando ouviu uma voz conhecida chamando seu nome, e virou-se à tempo de ver Nagihiko pulando o muro pelos fundos da casa, com ajuda do Chara Change. Logo que alcançou o Rei, o Chara Change se desfez e, depois de ele respirar fundo algumas vezes para recuperar o fôlego, Nagihiko falou:


– Ei, Hotori! Já está bom pra ficar andando por aí, é?
– Fujisaki-kun... pois é, eu recebi alta do hospital hoje. Estou completamente curado - o loiro respondeu, erguendo o braço que fora ferido semanas atrás, onde agora não se via um único arranhão - Eu vim procurar pela Nadeshiko-chan, mas sua mãe disse...
– Ah sim, você ainda não soube, né? - Nagihiko o interrompeu - O que minha mãe disse?
– Que a sua irmã.. não está mais aqui. E que é pra eu parar de procurar por ela - Tadase repetiu as palavras da mãe do garoto - O que ela quis dizer com isso Fujisaki-kun? Ela realmente...?
– Sim, é verdade, minha irmã não está mais nessa casa. Na verdade, nem no Japão ela está mais - Nagi confirmou, e Tadase sentiu como se uma pesada rocha afundasse em seu estômago
– Não pode ser... então era verdade...?!
– Então você sabia??
– No dia em que sofri aquele ferimento, a Nadeshiko-chan... disse umas coisas estranhas. Algo sobre ser perigoso demais ela ficar do meu lado, e que estava indo embora pra longe... e que era melhor terminar comigo - Tadase repetiu as poucas palavras que se lembrava de ter ouvido Nadeshiko dizendo no dia do acidente - Mas eu não me lembro direito. Naquele dia, o médico havia me dado um remédio pra eu dormir, então estava sonolento quando ela disse aquilo, e pensei que fosse um sonho ruim ou coisa parecida. Mas então era... verdade afinal. Fujisaki-kun, aonde a sua irmã está?? Por favor, me diga onde ela está, eu preciso encontrá-la!!
– Ano nee... você ouviu a parte sobre ela ter ido embora do Japão, não ouviu?? - Nagihiko perguntou, um tanto surpreso com a determinação do amigo - Você está pretendendo sair do país pra ir atrás dela?!
– Estou! Dou a volta ao mundo se for preciso, mas eu vou encontrá-la, custe o que custar! - Tadase exclamou decidido
– Adoraria te ajudar, mas eu não posso... não sei onde minha irmã está - Nagihiko respondeu, desviando os olhos dele
– É mentira! Ela é sua irmã, como você pode não saber?!
– É verdade, eu não sei! - Nagi insistiu - Minha mãe não me deixa ver o endereço do lugar justamente por saber que eu ajudaria você à encontrá-la. Eu não sei onde a Naddy está. E ela pediu... a Naddy pediu à minha mãe antes de ir embora pra não te ajudar à encontrá-la, então não tem como eu descobrir isso, por mais que eu queira
– Não pode ser... - o Rei murmurou desolado, como se o chão estivesse se abrindo sob seus pés - Você não tem nenhuma pista?! Qualquer coisa!!
– Só o que eu sei... é que ela está na Itália, em Roma - contou Nagihiko, ainda desviando os olhos do Rei - Mas é só. Não sei em qual bairro, em qual rua, nem em qual hotel ela está hospedada. Não sei nem quais escolas de dança ela está frequentando por lá. Não tenho o telefone do lugar, ou o email, e sempre que quero escrever alguma carta pra ela, tenho que entregar para minha mãe para ela endereçá-la e colocar no correio pra mim. Por isso, não tem como você encontr...
– Em Roma, né? Tudo bem, já é alguma coisa - Tadase o interrompeu, esperançoso demais com uma pista tão vaga
– Ei, você ouviu o que eu disse?! Ela está em Roma, é em outro país, e em outro continente! - Nagihiko repetiu exasperado, sem entender porque o garoto ficara tão otimista - Como você pretende ir pra lá?! Você é menor de idade, duvido que seus pais te dêem permissão pra isso, ou que tenham dinheiro pra fazer uma viagem dessas! Você sabe falar italiano pelo menos?!
– Não importa, eu dou um jeito - Tadase deu de ombros, como se nenhum desses obstáculos realmente importasse
– Como assim "dá um jeito"?! Não é como se você tivesse estudado pra prova errada e daria um jeito colando coisa parecida! - Nagihiko exasperou-se ainda mais - E a escola?! Vai abandonar seu posto como Guardião?! A Naddy jamais ficaria feliz com isso!!
– Ainda temos algumas semanas de férias, vou procurá-la durante esse tempo - Tadase falou como se fosse facílimo encontrar uma pessoa em Roma sem pista alguma em poucas semanas - Não importa quanto tempo leve ou o quão difícil seja, eu vou encontrá-la. Eu preciso encontrá-la, porque... eu a amo demais pra deixá-la escapar de mim assim.


Nagihiko o encarou por alguns instantes, boquiaberto e completamente sem palavras. Geralmente teria um ataque de ciúmes e sentiria uma vontade louca de bater em Tadase ao ouví-lo falando assim de sua irmã, mas dessa vez, o que sentiu foi uma profunda admiração. Não queria admitir, mas Tadase realmente à amava, e iria até o fim do mundo por Nadeshiko.


– Você é louco, sabia, Hotori? É um tremendo pamonha que, por mais que eu odeie admitir, é louco pela Naddy. Você realmente... ama a minha irmã - Nagihiko admitiu à contragosto, amarrando a cara - Então... se você vai, então vá logo, nos resta poucas semanas de férias. E já que você está indo... vê se traz ela de volta com você. Por mais que me irrite ver vocês dois juntos, é pior ela estando longe de mim, em um país desconhecido, onde eu não posso ficar de olho nela, nem perto dela... eu sinto falta da Naddy
– Pode deixar. Trarei ela de volta, custe o que custar, não importa quanto tempo leve! - Tadase afirmou com uma convicção impressionante
– Então, boa sorte pra você. Espero que à encontre logo - Nagihiko falou, reparando então em um medalhão com um pingente dourado que o garoto usava, idêntico ao de sua irmã - Sabe, esse colar que você está usando - ele apontou para o pingente pendurado no pescoço do Rei - A Naddy tem um igual... foi você quem deu pra ela, certo? Antes de ir embora, ela disse... que deveria te devolver o pingente dela mas, que no fim das contas, não conseguiu fazer isso, porque queria ter uma lembrança sua. Ela falou que, talvez, se os sentimentos dela por você desaparecessem um dia, ela tivesse coragem pra devolver ou se livrar do cordão, mas... eu duvido muito que isso vá acontecer um dia. Então, acho que isso prova... que, apesar de ter se afastado, e por mais que isso me aborreça, ela também te ama - o Valete contou, coçando a cabeça um tanto incomodado em admitir isso, e fazendo com que essa simples frase acendesse uma pequena chama de esperança no coração do Rei - Agora vai logo, anda, antes que eu me arrependa de ter te ajudado e arrebente essa sua cara de pamonha! E não conte pra ninguém, em hipótese alguma, que eu te falei que ela foi pra Roma, ouviu?! Se minha mãe descobre que estou te ajudando, vou ficar de castigo pro resto da vida!!
– Tá bem, tá bem, pode deixar - Tadase respondeu, tentando inutilmente conter uma risada. Como um garoto tão arteiro e esperto como Nagihiko podia ter tanto medo da mãe?! - Obrigado de novo, Fujisaki-kun. A gente se vê
– Claro, claro... só não se atreva a aparecer na minha frente de novo sem trazer a Naddy com você, ouviu?! Até mais - Nagihiko despediu-se do colega, apressando-se a voltar para dentro de casa em seguida antes que dessem falta dele, e torcendo sinceramente para que Tadase conseguisse encontrar Nadeshiko e trazê-la de volta.






*** Próximo Capítulo: Buscando meu Verdadeiro Amor ***


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Notas finais do capítulo

Yoo minna!
Pois é, a Naddy foi mesmo... e foi pra bem longe ainda por cima né... mas, felizmente para nós, o Tadase não vai deistir assim tão fácil e vai atrás dela! Vamos torcer pra que o nosso Reizinhot enha sorte e encotnre ela logo õ/
Leiam minhas outras fics também onegai!!!
Fic Tadahiko:
http://fanfiction.com.br/historia/273775/Destinos_Entrelacados/
Fic de Shugo Chara na Idade Média:
http://fanfiction.com.br/historia/266701/Monochrome_Love/
Fic Tadahiko que estou escrevendo junto com a Shiroyuki-chan:
http://fanfiction.com.br/historia/198965/Yakusoku/
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